Seroquel xro

SEROQUEL XRO com posologia, indicações, efeitos colaterais, interações e outras informações. Todas as informações contidas na bula de SEROQUEL XRO têm a intenção de informar e educar, não pretendendo, de forma alguma, substituir as orientações de um profissional médico ou servir como recomendação para qualquer tipo de tratamento. Decisões relacionadas a tratamento de pacientes com SEROQUEL XRO devem ser tomadas por profissionais autorizados, considerando as características de cada paciente.



Laboratório

astrazeneca

Apresentação SEROQUEL XRO

Comprimidos revestidos de liberação prolongada de 50 mg em embalagens com 10 e 30 comprimidos.
Comprimidos revestidos de liberação prolongada de 200 mg em embalagens com 10 e 30 comprimidos.
Comprimidos revestidos de liberação prolongada de 300 mg em embalagens com 10 e 30 comprimidos.

VIA ORAL

USO ADULTO

COMPOSIÇÃO
SEROQUEL XRO 50 mg

Cada comprimido revestido de liberação prolongada contém 57,56 mg de hemifumarato de quetiapina (equivalente a 50 mg de quetiapina).

SEROQUEL XRO 200 mg

Cada comprimido revestido de liberação prolongada contém 230,26 mg de hemifumarato de quetiapina (equivalente a 200 mg de quetiapina).

SEROQUEL XRO 300 mg

Cada comprimido revestido de liberação prolongada contém 345,38 mg de hemifumarato de quetiapina (equivalente a 300 mg de quetiapina).

Excipientes: celulose microcristalina, citrato de sódio, dióxido de titânio, estearato de magnésio,
hipromelose, lactose monoidratada, macrogol, óxido férrico vermelho* e óxido férrico amarelo**.

* Presente apenas no SEROQUEL XRO 50 mg.
** Presente no SEROQUEL XRO 50 mg, 200 mg e 300 mg.

SEROQUEL XRO – Indicações

SEROQUEL XRO é indicado para:
– Tratamento da esquizofrenia;
– Como monoterapia ou adjuvante no tratamento dos episódios de mania e de depressão
associados ao transtorno afetivo bipolar;
– O alívio dos sintomas do transtorno depressivo maior, em terapia adjuvante com outro
antidepressivo, quando outros medicamentos antidepressivos tenham falhado. Embora não
haja evidência de que a eficácia de SEROQUEL XRO isoladamente seja superior a outros
antidepressivos, quando usado em terapia adjuvante, ele oferece uma opção de tratamento
para pacientes que não responderam a tratamentos antidepressivos anteriores. Antes de
iniciar o tratamento os médicos devem considerar o perfil de segurança de SEROQUEL
XRO.

Contra indicações de SEROQUEL XRO

SEROQUEL XRO é contra-indicado em pacientes com hipersensibilidade conhecida a
qualquer componente de sua fórmula.

Advertências

Ideação suicida e comportamento suicida ou piora clínica

A depressão está associada a aumento de risco de ideação suicida, auto-mutilação e
comportamento suicida. Este risco persiste até ocorrer uma remissão significativa. Caso a melhora
clínica não ocorra durante as primeiras semanas ou mais de tratamento, os pacientes devem ser
cuidadosamente monitorados até que tal melhora ocorra. A experiência clínica demonstra que o
risco de suicídio pode aumentar nos primeiros estágios da recuperação.

Outros transtornos psiquiátricos para os quais a quetiapina é prescrita também podem estar
associados ao aumento do risco de comportamento suicida. Além disso, essas condições podem ser
associadas a episódios de depressão maior. As mesmas precauções observadas no tratamento de
pacientes com episódios de depressão maior devem ser tomadas durante o tratamento de pacientes
com outros transtornos psiquiátricos.

Pacientes com histórico de comportamento suicida ou aqueles que apresentem um grau significativo
de ideação suicida antes do início do tratamento são conhecidos por apresentar altos riscos para
pensamentos suicidas ou tentativas de suicídio e devem ser cuidadosamente monitorados durante o
tratamento. Uma metanálise da FDA de estudos clínicos placebo-controlados com fármacos
antidepressivos em aproximadamente 4400 crianças e adolescentes e 77000 pacientes adultos com
transtornos psiquiátricos mostrou um aumento de risco de comportamento suicida com
antidepressivos em comparação com o placebo em crianças, adolescentes e jovens com menos de
25 anos de idade. Esta metanálise não incluiu estudos envolvendo a quetiapina (ver item Resultados
de Eficácia).

Neutropenia e agranulocitose

Neutropenia grave (<0,5 X 109/L) sem infecção foi raramente relatada nos estudos clínicos
monoterápicos de curto prazo placebo controlados com quetiapina. Há relatos de agranulocitose
(neutropenia grave com infecção) entre todos os pacientes tratados com quetiapina nos ensaios clínicos
(rara) assim como no período pós-comercialização (incluindo casos fatais). A maioria desses casos de
neutropenia grave ocorreram dentro dos primeiros dois meses do início de tratamento com quetiapina.
Aparentemente não houve relação com a dose. Os possíveis fatores de risco para neutropenia incluem
a baixa contagem de leucócitos preexistente e histórico de neutropenia induzida por fármacos. A
quetiapina deve ser descontinuada em pacientes com contagem de neutrófilos <1,0 X 109/L. Esses
pacientes devem ser observados quanto aos sinais e sintomas de infecção e contagem de neutrófilos
(até 1,5 X 109/L) (ver item Reações Adversas).
Houve casos de agranulocitose em pacientes sem fatores de risco preexistentes. A neutropenia
deve ser considerada em pacientes com infecção, especialmente na ausência de fatores de
predisposição óbvios, ou em pacientes com febre inexplicável, e devem ser tratadas de modo
clinicamente apropriado.

Aumentos de glicose no sangue e hiperglicemia

Aumentos de glicose no sangue e hiperglicemia, e relatos ocasionais de diabetes foram observados
nos estudos clínicos com quetiapina. Embora uma relação causal com o diabetes não tenha sido
estabelecida, pacientes que apresentem risco para desenvolver diabetes são aconselhados a fazer
monitoramento clínico apropriado. Do mesmo modo, pacientes diabéticos devem ser monitorados para
possível exacerbação (ver item Reações Adversas).

Lipídeos

Aumentos de triglicérides e colesterol e diminuição de HDL foram observados nos estudos clínicos
com quetiapina (ver item Reações Adversas). Mudanças no perfil lipídico devem ser clinicamente
controladas.

Fatores Metabólicos

Foi observado em estudos clínicos o agravamento em mais de um dos fatores metabólicos de peso,
glicemia e lipídeos em alguns pacientes. Alterações nesses parâmetros devem ser clinicamente
controladas.

