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Diretriz da SBC para Gravidez na Mulher Cardiopata parte 917

Autores:

Leonardo Vieira da Rosa

Médico Cardiologista pelo Instituto do Coração do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP. Médico Assistente da Unidade de Terapia Intensiva do Instituto do Coração do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP. Doutorando em Cardiologia do InCor-HC-FMUSP. Médico Cardiologista da Unidade Coronariana do Hospital Sírio Libanês.

Mariana Andrade Deway

Especialista em Cardiologia pelo Instituto do Coração do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (HC-FMUSP).
Médica Cardiologista da Unidade Coronariana do Hospital Sírio Libanês

Última revisão: 04/11/2010

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Introdução

No Brasil, a incidência de cardiopatia na gravidez é, em centros de referência, de até 4,2%, ou seja, oito vezes maior quando comparada a estatísticas internacionais. Universalmente, a cardiopatia é considerada a maior causa de morte materna indireta no ciclo gravídico-puerperal.

 

Outras Doenças Cardiovasculares

Síndrome de Marfan

1.    Pacientes com comprometimento cardíaco grave, dilatação da aorta (> 4 cm) e história prévia de dissecção devem evitar a gestação. Se constatada gravidez, pode ser considerada a indicação de aborto terapêutico (IB).

2.    Mesmo as pacientes consideradas de menor risco devem ter a aorta monitorada por ecocardiogramas sucessivos, preferencialmente transesofágicos, a cada 6 ou 8 semanas durante a gravidez, e de 3-6 meses após o parto. A constatação de um aumento progressivo de 10 mm da aorta indica cirurgia eletiva mesmo durante a gestação ou após aborto terapêutico (IC).

3.    Nos casos com indicação cirúrgica durante a gestação e com a possibilidade de viabilidade fetal (devido à alta mortalidade fetal que permanece), são recomendados parto cesáreo e cirurgia da aorta simultânea ou imediatamente após o parto (IC).

4.    Atividade física vigorosa deve ser evitada e está indicado o uso de betabloqueadores durante toda gestação, sendo preferível o uso do metoprolol, por ser o mais seguro para o feto.

5.    Dissecção aguda da aorta ascendente é uma emergência cirúrgica, devendo ser realizado reparo com preservação ou troca da válvula aórtica. Quando a dissecção é na porção descendente, pode não haver necessidade de intervenção cirúrgica, devendo ser feito controle evolutivo por ressonância magnética (IC).

6.    Parto vaginal é considerado seguro nas pacientes com aorta < 4 cm. São recomendados analgesia de parto para redução da dor e fórcipe de alívio para encurtar o segundo estágio do trabalho de parto, além de controle adequado da pressão arterial. Parto cesáreo é a opção nos casos de maior risco, com anestesia peridural ou geral.

 

Doença de Kawasaki

1.    Portadoras de aneurisma coronariano moderado (> 3 mm e < 6 mm) em uma ou mais artérias têm indicação de uso crônico de aspirina (IC).

2.    Aquelas com aneurismas gigantes (> 8 mm) ou múltiplos aneurismas, além da aspirina, necessitam da associação de anticoagulante (heparinas) (IIaC).

3.    Os casos com obstrução coronariana documentada devem fazer uso de aspirina, associada ou não ao anticoagulante e ao betabloqueador (IC).

4.    A via de parto é de indicação obstétrica baseada em relatos de mais de 40 gestações que evoluíram com bons resultados maternos e neonatais6 (IB).

 

Doença de Takayasu

1.    Os corticosteroides são o tratamento de escolha para o controle da atividade inflamatória da doença e seu uso está indicado durante a gestação quando a paciente engravida na fase aguda da doença ou quando o diagnóstico é realizado durante a gestação (IC).

2.    O parto vaginal é aconselhado, e com o uso de fórcipe, a fim de abreviar o segundo estágio do trabalho de parto, quando necessário (IC).

3.    O parto cesáreo deve ser realizado quando há indicação obstétrica ou em situações de hipertensão ou insuficiência cardíaca refratárias ao tratamento clínico(IC).

4.    Está indicado controle rigoroso da hipertensão arterial, mas com o cuidado de evitar hipotensão, o que ocasionaria hipofluxo nas áreas pós-estenóticas (IC).

 

Endocardite Infecciosa na Gravidez (ICD)

A escolha do antibiótico dependerá da hemocultura e do antibiograma; habitualmente são utilizados dois antibióticos por quatro a seis semanas. Na gravidez, a escolha deverá considerar a possibilidade de efeitos adversos sobre o feto. A terapia inicial pode consistir de penicilina, penicilina penicilinase-resistente e aminoglicosídeo. O tratamento cirúrgico, especialmente a troca valvular, tem um impacto dramático na redução da mortalidade de pacientes com falência cardíaca de moderada à grave, apesar da alta mortalidade fetal (30%). As indicações de cirurgia cardíaca para as pacientes com EI são: ICD refratária, infecção não controlada, a maioria dos casos de endocardite fúngica e embolia sistêmica recorrente. O prognóstico é melhor com diagnóstico precoce, eficácia terapêutica, monitorização materna e fetal, além da precisão na indicação cirúrgica. Se o feto for viável, deve ser promovido o parto antes de realizar a cirurgia cardíaca.

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