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Qual a melhor conduta para fetos com restrição do crescimento intrauterino?

Autor:

Tatiana Pfiffer Favero

Médica Assistente e Pós-graduanda do Departamento de Ginecologia e Obstetrícia do Hospital Charité-Universitätsmedizin Berlin, Alemanha.

Última revisão: 25/04/2012

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Especialidades: Obstetrícia / Ginecologia

 

Resumo

Estudo prospectivo, randomizado e multicêntrico visando à comparação entre o efeito da indução de parto e a conduta expectante de monitoração fetal seriada em gestações com crescimento intrauterino restrito próximas ao termo.

 

Contexto clínico

A presença de crescimento intrauterino restrito (CIUR) no final da gestação está associada a um aumento significativo da morbidade perinatal, incluindo sofrimento fetal, hipoglicemia, paralisia cerebral e óbito fetal. Atualmente, diante desta suspeita clínica durante o acompanhamento pré-natal, muitos obstetras optam pela antecipação do parto visando à redução dos riscos perinatais. No entanto, alguns estudos que analisaram esta questão não demonstraram um real benefício na redução das complicações obstétricas. Por outro lado, a indução do parto, quando realizada antes da 39ª semana de gestação, também pode aumentar o número de intervenções operatórias e aumentar a morbidade neonatal. Dentro deste contexto, possivelmente a monitoração fetal seriada poderia ser uma alternativa segura à indução do parto. O presente estudo objetivou comparar a interrupção da gestação versus a conduta expectante (monitoração fetal seriada) em gestações com crecimento intrauterino restrito próximas ao termo.

 

O estudo

Trata-se de um estudo prospectivo, randomizado e multicêntrico, realizado em 44 hospitais não universitários na Holanda entre 2004 e 2008, que incluiu 750 grávidas com gestações únicas após a 36ª semana e com suspeita clínica de CIUR. O objetivo final do estudo foi a incidência de resultados neonatais adversos, definidos como: óbito, escore de Apgar de 5º minuto abaixo de 7, medida do pH da artéria umbilical menor que 7,05 e necessidade de terapia intensiva. Também foi avaliada a necessidade de partos operatórios nos grupos (cesárea, fórceps ou vácuo extrator). As mulheres foram alocadas em dois grupos: 321 gestantes submetidas a indução do parto e 329 que foram monitoradas seriadamente até o parto. Na média, as crianças do primeiro grupo nasceram 10 dias antes e pesaram 130 gramas a menos que as do segundo grupo. Quanto a ocorrência de complicações neonatais, não houve uma diferença estatisticamente significante: 5,3% nas pacientes induzidas contra 6,1% nas pacientes submetidas à conduta expectante. Os números de partos operatórios também não foram diferentes entre os grupos (14% versus 13,7%).

 

Aplicações para a prática clínica

A interrupção prematura da gestação por meio da indução do parto nos casos de suspeita de CIUR não parece ser melhor em diminuir as complicações neonatais nem a necessidade de partos instrumentalizados. Pacientes que prefiram uma conduta não intervencionista podem ser seguramente acompanhadas por monitoração fetal seriada até o parto. No entanto, também permanece racional optar pela indução do parto para prevenir morbidade perinatal e óbito fetal.

 

Bibliografia

1.   Boers KE, Vijgen SMC, Bijlenga D, van der Post JAM, Bekedam DJ, Kwee A et al. Induction versus expectant monitoring for intrauterine growth restriction at term: randomised equivalence trial (DIGITAT). BMJ 2010 Dec 21; 341:c7087. [link para o artigo] (Fator de Impacto: 13,471)

2.   Kenny LC, McCowan L. Induction of labour for intrauterine growth restriction at term. BMJ 2010 Dec 21; 341:c6768.

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