Pancreatite

Pancreatite foi relatada nos estudos clínicos e durante a experiência pós-comercialização, no
entanto, não foi estabelecida uma relação causal. Entre os relatos pós-comercialização, muitos
pacientes apresentaram fatores conhecidos por estarem associados com a pancreatite, tais como
aumento das triglicérides (ver item Advertências e precauções, Lipídios), cálculos biliares e o
consumo de álcool.

Doenças concomitantes

SEROQUEL XRO deve ser usado com precaução em pacientes com doença cardiovascular
conhecida, doença vascular cerebral ou outras condições que predisponham à hipotensão. A
quetiapina pode induzir hipotensão ortostática, especialmente durante o período inicial de titulação
da dose.

Disfagia

Disfagia (ver item Reações Adversas) e aspiração foram relatadas com SEROQUEL XRO. Embora
uma relação causal com pneumonia por aspiração não tenha sido estabelecida, SEROQUEL XRO
deve ser usado com cautela em pacientes com risco de pneumonia por aspiração.

Constipação e obstrução intestinal

A constipação representa um fator de risco para a obstrução intestinal. Foram relatadas constipação
e obstrução intestinal com o uso da quetiapina (ver seção Reações Adversas). Isto inclui relatos
fatais em pacientes com alto risco de obstrução intestinal, incluindo aqueles que estavam recebendo

múltiplas medicações concomitantes que reduzem a motilidade intestinal e/ou que podem não ter
relado sintomas de constipação.

Convulsões

Em estudos clínicos controlados não foi observada diferença na incidência de convulsões em pacientes
tratados com quetiapina ou placebo. Assim como com outros antipsicóticos, recomenda-se cautela ao
tratar pacientes com histórico de convulsões (ver item Reações Adversas).

Discinesia tardia e Sintomas extrapiramidais (EPS)

Discinesia tardia é uma síndrome de movimentos potencialmente irreversíveis, involuntários e
discinéticos, que pode se desenvolver em pacientes tratados com medicamentos antipsicóticos
como a quetiapina. Se aparecerem sinais e sintomas de discinesia tardia, deve-se considerar
redução de dose ou descontinuação da quetiapina. Os sintomas da discinesia tardia podem se
agravar ou mesmo surgir após descontinuação do tratamento (ver item Reações Adversas).

Em estudos clínicos placebo-controlados em esquizofrenia e mania bipolar, a incidência de EPS não foi
diferente do placebo em toda a faixa de doses recomendada. Isto é um fator preditivo de que a
quetiapina tenha menor potencial de induzir discinesia tardia em pacientes portadores de esquizofrenia
e mania bipolar em comparação com agentes antipsicóticos típicos. Em estudos clínicos placebo-
controlados de curto prazo em depressão bipolar e transtorno depressivo maior, a incidência de EPS foi
maior em pacientes tratados com quetiapina do que nos pacientes tratados com placebo (ver item
Reações Adversas para taxas de EPS observadas em todas as indicações).

Síndrome neuroléptica maligna

Síndrome neuroléptica maligna tem sido associada ao tratamento antipsicótico, inclusive com
quetiapina (ver item Reações Adversas). As manifestações clínicas incluem hipertermia, estado mental
alterado, rigidez muscular, instabilidade autônoma e aumento da creatina fosfoquinase. Caso isso
ocorra, SEROQUEL XRO deve ser descontinuado e tratamento médico apropriado deve ser
administrado.

Prolongamento do intervalo QT

Em estudos clínicos, a quetiapina não foi associada ao aumento persistente no intervalo QT
absoluto. Entretanto, na experiência pós-comercialização houve casos relatados de prolongamento
do intervalo QT com superdose (ver item Superdose). Assim como com outros antipsicóticos, a
quetiapina deve ser prescrita com cautela a pacientes com distúrbios cardiovasculares ou histórico
familiar de prolongamento de intervalo QT. A quetiapina também deve ser prescrita com cautela
tanto com medicamentos conhecidos por aumentar o intervalo QT como em concomitância com
neurolépticos, especialmente para pacientes com risco aumentado de prolongamento do intervalo
QT, como pacientes idosos, pacientes com síndrome congênita de intervalo QT longo, insuficiência
cardíaca congestiva, hipertrofia cardíaca, hipocalemia ou hipomagnesemia (ver item Interações
Medicamentosas).

Descontinuação

Sintomas de descontinuação aguda como insônia, náusea e vômito foram descritos após interrupção
abrupta do tratamento com fármacos antipsicóticos como a quetiapina. É aconselhada a
descontinuação gradual por um período de pelo menos uma a duas semanas (ver item Reações
Adversas).

Pacientes idosos com demência

SEROQUEL XRO não está aprovado para o tratamento de pacientes idosos com psicose
relacionada à demência.

Interações

Ver também item Interações Medicamentosas.

O uso concomitante da quetiapina com indutores de enzimas hepáticas, como carbamazepina, pode
diminuir substancialmente a exposição sistêmica à quetiapina. Dependendo da resposta clínica,
altas doses de SEROQUEL XRO podem ser consideradas, se usado concomitantemente com
indutores de enzimas hepáticas.

Durante a administração concomitante de fármacos inibidores potentes da CYP3A4 (como
antifúngicos azóis, antibióticos macrolídeos e inibidores da protease), as concentrações plasmáticas
desses podem estar significativamente aumentadas, conforme observado em pacientes nos estudos
clínicos. Como consequência, doses reduzidas de SEROQUEL XRO devem ser usadas.
Considerações especiais devem ser feitas em idosos e pacientes debilitados. A relação
risco/benefício precisa ser considerada como base individual em todos os pacientes.

Efeitos sobre a capacidade de dirigir veículos e operar máquinas: devido ao seu efeito primário
no SNC, a quetiapina pode interferir em atividades que requeiram um maior alerta mental. Portanto,
pacientes devem ser orientados a não dirigir veículos ou operar máquinas até que a suscetibilidade
individual seja conhecida.



Interações medicamentosas de SEROQUEL XRO

Devido aos efeitos primários da quetiapina sobre o SNC, SEROQUEL XRO deve ser
usado com cuidado em combinação com outros medicamentos de ação central e com
álcool.
O uso de quetiapina concomitante com outros fármacos conhecidos por causarem desequilíbrio
eletrolítico ou por aumentar o intervalo QT deve ser feito com cautela (ver item Advertências e
Precauções).

A farmacocinética do lítio não foi alterada quando co-administrado com quetiapina.

As farmacocinéticas de valproato de sódio e da quetiapina não foram alteradas de forma
clinicamente relevantes quando co-administrados.

A farmacocinética da quetiapina não foi alterada de forma significativa após a coadministração com os
antipsicóticos risperidona ou haloperidol. Entretanto, a coadministração de quetiapina com tioridazina
causou elevação da depuração da quetiapina.

