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Levosimendan Pós Cirurgia Cardíaca

Autor:

Lucas Santos Zambon

Doutorado pela Disciplina de Emergências Clínicas Faculdade de Medicina da USP; Médico e Especialista em Clínica Médica pelo HC-FMUSP; Diretor Científico do Instituto Brasileiro para Segurança do Paciente (IBSP); Membro da Academia Brasileira de Medicina Hospitalar (ABMH); Assessor da Diretoria Médica do Hospital Samaritano de São Paulo.

Última revisão: 21/09/2017

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Contexto Clínico

 

A disfunção aguda do ventrículo esquerdo é uma grande complicação da cirurgia cardíaca e está associada ao aumento da mortalidade. Metanálises de ensaios pequenos sugerem que o levosimendana pode resultar em uma maior taxa de sobrevivência entre os pacientes submetidos à cirurgia cardíaca. Porém, não há um estudo contundente para responder essa questão.

 

O Estudo

 

Realizou-se um ensaio clínico multicêntrico, randomizado, duplo-cego, controlado por placebo, envolvendo pacientes em que o suporte hemodinâmico perioperatório foi indicado após cirurgia cardíaca, de acordo com critérios pré-especificados. Os pacientes foram randomizados para receber levosimendana (em infusão contínua com dose de 0,025 a 0,2µg/kg de peso corporal por minuto) ou placebo, por até 48 horas ou até a alta da UTI, além do tratamento padrão. O desfecho primário foi a mortalidade em 30 dias.

O ensaio foi interrompido por inutilidade após a inscrição de 506 doentes. Um total de 248 pacientes foi designado para receber levosimendana e 258 para receber placebo. Não houve diferença significativa na mortalidade em 30 dias entre o grupo de levosimendana e o grupo de placebo (32 [12,9%] e 33 [12,8%]; diferença absoluta de risco, 0,1 pontos percentuais; intervalo de confiança de 95% [IC], -5,7 a 5,9; P = 0,97).

Não houve diferenças significativas entre o grupo de levosimendana o e o grupo de placebo nas durações de ventilação mecânica (mediana, 19 horas e 21 horas, respectivamente; diferença mediana, -2 horas; IC 95%, -5 a 1; P = 0,48), internação na UTI (mediana, 72 e 84 horas, respectivamente; diferença média, -12 horas; IC 95%, -21 a 2; P = 0,09) e internação (média, 14 e 14 dias, respectivamente; mediana diferença, 0 dias; IC 95%, -1 a 2; P = 0,39). Não houve diferença significativa entre o grupo levosimendana e o grupo placebo nas taxas de hipotensão ou arritmias cardíacas.

 

Aplicação Prática

 

Com base nesse estudo, financiado pelo Ministério da Saúde da Itália, conclui-se que, nos doentes que necessitam de suporte hemodinâmico perioperatório após cirurgia cardíaca, utilizar, de rotina, o levosimendana em complementação ao tratamento padrão não resulta em uma mortalidade inferior a 30 dias em comparação com o placebo. Recomenda-se que essa prática (o não uso do medicamento) faça parte das rotinas de UTIs em hospitais que realizam cirurgias cardíacas.

 

Bibliografia

 

Landoni G et al. Levosimendan for Hemodynamic Support after Cardiac Surgery. N Engl J Med 2017; 376:2021-2031.

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