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Introdução de Ovos Cozidos Pode Prevenir Alergia Alimentar em Crianças

Autor:

Lucas Santos Zambon

Doutorado pela Disciplina de Emergências Clínicas Faculdade de Medicina da USP; Médico e Especialista em Clínica Médica pelo HC-FMUSP; Diretor Científico do Instituto Brasileiro para Segurança do Paciente (IBSP); Membro da Academia Brasileira de Medicina Hospitalar (ABMH); Assessor da Diretoria Médica do Hospital Samaritano de São Paulo.

Última revisão: 15/03/2017

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Contexto Clínico

Há muitas evidências de que o consumo precoce de ovos de galinha é mais benéfico do que a introdução tardia como uma estratégia para a prevenção primária de alergias alimentares. No entanto, as reações alérgicas causadas pela introdução precoce de tais alimentos sólidos têm sido problemáticas. Foi investigado se a introdução gradual de ovos, para crianças com eczema, combinados com o tratamento do eczema pode evitar ou não a alergia a ovos com 1 ano de idade.

 

O Estudo

Neste estudo duplo-cego, randomizado, controlado por placebo, foram matriculadas crianças de 4?5 meses de idade, com eczema, a partir de dois centros no Japão. Os critérios de exclusão foram: ter nascido antes de 37 semanas de idade gestacional; já ter tido experiência de ingestão de ovos de galinha ou produtos de ovos; ter história de reação alérgica imediata a ovos de galinha; ter história de reação alérgica não imediata a um determinado tipo de alimento; possuir complicações de qualquer doença grave. Os bebês foram aleatoriamente designados (tamanho de bloco de quatro, estratificada por instituição e sexo) para introdução precoce de ovo ou placebo (1:1). Os participantes no grupo de ovos consumiram, por via oral, 50mg/dia de pó de ovo aquecido a partir de 6 meses a 9 meses de idade, e 250mg/dia a partir de 9 meses até 12 meses de idade. Foi tratado de forma agressiva o eczema dos participantes à entrada, e manteve-se o controle sem exacerbações durante todo o período de intervenção. Os participantes e os médicos foram cegados para atribuição e alocação. O desfecho primário foi a proporção de participantes com alergia ao ovo de galinha confirmada por testes de alimentação oral abertos aos 12 meses de idade, avaliados às cegas por métodos padronizados, em todos os participantes alocados aleatoriamente que receberam a intervenção.

Entre 18/09/12 e 13/02/15, foram alocados, de forma aleatória, 147 participantes (73 [50%] para o grupo de ovo e 74 [50%] para o grupo de placebo). Esse estudo foi encerrado com base nos resultados da análise interina prevista de 100 participantes, que mostrou uma diferença significativa entre os dois grupos (4 [9%] de 47 participantes tinham alergia a ovos no grupo de ovo versus 18 [38%] de 47 no grupo de placebo; taxa de risco 0,222 [IC 95%, 0,081?0,607]; p = 0,0012). Na população de análise primária, 5 (8%) de 60 participantes tiveram alergia a ovos no grupo de ovo em comparação com 23 (38%) de 61 no grupo de placebo (taxa de risco 0,221 [IC 95%, 0,090?0,543]; p = 0,0001). A única diferença em eventos adversos entre os grupos foi de internações hospitalares (6 [10%] de 60 no grupo de ovo versus nenhuma no grupo de placebo; p = 0,022). Em relação aos eventos agudos, ocorreram 19 em 9 (15%) participantes do grupo de ovo contra 14 eventos em 11 (18%) participantes do grupo de placebo após a ingestão do pó de julgamento.

 

 

Aplicação Prática

 

A introdução de ovo aquecido, de forma gradual, junto com o tratamento agressivo de eczema é uma maneira segura e eficaz para evitar alergia ao ovo de galinha em recém-nascidos de alto risco. Nesse estudo, foi desenvolvida uma abordagem prática para ultrapassar a segunda onda da epidemia alérgica causada por alergia alimentar.

 

 

Bibliografia

 

Natsume O et al. Two-step egg introduction for prevention of egg allergy in high-risk infants with eczema (PETIT): A randomised, double-blind, placebo-controlled trial. Lancet 2016 Dec 8; [e-pub].

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