A quetiapina não induziu os sistemas enzimáticos hepáticos envolvidos no metabolismo da
antipirina. Entretanto, em um estudo de múltiplas doses em pacientes para avaliar a farmacocinética
da quetiapina administrada antes e durante tratamento com carbamazepina (um conhecido indutor
de enzima hepática), a coadministração de carbamazepina aumentou significativamente a
depuração da quetiapina. Este aumento da depuração reduziu a exposição sistêmica da quetiapina
(medida pela AUC) para uma média de 13% da exposição durante administração da quetiapina em
monoterapia; embora um maior efeito tenha sido observado em alguns pacientes. Como
consequência desta interação, diminuição da concentração plasmática de quetiapina pode ocorrer e,
consequentemente, um aumento da dose de SEROQUEL XRO deve ser considerado em cada
paciente, dependendo da resposta clínica. A segurança de doses acima de 800 mg/dia não foi
estabelecida nos estudos clínicos.

Tratamentos contínuos em altas doses devem ser considerados somente como resultado de
avaliações cuidadosas do risco/benefício para cada paciente. A coadministração de SEROQUEL
XRO e outro indutor de enzima microssomal, fenitoína, também causou aumentos da depuração da
quetiapina. Doses elevadas de SEROQUEL XRO podem ser necessárias para manter o controle dos
sintomas psicóticos em pacientes que estejam recebendo concomitantemente SEROQUEL XRO e
fenitoína ou outros indutores de enzimas hepáticas (por exemplo: barbituratos, rifampicina, etc.).
Pode ser necessária a redução de dose de SEROQUEL XRO se a fenitoína, a carbamazepina ou
outro indutor de enzimas hepáticas forem retirados e substituídos por um agente não indutor (por
exemplo: valproato de sódio).

A CYP3A4 é a principal enzima responsável pelo metabolismo da quetiapina mediado pelo
citocromo P450. A farmacocinética da quetiapina não foi alterada após coadministração com
cimetidina, um conhecido inibidor da enzima P450. A farmacocinética da quetiapina não foi
significativamente alterada após coadministração com os antidepressivos imipramina (um conhecido
inibidor da CYP2D6) ou fluoxetina (um conhecido inibidor da CYP3A4 e da CYP2D6). Em estudos de
múltiplas doses em voluntários sadios para avaliar a farmacocinética da quetiapina administrada
antes e durante o tratamento com cetoconazol, a coadministração do cetoconazol resultou em
aumento da Cmáx e da AUC médias da quetiapina de 235% e 522%, respectivamente,
correspondendo a uma diminuição da depuração oral média de 84%. A meia-vida média da
quetiapina aumentou de 2,6 para 6,8 horas. Devido ao potencial para uma interação de magnitude
semelhante em uso clínico, a dose de SEROQUEL XRO deve ser reduzida durante o uso
concomitante de quetiapina e potentes inibidores da CYP3A4 (como antifúngicos azóis, antibióticos
macrolídeos e inibidores da protease).

Houve relatos de resultados falso-positivos em ensaios imunoenzimáticos para metadona e
antidepressivos tricíclicos em pacientes que tenham tomado quetiapina.
É recomendado que imunoensaios de varredura de resultados questionáveis sejam confirmados por técnica
cromatográfica apropriada.

Reações adversas / efeitos colaterais de SEROQUEL XRO

As reações adversas a medicamentos (ADRs) mais comumente relatadas com a quetiapina (≥10%)
são: sonolência, tontura, boca seca, sintomas de descontinuação, elevação nos níveis séricos de
triglicérides, elevação no colesterol total (predominantemente no LDL) redução do colesterol HDL,
aumento de peso, redução da hemoglobina e de sintomas extrapiramidais.

a) Ver item Advertências.
b) Pode ocorrer sonolência, normalmente durante as duas primeiras semanas de tratamento, e que
geralmente é resolvida com a continuação da administração da quetiapina.
c) Baseado no aumento de ≥ 7% do peso corporal a partir do basal. Ocorre predominantemente durante
as primeiras semanas de tratamento, em adultos.
d) Foram observadas elevações assintomáticas (mudança de normal a ≥ 3X ULN a qualquer momento)
dos níveis das transaminases séricas (ALT – alanina aminotransferase, AST – aspartato aminotransferase)
ou dos níveis de gama-GT em alguns pacientes recebendo quetiapina. Geralmente, esses aumentos foram
reversíveis no decorrer do tratamento com quetiapina.
e) Assim como com outros antipsicóticos com atividade bloqueadora alfa1-adrenérgica, a quetiapina
pode induzir hipotensão ortostática associada a tontura, taquicardia e síncope em alguns pacientes,
especialmente durante a fase inicial de titulação da dose.
f) A inclusão da reação anafilática é baseada em relatos pós-comercialização.
g) Em todos os estudos clínicos de curto prazo de monoterapia placebo-controlados de curta duração
entre pacientes com contagem de neutrófilos basal ≥ 1,5 X 109/L, a incidência de pelo menos uma
ocorrência da contagem de neutrófilos < 1,5 X 109/L foi de 1,9% em pacientes tratados com quetiapina em
comparação com 1,5% dos pacientes tratados com placebo. A incidência ≥ 0,5 a <1,0 X 109/L foi 0,2% em
pacientes tratados com quetiapina e 0,2% em pacientes tratados com placebo. Em estudos clínicos
conduzidos antes do aditamento ao protocolo para a descontinuação de pacientes com contagem de
neutrófilos <1,0 x 109/L devido ao tratamento, entre pacientes com contagem de neutrófilos basal ≥ 1,5 X
109/L, a incidência de pelo menos uma ocorrência da contagem de neutrófilos < 0,5 X 109/L foi de 0,21%
em pacientes tratados com quetiapina e 0% em pacientes tratados com placebo.
h) Glicemia de jejum ≥ 126mg/dL ou glicemia sem jejum ≥ 200mg/dL em pelo menos uma ocasião.
i) Aumento da taxa de disfagia com quetiapina versus placebo foi observado apenas nos estudos
clínicos de depressão bipolar.
j) Em estudos clínicos de monoterapia placebo-controlados de fase aguda, que avaliaram os sintomas
de descontinuação, a incidência agregada desses sintomas após a interrupção abrupta foi de 12,1% para
quetiapina e 6,7% para o placebo. A incidência agregada dos eventos adversos individuais (ex.: insônia,
náusea, cefaléia, diarréia, vômitos, tontura e irritabilidade) não excedeu 5,3% em qualquer grupo de
tratamento e geralmente foi resolvida após 1 semana da descontinuação.
k) Triglicérides ≥ 200 mg/dL (em pacientes com idade ≥ 18 anos) ou ≥ 150 mg/dL (em pacientes com
idade < 18 anos) em pelo menos uma ocasião.
l) Colesterol ≥ 240 mg/dL (em pacientes com idade ≥ 18 anos) ou ≥ 200 mg/dL (em pacientes com idade
< 18 anos) em pelo menos uma ocasião.
m) Baseado em relatórios de eventos adversos em estudos clínicos, o aumento de creatino fosfoquinase
no sangue não está associado à síndrome neuroléptica maligna.
n) Plaquetas ≤ 100 X 109/L em pelo menos uma ocasião.
o) Níveis de prolactina (pacientes com idade ≥ 18 anos): > 20µg/L em homens; > 30µg/L em mulheres a
qualquer momento.
p) Ver texto descrito a seguir.
q) Pode levar a quedas.
r) HDL colesterol: <40 mg/dL em homens; <50 mg/dL em mulheres a qualquer momento.
s) Ocorreu diminuição de hemoglobina para ≤ 13 g/dL em homens e ≤12 g/dL em mulheres em pelo
menos uma ocasião em 11% dos pacientes tomando quetiapina em todos os estudos, incluindo extensões
abertas. Em estudos de curto prazo placebo-controlados, ocorreu diminuição de hemoglobina para ≤ 13
g/dL em homens e ≤12 g/dL em mulheres em pelo menos uma ocasião em 8,3% dos pacientes tomando
quetiapina em comparação com 6,2% dos pacientes tomando placebo.
t) Esses relatos frequentemente ocorreram em um cenário de taquicardia, tontura, hipotensão ortostática
e/ou doença cardíaca/respiratória subjacente.
u) Com base nas alterações dos valores basais normais para potencial e clinicamente importantes a
qualquer tempo pós-basal em todos os estudos. Alterações no T4 total, T4 livre, T3 total e T3 livre são
definidos como <0,8 x LLN (pmol/L) e alteração no TSH é > 5 mUI/L a qualquer tempo.
v) Baseado no aumento da incidência de vômito em pacientes idosos (≤65 anos de idade).
w) Baseado em mudanças da linha de base normal até o valor potencial clinicamente importante em
qualquer momento após a linha de base em todos os ensaios clínicos. Alterações nos eosinófilos são
definidas como ≥ 1 x 109 células/L em qualquer momento.
x) Baseado em mudanças da linha de base normal até o valor potencial clinicamente importante em
qualquer momento após a linha de base em todos os ensaios clínicos. Alterações nos glóbulos brancos
são definidas como ≤ 3 x 109 células/L em qualquer momento.
y) Pode ocorrer no tratamento ou perto do início do tratamento e estar associada a hipotensão e/ou
síncope. Frequência baseada em relatos de eventos adversos de bradicardia e em eventos relacionados
em todos os ensaios clínicos com quetiapina.
z) Com base na freqüência de pacientes com neutropenia grave (<0.5 x 109/L) e infecções durante todos
os estudos clínicos da quetiapina.
aa) Ver item Advertências e precauções.

