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Rivaroxaban ou Aspirina no Tratamento de Longo Prazo de Tromboembolismo Venoso

Autor:

Lucas Santos Zambon

Doutorado pela Disciplina de Emergências Clínicas Faculdade de Medicina da USP; Médico e Especialista em Clínica Médica pelo HC-FMUSP; Diretor Científico do Instituto Brasileiro para Segurança do Paciente (IBSP); Membro da Academia Brasileira de Medicina Hospitalar (ABMH); Assessor da Diretoria Médica do Hospital Samaritano de São Paulo.

Última revisão: 24/10/2017

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Contexto Clínico

 

Qualquer evento relacionado ao TEV, seja trombose venosa profunda ou embolia pulmonar, leva à necessidade de tratamento prolongado, o que, atualmente, é feito com anticoagulação plena em longo prazo. Embora muitos pacientes com TEV necessitem de tratamento contínuo, ainda não se sabe se a melhor opção é usar terapia de anticoagulação com doses totais ou doses menores ou, ainda, utilizar ácido acetilsalicílico.

 

O Estudo

 

Este é um ensaio clínico randomizado, duplo-cego, de fase 3, em que 3.396 pacientes com TEV foram alocados ou para receber rivaroxaban 1 vez por dia (em doses de 20mg ou 10mg) ou 100mg de ácido acetilsalicílico. Todos os pacientes do estudo tinham completado 6 a 12 meses de terapia anticoagulante e estavam estáveis do ponto de vista de anticoagulação, e cientes quanto à necessidade de anticoagulação contínua. Os medicamentos foram administrados por até 12 meses. O desfecho primário da eficácia foi TEV sintomático recorrente fatal ou não fatal, e o principal desfecho de segurança foi sangramento maior.

Um total de 3.365 pacientes foi incluído nas análises de intenção de tratamento (duração média do tratamento, 351 dias). O resultado primário da eficácia ocorreu em 17 dos 1.107 doentes (1,5%) que receberam 20mg de rivaroxaban e em 13 dos 1.127 (1,2%) que receberam 10mg de rivaroxaban, contra 50 dos 1.131 (4,4%) que receberam ácido acetilsalicílico (hazard ratio [HR] de 20mg de rivaroxaban versus ácido acetilsalicílico de 0,34; IC 95%, 0,20 a 0,59; HR para 10mg de rivaroxaban versus ácido acetilsalicílico de 0,26; IC 95%, 0,14 a 0,47, P <0,001 para ambas as comparações).

As taxas de sangramento maior foram 0,5% no grupo que recebeu 20mg de rivaroxaban, 0,4% no grupo que recebeu 10mg de rivaroxaban e 0,3% no grupo que recebeu ácido acetilsalicílico; as taxas de sangramento menor clinicamente relevante foram 2,7, 2,0 e 1,8%, respectivamente.

 

Aplicação Prática

 

Pode-se concluir que, entre os pacientes com TEV com necessidade de anticoagulação contínua, o risco de um evento recorrente foi bem menor com rivaroxaban em uma dose de tratamento (20mg) ou uma dose profilática (10mg) do que com ácido acetilsalicílico, sem aumento significativo nas taxas de sangramento. Isso demonstra que é possível manter anticoagulação contínua com rivaroxaban. Todavia, é necessária uma análise em relação ao uso de varfarina a longo prazo para avaliar as opções.

 

Bibliografia

 

Weitz JI et al. Rivaroxaban or Aspirin for Extended Treatment of Venous Thromboembolism. N Engl J Med 2017; 376:1211-1222.

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