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Timectomia em Miastenia Grave

Autor:

Lucas Santos Zambon

Doutorado pela Disciplina de Emergências Clínicas Faculdade de Medicina da USP; Médico e Especialista em Clínica Médica pelo HC-FMUSP; Diretor Científico do Instituto Brasileiro para Segurança do Paciente (IBSP); Membro da Academia Brasileira de Medicina Hospitalar (ABMH); Assessor da Diretoria Médica do Hospital Samaritano de São Paulo.

Última revisão: 19/10/2016

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Contexto Clínico

A timectomia tem sido um pilar no tratamento da miastenia grave, mas não há nenhuma evidência conclusiva quanto ao seu benefício. Foi realizado um estudo para tentar elucidar essa dúvida.

 

 

O Estudo

Este é um estudo multicêntrico que comparou o resultado da timectomia transesternal associada à prednisona em dias alternados. Pacientes entre 18 a 65 anos de idade que tinham miastenia grave com uma duração de doença de menos de cinco anos foram incluídos se tivessem classe clínica, pelo escore Miastenia Gravis Foundation of America, de II a IV para a doença (em uma escala de I a V, com as classes mais altas indicando doença mais grave) e concentrações elevadas de anticorpo receptor de acetilcolina na circulação. Os resultados primários foram a pontuação quantitativa média para miastenia grave ao longo do tempo (em uma escala de 0 a 39, com escores mais elevados indicando doença mais grave) durante um período de três anos, avaliado por meio de classificação cega, e o tempo e a dose requerida em média de prednisona durante um período de três anos.

Um total de 126 pacientes foi submetido à randomização entre 2006 e 2012 em 36 locais. Os pacientes que foram submetidos à timectomia tiveram uma pontuação quantitativa média ponderada ao longo do tempo inferior em um período de três anos, em comparação com aqueles que receberam apenas prednisona (6,15 versus 8,99, P <0,001); pacientes no grupo timectomia também tiveram uma menor exigência média de prednisona em dias alternados (44mg versus 60mg; P <0,001). Menos pacientes no grupo timectomia do que no grupo de prednisona precisaram de imunossupressão com azatioprina (17% versus 48%, P <0,001), ou foram hospitalizados por exacerbações (9% versus 37%, P <0,001). O número de pacientes com complicações associadas ao tratamento não diferiu significativamente entre os grupos (P=0,73), mas os pacientes no grupo timectomia apresentaram menos sintomas associados ao tratamento relacionados com medicamentos imunossupressores (P<0,001) e níveis de socorro menores relacionados a sintomas (P = 0,003).

 

 

Aplicação Prática

 

Este é um excelente estudo que traz luz a uma prática que carecia de evidências mais substanciais. Podemos concluir facilmente que a atimectomia melhora os resultados clínicos ao longo de um período de três anos em pacientes com miastenia grave, diminuindo complicações, necessidade de imunossupressão, e levando a menos hospitalizações. Assim, é de altíssimo custo benefício a realização da timectomia nestes casos.

 

 

Bibliografia

 

Wolfe GI et al. RandomizedTrialofThymectomy in Myasthenia Gravis. N Engl J Med 2016; 375:511-522

 

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