Glivec

GLIVEC com posologia, indicações, efeitos colaterais, interações e outras informações. Todas as informações contidas na bula de GLIVEC têm a intenção de informar e educar, não pretendendo, de forma alguma, substituir as orientações de um profissional médico ou servir como recomendação para qualquer tipo de tratamento. Decisões relacionadas a tratamento de pacientes com GLIVEC devem ser tomadas por profissionais autorizados, considerando as características de cada paciente.



Laboratório

novartis

Apresentação GLIVEC

Comprimidos revestidos. Embalagens com 60 comprimidos revestidos de 100 mg ou 30 comprimidos revestidos de 400 mg.
VIA ORAL
USO ADULTO

GLIVEC – Indicações

GLIVEC é indicado para o:
– tratamento de pacientes adultos com leucemia mieloide crônica (LMC) recentemente diagnosticada, cromossomo Philadelphia positivo, bem como para o tratamento de pacientes com LMC cromossomo Philadelphia positivo em crise blástica, fase acelerada, ou fase crônica após falha ou intolerância à terapia com alfa-interferona; – tratamento de pacientes adultos com leucemia linfoblástica aguda (LLA Ph+) recentemente diagnosticada, cromossomo Philadelphia positivo integrados com quimioterapia; – tratamento de pacientes adultos com tumores estromais gastrintestinais (GIST), não-ressecáveis e, ou metastáticos; – tratamento adjuvante de pacientes adultos após ressecção de GIST primário; A eficácia de GLIVEC baseia-se nas taxas globais de resposta hematológica e citogenética e na sobrevida livre de progressão, em LMC, nas taxas de resposta hematológica e citogenética em LLA Ph+, bem como nas taxas de resposta objetiva e sobrevida livre de progressão em GIST não-ressecável e/ou metastático e na sobrevida livre de recorrência no tratamento adjuvante de GIST (vide Farmacodinâmica). Foi demonstrado aumento de sobrevida em estudos clínicos controlados, somente em LMC de fase crônica recém diagnosticada e em GIST.

Contra indicações de GLIVEC

Hipersensibilidade à substância ativa ou a qualquer um dos excipientes.
Este medicamento é contraindicado para menores de 18 anos. O uso deste medicamento não está aprovado para
uso pediátrico.

Advertências

GLIVEC deve ser tomado com um copo grande de água e durante as refeições para minimizar o risco de distúrbios gastrintestinais. Quando GLIVEC for administrado concomitantemente com outros medicamentos, há potencial para interações medicamentosas (vide “Interações medicamentosas”). Um paciente que estava tomando paracetamol/acetaminofeno regularmente para febre, foi a óbito por falência hepática. Apesar de atualmente se desconhecer a etiologia, recomenda-se especial cautela na utilização de paracetamol/acetaminofeno (vide “Interações medicamentosas”). Casos clínicos de hipotireoidismo foram relatados em pacientes submetidos à tireoidectomia e que estão recebendo reposição com levotiroxina durante tratamento com GLIVEC. Os níveis de TSH devem ser monitorados nesses pacientes. Em pacientes com insuficiência hepática (leve, moderada e grave) recomenda-se monitorização cuidadosa da contagem sangüínea periférica e das enzimas hepáticas (vide “Posologia”, “Reações adversas”, “Farmacodinâmica” e “Farmacocinética”). Quando imatinibe é combinado com esquemas de quimioterapia de alta dose, tem sido observada toxicidade hepática transitória na forma de elevação de transaminase e hiperbilirrubinemia. Adicionalmente, relatos incomuns de insuficiência hepática aguda têm sido observados. A monitorização da função hepática é recomendada em circunstâncias que o imatinibe é combinado com esquemas de quimioterapia também conhecido por serem associados com disfunção hepática (vide “Reações adversas a medicamentos”). Foram relatadas ocorrências de retenção hídrica grave (derrame pleural, edema, edema pulmonar, ascite, edema superficial) em aproximadamente 2,5% dos pacientes com leucemia mieloide crônica recem diagnosticada que tomaram GLIVEC. Portanto, recomenda-se monitorização regular do peso corporal dos pacientes. Um aumento rápido e inesperado do peso deve ser cuidadosamente investigado e, se necessário, devem ser tomados os cuidados de suporte e as medidas terapêuticas apropriadas. Em estudos clínicos, houve um aumento na incidência destes eventos em pacientes idosos e naqueles com história prévia de doença cardíaca. Pacientes com doença cardíaca ou fatores de risco para insuficiência cardíaca devem ser cuidadosamente monitorados e qualquer paciente com sinais ou sintomas consistentes de insuficiência cardíaca deve ser avaliado e tratado. No estudo clínico de Fase III em pacientes com GIST metastático ou inoperável, 211 pacientes (12,9%) relataram hemorragia de Grau 3/4 em qualquer lugar. No estudo clínico de Fase II em pacientes com GIST não ressecável e/ou metastático (estudo B2222), foi relatada hemorragia gastrintestinal em oito pacientes (5,4%) e hemorragias no local do tumor em quatro pacientes (2,7%). As hemorragias tumorais foram intra-abdominais ou intra-hepáticas, dependendo da localização anatômica das lesões tumorais. A localização gastrintestinal de tumores pode ter contribuído para os relatos de sangramento gastrintestinal nesta população de pacientes (vide “Reações adversas”).
Exames laboratoriais
Durante a terapia com GLIVEC, devem ser realizadas regularmente contagens sangüíneas completas. O tratamento de pacientes com LMC com GLIVEC foi associado à neutropenia ou trombocitopenia. Contudo, a ocorrência destas citopenias é dependente do estágio em que a doença está sendo tratada e são mais freqüentes em pacientes com LMC em fase acelerada ou crise blástica, quando comparadas com pacientes com LMC em fase crônica. Como recomendado no item “Posologia”, o tratamento com GLIVEC pode ser interrompido ou a dose pode ser reduzida. A função hepática (transaminases, bilirrubina, fosfatase alcalina) deve ser monitorizada regularmente nos pacientes que recebem GLIVEC. Como recomendado nos itens “Posologia” e “Reações adversas” não hematológicas, estas anomalias laboratoriais devem ser controladas com redução da dose de GLIVEC e/ou interrupção do tratamento. Não há excreção renal significativa de GLIVEC e de seus metabólitos. Sabe-se que o clearance (depuração) da creatinina diminui com a idade, e a idade não afetou significativamente a cinética do GLIVEC. Em pacientes com disfunção renal, a exposição plasmática de imatinibe parece ser maior que em pacientes com função renal normal, provavelmente devido ao aumento do nível plasmático de glicoproteína-alfa ácida, uma proteína que se liga ao imatinibe nestes pacientes. Não há nenhuma correlação entre a exposição de imatinibe e o grau de insuficiência renal, o qual é determinado pela medida do clearance (depuração) de creatinina (CCr), entre pacientes com insuficiência renal leve (CCr: 40 à 59 mL/min) e grave (CCr: <20 mL/min). Entretanto, como recomendado no item “Posologia”, a dose inicial de imatinibe pode ser reduzida se houver intolerância.

Interações medicamentosas de GLIVEC

Medicamentos que podem alterar as concentrações plasmáticas de imatinibe.
Medicamentos que podem aumentar as concentrações plasmáticas de imatinibe:
As substâncias que inibem a atividade da isoenzima CYP3A4 do citocromo P450 (ex.: cetoconazol, itraconazol, eritromicina, claritromicina) poderiam diminuir o metabolismo e aumentar as concentrações de imatinibe. Houve um aumento significativo na exposição ao imatinibe (a Cmáx e a AUC médias do imatinibe aumentaram em 26% e 40%, respectivamente) em indivíduos sadios, quando administrado concomitantemente com uma dose única de cetoconazol (um inibidor do CYP3A4). Deve-se ter cautela, quando administrar GLIVEC com inibidores da família do CYP3A4.
Medicamentos que podem diminuir as concentrações plasmáticas de imatinibe:
As substâncias que são indutoras da atividade do CYP3A4 poderiam aumentar o metabolismo e diminuir as concentrações plasmáticas de imatinibe. As medicações administradas concomitantemente que induzem o CYP3A4 (ex.: dexametasona, fenitoína, carbamazepina, rifampicina, fenobarbital ou Hypericum perforatum, também conhecido como Erva de São João) podem reduzir significativamente a exposição ao GLIVEC. O pré-tratamento de 14 voluntários sadios com doses múltiplas de rifampicina, 600 mg diariamente por 8 dias, seguido por dose única de 400 mg de GLIVEC, aumentou 3,8 vezes o clearance da dose oral de GLIVEC (intervalo de confiança de 90% = 3,5 a 4,3 vezes), que representa redução média na Cmáx, AUC(0-24) e AUC(0-inf) de 54%, 68% e 74% dos respectivos valores sem tratamento com rifampicina. Resultados similares foram observados em pacientes com gliomas malignos tratados com GLIVEC enquanto recebiam drogas antiepilépticas indutoras de enzimas (DAEIEs) tais como carbamazepina, oxcarbazepina, fenitoína, fosfenitoína, fenobarbital e primidona. A AUC plasmática para imatinibe foi reduzida em 73% se comparada a pacientes que não recebiam DAEIEs. Em dois estudos publicados, a administração concomitante de imatinibe e um produto contendo erva de São João levou a uma redução de 30 à 32% na AUC de GLIVEC. Em pacientes para os quais rifampicina ou outros indutores da CYP3A4 são indicados, deve-se considerar agentes terapêuticos alternativos com menor potencial de indução enzimática.
Medicamentos cuja concentração plasmática pode ser alterada pelo GLIVEC:
O imatinibe aumenta a Cmáx e a AUC média da sinvastatina (substrato da CYP3A4) em 2 e 3,5 vezes, respectivamente, indicando uma inibição de CYP3A4 pelo imatinibe. Portanto, recomenda-se cautela quando administrar GLIVEC concomitantemente com substratos de CYP3A4 com uma janela terapêutica estreita (ex.: ciclosporina ou pimozida). GLIVEC pode aumentar a concentração plasmática de outras drogas metabolizadas pela CYP3A4 (ex.: triazolobenzodiazepinas, diidropiridina, bloqueadores dos canais de cálcio, determinados inibidores da HMG-CoA redutase, como as estatinas, etc). O imatinibe também inibe a atividade in vitro da CYP2C9 e CYP2C19. O prolongamento do tempo de protrombina foi observado após a administração concomitante com varfarina. Portanto, quando administradas cumarinas, é necessária a monitorização do tempo de protrombina de curto prazo, no início e no fim da terapia com GLIVEC e por ocasião da alteração da dose. Alternativamente, o uso de heparina de baixo peso molecular deve ser considerado. In vitro, o GLIVEC inibe a atividade da isoenzima CYP2D6 do citocromo P450 em concentrações semelhantes às que afetam a atividade do CYP3A4. O imatinibe na dose de 400 mg duas vezes ao dia teve um efeito inibitório fraco no metabolismo do metoprolol mediado pela CYP2D6, com a Cmáx e AUC de metoprolol sendo aumentadas em aproximadamente 23%. A co-administração de imatinibe com substratos da CYP2D6, tais como metoprolol, não parece ser um fator de risco para interações droga-droga e um ajuste de dose pode ser desnecessário. In vitro, GLIVEC inibe a O-glicuronidação do paracetamol / acetaminofeno (valor Ki de 58,5 micromol/L em níveis terapêuticos) (vide “Advertências”).

