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Mutações e Prognóstico após TMO em Síndrome Mielodisplásica

Autor:

Lucas Santos Zambon

Doutorado pela Disciplina de Emergências Clínicas Faculdade de Medicina da USP; Médico e Especialista em Clínica Médica pelo HC-FMUSP; Diretor Científico do Instituto Brasileiro para Segurança do Paciente (IBSP); Membro da Academia Brasileira de Medicina Hospitalar (ABMH); Assessor da Diretoria Médica do Hospital Samaritano de São Paulo.

Última revisão: 19/06/2017

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Contexto Clínico

As mutações genéticas impulsionam a patogênese da síndrome mielodisplásica (SMD) e estão intimamente associadas ao fenótipo clínico. Portanto, mutações genéticas podem predizer resultados clínicos após o transplante de células-tronco hematopoiéticas (TCTH) alogênicas.

 

O Estudo

Foram analisados os dados de 1.514 pacientes antes do transplante. Esses dados são oriundos do Centro para Pesquisa Internacional de Transplante de Sangue e Medula Óssea, referente ao período de 2005 a 2014. Foram avaliadas as associações de mutações com resultados de transplantes, incluindo sobrevida global e morte sem recaída.

As mutações de TP53 estavam presentes em 19% dos pacientes, estando associadas a menor sobrevida e menor tempo de recidiva do que a ausência de mutações TP53, após ajuste para variáveis clínicas significativas (P <0,001 para ambas as comparações). Entre os pacientes de 40 anos de idade ou mais que não apresentavam mutações de TP53, a presença de mutações de via de RAS foi associada com menor sobrevivência do que a ausência delas (P = 0,004) devido ao alto risco de recidiva; a presença de mutações JAK2 foi associada com menor sobrevivência do que a ausência delas (P = 0,001) devido a um alto risco de morte sem recaída.

O efeito prognóstico adverso das mutações de TP53 foi semelhante em doentes que receberam regimes de condicionamento de intensidade reduzida e naqueles que receberam regimes de condicionamento mieloablativos. Por outro lado, o efeito adverso das mutações da via RAS sobre o risco de recidiva, em comparação com a ausência de mutações na via RAS, foi evidente apenas com condicionamento de intensidade reduzida (P <0,001).

Em adultos jovens, 4% dos pacientes tinham mutações heterozigotas compostas associadas ao gene SBDS da síndrome de Shwachman-Diamond com mutações concorrentes TP53 e um mau prognóstico. As mutações no regulador p53 PPM1D foram mais comuns entre os pacientes com SMD relacionados à terapia do que entre aqueles com SMD primária (15% versus 3%, P <0,001).

 

Aplicação Prática

 

O perfil genético revelou que os subgrupos de pacientes submetidos a TCTH alogênicas para SMD podem informar a estratificação prognóstica e a seleção do regime de condicionamento. Esse estudo observacional pode dar embasamento para decisões terapêuticas e informações ao paciente sobre o caso.

 

Bibliografia

 

Lindsley RC et al. Prognostic Mutations in Myelodysplastic Syndrome after Stem-Cell Transplantation. N Engl J Med 2017; 376:536-547.

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