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Secuquinumabe para pacientes com Artrite Psoriática

Autor:

Lucas Santos Zambon

Doutorado pela Disciplina de Emergências Clínicas Faculdade de Medicina da USP; Médico e Especialista em Clínica Médica pelo HC-FMUSP; Diretor Científico do Instituto Brasileiro para Segurança do Paciente (IBSP); Membro da Academia Brasileira de Medicina Hospitalar (ABMH); Assessor da Diretoria Médica do Hospital Samaritano de São Paulo.

Última revisão: 21/03/2016

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Contexto Clínico

Num estudo de fase 2, a inibição do receptor da interleucina-17A melhorou sinais e sintomas de artrite psoriática. Buscou-se avaliar a eficácia e segurança de secuquinumabe, um anticorpo monoclonal anti-interleucina-17A.

 

O Estudo

Este foi um estudo  duplo-cego, de fase 3, 606 pacientes com artrite psoriática foram distribuídos aleatoriamente numa proporção de 1:1:1 para receber secuquinumabe intravenosa (a uma dose de 10 mg por quilograma), nas semanas 0, 2, e 4, seguido secuquinumabe por via subcutânea na dose de 150 mg (grupo 1) ou 75 mg (grupo 2) a cada quatro semanas, ou placebo (grupo 3). Os pacientes no grupo de placebo foram transferidos para secuquinumabe subcutânea numa dose de 150 mg ou 75 mg na semana 16 ou 24, dependendo da resposta clínica. O desfecho primário foi a proporção de doentes com avaliação de pontuação do American College of Rheumatology 20 (ACR20) na semana 24, definida como uma melhoria de 20% da linha de base no número e inchaço nas articulações em pelo menos três locais.

As taxas de resposta no ACR20 na semana 24 foram significativamente mais elevadas no grupo que recebeu secuquinumabe em doses de 150 mg (50,0%) e 75 mg (50,5%) do que naqueles que receberam placebo (17,3%) (P <0,001 para ambas as comparações com o placebo). Os pontos finais secundários, incluindo a resposta ACR20 e dano estrutural conjuntos, foram significativamente melhores no grupo secuquinumabe do que no grupo placebo. Melhorias foram sustentadas até  52 semanas. Infecções, incluindo cândida, foram mais comuns nos grupos secuquinumabe. Ao longo do estudo (média de exposição secuquinumabe, 438,5 dias, com média de exposição placebo, 128,5 dias), quatro pacientes nos grupos secuquinumabe tiveram um acidente vascular cerebral (0,6 por 100 doentes-ano; IC95% 0,2 a 1,5), e dois tiveram um infarto do miocárdio (0,3 por 100 doentes-ano; IC95% 0,0-1,0), em comparação com nenhum dos pacientes do grupo placebo.

 

Aplicações Práticas

Por esse estudo randomizado, podemos concluir que o secuquinumabe foi mais eficaz do que o placebo em pacientes com artrite psoriática, o que valida a interleucina-17A como uma opção terapêutica. As infecções foram mais comuns nos grupos secuquinumabe do que no grupo placebo, e isso não pode ser ignorado e ainda devemos ressaltar que esse estudo não foi nem suficientemente grande nem suficientemente longo para avaliar os eventos adversos graves ou os riscos associados com o uso a longo prazo. Sendo assim, por hora, aguardaremos mais dados para pensar em indicar essa medicação, mas sem dúvida ela surge como uma excelente opção a ser considerada no tratamento dos pacientes com artrite psoriática.

 

Referências

Mease PJ et al. Secukinumab Inhibition of Interleukin-17A in Patients with Psoriatic Arthritis. N Engl J Med 2015; 373:1329-1339.

Comentários

Por: Ildemar Cavalcante Guedes em 14/03/2016 às 15:30:03

"Eu tenho uma paciente com psoriase e artrite psoriatica. Está fazendo tratamento com anticorpo monoclonal. Melhorou muito, está praticamente assintomática. Só conseguiu fazer o tratamento em razão da colega dermatologista ter se interessado e conseguido a medicação pelo SUS. Sem ser pelo SUS, só sendo bastante rico para conseguir comprar o medicamento."

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