Reações adversas / efeitos colaterais de GLIVEC

Os pacientes em estágios avançados de doenças malignas podem apresentar numerosas condições clínicas concomitantes, que fazem com que a causalidade dos efeitos adversos seja difícil de avaliar, devido à variedade de sintomas relacionados com a doença subjacente, sua progressão e a administração concomitante de numerosas medicações. GLIVEC foi geralmente bem tolerado com administração oral diária crônica em pacientes com LMC. A maioria dos pacientes experimentou efeitos adversos em algum momento mas, na maior parte, foram de intensidade leve a moderada e, em ensaios clínicos, a interrupção do tratamento devido a efeitos adversos relacionados com o medicamento foi observada em 2,4% dos pacientes recentemente diagnosticados, 4% dos pacientes em fase crônica tardia após falha da terapia com interferona, 4% dos pacientes em fase acelerada após falha da terapia com interferona e 5% dos pacientes em crise blástica após falha da terapia com interferona. No estudo de GIST (B2222), GLIVEC foi descontinuado devido a efeitos adversos relacionados à medicação em 4% dos pacientes.
As reações adversas foram similares em todas as indicações, com duas exceções. Houve menos mielossupressão em GIST, e hemorragia intra-tumoral somente foi observada na população de pacientes com GIST (vide “Advertências”). Os efeitos adversos relacionados ao medicamento mais freqüentemente relatados foram náuseas leves, vômitos, diarreia, mialgia, cãibras musculares e rash (erupção cutânea), os quais foram tratados facilmente. Os edemas superficiais foram um achado comum em todos os estudos e foram descritos principalmente como edemas periorbitários ou dos membros inferiores. No entanto, estes edemas raramente foram graves e puderam ser tratados com diuréticos, outras medidas de suporte ou, em alguns pacientes, com a redução da dose de GLIVEC. Em geral a incidência de todos os graus de reações adversas e a incidência de reações adversas graves foram similares entre os grupos de tratamento de 400 mg e 800 mg exceto para edema, nos quais foi reportado mais frequentemente no grupo de 800 mg no estudo de Fase III em pacientes com GIST metastático ou inoperável (SWOG, estudos EORTIC). Quando imatinibe foi combinado com altas doses de quimioterapia em pacientes LLA Ph+, foi observada toxicidade hepática transitória na forma de elevação de transaminase e hiperbilirrubinemia. Eventos adversos diversos tais como derrame pleural, ascite, edema pulmonar e aumento rápido de peso com ou sem edema superficial podem ser coletivamente descritos como “retenção hídrica”. Estes efeitos podem geralmente ser controlados com a interrupção temporária do GLIVEC e/ou com diuréticos e/ou outras medidas de cuidados de suporte apropriadas. No entanto, alguns destes eventos podem ser sérios ou acarretar riscos de vida, tendo em vista vários pacientes com crise blástica terem ido a óbito com uma história clínica complexa de efusão pleural, insuficiência cardíaca congestiva e insuficiência renal. As reações adversas (tabela 9 e 10) são classificadas por ordem de freqüência, a mais freqüente primeiro, usando a seguinte convenção: muito comum (_ 1/10), comum (_ 1/100, < 1/10), incomum (_ 1/1000, < 1/100), rara (_ 1/10000, < 1/1000), muito rara (< 1/10000), incluindo relatos isolados. As reações adversas e suas freqüências relatadas na Tabela 9 são baseadas em estudos registrados para LMC e GIST. Tabela 9 – Reações adversas de estudos clínicos para LMC e GIST
Infecções e infestações
Incomuns Herpes zoster, herpes simplex, nasofaringite, pneumonia1, sinusite, celulite, infecção do trato respiratório
superior, gripe, infecção do trato urinário, gastroenterite, sepse
Rara Infecção fúngica
Distúrbios do sistema linfático e sangüíneo
Muito comuns Neutropenia, trombocitopenia, anemia
Comuns Pancitopenia, neutropenia febril
Incomuns Trombocitemia, linfopenia, depressão da medula óssea, eosinofilia, linfadenopatia
Rara Anemia hemolítica
Distúrbios do metabolismo e da nutrição
Comum Anorexia
Incomuns Hipocalemia, aumento do apetite, hipofosfatemia, diminuição do apetite, desidratação, gota, hiperuricemia,
hipercalcemia, hiperglicemia, hiponatremia
Raras Hipercalemia, hipomagnesemia
Distúrbios psiquiátricos
Comum Insônia
Incomuns Depressão, diminuição da libido, ansiedade
Rara Confusão mental
Distúrbios do sistema nervoso
Muito comum Cefaleia2
Comuns Tontura, parestesia, alterações no paladar, hipoestesia
Incomuns Enxaqueca, sonolência, síncope, neuropatia periférica, comprometimento da memória, dor ciática, síndrome da
perna agitada, tremor, hemorragia cerebral
Raras Aumento da pressão intracraniana, convulsões, neurite óptica
Distúrbios oculares
Comuns Edema da pálpebra, hiperlacrimação, visão embaçada, hemorragia conjuntival, conjuntivite, ressecamento ocular,
visão turva
Incomuns Irritação ocular, dor ocular, edema orbital, hemorragia escleral, hemorragia retiniana, blefarite, edema macular
Raras Catarata, glaucoma, papiledema
Distúrbios auditivos e labirínticos
Incomuns Vertigem, zumbido, perda da audição
Distúrbios cardíacos
Incomuns Palpitações, taquicardia, insuficiência cardíaca congestiva3, edema pulmonar
Raras Arritmia, fibrilação atrial, parada cardíaca, infarto do miocárdio, angina pectoris, efusão pericárdica
Distúrbios vasculares
Comuns Rubor, hemorragia
Incomuns Hipertensão, hematoma, extremidades frias, hipotensão, fenômeno de Raynaud
Distúrbios respiratórios, torácicos e mediastínicos
Comuns Dispneia, epistaxe, tosse
Incomuns Efusão pleural5, dor faringo-laringeana, faringite
Raras Dor pleurítica, fibrose pulmonar, hipertensão pulmonar, hemorragia pulmonar
Distúrbios gastrintestinais
Muito comuns Náusea, diarreia, vômito, dispepsia, dor abdominal6
Comuns Flatulência, distensão abdominal, refluxo gastroesofágico, constipação, boca seca, gastrite
Incomuns Estomatite, ulceração na boca, hemorragia gastrintestinal7, eructação, melena, esofagite, ascite, úlcera gástrica,
hematêmese, queilite, disfagia, pancreatite
Raras Colite, obstrução intestinal, doença inflamatória intestinal
Distúrbios hepatobiliares
Comum Aumento das enzimas hepáticas
Incomuns Hiperbilirrubinemia, hepatite, icterícia
Raras Insuficiência hepática9, necrose hepática9
Afecções da pele e dos tecidos subcutâneos
Muito comuns Edema periorbitário, dermatite/eczema/erupção cutânea
Comuns Prurido, edema facial, pele seca, eritema, alopecia, sudorese noturna, reação de fotossensibilidade
Incomuns Erupção cutânea pustular, contusão, aumento da sudorese, urticária, equimose, maior tendência de contusão,
hipotricose, hipopigmentação da pele, dermatite esfoliativa, onicoclase, foliculite, petéquia, psoríase, púrpura,
hiperpigmentação da pele, erupções bolhosas
Raras Dermatose neutrofílica febril aguda (síndrome de Sweet), descoloração das unhas, edema angioneurótico,
erupção cutânea vesicular, eritema multiforme, vascultie leucocitoclástica, síndrome de Stevens-Johnson,
pustulosis exantemática aguda generalizada (PEAG)
Distúrbios músculo-esqueléticos, teciduais e ósseos
Muito comuns Espasmos e cãibras musculares, dor músculo-esquelética incluindo mialgia, artralgia, dor no osso8
Comum Edema articular
Incomum Rigidez articular e muscular
Raras Fraqueza muscular, artrite
Distúrbios renais e do sistema urinário
Incomuns Dor renal, hematúria, insuficiência renal aguda, polaciúria
Distúrbios do aparelho reprodutor e das mamas
Incomuns Ginecomastia, disfunção erétil, menorragia, menstruação irregular, disfunção sexual, dor no mamilo, aumento
das mamas, edema escrotal
Distúrbios do estado geral e reações locais ao tratamento
Muito comuns Retenção hídrica e edema, fadiga
Comuns Fraqueza, pirexia, anasarca, calafrios, rigidez
Incomuns Dor no peito, mal estar
Investigações
Muito comum Aumento de peso
Comum Perda de peso
Incomuns Creatinina sangüínea aumentada, creatina fosfoquinase sangüínea aumentada, lactato desidrogenase sangüínea
aumentada, fosfatase alcalina aumentada
Rara Amilase sangüínea aumentada
1 Pneumonia foi relatada mais comumente em pacientes com LMC em transformação e em pacientes com GIST
2 Cefaleia foi a reação adversa mais comum em pacientes com GIST
3 Em uma base de pacientes-ano, eventos cardíacos incluindo insuficiência cardíaca congestiva foram mais comumente
observados em pacientes com LMC em transformação do que em pacientes com LMC crônica
4 Rubor foi encontrado mais comumente em pacientes com GIST e sangramento (hematoma, hemorragia) foi mais
comumente encontrado em pacientes com GIST e com LMC em transformação (LMC-FA e LMC-CB)
5 Efusão pleural foi mais comumente relatada em pacientes com GIST e em pacientes com LMC em transformação
(LMC-FA e LMC-CB) do que em pacientes com LMC crônica
6/7 Dor abdominal e hemorragia gastrintestinal foram mais comumente observadas em pacientes com GIST
8 Dor músculo-esquelética e eventos relacionados foram mais comumente observados em pacientes com LMC do quem
em pacientes com GIST
9 Foram relatados alguns casos fatais de insuficiência e necrose hepática
As seguintes reações adversas foram relatadas à partir da comercialização e de estudos clínicos adicionais com
GLIVEC. Estão inclusos relatos espontâneos de casos bem como reações adversas graves de estudos clínicos menores
ou em andamento e dos de programas de acesso expandido. Devido a essas reações serem relatadas de uma população
de tamanho desconhecido, nem sempre é possível estimar com segurança suas freqüências ou estabelecer uma relação
causal da exposição ao imatinibe.
Tabela 10 – Reações adversas de relatos pós-comercialização
Distúrbios do sistema nervoso
Incomum Edema cerebral
Distúrbios oculares
Rara Hemorragia vítrea
Distúrbios cardíacos
Raras Pericardite, tamponamento cardíaco
Distúrbios vasculares
Incomuns Trombose/embolismo
Muito rara Choque anafilático
Distúrbios respiratórios, torácicos e mediastínicos
Incomuns Insuficiência respiratória aguda1, doença pulmonar intersticial
Distúrbios gastrintestinais
Incomuns Obstrução intestinal/íleo, hemorragia/necrose tumoral, perfuração gastrintestinal2
Rara Diverticulite
Afecções da pele e dos tecidos subcutâneos
Incomum Síndrome da eritrodisestesia palmo-plantar
Raras Ceratose liquenoide, líquen plano
Muito rara Necrose epidérmica tóxica
Distúrbios músculo-esqueléticos e do tecido conectivo
Raras Necrose avascular/osteonecrose de quadril, rabdomiólise/miopatia
Distúrbios reprodutivos
Muito raro Corpo lúteo hemorrágico / cisto ovariano hemorrágico
1 Casos fatais foram relatados em pacientes com doença avançada, infecções graves, neutropenia grave e outras
condições graves concomitantes
2 Foram relatados alguns casos fatais de perfuração gastrintestinal em GIST