Sintomas extrapiramidais
Os seguintes estudos clínicos (monoterapia e terapia combinada) incluem o tratamento com
SEROQUEL e SEROQUEL XRO.
Em estudos clínicos placebo-controlados de curto prazo em esquizofrenia e mania bipolar, a incidência
agregada de EPS foi similar ao placebo (esquizofrenia: 7,8% para quetiapina e 8% para o placebo;
mania bipolar: 11,2% para quetiapina e 11,4% para o placebo). Em estudos clínicos placebo-
controlados de curto prazo em depressão bipolar, a incidência agregada de EPS foi de 8,9% para
quetiapina em comparação com 3,8% para o placebo, embora a incidência de eventos adversos
individuais (ex.: acatisia, alterações extrapiramidais, tremor, discinesia, distonia, inquietação, contração
muscular involuntária, hiperatividade psicomotora e rigidez muscular) ter sido geralmente baixa e não
ter excedido 4% em qualquer grupo de tratamento
Em estudos clínicos de longo prazo de esquizofrenia, transtornos afetivos bipolares e transtorno
depressivo maior, a incidência ajustada da exposição agregada de EPS devido ao tratamento foi similar
entre a quetiapina e o placebo.

Níveis de hormônios tireoidianos
O tratamento com a quetiapina foi associado com diminuições relacionadas à dose dos níveis de
hormônios da tireóide. Em estudos clínicos placebo-controlados de curto prazo, a incidência de
alterações potenciais e clinicamente significativas dos níveis de hormônios da tireóide foram: T4 total:
3,4% para a quetiapina versus 0,6% para o placebo; T4 livre: 0,7% para a quetiapina versus 0,1%
para o placebo; T3 total: 0,54% para a quetiapina versus 0,0% para o placebo; e T3 livre: 0,2% para a
quetiapina versus 0,0% para o placebo. A incidência de alterações no TSH foi de 3,2% para a
quetiapina versus 2,7% para o placebo. Em estudos de monoterapia placebo-controlados de curto
prazo, a incidência de alterações de reciprocidade, potencial e clinicamente significativas no T3 e no
TSH foi de 0,0% tanto para a quetiapina e quanto para o placebo e 0,1% para a quetiapina versus
0,0% para o placebo para as alterações no T4 e no TSH. A redução do T4 total e livre foi máxima nas
primeiras seis semanas de tratamento com a quetiapina, sem redução adicional durante o
tratamento de longo prazo. Em quase todos os casos, a interrupção do tratamento com a quetiapina
foi associada com a reversão dos efeitos sobre T4 total e livre, independentemente da duração do
tratamento. Em oito pacientes, onde foi medida a TBG (tireoglobulinas), os níveis de TBG não foram
alterados.

Atenção: este produto é um medicamento novo e, embora as pesquisas tenham indicado
eficácia e segurança aceitáveis, mesmo que indicado e utilizado corretamente, podem ocorrer
eventos adversos imprevisíveis ou desconhecidos. Nesse caso, notifique os eventos
adversos pelo Sistema de Notificações em Vigilância Sanitária – NOTIVISA, disponível em
http://www.anvisa.gov.br/hotsite/notivisa/index.htm, ou para a Vigilância Sanitária Estadual ou
Municipal.

SEROQUEL XRO – Posologia

Modo de usar
SEROQUEL XRO deve ser administrado em dose única diária, por via oral, com ou sem alimentos.
Este medicamento não pode ser partido ou mastigado.

Posologia

– Esquizofrenia
A dose total diária para o início do tratamento é de 300 mg no dia 1, 600 mg no dia 2 e até 800 mg
após o dia 2. A dose deve ser ajustada até atingir a faixa considerada eficaz de 400 mg a 800
mg/dia, dependendo da resposta clínica e da tolerabilidade de cada paciente. Para a terapia de
manutenção em esquizofrenia não é necessário ajuste de dose.

