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Impacto do tempo para administrar adrenalina na parada cardíaca

Autor:

Lucas Santos Zambon

Doutorado pela Disciplina de Emergências Clínicas Faculdade de Medicina da USP; Médico e Especialista em Clínica Médica pelo HC-FMUSP; Diretor Científico do Instituto Brasileiro para Segurança do Paciente (IBSP); Membro da Academia Brasileira de Medicina Hospitalar (ABMH); Assessor da Diretoria Médica do Hospital Samaritano de São Paulo.

Última revisão: 08/12/2014

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Especialidades: Medicina de Emergência/Cardiologia

 

Contexto Clínico

         Uma porcentagem grande e crescente de pacientes com paradas cardíacas apresentam ritmos iniciais que não são chocáveis, como assistolia e atividade elétrica sem pulso – AESP, sendo que em 2000, a estimativa era de 69% das paradas cardiorrespiratórias (PCR) eram por estes ritmos, e, em 2009, a estimativa subiu para 82%. As diretrizes de reanimação caridiopulmonar (RCP) recomendam o uso precoce de adrenalina para o atendimento de vítimas de PCR com ritmos não chocáveis, mas esta recomendação carece de uma forte evidência para apoiar a sua eficácia.

 

O Estudo

         Este é um estudo é uma análise post hoc de dados coletados prospectivamente em um grande registro multicêntrico de paradas cardíacas intra-hospitalares. Seu objetivo foi determinar se a administração de adrenalina em pacientes com AESP/assistolia está associada com o aumento do retorno da circulação espontânea e sobrevivência  com o neurológico preservado.

         O banco de dados utilizado é patrocinado pela American Heart Association (AHA) e contêm dados prospectivos de 570 hospitais americanos coletados de 01 de janeiro de 2000 a 19 de Novembro de 2009. Foram incluídos no estudo 119.978 adultos de 570 hospitais que tiveram uma parada cardíaca no hospital com assistolia (55%) ou atividade elétrica sem pulso (45%) como o ritmo inicial. Após aplicar critérios de exclusão, a população do estudo principal ficou composta por 25.095 pacientes. A idade média foi de 72 anos, e 57% eram homens.

         O desfecho primário avaliado foi a sobrevivência até a alta hospitalar. Os desfechos secundários incluíram retorno sustentado da circulação espontânea, sobrevivência em 24 horas, e sobrevida com estado neurológico favorável no momento da alta hospitalar.

         O tempo médio para a administração da primeira dose de epinefrina foi de 3 minutos (variação interquartil 1-5 minutos). Houve uma diminuição gradual na sobrevivência com o aumento do intervalo de tempo para a epinefrina (analisadas por 3 minutos de intervalo): taxa de probabilidade ajustada de 1,0 para 1-3 minutos (grupo de referência); 0,91 (95% intervalo de confiança 0,82-1,00, P = 0,055) para 4-6 minutos; 0,74 (0,63-0,88, P <0,001) para 7-9 minutos; e 0,63 (0,52-0,76, P <0,001) para > 9 minutos. Um efeito gradual semelhante foi observado em todas as variáveis ??de resultado.

 

Aplicações Práticas

         Este estudo tem uma conclusão bastante importante: quanto maior o tempo para se fazer a primeira dose de Epinefrina em casos de PCR por assistolia ou AESP,  piores são os desfechos clínicos. Quanto mais rápida for a administração desta primeira dose, melhor será  a chance de retorno à circulação espontânea, à sobrevivência no hospital, e à sobrevivência neurologicamente intacta.

         Este dado demonstra como este ponto é fundamental para um atendimento adequado destes ritmos de PCR quando ocorrem no ambiente intra-hospitalar.

 

Bibliografia

Donnino MW et al. Time to administration of epinephrine and outcome after in-hospital cardiac arrest with non-shockable rhythms: Retrospective analysis of large in-hospital data registry. BMJ 2014 May 20; 348:g3028 (link para o artigo).

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