GLIVEC – Posologia

A terapia deve ser iniciada por um médico experiente no tratamento de pacientes com doenças hematológicas e sarcomas, conforme apropriado. A dose prescrita deve ser administrada oralmente, durante uma refeição e com um copo grande de água. Doses de 400 ou 600 mg devem ser administradas uma vez ao dia, enquanto que a dose diária de 800 mg deve ser administrada em doses de 400 mg duas vezes ao dia, de manhã e à noite. O limite máximo diário de administração do medicamento não deve exceder a dose diária recomendada de acordo com indicações específicas. Por exemplo, se houver administração concomitante de medicamentos indutores da enzima CYP3A4, um aumento da dose de GLIVEC de pelo menos 50% é permitido. Para pacientes que não conseguem deglutir os comprimidos revestidos, você pode dissolvê-los em um copo de água ou suco de maçã. O número de comprimidos necessários deverá ser colocado num volume apropriado de bebida (aproximadamente 50 mL para um comprimido de 100 mg, e 200 mL para um comprimido de 400 mg) e misturado com uma colher. A suspensão deve ser administrada imediatamente após a dissolução completa do(s) comprimido(s).
Posologia para LMC
A dosagem recomendada de GLIVEC é 400 mg/dia para pacientes com LMC em fase crônica, e 600 mg/dia para pacientes em fase acelerada ou em crise blástica (independente de ser primeira ou segunda linha de tratamento). O tratamento deve prosseguir desde que o paciente continue a ser beneficiado. Um aumento na dose, de 400 mg para 600 mg ou 800 mg em pacientes com a doença em fase crônica, ou de 600 mg para um máximo de 800 mg ao dia em pacientes em fase acelerada ou em crise blástica, pode ser considerado na ausência de reações adversas graves à droga e de trombocitopenia ou neutropenia grave não-relacionadas à leucemia, nas seguintes circunstâncias: progressão da doença (a qualquer tempo), falha em atingir resposta hematológica satisfatória após pelo menos 3 meses de tratamento, falha em atingir resposta citogenética após 12 meses de tratamento, ou perda da resposta hematológica e/ou citogenética previamente atingidas.
Posologia para LLA Ph+ A dose recomendada de GLIVEC é 600 mg/dia para pacientes com LLA Ph+. Posologia para GIST A dose recomendada de GLIVEC é 400 mg/dia para pacientes com GIST não-operável e, ou metastático. Um aumento na dose administrada ao paciente, de 400 mg para 600 mg ou 800 mg, pode ser considerado na ausência de reações adversas à droga significativas ou intoleráveis, se as avaliações tiverem demonstrado uma resposta insuficiente à terapia. O tratamento com GLIVEC em pacientes com GIST deverá continuar até que seja constatada progressão da doença. A dose recomendada de GLIVEC é de 400 mg/dia para o tratamento adjuvante de pacientes adultos após ressecção de GIST. A duração ótima de tratamento no esquema de adjuvância com GLIVEC não é conhecida.

Super dosagem

Experiência com doses maiores que a dose terapêutica é limitada. Casos isolados de superdose de GLIVEC foram relatados espontaneamente e em literatura. Geralmente, os resultados relatados nestes casos, foram melhora ou recuperação. Em caso de superdose, o paciente deve ser observado e deve receber um tratamento sintomático adequado. Os eventos relatados em diferentes doses foram:
Superdose em adultos:
1200 a 1600 mg (duração variando entre 1 a 10 dias): náusea, vômito, diarreia, rash, eritema, edema, inchaço, fadiga, espasmos musculares, trombocitopenia, pancitopenia, dor abdominal, dor de cabeça, redução do apetite. 1800 a 3200 mg (até 3200 mg diariamente por 6 dias): fraqueza, mialgia, aumento de creatina fosfoquinase, aumento de bilirrubina, dor gastrintestinal. 6400 mg (dose única): um caso em literatura relatou um paciente que apresentou náusea, vômito, dor abdominal, pirexia, inchaço facial, redução da contagem de neutrófilos, aumento das transaminases. 8 a 10 g (dose única): foram relatados vômito e dor gastrintestinal.
Superdose em crianças:
Uma criança do sexo masculino, de 3 anos de idade, foi exposta a uma dose única de 400 mg e apresentou vômito, diarreia e anorexia. Outra criança do sexo masculino, de 3 anos de idade, exposto a uma dose única de 980 mg apresentou redução do número de leucócitos e diarreia.

Caracteristicas farmalogicas

Farmacodinâmica
Classe terapêutica: inibidor da proteína tirosinoquinase (código ATC: LO1XE01). O imatinibe inibe fortemente o ponto de quebra da região Abelson (Bcr-Abl) da proteína tirosinoquinase, seja in vitro, em nível celular ou in vivo. O composto inibe seletivamente a proliferação e induz a apoptose em linhagens celulares Bcr-Abl positivas bem como em células leucêmicas novas de pacientes com LMC cromossomo Philadelphia (Ph) positivo e leucemia linfoblástica aguda (LLA). Em ensaios de transformação de colônias celulares utilizando amostras ex vivo de sangue periférico e medula óssea, o imatinibe induz a inibição seletiva de colônias Bcr-Abl positivas de pacientes com LMC. In vivo, o composto demonstra atividade antitumoral como agente único em modelos animais utilizando células tumorais Bcr-Abl positivas. Adicionalmente, o imatinibe é um inibidor potente dos receptores da tirosinoquinase para o fator de crescimento derivado das plaquetas (PDGF) e fator estimulante das células germinativas pluripotentes (SCF), o c-Kit, e inibe os eventos celulares mediados pelos PDGF e SCF. In vitro, o imatinibe inibe a proliferação e induz a apoptose das células tumorais do estroma gastrintestinal (GIST), as quais expressam uma mutação de ativação do c-Kit. O imatinibe inibe a sinalização e a proliferação de células guiadas pelo PDGFR desregulado, Kit e pela atividade da Abl quinase.
Farmacocinética
A farmacocinética do GLIVEC foi avaliada ao longo de um intervalo posológico de 25 a 1000 mg. Os perfis farmacocinéticos plasmáticos foram analisados no dia 1 e no dia 7 ou 28, quando as concentrações plasmáticas atingiram o estado de equilíbrio. – Absorção A biodisponibilidade absoluta média para o imatinibe é 98%. O coeficiente de variação para a AUC (área sob a curva) plasmática do imatinibe está no intervalo de 40-60% após uma dose oral. Quando administrado com uma refeição rica em gorduras, a taxa de absorção do imatinibe foi minimamente reduzida (redução de 11% na Cmáx e prolongamento do tmáx em 1,5 h), com uma pequena redução na AUC (7,4%) quando comparada com as condições de jejum. – Distribuição Em concentrações de imatinibe clinicamente relevantes, a ligação às proteínas plasmáticas foi aproximadamente 95% com base em experimentos in vitro, principalmente à albumina e à alfa-glicoproteína ácida, com uma baixa ligação às lipoproteínas. – Metabolismo O principal metabólito circulante em humanos é o derivado piperazínico N-desmetilado (CGP71588), o qual apresenta in vitro uma potência similar ao do composto original. A AUC (área sob a curva) plasmática para este metabólito foi de somente 16% da AUC do imatinibe. A ligação da proteína plasmática do metabólito N-desmetilado é similar àquela do composto original. – Eliminação Com base na recuperação do(s) composto(s) após uma dose oral de imatinibe marcado com 14C, aproximadamente 81% da dose foi eliminada pelas fezes (68% da dose) e pela urina (13% da dose), no período de 7 dias. O imatinibe inalterado respondeu por 25% da dose (5% na urina, 20% nas fezes), sendo o restante metabólitos. – Farmacocinética plasmática Após a administração oral em voluntários sadios, o t1/2 foi de aproximadamente 18 h, sugerindo que uma dose diária é adequada. O aumento na AUC (área sob a curva) média com o aumento da dose foi linear e proporcional à dose no intervalo de 25-1000 mg de imatinibe, após administração oral. Não houve alteração da cinética do imatinibe com a administração repetida e o acúmulo foi de 1,5-2,5 vezes, no estado de equilíbrio, quando administrado uma vez por dia. – Farmacocinética em populações Com base na análise da farmacocinética em populações, houve um pequeno efeito da idade sobre o volume de distribuição (aumento de 12% em pacientes com idade > 65 anos). É improvável que esta mudança seja clinicamente significativa. O efeito do peso corporal na depuração do imatinibe é tal que, para um paciente pesando 50 kg, espera-se que a depuração média seja de 8,5 L/h, enquanto que para um paciente pesando 100 kg a depuração irá aumentar para 11,8 L/h. Estas alterações não são consideradas suficientes para justificar um ajuste da dose com base no peso corporal. Não há diferenças entre homens e mulheres com relação à cinética de imatinibe. A análise farmacocinética da população de pacientes do estudo de fase III (LMC recentemente diagnosticada) demonstrou que o efeito de covariante e medicação concomitante é pequeno e não justificam ajuste de dose. – Insuficiência funcional orgânica O imatinibe e os seus metabólitos não são excretados através dos rins numa extensão significativa. Pacientes com insuficiência renal leve e moderada parecem apresentar uma exposição plasmática maior do que em pacientes com função renal normal. O aumento é aproximadamente de 1,5 a 2,0 vezes, correspondente a uma elevação de 1,5 vezes da glicoproteína alfa-ácida plasmática, à qual o imatinibe se liga fortemente. O clearance (depuração) do imatinibe é provavelmente similar entre pacientes com insuficiência renal e aqueles com função renal normal, uma vez que a excreção renal representa a menor via de eliminação do imatinibe (vide ”Posologia”, “Advertências” e “Farmacodinâmica”). Embora os resultados da análise farmacocinética tenham mostrado que há variações consideráveis entre sujeitos, a exposição média ao imatinibe não aumentou em pacientes com graus variados de insuficiência hepática comparados a pacientes com função hepática normal (vide “Posologia”, “Advertências”, “Reações adversas”, “Farmacocinética”, “Farmacodinâmica”).
Dados de segurança pré-clínicos
O imatinibe foi avaliado em estudos de farmacologia de segurança, toxicidade de doses repetidas, genotoxicidade e toxicidade reprodutiva. Os órgãos-alvo associados à ação farmacológica do imatinibe incluem a medula óssea, o sangue periférico, os tecidos linfoides, as gônadas e o trato gastrintestinal. Outros órgãos-alvo incluem o fígado e os rins. O imatinibe foi embriotóxico e teratogênico em ratos. Os resultados encontrados em um estudo de carcinogenicidade de dois anos em ratos recebendo 15, 30 e 60 mg/kg/dia de imatinibe demonstraram uma redução estatisticamente significativa na longevidade de machos que recebiam 60 mg/kg/dia e de fêmeas que recebiam doses maiores que 30 mg/kg/dia. Exames histológicos dos descendentes revelaram cardiomiopatia (em ambos os sexos), nefropatia progressiva crônica (fêmeas) e papiloma de glândula prepucial como causas principais das mortes ou razões para o sacrifício do animal. Os órgãos-alvo com lesões neoplásicas foram rins, bexiga urinária, uretra, glândulas prepucial e clitorial, intestino delgado, glândulas paratireoides, glândulas adrenais e estômago não-glandular. Os níveis de efeitos não observados para os vários órgãos-alvo com lesões neoplásicas foram 30 mg/kg/dia para os rins, bexiga urinária, uretra, intestino delgado, glândulas paratireoides, glândulas adrenais e estômago não-glandular e 15 mg/kg/dia para as glândulas prepucial e clitorial. O papiloma/carcinoma de glândula prepucial/clitorial foi reportado com 30 e 60 mg/kg/dia, representando aproximadamente 0,5 a 4 ou 0,3 a 2,4 vezes a exposição humana diária (baseado na AUC) após uma dose de 400 mg/dia ou 800 mg/dia, respectivamente, e 0,4 a 3,0 vezes a exposição diária em crianças (baseado na AUC) a 340 mg/m2. O adenoma/carcinoma, papiloma de bexiga urinária e uretra, adenocarcinomas do intestino delgado, adenomas das glândulas paratireoides, tumores medulares benignos e malignos das glândulas adrenais e papilomas/carcinomas do estômago não glandular foram observados a uma dose de 60 mg/kg/dia. A relevância destes achados nos estudos de carcinogenicidade em ratos para humanos não é conhecida. Uma análise dos dados de segurança de estudos clínicos e relatos espontâneos de eventos adversos não fornece evidências de um aumento na incidência geral de malignidades em pacientes tratados com imatinibe comparado com a incidência na população em geral. As lesões não neoplásicas não identificadas na fase inicial dos estudos pré-clínicos foram no sistema cardiovascular, pâncreas, órgãos endócrinos e dentes. As alterações mais importantes incluíram hipertrofia e dilatação cardíaca, desenvolvendo sinais de insuficiência cardíaca em alguns animais.