– Episódios de mania associados ao transtorno afetivo bipolar
A dose total diária para o início do tratamento é de 300 mg no dia 1, 600 mg no dia 2 e até 800 mg
após o dia 2. A dose deve ser ajustada até atingir a faixa considerada eficaz de 400 mg a 800
mg/dia, dependendo da resposta clínica e da tolerabilidade de cada paciente.

– Episódios de depressão associados ao transtorno afetivo bipolar
SEROQUEL XRO deve ser administrado à noite, em dose única diária. SEROQUEL XRO deve ser
titulado como descrito a seguir: 50 mg (dia 1), 100 mg (dia 2), 200 mg (dia 3) e 300 mg (dia 4).
SEROQUEL XRO pode ser titulado até 400 mg no dia 5 e até 600 mg no dia 8.
A eficácia antidepressiva foi demonstrada com SEROQUEL 300 mg e 600 mg, entretanto, não foram
vistos benefícios adicionais no grupo de 600 mg durante tratamento de curto prazo (ver itens
Reações Adversas e Resultados de Eficácia).

– Como adjuvante no tratamento de episódios de depressão maior em Transtorno Depressivo
Maior (MDD)
SEROQUEL XRO deve ser administrado à noite. A dose diária no início do tratamento é de 50 mg
nos dias 1 e 2, e 150 mg nos dias 3 e 4. O efeito antidepressivo foi observado nas doses de 150 e
300 mg/dia em estudos em adjuvância de curta duração (com amitriptilina, bupropiona, citalopram,
duloxetina, escitalopram, fluoxetina, paroxetina, sertralina e venlafaxina). Existe um risco aumentado
de eventos adversos com doses maiores. Os médicos devem, portanto, garantir que a menor dose
eficaz seja usada para o tratamento, começando com 50 mg/dia. A necessidade de aumentar a dose
de 150 para 300 mg/dia deve ser baseada na avaliação individual do paciente.
Se o paciente esquecer de tomar o comprimido de SEROQUEL XRO, deverá tomá-lo assim que se
lembrar. Deve tomar a próxima dose no horário habitual e não deve tomar dose dobrada.

Idosos: assim como com outros antipsicóticos, SEROQUEL XRO deve ser usado com cautela no
paciente idoso, especialmente durante o período inicial. Pode ser necessário ajustar a dose de
SEROQUEL XRO lentamente e a dose terapêutica diária pode ser menor do que a usada por
pacientes jovens. A depuração plasmática média de quetiapina foi reduzida em 30% a 50% em
pacientes idosos quando comparada a pacientes jovens. Pacientes idosos devem iniciar o
tratamento com 50 mg/dia. A dose pode ser aumentada em incrementos de 50 mg/dia até atingir a
dose eficaz, dependendo da resposta clínica e da tolerabilidade de cada paciente.
Em pacientes idosos com episódios de depressão maior a administração deve iniciar com 50 mg/dia
nos dias 1 a 3, aumentando para 100 mg/dia no dia 4 e 150 mg/dia no dia 8. A menor dose efetiva, a
partir de 50 mg/dia deve ser usada. Com base na avaliação individual do paciente, se for necessário
aumentar a dose para 300 mg/dia, isso não deve ser antes do dia 22 do tratamento.

Crianças e adolescentes: a segurança e a eficácia de SEROQUEL XRO não foram estabelecidas
para crianças e adolescentes (10 a 17 anos de idade).

Insuficiência renal: não é necessário ajuste de dose.

Insuficiência hepática: a quetiapina é extensivamente metabolizada pelo fígado. Portanto,
SEROQUEL XRO deve ser usado com cautela em pacientes com insuficiência hepática conhecida,
especialmente durante o período inicial. Pacientes com insuficiência hepática devem iniciar o
tratamento com 50 mg/dia. A dose pode ser aumentada em incrementos de 50 mg/dia até atingir a
dose eficaz, dependendo da resposta clínica e da tolerabilidade de cada paciente.

Super dosagem

Em estudos clínicos, foi relatada sobrevida em superdoses agudas de até 30 g de quetiapina. A
maioria dos pacientes com superdosagem não apresentou eventos adversos ou recuperou-se
completamente dos eventos adversos relatados. Morte foi relatada em um estudo clínico seguido de
superdosagem de 13,6 g de quetiapina sozinha.
Na experiência pós-comercialização, foram relatados casos raros de superdosagem com o uso de
quetiapina, resultando em morte ou coma.
Na experiência pós-comercialização, foram relatados casos de prolongamento do intervalo QT com
superdose.
Pacientes com doença cardiovascular grave pré-existente podem ter o risco aumentado dos efeitos
da superdosagem (ver item Advertências).
Em geral, os sinais e sintomas relatados foram resultantes da exacerbação dos efeitos
farmacológicos conhecidos da quetiapina, isto é, sonolência e sedação, taquicardia e hipotensão.

Tratamento da superdose
Não há antídoto específico para a quetiapina. Em casos de intoxicação grave, a possibilidade do
envolvimento de múltiplos fármacos deve ser considerada e recomenda-se procedimentos de terapia
intensiva, incluindo estabelecimento e manutenção de vias aéreas desobstruídas, garantindo
oxigenação e ventilação adequadas, e monitoração e suporte do sistema cardiovascular. Neste
contexto, relatórios publicados descrevem uma reversão dos efeitos graves sobre o SNC, incluindo
coma e delírio, com a administração de fisostigmina intravenosa (1-2 mg), com monitoramento
contínuo do ECG.
Os casos de hipotensão refratária a superdose de quetiapina devem ser tratados com medidas
adequadas, tais como fluidos intravenosos e/ou agentes simpatomiméticos (adrenalina e dopamina
devem ser evitadas, uma vez que a estimulação beta pode piorar a hipotensão devido ao bloqueio
alfa induzido pela quetiapina).

Supervisão médica e monitoração cuidadosa devem ser mantidas até a recuperação do paciente.
Em caso de intoxicação ligue para 0800 722 6001, se você precisar de mais orientações.

