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Prevenção de Fibrose Sistêmica Nefrogênica por Gadolínio

Autor:

Lucas Santos Zambon

Doutorado pela Disciplina de Emergências Clínicas Faculdade de Medicina da USP; Médico e Especialista em Clínica Médica pelo HC-FMUSP; Diretor Científico do Instituto Brasileiro para Segurança do Paciente (IBSP); Membro da Academia Brasileira de Medicina Hospitalar (ABMH); Assessor da Diretoria Médica do Hospital Samaritano de São Paulo.

Última revisão: 15/12/2011

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Prevenção de Fibrose Sistêmica Nefrogênica por Gadolínio

 

Comentado por: Lucas Santos Zambon

 

Especialidades: Segurança do Paciente & Qualidade Assistencial / Radiologia / Nefrologia

 

Resumo

Este estudo mostra uma forma de praticamente acabar com o risco de fibrose nefrogênica por gadolínio.

 

Contexto clínico

Em 2007, o Food and Drug Administration (FDA) notificou o reconhecimento da fibrose sistêmica nefrogênica (FSN) como uma condição clínica associada ao uso de contraste com gadolínio em pacientes que já tenham comprometimento da função renal. A prevenção deste evento adverso passou então a ser foco de hospitais e demais instituições de saúde. O presente estudo mostra a experiência de um hospital norte-americano que instituiu diretrizes para prevenção deste quadro em seu setor de radiologia.

 

O estudo

Este foi um estudo do tipo “antes-e-depois”, onde foram levantados dados de um período prévio à implantação de uma diretriz/protocolo institucional para prevenção de FSN (de 2002 a 2007), e de outro período após a implantação (de 2008 a 2010).

No período pré-diretriz, 1,1% das ressonâncias magnéticas (RM), de um total de 113.000, foram feitas em pacientes com ritmo de filtração glomerular (RFG) estimado em < 30 mL/min/m2 (onde há maior risco de FSN). No período pós-diretriz, 12% das RM com contraste foram feitas em pacientes com RFG entre 30 e 59 mL/min/m2 e apenas 0,07% das RM (cerca de 53.000 exames) foram feitas em pacientes com RFG < 30 mL/min/m2. No período pré, ocorreram 34 casos de FSN (sendo que a maioria dos pacientes se tornou dialítica); no período pós, não houve nenhum caso.

A diretriz/protocolo incluiu os seguintes itens:

 

         dosagem de creatinina recente para pacientes com 60 anos ou mais, ou que tivessem risco de doença renal;

         limitação da dose de infusão de contraste com gadolínio com RFG < 60 mL/min/m2 para apenas 20 mL;

         proibição da infusão de contraste com gadolínio para pacientes com RFG < 30 mL/min/m2 e/ou precisando de diálise (exceto em casos de emergência);

         realização imediata de diálise pós-contraste com gadolínio para pacientes com doença renal terminal.

 

Aplicações para a prática clínica

Este estudo sugere que é possível, com um protocolo extremamente simples, acabar virtualmente com os casos de fibrose sistêmica nefrogênica induzidas por contraste com gadolínio em pacientes nefropatas de risco. Mais uma vez, um tipo de evento adverso grave e que tem grande impacto não só para o paciente como para o custo do sistema de saúde, se mostra evitável com um conjunto simples de medidas que praticamente não têm custo algum. Pode-se dizer que o protocolo aqui descrito pode ser fortemente sugerido a qualquer local que conte com exames de RM, dada a importância da situação e a facilidade de implementação.

 

Bibliografia

1.     Wang Y, Alkasab TK, Narin O, Nazarian RM, Kaewlai R, Kay J, et al. Incidence of nephrogenic systemic fibrosis after adoption of restrictive gadolinium-based contrast agent guidelines. Radiology 2011 Jul; 260:105-11. [link para o artigo] (Fator de Impacto: 6,066)

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