Resultados de eficacia

Estudos Clínicos em LMC A eficácia de GLIVEC baseia-se nas taxas globais de resposta hematológica e citogenética e na sobrevida livre de progressão, em LMC. Exceto em LMC recentemente diagnosticada em fase crônica, não existem estudos clínicos controlados demonstrando benefício clínico, tais como melhora nos sintomas relacionados à doença ou aumento na sobrevida. Foram conduzidos três grandes estudos internacionais, abertos, não controlados, de fase II incluindo pacientes com leucemia mieloide crônica (LMC) cromossomo Philadelphia positivo (Ph+) na doença em fase avançada, blástica ou acelerada, outras leucemias Ph+ ou em LMC em fase crônica com falha à terapêutica anterior com alfa-interferona (IFN). Foi conduzido um estudo extenso, aberto, multicêntrico, internacional, randomizado, de fase III em pacientes com LMC Ph+ recentemente diagnosticada. Em todos os estudos clínicos, 38-40% dos pacientes tinham idade inferior ou igual a 60 anos e 10-12% dos pacientes tinham 70 anos ou mais. Fase crônica, recentemente diagnosticada: este estudo de fase III comparou o tratamento com GLIVEC em monoterapia ou uma combinação de alfa-interferona (IFN) mais Citosina Arabinosídeo (Ara-C). Foi permitido aos pacientes não apresentando resposta (sem resposta hematológica completa – RHC aos 6 meses, leucócitos em aumento, sem resposta citogenética Major (RCM) aos 24 meses), ou com perda da resposta (perda de RHC ou de RCM) ou intolerância severa ao tratamento, serem transferidos para o braço de tratamento alternativo. No braço recebendo GLIVEC, os pacientes foram tratados com 400 mg, via oral, diariamente. No braço recebendo IFN, os pacientes foram tratados com uma dose alvo de IFN de 5 MUI/m2/dia por via subcutânea em combinação com Ara-C 20 mg/m2/dia por via subcutânea por 10 dias/mês. Um total de 1106 pacientes foram randomizados em 177 centros de 16 países, 553 para cada braço. As características basais foram bem balanceadas entre os dois braços. A idade mediana foi 51 anos (faixa entre 18-70 anos), 21,9% dos pacientes com idade _ 60 anos. Cinqüenta e nove por cento dos pacientes eram do sexo masculino e 41% do sexo feminino; 89,9% caucasianos e 4,7% de raça negra. Por ocasião da data de corte desta análise (7 anos após o recrutamento do último paciente), a duração média do tratamento de primeira linha foi 82 meses e 8 meses nos braços de GLIVEC e IFN, respectivamente. A duração média do tratamento de segunda linha com GLIVEC foi de 64 meses. Sessenta porcento dos pacientes randomizados para GLIVEC ainda estão recebendo tratamento de primeira linha. Nestes pacientes, a dose média de GLIVEC foi de 403 ± 57 mg. Em geral, em pacientes recebendo GLIVEC como primeira linha de tratamento, a dose média diária administrada foi de 406 ± 76 mg. Como conseqüência de uma taxa mais elevada tanto de descontinuações como de transferências para o braço alternativo de tratamento, somente 2% dos pacientes randomizados para IFN ainda estão recebendo tratamento de primeira linha. No braço de IFN, a retirada do consentimento (14%) foi a razão mais freqüente para descontinuação da terapia de primeira linha, e a razão mais freqüente para a transferência para o braço de GLIVEC foi intolerância grave ao tratamento (26%) e progressão da doença (14%). O objetivo primário de avaliação de eficácia do estudo foi a sobrevida livre de progressão. Define-se como progressão da doença, a ocorrência de qualquer um dos seguintes eventos: progressão para a fase acelerada ou crise blástica (FA/CB), óbito, perda de RHC, ou RCM ou, em pacientes que não conseguiram atingir RHC, o aumento de leucócitos, apesar do tratamento terapêutico apropriado. Resposta citogenética Major, resposta hematológica, resposta molecular (avaliação da doença residual mínima), tempo até a fase acelerada ou crise blástica e sobrevida foram os principais objetivos secundários de avaliação de eficácia. Os dados de resposta são apresentados na Tabela 1. Tabela 1. Estudo da resposta em LMC recentemente diagnosticada (dados de 84 meses)
(Melhores taxas de resposta) GLIVEC IFN + Ara-C
n = 553 n = 553
Resposta hematológica
Taxa de RHC n (%) 534 (96,6%)* 313 (56,6%)*
[IC de 95%] [94,7%; 97,9%] [52,4%; 60,8%]
Resposta citogenética
Major n (%) 490 (88,6%) 129 (23,3%)
[IC de 95%] [85,7%; 91,1%] [19,9%; 27,1%]
completa n (%) 456 (82,5%) 64 (11,6)
parcial n (%) [1]
34 (6,1%) 65 (11,8%)
Resposta molecular
Major aos 12 meses (%) 40%* 2%*
Major aos 24 meses (%) 54% NA**
* < 0,001, teste exato de Fischer.
**dados insuficientes, somente dois pacientes com amostras disponíveis
Critérios de resposta hematológica (todas as respostas devem ser confirmadas após _ 4
semanas): leucócitos < 10 x 109/L, plaquetas < 450 x 109/L, mielócito + metamielócito
< 5% no sangue, ausência de blastos e promielócitos no sangue, basófilos < 20%,
ausência de comprometimento extramedular.
Critérios de resposta citogenética: completa (0% metáfases Ph+), parcial (1-35%),
Minor (36-65%) ou mínima (66-95%). A reposta citogenética Major (0-35%) combina
ambas as respostas completa e parcial [1].
Critérios de resposta molecular Major: no sangue periférico, redução de _ 3
logaritmos na quantidade de transcritos de Bcr-Abl (medidos por ensaio de PCR por transcriptase reversa quantitativo em tempo real) comparado em relação a um valor
basal padronizado.
As taxas de resposta hematológica completa (RHC), resposta citogenética Major (RCM) e resposta citogenética
completa (RCC) no tratamento de primeira linha foram estimadas usando o método de Kaplan-Meier, para os quais as
não-respostas foram censuradas na data do último exame. Usando este método, as taxas de resposta acumulativa
estimada para o tratamento de primeira linha com GLIVEC são mostradas na Tabela 2.