Caracteristicas farmalogicas

Propriedades Farmacodinâmicas
– Mecanismo de ação
A quetiapina é um agente antipsicótico atípico. A quetiapina e seu metabólito ativo no plasma
humano, a norquetiapina, interagem com ampla gama de receptores de neurotransmissores. A
quetiapina e a norquetiapina exibem afinidade pelos receptores de serotonina (5HT2) e pelos
receptores de dopamina D1 e D2 no cérebro. Acredita-se que esta combinação de antagonismo ao
receptor com alta seletividade para receptores 5HT2 em relação ao receptor de dopamina D2
contribui para as propriedades antipsicóticas clínicas e reduz a suscetibilidade aos efeitos colaterais
extrapiramidais (EPS) da quetiapina em comparação com os antipsicóticos típicos. A quetiapina não
possui afinidade pelo transportador de norepinefrina (NET) e tem baixa afinidade pelo receptor de
serotonina 5HT1A, enquanto a norquetiapina tem alta afinidade por ambos. A inibição do NET e a
ação agonista parcial do receptor 5HT1A pela norquetiapina podem contribuir para a eficácia
terapêutica do SEROQUEL como um antidepressivo. A quetiapina e a norquetiapina têm também
alta afinidade pelos receptores histamínicos e alfa1-adrenérgicos, e afinidade moderada pelos
receptores alfa2-adrenérgicos. A quetiapina também possui baixa afinidade pelos receptores
muscarínicos , enquanto a norquetiapina tem afinidade moderada à alta por vários subtipos de
receptores muscarínicos.

– Efeitos Farmacodinâmicos
A quetiapina é ativa em testes de atividade antipsicótica, como condicionamento para evitar
estímulos indesejáveis. A quetiapina também reverte a ação dos agonistas de dopamina, que é
medida tanto em termos comportamentais quanto eletrofisiológicos, e aumenta a concentração dos
metabólitos de dopamina, que é uma indicação neuroquímica do bloqueio do receptor de dopamina
D2.
Em testes pré-clínicos preditivos de EPS, a quetiapina é diferente dos antipsicóticos típicos e tem um
perfil atípico. A quetiapina não produz supersensibilidade nos receptores de dopamina D2 após
administração crônica. A quetiapina causa apenas catalepsia leve em doses eficazes de bloqueio do
receptor de dopamina D2. A quetiapina demonstra seletividade para o sistema límbico por produzir
bloqueio de despolarização nos neurônios mesolímbicos A10, mas não nos neurônios nigro-
estriatais A9 que contêm dopamina após administração crônica. A quetiapina exibe uma
suscetibilidade mínima de causar distonia em macacos Cebus sensibilizados com haloperidol ou
sem pré-sensibilização após administração aguda e crônica.

Propriedades Farmacocinéticas
– Geral
A quetiapina é bem absorvida e extensivamente metabolizada após administração oral.
Aproximadamente 83% da quetiapina se liga a proteínas plasmáticas. No estado de equilíbrio o pico
de concentração molar do metabólito ativo norquetiapina é 35% do observado para a quetiapina. As
farmacocinéticas da quetiapina e da norquetiapina são lineares dentro da faixa de doses aprovadas.
A cinética da quetiapina não difere entre homens e mulheres.
SEROQUEL XRO atinge o seu pico de concentração plasmática em aproximadamente 6 horas após
a administração (Tmáx). SEROQUEL XRO exibe uma farmacocinética proporcional à dose para
doses de até 800 mg administradas em dose única diária. A concentração plasmática máxima (Cmáx)
e a área sob a curva de concentração plasmática x tempo (AUC) para o SEROQUEL XRO
administrado em dose única diária são comparáveis aquelas atingidas para a mesma dose total
diária de SEROQUEL administrada duas vezes ao dia. Quando SEROQUEL XRO administrado em
dose única diária é comparado com a mesma dose total diária de SEROQUEL administrado duas
vezes ao dia, a AUC é equivalente, mas a Cmáx é 13% menor. Quando SEROQUEL XRO
administrado em dose única diária é comparado com a mesma dose total diária de SEROQUEL
administrado em dose única diária, a AUC é equivalente e a Cmáx é 59% menor. A AUC e a Cmáx
para o metabólito norquetiapina são 18% e 37% menores que para SEROQUEL, respectivamente.
A meia-vida de eliminação de quetiapina e da norquetiapina são aproximadamente 7 e 12 horas,
respectivamente.
A depuração média da quetiapina no idoso é aproximadamente 30% a 50% menor do que a
observada em adultos com idade entre 18 e 65 anos.
Não foram observadas diferenças clinicamente relevantes na depuração oral aparente (Cl/F) e na
exposição da quetiapina entre indivíduos com esquizofrenia e transtorno bipolar.
A depuração plasmática média da quetiapina foi reduzida em aproximadamente 25% em indivíduos
com insuficiência renal grave (depuração de creatinina menor que 30 mL/min/1,73 m2), mas os
valores individuais de depuração estão dentro da faixa para indivíduos normais. A fração de dose
molar média entre a quetiapina livre e o metabólito ativo norquetiapina no plasma humano é  5% da
dose livre excretada na urina.

– Metabolismo
A quetiapina é extensivamente metabolizada pelo fígado, com a droga-mãe constituindo menos de
5% do material inalterado relacionado ao fármaco na urina ou nas fezes, após administração de
quetiapina marcada radioativamente. Aproximadamente 73% da quetiapina radioativa é excretada
na urina e 21% nas fezes. A depuração plasmática média da quetiapina é reduzida em
aproximadamente 25% em indivíduos com função hepática prejudicada (cirrose alcoólica estável).
Como a quetiapina é extensivamente metabolizada pelo fígado, altos níveis plasmáticos são
esperados em indivíduos ou na população com insuficiência hepática e ajustes de dose podem ser
necessários nesses pacientes (ver item Posologia e Modo de Usar).
Investigações in vitro estabeleceram que a CYP3A4 é a principal enzima responsável pelo
metabolismo da quetiapina mediado pelo citocromo P450. A norquetiapina é principalmente formada
e eliminada via CYP3A4.
A quetiapina e diversos de seus metabólitos (incluindo a norquetiapina) foram considerados
inibidores fracos da atividade do citocromo humano P450 1A2, 2C9, 2C19, 2D6 e 3A4 in vitro. A
inibição in vitro da CYP é observada apenas em concentrações aproximadamente 5 a 50 vezes
maiores que as observadas na faixa de dose eficaz usual de 300 a 800 mg/dia em humanos. Com
base nesses resultados in vitro, é improvável que a co-administração de SEROQUEL XRO e outros
fármacos resulte em inibição clinicamente significativa do metabolismo do outro fármaco mediado
pelo citocromo P450.
Em um estudo que examinou os efeitos de alimentos sobre a biodisponibilidade da quetiapina, uma
dieta rica em gorduras causou aumento significativo da Cmáx e da AUC, de 44% para 52% e de 20%
para 22%, respectivamente, para os comprimidos de 50 mg e 300 mg. Em comparação, uma dieta
leve não teve efeito significativo sobre a Cmáx ou a AUC da quetiapina. Este aumento da exposição
não é clinicamente significativo, portanto, SEROQUEL XRO pode ser tomado com ou sem
alimentos.

Dados de segurança pré-clínica
– Estudos de toxicidade aguda
A quetiapina tem baixa toxicidade aguda. Os resultados encontrados em camundongos e ratos após
administração oral (500 mg/kg) ou intraperitoneal (100 mg/kg) foram típicos de um agente
neuroléptico efetivo e incluíram decréscimo da atividade motora, ptose, perda do reflexo para
endireitar a postura, fluido ao redor da boca e convulsões.

