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Impacto de Terapia Cognitiva na Funcionalidade de Pacientes com Parkinson

Autor:

Lucas Santos Zambon

Doutorado pela Disciplina de Emergências Clínicas Faculdade de Medicina da USP; Médico e Especialista em Clínica Médica pelo HC-FMUSP; Diretor Científico do Instituto Brasileiro para Segurança do Paciente (IBSP); Membro da Academia Brasileira de Medicina Hospitalar (ABMH); Assessor da Diretoria Médica do Hospital Samaritano de São Paulo.

Última revisão: 12/06/2015

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Contexto Clínico

A grande característica da Doença de Parkinson é o comprometimento motor. Entretanto, sabe-se que os portadores também cursam com declínio cognitivo e prejuízo de funções como memória, velocidade de processamento e outras funções executivas. Tudo isso é problemático por impactar em funcionalidade e atividades de vida diária. E isso passou a ser foco de pesquisas sobre intervenções não farmacológicas.

A eficácia do treinamento cognitivo já foi demonstrada em traumatismo crânio-encefálico, demência e esquizofrenia. Sendo assim, o estudo que apresentaremos objetivou avaliar a eficácia do treinamento cognitivo (chamado "REHACOP") em pacientes com Parkinson para melhorar a cognição, os sintomas clínicos e a incapacidade funcional destes pacientes.

 

O Estudo

Este é um estudo que incluiu 42 pacientes com diagnóstico de Parkinson em estágios 1 a 3 (Hoehn & Yahr), e que foram aleatoriamente designados para um grupo de terapia cognitiva (REHACOP) ou para um grupo controle (onde foram realizadas atividades ocupacionais), sendo em ambas realizadas as intervenções por três meses (3 sessões de 60 min/semana).

Os principais desfechos avaliados foram a mudança na velocidade de processamento, a   memória verbal, a memória visual, o funcionamento executivo e a teoria da mente. Os desfechos secundários incluíram mudanças nos sintomas neuropsiquiátricos, depressão, apatia e incapacidade funcional.

Não havia diferenças entre os pacientes dos dois grupos que pudessem gerar viés nos resultados. A análise feita demonstrou que os pacientes submetidos à terapia cognitiva tiveram diferença significativa nos escores de mudança média na velocidade de processamento (0,13 [SE = 0,07] vs -0,15 [SE = 0,09], p = 0,025), na memória visual (0,10 [SE = 0,10] vs -0,24 [SE = 0,09], p = 0,011), na teoria da mente (1,00 [SE = 0,37] vs -0,27 [SE = 0,29], p = 0,013) e na incapacidade funcional (-5,15 [SE = 1,35] versus 0,53 [SE = 1,49], p = 0,012).

 

Aplicações Práticas

Apesar de ser um estudo pequeno, os resultados são promissores, pois demonstrou que um programa de terapia cognitiva tem impacto de melhora em funções cognitivas (velocidade de processamento, memória visual, teoria da mente), e ainda melhor, impacto na incapacidade funcional, o que tende a ser um dos grandes problemas para pacientes portadores de Parkinson, bem como para seus familiares e cuidadores. Trata-se de uma intervenção de baixo custo, e que poderia ter grande impacto no dia-a-dia de diversos pacientes se passasse a ser uma estratégia incorporada ao seguimento ambulatorial destes casos, algo para ser adotado tanto no setor público quanto privado.

 

Bibliografia

Peña J et al. Improving functional disability and cognition in Parkinson disease: Randomized controlled trial. Neurology 2014 Dec 2; 83:2167. (Link para o artigo: http://www.neurology.org/content/83/23/2167)

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