Tabela 2. Resposta acumulativa estimada para tratamento de primeira linha com GLIVEC
Meses em terapia RHC (%) RCM (%) RCC (%)
12 meses 96,4% 84,6% 69,5%
24 meses 97,2% 89,5% 79,7%
36 meses 97,2% 91,1% 83,6%
48 meses 98,2% 91,9% 85,2%
60 meses 98,4% 91,9% 86,7%
84 meses 98,4% 91,9% 87,2%
Para análise dos resultados de longa duração, os pacientes randomizados para receber GLIVEC foram comparados aos pacientes randomizados para receber IFN. Os pacientes transferidos antes da progressão não foram censurados no momento da transferência, e os eventos que ocorreram nestes pacientes após a transferência foram atribuídos ao tratamento randomizado inicial. Em sete anos de acompanhamento, havia 93 (16,8%) eventos com progressão no braço de GLIVEC: 37 (6,7%) envolvendo progressão para FA/CB, 31 (5,6%) envolvendo perda de RCM, 15 (2,7%) envolvendo perda de RHC ou aumento em leucócitos e 10 (1,8%) envolvendo óbitos não relacionados a LMC. Em contraste, houve 165 (29,8%) eventos no braço recebendo IFN + Ara-C dos quais 130 ocorreram durante o tratamento de primeira linha com IFN + Ara-C.
A taxa estimada para sobrevida livre de progressão aos 84 meses é 81,2% com 95% IC (78,85) no braço de GLIVEC e 60,6% (56,5) no braço controle (p < 0,001) (Figura 1). As taxas anuais de progressão para GLIVEC foram 3,3% no primeiro ano após início do estudo, 7,5% no segundo ano e 4,8%, 1,7%, 0,8%, 0,3% e 2,0% no terceiro, quarto, quinto, sexto e sétimo ano, respectivamente. A taxa estimada de pacientes livres de progressão para a fase acelerada ou crise blástica aos 84 meses foi significativamente mais alta no braço de GLIVEC comparado ao braço de IFN (92,5% versus 85,1%, p < 0,001) (Figura 2). A taxa anual de progressão diminuiu com o tempo de terapia: taxas anuais de progressão da doença para fase acelerada ou crise blástica foram 1,5%, 2,8%, 1,6%, 0,9%, 0,5%, 0% e 0,4% do primeiro ao sétimo ano, respectivamente. Figura 1. Tempo até a progressão (princípio ITT) Figura 2. Tempo até a progressão para Fase Acelerada ou Crise Blástica (princípio ITT) Um total de 71 (12,8%) e 85 (15,4%) pacientes foram a óbito nos grupos de GLIVEC e IFN + Ara-C, respectivamente. Aos 84 meses, a sobrevida global estimada é 86,4% (83,90) vs 83,3% (80,87) nos grupos randomizados de GLIVEC e IFN + Ara-C, respectivamente (p = 0,073, teste log rank). Este objetivo de tempo para o evento foi fortemente afetado pela alta taxa de transferência do grupo IFN + Ara-C para o grupo de GLIVEC. Além disso, um grande número de pacientes recebeu transplante de medula óssea (TMO) após a descontinuação do tratamento de estudo no grupo IFN + Ara-C (n = 66, 38 após transferência para GLIVEC) comparado com o grupo de GLIVEC (n = 50, 8 após transferência para IFN) na atualização de 84 meses. Quando censurados os 48 óbitos que ocorreram após o transplante de medula óssea, as taxas de sobrevida aos 84 meses foram 89,6 vs 88,1 (p=0,200, teste log rank). Apenas 31 óbitos (antes do TMO) do grupo de pacientes do GLIVEC (5,6%) foram atribuídos a LMC, comparado à 40 pacientes do grupo IFN + Ara-C (7,2%).
Quando considerado apenas os óbitos relacionados à LMC e desconsiderando quaisquer óbitos após TMO ou devido a quaisquer outras razões, as taxas estimadas de sobrevida aos 84 meses foram 93,6% vs 91,1% (p = 0, 1, teste log rank). O efeito do tratamento com GLIVEC na sobrevida da fase crônica, em LMC recentemente diagnostica, foi examinado em uma análise retrospectiva dos dados de GLIVEC reportados acima com os dados primários em um outro estudo de fase III usando IFN + Ara-C (n = 325) em um esquema terapêutico idêntico. Nesta publicação, a superioridade de GLIVEC sobre IFN + Ara-C em relação a sobrevida global foi comprovada (p < 0,001): dentro de 42 meses, 47 (8,5%) pacientes de GLIVEC e 63 (19,4%) pacientes de IFN + Ara-C foram a óbito. O grau de resposta citogenética afetou claramente nos resultados de longa duração em pacientes sendo tratados com GLIVEC. Visto que uma estimativa de 96% dos pacientes com RCC e 93% dos pacientes com RCP (resposta citogenética parcial) aos 12 meses estavam livres de progressão para FA/CB aos 84 meses. Somente 81% dos pacientes sem RCM aos 12 meses estavam livres de progressão para LMC avançada aos 84 meses (p < 0,001 total, p = 0,25 entre RCC e RCP). Com base no marco de 18 meses, as estimativas foram 99%, 90% e 83% respectivamente, incluindo também uma diferença estatisticamente significante entre RCC e RCP (p < 0,001). O monitoramento molecular representou uma informação prognóstica adicional importante. Para pacientes com RCC e redução de transcritos Bcr-Abl de pelo menos 3 logaritmos aos 12 meses, a probabilidade de permanecer livre de progressão de doença aos 60 meses foi numericamente maior quando comparados a pacientes que tiveram RCC e uma redução menor do que 3 log (95% vs 89%, p = 0,068), e significantemente maior quando comparados ao pacientes que não alcançaram RCC aos 12 meses (70%, p < 0,001). Considerando somente a progressão para FA/CB, as taxas estimadas sem evento foram 100%, 95% e 88%, respectivamente (p < 0,001 total, p = 0,007 entre RCC com e sem RMM – reposta molecular Major). Considerando o marco de 18 meses, as taxas estimadas sem FA/CB aos 60 meses foram 100% para pacientes com RCC e RMM, 98% para pacientes com RCC mas sem RMM e apenas 87% para pacientes sem RCC (p < 0,001 total, p = 0,105 entre RCC com e sem RMM). Neste estudo, foram permitidos escalonamentos de dose de 400 mg ao dia para 600 mg ao dia, e depois, de 600 mg ao dia para 800 mg ao dia. Após 42 meses de acompanhamento, 11 pacientes que atingiram uma resposta hematológica completa aos 3 meses e uma resposta citogenética Major aos 12 meses, enquanto em uso de dose de 400 mg ao dia, tiveram perda confirmada (dentro de 4 semanas) de suas respostas citogenéticas. Entre estes 11 pacientes, 4 pacientes foram escalonados até 800 mg ao dia, 2 dos quais recuperaram resposta citogenética (1 parcial e 1 completa, o último também atingiu resposta molecular), enquanto que dos 7 pacientes nos quais a dose não foi escalonada, somente um recuperou resposta citogenética completa. A porcentagem de algumas reações adversas foi mais alta nos 40 pacientes nos quais a dose foi escalonada para 800 mg ao dia comparada com a população de pacientes antes do aumento da dose (n = 551). As reações adversas mais freqüentes incluíram hemorragias gastrintestinais, conjuntivite e elevação de transaminases ou bilirrubina. Outras reações adversas foram reportadas com freqüência menor ou igual. A Qualidade de Vida (QdV) foi medida utilizando-se o instrumento validado FACT-BRM. Todos os domínios foram avaliados e revelaram escores significativamente mais elevados para o braço de GLIVEC comparado ao braço de IFN. Os dados de QdV mostraram que os pacientes mantêm seu bem-estar enquanto estão sendo tratados com GLIVEC. Fase crônica, pós-falha à interferona: 532 pacientes foram tratados com uma dose inicial de 400 mg. Os pacientes foram distribuídos em três categorias principais: falha hematológica (29%), falha citogenética (35%) ou intolerância à interferona (36%). Os pacientes haviam recebido previamente uma média de 14 meses de tratamento com interferona em doses _ 25 x 106 UI/semana e encontravam-se todos em fase crônica tardia, com um tempo médio de diagnóstico de 32 meses. A variável primária de eficácia foi a taxa de resposta citogenética Major (resposta citogenética completa + resposta citogenética parcial, ou seja, 0 a 35% de metáfases Ph+ na medula óssea). Neste estudo, 65% dos pacientes atingiram resposta citogenética Major que foi completa em 53% dos pacientes (Tabela 3). Foi atingida resposta hematológica completa em 95% dos pacientes. Fase acelerada: foram admitidos 235 pacientes com doença em fase acelerada. Os primeiros 77 pacientes iniciaram tratamento com 400 mg, o protocolo foi emendado subseqüentemente para permitir a administração de doses mais elevadas e os 158 pacientes remanescentes iniciaram com 600 mg. A variável primária de eficácia foi a taxa de resposta hematológica, relatada como resposta hematológica completa, sem evidência de leucemia (isto é, clareamento de blastos da medula e do sangue, mas sem recuperação total do sangue periférico como nas respostas completas), ou retorno à fase crônica da LMC. Foi atingida uma resposta hematológica confirmada em 71,5% dos pacientes (Tabela 3). Importante referir que, 27,7% dos pacientes também atingiram resposta citogenética Major, a qual foi completa em 20,4% dos pacientes. Para os pacientes tratados com 600 mg, a estimativa atual para as medianas de sobrevida livre de progressão de doença e de sobrevida global foi de 22,9 e 42,5 meses, respectivamente. Em uma análise multivariada, a dose de 600 mg foi associada com a melhora do tempo para a progressão de doença, independente da contagem de plaquetas, blastos sangüíneos e hemoglobina _ 10 g/L. Crise blástica mieloide: foram admitidos 260 pacientes com crise blástica mieloide. Noventa e cinco pacientes (37%) haviam recebido quimioterapia prévia para tratamento de fase acelerada ou de crise blástica (“pacientes pré-tratados”) enquanto que 165 (63%) não haviam recebido quimioterapia prévia (“pacientes não tratados”). Os primeiros 37 pacientes iniciaram o tratamento com a dose de 400 mg, o protocolo foi emendado subseqüentemente para permitir a administração de doses mais elevadas e os 223 pacientes remanescentes iniciaram o tratamento com 600 mg. A variável primária de eficácia foi a taxa de resposta hematológica relatada como uma resposta hematológica completa, sem evidência de leucemia, ou retorno à fase crônica da LMC utilizando os mesmos critérios usados para o estudo em fase acelerada. Neste estudo, 31% dos pacientes atingiram resposta hematológica (36% em pacientes não tratados previamente e 22% tratados previamente). A taxa de resposta também foi mais elevado nos pacientes tratados com 600 mg (33%), quando comparados aos pacientes tratados com 400 mg (16%, p = 0,0220). A estimativa atual de sobrevida mediana dos pacientes não tratados e dos tratados previamente foi de 7,7 e 4,7 meses, respectivamente. Tabela 3. Resposta em LMC
Estudo 0110
Dados de 37 meses
Estudo 0109
Dados de 40,5 meses
Estudo 0102
Dados de 38 meses
Fase crônica,
Falha ao IFN
Fase acelerada Crise blástica mieloide
(n = 532) (n = 235) (n = 260)
% de pacientes (IC95%)
Resposta hematológica1 95% (92,3-96,3) 71% (65,3-77,2) 31% (25,2-36,8)
Resposta hematológica completa (RHC) 95% 42% 8%
Sem evidência de leucemia (SEL) Não aplicável 12% 5%
Retorno à fase crônica (RFC) Não aplicável 17% 18%
Resposta citogenética Major2 65% (61,2-69,5) 28% (22,0-33,9) 15% (11,2-20,4)
Completa 53% 20% 7%
Parcial 12% 7% 8%
1Critérios de resposta hematológica (todas as respostas devem ser confirmadas após 4 semanas):
RHC: estudo 0110 [leucócitos < 10 x 109/L, plaquetas < 450 x 109/L, mielócito + metamielócito < 5% no sangue,
ausência de blastos e promielócitos no sangue, basófilos < 20%, ausência de comprometimento extramedular] e
nos estudos 0102 e 0109 [CAN _ 1,5 x 109/L, plaquetas _ 100 x 109/L, ausência de blastos no sangue, blastos na
medula óssea < 5% e ausência de doença extramedular].
SEL: mesmos critérios utilizados para a RHC, mas CAN _ 1 x 109/L e plaquetas _ 20 x 109/L (somente 0102 e
0109).
RFC: < 15% blastos na medula óssea e sangue periférico, < 30% blastos + promielócitos na medula óssea e no
sangue periférico, < 20% basófilos no sangue periférico, ausência de doença extramedular exceto no baço e no
fígado (somente 0102 e 0109).
2Critérios de resposta citogenética:
Uma resposta citogenética Maior combina ambas as respostas citogenéticas completas e parciais: completas (0%
metáfases Ph+) e parciais (1-35%).
Estudos Clínicos em LLA Ph+
Um total de 758 pacientes com LLA Ph+ recentemente diagnosticada ou com doença recidivada/refratária foram incluídos em 10 estudos clínicos, dos quais nove foram estudos não-controlados e um estudo foi randomizado. LLA recentemente diagnosticada: em um estudo controlado (ADE10) de imatinibe versus quimioterapia de indução em 55 pacientes recentemente diagnosticados com idade de 55 anos ou mais, imatinibe foi usado como agente único e induziu uma taxa significantemente maior de resposta hematológica completa do que de quimioterapia (96,3% vs. 50%; p = 0,0001). Quando a terapia de resgate com imatinibe foi administrada em pacientes que não responderam ou que tiveram resposta pobre à quimioterapia, 9 (81,8%) de 11 pacientes atingiram uma resposta hematológica completa. Este efeito clínico foi associado com uma redução em transcritos Bcr-Abl maior nos pacientes tratados com imatinibe do que no braço de quimioterapia após 2 semanas de terapia (p = 0,02). Todos os pacientes receberam imatinibe e quimioterapia de consolidação após indução e os níveis de transcritos Bcr-Abl foram idênticos nos dois braços nas 8 semanas. Como esperado com base no desenho do estudo, nenhuma diferença foi observada na duração da remissão, sobrevida livre de doença ou sobrevida global, embora pacientes com resposta molecular completa e que permaneceram com doença residual mínima tiveram um resultado melhor em termos de duração da remissão (p = 0,01) e sobrevida livre de doença (p = 0,02). Os resultados observados em uma população de 211 pacientes com LLA Ph+ recentemente diagnosticada em quatro estudos clínicos não-controlados (AAU02, ADE04, AJP01 e AUS01) são consistentes com os resultados descritos acima, conforme demonstrado na Tabela 4. O imatinibe, em combinação com quimioterapia de indução, resultou em uma taxa de resposta hematológica completa de 93% (147 de 158 pacientes avaliáveis) e em uma taxa de resposta citogenética Major de 90% (19 de 21 pacientes avaliáveis).