– Estudos de toxicidade de doses repetidas
Em estudos de doses múltiplas em ratos, cachorros e macacos, foram observados efeitos previstos
de fármacos antipsicóticos no Sistema Nervoso Central (SNC) com quetiapina (por exemplo,
sedação em doses baixas e tremor, convulsões ou prostração em altas doses).
A hiperprolactinemia, induzida pela atividade antagonista da quetiapina ou de seus metabólitos
sobre o receptor de dopamina D2, variou entre as espécies, mas foi mais acentuada em ratos, e
foram observados diversos efeitos consequentes a isso em um estudo de 12 meses, incluindo
hiperplasia mamária, aumento do peso da pituitária, diminuição do peso uterino e aumento do
crescimento das fêmeas.
Efeitos funcionais e morfológicos reversíveis no fígado, consistentes com indução das enzimas
hepáticas, foram observadas em camundongos, ratos e macacos.
Hipertrofia de células foliculares da tireóide e alterações concomitantes nos níveis plasmáticos dos
hormônios tireoidianos ocorreram em ratos e macacos.
A pigmentação de uma série de tecidos, particularmente a tireóide, não foi associada com qualquer
efeito morfológico ou funcional.
Aumentos transitórios da frequência cardíaca, sem efeitos sobre a pressão arterial, ocorreram em
cachorros.
Cataratas triangulares posteriores observadas em cachorros após 6 meses de tratamento em doses
de 100 mg/kg/dia foram consistentes com a inibição da biossíntese de colesterol no cristalino. Não
foi observada catarata em macacos Cynomolgus recebendo até 225 mg/kg/dia, nem em roedores. A
monitoração em estudos clínicos não revelou opacidade de córnea relacionada ao fármaco em seres
humanos (ver item Propriedades Farmacodinâmicas).
Não foi observada evidência de redução de neutrófilos ou agranulocitose em qualquer dos estudos
de toxicidade.

– Estudos de carcinogenicidade
No estudo em ratos (doses de 0, 20, 75 e 250 mg/kg/dia), a incidência de adenocarcinomas
mamários aumentou em todas as doses em ratas fêmeas, consequência da hiperprolactinemia
prolongada.
Em ratos (250 mg/kg/dia) e camundongos (250 e 750 mg/kg/dia) machos, houve aumento da
incidência de adenomas benignos de células foliculares tireoidianas, consistente com os
mecanismos conhecidos específicos de roedores, resultantes da intensificação da depuração de
tiroxina hepática.

– Estudos de reprodução
Efeitos relacionados aos níveis de prolactina elevados (redução marginal da fertilidade em machos e
pseudogravidez, períodos prolongados de cio, aumento do intervalo pré-coito e redução da taxa de
gravidez) foram observados em ratos, embora estes achados não sejam diretamente relevantes para
seres humanos, devido às diferenças entre espécies no controle hormonal da reprodução.
A quetiapina não apresentou efeitos teratogênicos.

– Estudos de mutagenicidade
Estudos de toxicidade genética com quetiapina mostraram que ela não é mutagênica ou
clastogênica.

Resultados de eficacia

Esquizofrenia
A eficácia do SEROQUEL XRO no tratamento da esquizofrenia foi demonstrada em um estudo
clínico placebo-controlado de 6 semanas em pacientes que preencheram os critérios DSM-IV
(Manual de Diagnóstico e Estatística de Transtornos Mentais) para esquizofrenia.
A variável primária de resultado no estudo clínico placebo-controlado foi a mudança do basal para
avaliação final na escala total da PANSS (Escala de Síndrome Positiva e Negativa). SEROQUEL
XRO 400 mg/dia, 600 mg/dia e 800 mg/dia foi associado a uma melhora estatisticamente
significativa dos sintomas psicóticos em comparação com o placebo. O efeito das doses de 600 mg
e 800 mg foi maior do que o da dose de 400 mg (Kahn R et al. Biological Psychiatry 2007; 61 (8
Suppl S):262S, Abs 845).
Em um estudo de longo prazo em pacientes com esquizofrenia estável mantidos com SEROQUEL
XRO por 16 semanas, o SEROQUEL XRO foi mais efetivo que o placebo na prevenção da recidiva.
O risco estimado de recidiva após 6 meses de tratamento foi de 14,3% para o grupo de tratamento
com SEROQUEL XRO comparado com 68,2% para o placebo. A dose média foi de 669 mg
(Peuskens J et al. European Psychiatry (Paris) 2007; 22 (Suppl 1):S132, P107).
Em monoterapia ou adjuvante no tratamento de episódios de mania associados ao transtorno
afetivo bipolar
Em um estudo clínico, SEROQUEL XRO demonstrou ser efetivo como monoterapia na redução dos
sintomas de mania em pacientes com mania bipolar em doses entre 400 e 800 mg/dia. O efeito de
SEROQUEL XRO foi significativo no dia 4 e foi mantido até o final do estudo (semana 3).
Em estudos clínicos, SEROQUEL demonstrou ser efetivo como monoterapia ou em terapia
adjuvante na redução dos sintomas de mania em pacientes com mania bipolar. A dose mediana de
SEROQUEL na média da última semana nos respondedores foi de aproximadamente 600 mg/dia e
aproximadamente 85% dos respondedores estavam dentro da faixa de doses de 400 a 800 mg/dia
(Vieta E et al. Curr Med Res Opin 2005; 21(6): 923-34).