A taxa de resposta molecular completa foi 48% (49 de 102 pacientes avaliáveis). Similarmente, em dois estudos clínicos não-controlados (AFR09 e AIT04) nos quais 49 pacientes com LLA Ph+ recentemente diagnosticada com idade de 55 anos ou mais receberam imatinibe combinado com esteroides com ou sem quimioterapia, houve uma taxa de resposta hematológica completa de 89% nessa população e uma taxa de resposta molecular completa de 26% em 39 pacientes avaliáveis. A sobrevida livre de doença (SLD) e a sobrevida global (SG) excederam um ano e foram superiores ao controle histórico (SLD p < 0,001; SG p < 0,01) em três estudos (AJP01, AUS01 e AFR09). Tabela 4. Efeito de imatinibe em pacientes com LLA Ph+ recentemente diagnosticada
Estudo AAU02 ADE04 AJP01 AUS01 AFR09 AIT04 ADE10§ imatinibe e Qt imatinibe e Qt imatinibe e Qt imatinibe e Qt imatinibe e Qt / esteroides imatinibe e esteroides imatinibe Qt Coorte 2 N (avaliável para Qt) 12 45 80 21 29 18 27 26 RHC (%) 58 95 96 95 72 100 96 50* IC 95% 28 – 85 85 – 99 89 – 99 76 – 100 53 – 87 82 – 100 81 – 100 30 – 70 Controles históricos de RHC [Qt] 51 (p < 0,0001) 61 – 94 (p < 0,01) 29 (p = 0,003) N (geral) 24 47 80 20 30 19 28 27 1 ano de SLD (%) NA NA 61 + 6 87 60 - 54 média de SLD (m) - - - - - 15 - 1 ano de SG (%) 61 + 13& NA 76 + 5 - 68 - 54 1 ano de SG (%) - NA - 75** - - - média de SG (m) - - - - - 20 - RHC = resposta hematológica completa Qt = quimioterapia m = meses NA = não se aplica * p < 0,01 § após indução ** nos 20 primeiros pacientes recentemente diagnosticados e recidivados/refratários & em todos pacientes, incluindo recentemente diagnosticados, pacientes recidivados e com LMC em crise blástica.
Estudos Clínicos em GIST metastásico ou inoperável
Foram conduzidos dois estudos de Fase III internacionais, randomizados e abertos (SWOG, EORTC) em pacientes com tumores estromais gastrintestinais (GIST) metastáticos ou inoperáveis. O desenho destes dois estudos foi similar permitindo uma análise combinada pré-definida de segurança e eficácia. Um total de 1640 pacientes foram recrutados nos dois estudos e randomizados 1:1 para receber 400 mg ou 800 mg oralmente uma vez ao dia continuadamente até a progressão de doença ou toxicidade inaceitável. Pacientes no grupo de tratamento de 400 mg uma vez ao dia que tiveram progressão de doença foram permitidos migrar para receber o tratamento do grupo de 800 mg uma vez ao dia. Os estudos foram desenhados para comparar as taxas de resposta, sobrevida livre de progressão e sobrevida global entre os grupos de dose.
A idade mediana dos pacientes admitidos foi 60 anos (faixa entre 17 a 94 anos). Homens compreenderam 58% dos pacientes admitidos. Todos os pacientes tiveram um diagnóstico patológico de GIST metastático ou inoperável CD117 positivo. O objetivo primário dos dois estudos foi avaliar sobrevida livre de progressão (SLP), com um objetivo secundário de sobrevida global, (SG) em um estudo (EORTC) e sobrevida global com um objetivo secundário de SLP no outro estudo (SWOG). Foi conduzida uma análise planejada de ambas SG e SLP do conjunto de dados combinado destes dois estudos. Os resultados desta análise combinada são mostrados na Tabela 5. Tabela 5. Sobrevida global, Sobrevida livre de progressão e Taxas de resposta tumoral nos estudos clínicos de Fase III de GIST GLIVEC 400 mg GLIVEC 800 mg Total N=818 N=822 N=1640 Sobrevida livre de progressão (meses) (mediana 50%) 18,9 23,2 21,0 (IC 95%) [17,4 – 21,2] [20,8 – 24,9] [19,4 – 22,5] Sobrevida global (meses) 49,0 48,7 48,8 [IC 95%] [45,3 – 60,0] [45,3 – 51,6] [46,3 – 51,6] Melhor resposta global tumoral Resposta completa (RC) 43 (5,3%) 41 (5,0%) 84 (5,1%) Resposta parcial (RP) 377 (46,1%) 402 (48,9%) 779 (47,5%) Não confirmada (NC)* 235 (28,7%) 224 (27,3%) 459 (28,0%) Progressão da doença 103 (12,6%) 78 (9,5%) 181 (11,0%) Indisponível 60 (7,3%) 77 (9,4%) 137 (8,4%) * NC inclui pacientes com resposta não confirmadas, sem mudança e ausência de progressão de doença A mediana de acompanhamento para os estudos combinados foi de 37,5 meses. Houve uma melhora estatisticamente significante na SLP no grupo de tratamento de 800 mg (23,2 meses [IC 95%; 20,8 a 24,9]) comparada com o grupo de tratamento de 400 mg (18,9 meses [IC 95%; 17,4 a 21,2]) (p=0,03). Entretanto, não foram observadas diferenças na sobrevida global entre os grupos de tratamento (p=0,98). A SLP global estimada para todos os 1640 pacientes nestes estudos de Fase III foi de 21 meses [IC 95%; 19,4 a 22,5] e a SG estimada de 48,8 meses [IC 95%; 46,3 a 51,6]. 5,1% dos pacientes atingiram uma resposta completa confirmada e 47,5% atingiram uma resposta parcial. O tratamento em qualquer uma das doses foi geralmente bem tolerado e no geral 5,4% dos pacientes interromperam o tratamento devido a toxicidade. Pacientes que, após progressão da doença, migraram do grupo de tratamento 400 mg/dia para o grupo de tratamento de 800 mg/dia (n=347) tiveram uma SLP mediana de 3,4 meses e exposição média de 7,7 meses ao GLIVEC após migração. A sobrevida global de pacientes após migração foi de 14,3 meses [IC 95%; 12,2 a 16,7] e 19,3% destes pacientes ainda estão vivos aos 48 meses. Foi conduzido um estudo internacional, randomizado, aberto, de fase II em pacientes com tumor estromal gastrintestinal (GIST) metastático ou inoperável. Neste estudo foram incluídos 147 pacientes, os quais foram randomizados para tratamento com 400 mg ou 600 mg por via oral uma vez ao dia, por até 36 meses. Estes pacientes tinham entre 18 e 83 anos e apresentavam diagnóstico patológico de GIST c-Kit-positivo, metastático e/ou inoperável. A evidência primária de eficácia foi estabelecida com base nas taxas de resposta objetiva. Os tumores deviam ser mensuráveis em pelo menos um sítio da doença, e a caracterização da resposta baseou-se nos critérios do Southwestern Oncology Group (SWOG). Em um estudo, 83% dos pacientes atingiram tanto a resposta completa, resposta parcial ou doença estável. Os resultados estão apresentados na Tabela 6. Tabela 6. Melhor resposta tumoral no estudo clínico STIB2222 (GIST) Todas as doses (n = 147) 400 mg n = 73 600 mg n = 74 Melhor resposta n (%) Resposta completa 1 (0,7) Resposta parcial 98 (66,7) Doença estável 23 (15,6) Progressão da doença 18 (12,2) Não avaliável 5 (3,4) Desconhecida 2 (1,4) Não foram encontradas diferenças nas taxas de resposta entre os dois grupos de dosagem. Um número significante de pacientes que obteve estabilização da doença no momento da análise interina atingiu uma resposta parcial com o prolongamento do tratamento (mediana de acompanhamento de 31 meses). O tempo mediano para resposta foi de 13 semanas (95% IC 12 a 23). O tempo mediano para a falha de tratamento em respondedores foi de 122 semanas (95% IC 106 a 147), enquanto que na população geral do estudo foi de 84 semanas (95% IC 71 a 109). A mediana de sobrevida global não foi alcançada. A estimativa Kaplan-Meier para sobrevida após 36 meses de acompanhamento é de 68% (Figura 3). Adicionalmente, não há diferença da sobrevida entre pacientes que atingiram a doença estável e pacientes que atingiram a resposta parcial (Figura 4). Figura 3: Estimativa Kaplan-Meier de sobrevida global desde o início do estudo por tratamento Hazard ratio: 0,852, teste log rank test p = 0,5537 Figura 4: Estimativa Kaplan-Meier de sobrevida global desde o início do estudo pela melhor resposta.
Estudos Clínicos em GIST adjuvância Em adjuvância, GLIVEC foi investigado em um estudo clínico de Fase III controlado por placebo, de longa duração, duplo-cego, internacional (Z9001) envolvendo 773 pacientes. A idade destes pacientes variou de 18 a 91 anos. Pacientes incluídos tiveram um diagnóstico histológico de GIST primário expressando proteína KIT por imunohistoquímica e um tamanho de tumor > 3 cm de dimensão no máximo, com ressecção macroscópica completa de GIST primário. Após 14 a 70 dias da ressecção de GIST primário, pacientes foram randomizados para um dos dois braços: GLIVEC com 400 mg/dia ou placebo por um ano. O objetivo primário do estudo foi a sobrevida livre de recorrência (SLR) definida como o tempo da data de randomização até a data de recorrência ou morte por qualquer causa. GLIVEC prolongou significativamente a SLR estando 75% dos pacientes livres de recorrência aos 38 meses no grupo de GLIVEC vs. 20 meses no grupo placebo (ICs 95%; [30 não-estimáveis]; [14 não-estimáveis], respectivamente); (hazard ratio = 0,398 [0,259 a 0,610], p<0,0001). Em um ano a SLR global foi significativamente melhor para GLIVEC (97,7%) vs. placebo (82,3%), (p<0,0001) reduzindo, portanto, o risco de recorrência em aproximadamente 89% quando comparado com placebo (hazard ratio = 0,113 [0,049 a 0,264]).
Estudos clínicos em insuficiência hepática
Em um estudo de pacientes com graus variados de insuficiência hepática (leve, moderada e grave – vide Tabela 7 abaixo, para classificação da função hepática), a exposição média ao imatinibe (AUC normalizada por dose) não aumentou comparada aos pacientes com função hepática normal. Neste estudo, 500 mg ao dia foi usado com segurança em pacientes com insuficiência hepática leve e 300 mg ao dia foi usado em outros pacientes. Embora tenha-se utilizado somente a dose de 300 mg ao dia em pacientes com insuficiência hepática moderada e grave, a análise farmacocinética projeta que 400 mg pode ser usado com segurança (vide “Posologia”, “Advertências”, “Reações adversas”, “Farmacocinética”). Tabela 7: Classificação da função hepática Insuficiência hepática Testes de função hepática Leve Bilirrubina total: = 1,5 LSN SGOT: > LSN (pode ser normal ou < LSN se bilirrubina total for > LSN) Moderada Bilirrubina total: > 1,5–3,0 LSN SGOT: qualquer Grave Bilirrubina total: > 3-10 LSN SGOT: qualquer LSN = limite superior para a instituição SGOT = transferase oxaloacética glutâmica sérica
Estudos clínicos em insuficiência renal
Em um estudo de pacientes com graus variáveis de disfunção renal (leve, moderada e grave – vide Tabela 8 abaixo para classificação da função renal), a exposição significativa a imatinibe (dose normalizada pela área sob a curva – AUC) aumentou 1,5 a 2,0 vezes comparada a pacientes com função renal normal, os quais apresentaram um nível elevado de glicoproteína-alfa ácida plasmática, uma proteína na qual o imatinibe se liga fortemente. Nenhuma relação entre a exposição de imatinibe e a gravidade da deficiência renal foi observada. Neste estudo, 800 mg por dia foram usados com segurança em pacientes com disfunção renal leve e 600 mg por dia foram usados em disfunção renal moderada. As doses de 800 mg não foram testadas em pacientes com disfunção renal moderada devido ao número limitado de pacientes admitidos. Da mesma maneira, apenas dois pacientes com disfunção renal grave foram admitidos nas doses baixas (100 mg) e as doses maiores não foram testadas. Nenhum dos pacientes em hemodiálise foram admitidos neste estudo. Dados de literatura mostraram que uma dose diária de 400 mg foi bem tolerada em um paciente em hemodiálise com doença renal em estágio terminal. A farmacocinética de exposição plasmática neste paciente caiu dentro da faixa de valores de imatinibe e seus metabólitos CGP74588 observados em pacientes com função renal normal. A diálise não mostrou intervir na cinética plasmática do imatinibe. Como a excreção renal representa a menor via de eliminação do imatinibe, pacientes com insuficiência renal grave e em diálise poderiam receber tratamento de dose inicial de 400 mg. Entretanto, recomenda-se cautela com estes pacientes. A dose pode ser reduzida se houver intolerância, ou aumentada em caso de falta de eficácia (vide “Posologia”, “Advertências” e “Farmacocinética”). Tabela 8. Classificação da função renal Disfunção renal Testes de função renal Leve CCr = 40-59 mL/min Moderada CCr = 20-39 mL/min Grave CCr = < 20 mL/min CCr = Clearance (depuração) de creatinina ^

Usos em idosos, crianças e em outros grupos de risco

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comprimidos na embalagem original e em lugar seguro.

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VPS1

GLIVEC – Bula para o paciente

1. PARA QUÊ ESTE MEDICAMENTO É INDICADO?
GLIVEC é indicado para o: – tratamento de pacientes adultos com leucemia mieloide crônica (LMC) recentemente diagnosticada, cromossomo Philadelphia positivo, bem como para o tratamento de pacientes com LMC cromossomo Philadelphia positivo em crise blástica, fase acelerada ou em fase crônica após falha ou intolerância à terapia com alfa-interferona. – tratamento de pacientes adultos com leucemia linfoblástica aguda (LLA Ph+) recentemente diagnosticada, cromossomo Philadelphia positivo integrados com quimioterapia. – tratamento de pacientes adultos com tumores estromais gastrintestinais (GIST), não-ressecáveis e/ou metastáticos. – tratamento adjuvante de pacientes adultos após ressecção de GIST primário. A eficácia de GLIVEC baseia-se nas taxas globais de resposta hematológica e citogenética e na sobrevida livre de progressão em LMC, nas taxas de resposta hematológica e citogenética em LLA Ph+, bem como nas taxas de resposta objetiva e sobrevida livre de progressão em GIST não-ressecável e/ou metastático e na sobrevida livre de recorrência no tratamento adjuvante de pacientes com GIST. Foi demonstrado aumento de sobrevida em estudos clínicos controlados, somente em LMC de fase crônica recém diagnosticada e em GIST.
2. COMO ESTE MEDICAMENTO FUNCIONA?
GLIVEC inativa uma enzima denominada Bcr-Abl tirosinoquinase, que é crucial para o desenvolvimento da leucemia mieloide crônica (LMC). Como tal, GLIVEC bloqueia os processos celulares que fazem com que a medula óssea normal se torne maligna e inibe o crescimento das células leucêmicas. GLIVEC também inibe a proliferação e induz a morte das células tumorais do GIST – tumor estromal gastrintestinal. Após uma dose oral de imatinibe, aproximadamente 81% da dose é eliminada pelas fezes (68% da dose) e pela urina (13% da dose), no período de 7 dias. O imatinibe inalterado correspondeu a 25% da dose (5% na urina, 20% nas fezes), sendo o restante metabólitos.
3. QUANDO NÃO DEVO USAR ESTE MEDICAMENTO?
Contraindicações GLIVEC é contraindicado em pacientes com alergia ao imatinibe ou a qualquer um dos ingredientes do produto.
Este medicamento é contraindicado para menores de 18 anos. O uso deste medicamento não está aprovado para uso pediátrico.
4. O QUE DEVO SABER ANTES DE USAR ESTE MEDICAMENTO?
Advertências
Tome especial cuidado com GLIVEC se tiver ou se já teve problemas de fígado, rim ou coração, se você estiver grávida ou suspeita de gravidez (ver “Gravidez”), se você estiver amamentando (ver “Lactação”) e se você estiver tomando levotiroxina devido à retirada de sua tireoide. GLIVEC deve ser tomado com um copo grande de água e durante as refeições para minimizar o risco de distúrbios gastrintestinais. Durante a terapia com GLIVEC, devem ser realizados regularmente exames de sangue para contagens sanguíneas completas. Da mesma forma, a função hepática deve ser monitorizada regularmente. Gravidez: este medicamento não deve ser utilizado por mulheres grávidas sem orientação médica. Informe imediatamente o seu médico em caso de suspeita de gravidez. As mulheres com potencial de engravidar devem usar um contraceptivo eficaz durante o tratamento.
Este medicamento não deve ser utilizado por mulheres grávidas sem orientação médica. Informe imediatamente seu médico em caso de suspeita de gravidez. Lactação: mulheres que estiverem tomando GLIVEC não devem amamentar.
Efeitos sobre a habilidade de dirigir veículos e/ou utilizar máquinas: se você sentir tontura ou visão borrada durante o tratamento com GLIVEC, você não deve dirigir veículos e/ou operar máquinas até que se sinta melhor novamente. Enquanto você estiver tomando GLIVEC, você pode apresentar retenção hídrica grave. Se você ganhar peso de forma rápida, avise seu médico imediatamente. Seu médico irá monitorar regularmente suas condições para checar se o GLIVEC está fazendo o efeito desejado. Você terá também que fazer exames de sangue e seu peso será monitorado regularmente enquanto você estiver tomando GLIVEC.
Precauções: vide “Advertências”.
Interações Medicamentosas
GLIVEC pode interferir com outros medicamentos. Antes de tomar GLIVEC, informe ao seu médico caso você esteja tomando ou tenha tomado recentemente qualquer outro medicamento, mesmo aqueles que não tenham sido prescritos por ele. Os seguintes medicamentos devem ser evitados durante o tratamento com GLIVEC:
_ alguns medicamentos para tratamento de infecções, tais como: cetoconazol, itraconazol, eritromicina ou claritromicina;
_ alguns medicamentos para tratamento de epilepsia, tais como: carbamazepina, oxcarbazepina, fenobarbital, fenitoína, fosfenitoína ou primidona;
_ alguns medicamentos para tratamento de colesterol alto, tais como: sinvastatina;
_ alguns medicamentos para tratamento de distúrbios mentais, tais como: benzodiazepínicos ou pimozida;
_ alguns medicamentos para tratamento de pressão sanguínea alta ou distúrbios do coração, tais como: bloqueadores de canais de cálcio ou metoprolol;
_ rifampicina, um medicamento para tratamento da tuberculose;
_ Erva de São João
– um produto fitoterápico utilizado para tratamento da depressão e outras condições (também conhecida como Hypericum perforatum);
_ dexametasona – um anti-inflamatório esteroidal;
_ ciclosporina – um imunossupressor;
_ paracetamol – utilizado para aliviar a dor ou diminuir a febre;
_ varfarina
– utilizada no tratamento de distúrbios na coagulação sanguínea (tais como coágulos sanguíneos ou tromboses). Estes medicamentos devem ser evitados durante o tratamento com GLIVEC. Se você estiver tomando alguns desses medicamentos, seu médico poderá prescrever um medicamento alternativo. Você também deve informar ao seu médico se você já está tomando GLIVEC e se lhe foi prescrito algum novo medicamento que você não tenha tomado anteriormente ao tratamento com GLIVEC.
Informe ao seu médico ou cirurgião-dentista se você está fazendo uso de algum outro medicamento. Não use este medicamento sem o conhecimento do seu médico. Pode ser perigoso para a sua saúde.
5. ONDE, COMO E POR QUANTO TEMPO POSSO GUARDAR ESTE MEDICAMENTO? Você deve guardar este medicamento em temperatura ambiente (entre 15 e 30º C) e protegido da umidade, na embalagem original e em lugar seguro.
Número de lote e datas de fabricação e validade: vide embalagem. Não use medicamento com o prazo de validade vencido.
Guarde- o em sua embalagem original. Aspecto Físico Comprimido de 100 mg: Comprimido revestido redondo, amarelo escuro a laranja acastanhado. Comprimido de 400 mg: Comprimido revestido oval amarelo escuro a laranja acastanhado.
Antes de usar, observe o aspecto do medicamento. Caso ele esteja no prazo de validade e você observe alguma mudança no aspecto, consulte o farmacêutico para saber se poderá utilizá-lo. Todo medicamento deve ser mantido fora do alcance das crianças.
6. COMO DEVO USAR ESTE MEDICAMENTO?
Como usar
A terapêutica deve ser iniciada por um médico experiente no tratamento de pacientes com leucemia mieloide crônica (LMC), leucemia linfoblástica aguda (LLA), ou de pacientes com tumor estromal gastrintestinal (GIST). A dose prescrita deve ser tomada oralmente, durante uma refeição e com um copo grande de água. Doses de 400 ou 600 mg devem ser tomadas uma vez ao dia, enquanto que a dose diária de 800 mg deve ser tomada em doses de 400 mg duas vezes ao dia, de manhã e à noite. O limite máximo diário de administração do medicamento não deve exceder a dose diária recomendada de acordo com indicações específicas. Por exemplo, sehouver administração concomitante de medicamentos indutores da enzima CYP3A4, um aumento da dose de GLIVEC de pelo menos 50% é permitido. Caso você tenha dificuldade para deglutir os comprimidos revestidos inteiros, você pode dissolvê-los em um copo de água ou suco de maçã. O número de comprimidos necessários deverá ser colocado num volume apropriado de bebida (aproximadamente 50 mL para um comprimido de 100 mg, e 200 mL para um comprimido de 400 mg) e misturado com auxílio de uma colher. A suspensão deve ser administrada imediatamente após a dissolução completa do(s) comprimido(s).
Dosagem para LMC
A dosagem recomendada de GLIVEC é 400 mg/dia para pacientes com LMC em fase crônica, e 600 mg/dia para pacientes em fase acelerada ou em crise blástica (independente de ser primeira ou segunda linha de tratamento). O tratamento deve prosseguir desde que o paciente continue a ser beneficiado. A dose pode ser aumentada nos casos de falta de resposta ao medicamento. Siga as orientações do seu médico.