Episódios de depressão associados ao transtorno afetivo bipolar
Em um estudo clínico que incluiu pacientes com transtorno afetivo bipolar I, bipolar II e pacientes
com e sem ciclagem rápida, SEROQUEL XRO demonstrou ser efetivo em pacientes com depressão
bipolar nas doses de 300 mg/dia. SEROQUEL XRO foi superior ao placebo na redução da escala
total MADRS (Escala de Montgomery-Asberg para Depressão). O efeito antidepressivo de
SEROQUEL XRO foi significativo no dia 8 (semana 1) e foi mantido até o final do estudo (semana
8).
Em dois estudos clínicos que incluíram pacientes com transtorno afetivo bipolar I, bipolar II e
pacientes com e sem ciclagem rápida, SEROQUEL demonstrou ser efetivo em pacientes com
depressão bipolar nas doses de 300 e 600 mg/dia, entretanto, não foi visto benefício adicional com a
dose de 600 mg durante tratamento de curto prazo.
Em ambos os estudos, SEROQUEL foi superior ao placebo na redução da escala total MADRS. O
efeito antidepressivo de SEROQUEL foi significativo no dia 8 (semana 1) e foi mantido até o final
dos estudos (semana 8). O tratamento com SEROQUEL 300 ou 600 mg à noite reduziu os sintomas
de depressão e de ansiedade em pacientes com depressão bipolar. Houve menos episódios de
mania emergente do tratamento com cada uma das doses de SEROQUEL do que com placebo.
Para o grupo de dose 300 mg, foi observada uma melhora estatisticamente significativa em relação
ao placebo na redução de pensamentos suicidas medidos pelo item 10 da MADRS e melhora da
qualidade de vida e da satisfação relatada para várias áreas funcionais, medidas usando o
Questionário de Satisfação e Qualidade de Vida (Q-LES-Q [SF]).
A manutenção da eficácia antidepressiva foi estabelecida em dois estudos clínicos de depressão
bipolar com SEROQUEL em adultos. Esses estudos incluíram uma fase aguda placebo-controlada
de 8 semanas seguida por uma fase contínua placebo-controlada de pelo menos 26 semanas e de
até 52 semanas de duração. Os pacientes tinham que estar estáveis no término da fase aguda para
serem randomizados para a fase contínua. Em ambos os estudos, SEROQUEL foi superior ao
placebo, aumentando o tempo até a recorrência de qualquer evento de humor (depressão, misto ou
de mania). A redução de risco dos estudos agrupados foi de 49%. O risco de um evento de humor
para SEROQUEL versus placebo foi reduzido em 41% com a dose de 300 mg e em 55% com a
dose de 600 mg.

Episódios de depressão maior em Transtorno Depressivo Maior (MDD) como terapia
adjuvante
Nos estudos clínicos, SEROQUEL XRO demonstrou ser eficaz como terapia adjuvante para o
tratamento de pacientes que preencheram os critérios DSM-IV para transtorno depressivo maior.
Dois estudos de curta duração (6 semanas), incluíram 919 pacientes que já tinham apresentado uma
resposta inadequada a pelo menos um antidepressivo e com uma pontuação média total de HAM-D
de 24 na inclusão. SEROQUEL XRO, em doses de 150 mg e 300 mg, administrado como tratamento
adjuvante à terapia antidepressiva em curso, demonstrou superioridade sobre o tratamento
antidepressivo em monoterapia na redução dos sintomas depressivos medidos pela melhora da
pontuação total (MADRS). Foi observada melhora estatisticamente significante dos sintomas do
transtorno depressivo maior, medidos pela pontuação total da escala de MADRS na semana 1.
SEROQUEL XRO também demonstrou melhorar os sintomas de ansiedade medidos pela pontuação
total da HAM-A.

Ideação suicida e comportamento suicida ou piora clínica
Em estudos clínicos placebo-controlados de curta duração abrangendo todas as indicações e
idades, a incidência de comportamentos suicidas foi 0,8% tanto para quetiapina (76/9327) como
para placebo (37/4845).
Nos estudos de pacientes com esquizofrenia, a incidência de comportamentos suicidas foi de 1,4%
(3/212) para a quetiapina e 1,6% (1/62) para o placebo em pacientes com idades entre 18 e 24 anos,
0,8% (13/1663) para a quetiapina e 1,1% (5/463) para o placebo em pacientes ≥ 25 anos de idade e
1,4% (2/147) para a quetiapina e 1,3% (1/75) para o placebo em pacientes < 18 anos de idade.
Nos estudos de pacientes com mania bipolar, a incidência de comportamentos suicidas foi de 0%
tanto para a quetiapina (0/60) como para o placebo (0/58) em pacientes com idades entre 18 e 24
anos, 1,2% tanto para a quetiapina (6/496) como para o placebo (6/503) em pacientes ≥ 25 anos de
idade e 1,0% (2/193) para a quetiapina e 0% (0/90) para o placebo em pacientes < 18 anos de
idade.
Nos estudos de pacientes com depressão bipolar, a incidência de comportamentos suicidas foi de
3,0% (7/233) para a quetiapina e 0% (0/120) para o placebo em pacientes com idade entre 18 e 24
anos e 1,8% tanto para a quetiapina (19/1616) como para o placebo (11/622) em pacientes ≥ 25
anos de idade. Não existem estudos conduzidos em pacientes < 18 anos de idade com depressão
bipolar.
Nos estudos de pacientes com transtorno depressivo maior, a incidência de comportamentos
suicidas foi de 2,1% (3/144) para quetiapina e 1,3% (1/75) para o placebo em pacientes com idades
entre 18 e 24 anos e de 0,6% (11/1798) para a quetiapina e 0,7% (7/1054) para o placebo em
pacientes ≥ 25 anos de idade. Não existem estudos conduzidos em pacientes < 18 anos de idade,
com transtorno depressivo maior.

Cataratas / opacidade do cristalino
Em um estudo clínico para avaliar o potencial do SEROQUEL versus risperidona de causar catarata
no tratamento de longo prazo de pacientes com esquizofrenia ou transtorno esquizoafetivo,
SEROQUEL em doses de 200-800 mg/dia foi não-inferior para a taxa de eventos em 2 anos de
aumento do grau de opacidade do cristalino (opalescência nuclear, e padrões subcapsular cortical e
posterior do LOCS II) LOCS II (Sistema de Classificação de Opacidade do Cristalino II) em
comparação com a risperidona em doses de 2 a 8 mg/dia em pacientes com pelo menos 21 meses
de exposição (ver item Dados de segurança pré-clínica).

Usos em idosos, crianças e em outros grupos de risco

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Armazenagem

Conservar em temperatura ambiente (15ºC a 30ºC).

SEROQUEL XRO tem validade de 24 meses a partir da data de fabricação.

Número de lote e datas de fabricação e validade: vide embalagem.

Não use medicamento com o prazo de validade vencido. Guarde-o em sua embalagem
original.

SEROQUEL XRO é apresentado da seguinte maneira:
– SEROQUEL XRO 50 mg: comprimidos oblongos, biconvexos e de cor pêssego.
– SEROQUEL XRO 200 mg: comprimidos oblongos, biconvexos e de cor amarela.
– SEROQUEL XRO 300 mg: comprimidos oblongos, biconvexos e de cor amarela clara.

Antes de usar, observe o aspecto do medicamento.

Todo medicamento deve ser mantido fora do alcance das crianças.

Dizeres legais

MS – 1.1618.0232

Farm. Resp.: Dra. Daniela M. Castanho – CRF-SP nº 19.097

Fabricado por: AstraZeneca UK Limited – Macclesfield – Cheshire – Reino Unido
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Rod. Raposo Tavares, km 26,9 – Cotia – SP – CEP 06707-000
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SÓ PODE SER VENDIDO COM RETENÇÃO DA RECEITA

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SEROQUEL XRO – Bula para o paciente

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Data da bula

15/07/2013