Dosagem para LLA Ph+ A dose recomendada de GLIVEC é 600 mg/dia para pacientes com LLA Ph+.
Dosagem para GIST A dose recomendada de GLIVEC é 400 mg/dia para pacientes com GIST não-operável e/ou metastático. Um aumento na dose administrada ao paciente, de 400 mg para 600 mg ou 800 mg, pode ser considerado na ausência de reações adversas à droga significativas ou intoleráveis, se as avaliações tiverem demonstrado uma resposta insuficiente à terapia. O tratamento com GLIVEC em pacientes com GIST deverá continuar até que seja constatada progressão da doença. A dose pode ser ajustada (diminuída) ou até mesmo, o tratamento pode ser interrompido temporariamente, nos casos de toxicidade ao medicamento, dependendo da gravidade dos efeitos colaterais.
Uso pediátrico: o uso de GLIVEC não está aprovado para menores de 18 anos.
Insuficiência hepática: imatinibe é metabolizado principalmente por via hepática. Pacientes com disfunção hepática leve, moderada ou grave devem receber a dose mínima recomendada de 400 mg ao dia. Seu médico poderá reduzir a dose se você desenvolver toxicidade não aceitável.
Insuficiência renal: imatinibe e seus metabólitos não são significantemente excretados pela via renal. Como a depuração renal do imatinibe é desprezível, não se espera uma diminuição na depuração da droga livre em pacientes com insuficiência renal. Para pacientes com disfunção renal leve ou moderada, seu médico deve administrar a dose mínima recomendada de 400 mg por dia como dose inicial. Embora haja informações disponíveis muito limitadas, pacientes com disfunção renal grave ou em diálise também podem iniciar o tratamento com doses de 400 mg. Entretanto, recomenda-se cautela com estes pacientes. Seu médico poderá reduzir a dose se houver intolerância, ou poderá aumentá-la em caso de falta de eficácia. Pacientes idosos: nenhuma recomendação relativa à dose é necessária para pacientes idosos.
Siga a orientação de seu médico, respeitando sempre os horários, as doses e a duração do tratamento. Não interrompa o tratamento sem o conhecimento do seu médico. Este medicamento não deve ser partido, aberto ou mastigado.
7. O QUE DEVO FAZER QUANDO EU ME ESQUECER DE USAR ESTE MEDICAMENTO? Caso você esqueça uma dose, tome-a logo que se lembrar, a menos que já esteja muito próximo da próxima dose. Não tome uma dose dobrada para compensar a dose esquecida. Em caso de dúvidas, procure orientação do farmacêutico ou de seu médico, ou cirurgião-dentista.
8. QUAIS OS MALES QUE ESTE MEDICAMENTO PODE ME CAUSAR?
Como todos os medicamentos, GLIVEC pode causar o aparecimento de reações desagradáveis em algumas pessoas, que geralmente são de gravidade leve a moderada. Não fique assustado com a lista de possíveis reações adversas, é possível que você apresente algumas delas.
Algumas reações podem ser graves:
As seguintes reações adversas são comuns (ocorre entre 1% e 10% dos pacientes que utilizam este medicamento) ou muito comuns (ocorre em mais de 10% dos pacientes que utilizam este medicamento):
_ Rápido aumento de peso, inchaço das extremidades (panturrilhas, tornozelos), inchaço generalizado como inchaço na face (sinais de retenção de água);
_ Fraqueza, sangramento ou contusão espontâneos, infecções frequentes com sinais como febre, calafrios, dor de garganta, úlceras na boca (sinais de baixo nível de células sanguíneas). As reações adversas abaixo são muito raras (ocorre em menos de 0,01% dos pacientes que utilizam este medicamento) a incomuns (ocorre entre 0,1% e 1% dos pacientes que utilizam este medicamento):
_ Palidez, cansaço, falta de ar, urina escura (sinais de baixo nível de células vermelhas sanguíneas);
_ Enfraquecimento repentino da visão, visão embaçada, sangramento visível no branco do olho;
_ Aperto ou dor no peito, ritmo cardíaco irregular (sinal de problemas cardíacos);
_ Náusea, diarreia, vômito, dor abdominal, febre (sinais de doença inflamatória do intestino);
_ Rash (erupção cutânea), vermelhidão na pele, empolamento dos lábios, olhos, pele ou boca, descamação da
pele, febre, manchas vermelhas ou roxas na pele, prurido, queimadura, erupção postular (sinais de distúrbios da
pele);
_ Dor nos quadris ou dificuldade para andar;
_ Inflamação e vermelhidão aguda da pele causada por uma infecção (sinal de celulite);
_ Dor de cabeça intensa, fraqueza ou paralisia de membros ou da face, dificuldade para falar, perda repentina da
consciência ou convulsões (sinais de distúrbios do sistema nervoso);
_ Diminuição da audição;
_ Vertigens, tonturas ou desmaio;
_ Dedos dos pés ou mãos dormentes ou frios (sinais da síndrome de Raynaud);
_ Dor abdominal intensa, vômito com sangue, sangue nas fezes ou urina, ou fezes escuras;
_ Náusea, perda de apetite, urina escura ou amarelamento da pele ou dos olhos (sinais de problemas no fígado);
_ Diminuição da quantidade de urina, sede;
_ Inchaço e dor em alguma parte do corpo;
_ Tosse, dificuldade de respirar, respiração dolorosa;
_ Fraqueza muscular, espasmos musculares, ritmo cardíaco anormal (sinais de mudanças no nível sanguíneo de
potássio);
_ Contusão (com hematoma local);
_ Dor gástrica, náusea.
_ Espasmo muscular, febre, urina vermelho-amarronzada, dor ou fraqueza nos músculos (sinais de distúrbios
musculares)
_ Dor pélvica às vezes acompanhada por náusea e vômito, sangramento vaginal inesperado, tontura, desmaio,
redução da pressão sanguínea (sinais de distúrbio ginecológico).
Informe imediatamente o seu médico se você apresentar qualquer uma das reações citadas acima.
Outras reações adversas são muito comuns:
Essas reações ocorrem em mais de 10% dos pacientes que utilizam este medicamento:
_ Dor de cabeça;
_ Náusea, diarreia, vômito, indigestão, dor abdominal;
_ Prurido, vermelhidão, queimadura, rash (erupção cutânea);
_ Cãibras musculares, dor nos músculos e ossos, dor nas articulações;
_ Inchaço das pálpebras ou ao redor do olho;
_ Fadiga;
_ Aumento do peso.
Se alguma dessas reações afetar você gravemente, avise o seu médico.
Outras reações adversas são comuns:
Essas reações ocorrem entre 1% e 10% dos pacientes que utilizam este medicamento:
_ Insônia;
_ Tontura;
_ Formigamento, dor ou dormência das mãos, pés, pernas ou ao redor do quadril;
_ Alterações no paladar;
_ Diminuição da sensibilidade da pele;
_ Olho com secreção e prurido, vermelhidão e inchaço (conjuntivite), aumento da produção de lágrimas, olho
seco;
_ Rubores;
_ Sangramentos nasais;
_ Boca seca;
_ Inchaço abdominal, flatulência, constipação, azia, náusea e dor estomacal (sinal de gastrite);
_ Resultados anormais em exames laboratoriais de função hepática;
_ Pele seca;
_ Prurido;
_ Afinamento ou queda incomum de cabelo;
_ Suores noturnos;
_ Aumento da sensibilidade da pele ao sol (sinal de fotossensibilidade);
_ Inchaço das articulações;
_ Calafrios;
_ Perda de peso;
_ Perda de apetite;
_ Ulceração na boca.
Outras reações adversas são incomuns:
Essas reações ocorrem em mais de 1% dos pacientes que utilizam este medicamento:
_ Vermelhidão e/ou inchaço nas palmas das mãos e nas solas dos pés, que pode ser acompanhada de
formigamento e queimação.
Se alguma dessas reações afetar você gravemente, avise o seu médico.
Se você perceber qualquer uma das reações adversas não mencionadas nessa bula, informe ao médico.
Atenção: este produto é um medicamento que possui nova indicação terapêutica no país e, embora as pesquisas tenham indicado eficácia e segurança aceitáveis, mesmo que indicado e utilizado corretamente, podem ocorrer
eventos adversos imprevisíveis ou desconhecidos. Nesse caso, informe seu médico.
9. O QUE FAZER SE ALGUÉM USAR UMA QUANTIDADE MAIOR DO QUE A INDICADA DESTE MEDICAMENTO?
Se você tomou acidentalmente mais GLIVEC do que o recomendado, procure imediatamente seu médico. Um tratamento médico pode ser necessário.
Relatos de Superdose em adultos:
Doses entre 1200 a 1600 mg (duração variando entre 1 a 10 dias): náusea, vômito, diarreia, rash, vermelhidão, edema, inchaço, cansaço, espasmos musculares, diminuição nas plaquetas, redução de glóbulos brancos, vermelhos e plaquetas, dor abdominal, dor de cabeça, redução do apetite. Doses entre 1800 a 3200 mg (até 3200 mg diariamente por 6 dias): fraqueza, dores musculares, aumento de creatina fosfoquinase, aumento de bilirrubina, dor de estômago. Dose de 6400 mg (dose única): um paciente apresentou náusea, vômito, dor abdominal, febre, inchaço no rosto, redução da contagem de glóbulos brancos, aumento das enzimas do fígado. 8 a 10 g (dose única): foram relatados vômito e dor de estômago. Superdose em crianças:
Uma criança do sexo masculino, de 3 anos de idade, foi exposta a uma dose única de 400 mg e apresentou vômito, diarreia e perda de apetite. Outra criança do sexo masculino, de 3 anos de idade, exposto a uma dose única de 980 mg apresentou redução do número de glóbulos brancos e diarreia.

Data da bula

09/12/2011