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Benefícios e Malefícios da Terapia Anticoagulante Oral na Doença Renal Crônica

Autor:

Lucas Santos Zambon

Doutorado pela Disciplina de Emergências Clínicas Faculdade de Medicina da USP; Médico e Especialista em Clínica Médica pelo HC-FMUSP; Diretor Científico do Instituto Brasileiro para Segurança do Paciente (IBSP); Membro da Academia Brasileira de Medicina Hospitalar (ABMH); Assessor da Diretoria Médica do Hospital Samaritano de São Paulo.

Última revisão: 29/01/2020

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Contexto Clínico

 

Pacientes portadores de doença renal crônica comfrequência recebem anticoagulação oral por diferentes motivos, incluindotrombose de acessos para diálise. Porém, os efeitos da anticoagulação oral nadoença renal crônica (DRC) são incertos.

 

O Estudo

 

Apresentamos uma revisão sistemática cujo objetivofoi avaliar os benefícios e os malefícios dos antagonistas da vitamina K (VKAs)e dos anticoagulantes orais não vitamina K (NOACs) em adultos com DRC de estágios3 a 5, incluindo aqueles com doença renal terminal dependentes de diálise(DRCT). Foram pesquisadas as fontes MEDLINE, EMBASE e Cochrane (desde fevereirode 2019). Foram selecionados ensaios clínicos randomizados avaliando VKAs ouNOACs para qualquer indicação em pacientes com DRC que relataram eficácia oudesfechos hemorrágicos.

Foram incluídos 45 ensaios clínicos envolvendo 34.082participantes que receberam anticoagulação por fibrilação atrial (FA) (11ensaios), tromboembolismo venoso (TEV) (11 ensaios), tromboprofilaxia (6ensaios), prevenção de trombose de acesso para diálise (8 ensaios) e doençascardiovasculares diferentes de FA (9 ensaios). Todos, exceto os oito estudosenvolvendo pacientes com DRCT, excluíram participantes com clearance dacreatinina menor que 20 mL/min ou taxa estimada de filtração glomerular menorque 15 mL/min/1,73 m2.

Na FA, em comparação com os AVKs, os NOACs reduziramos riscos de acidente vascular cerebral ou embolia sistêmica (razão de risco[RR], 0,79 [IC 95%, 0,66 a 0,93]; evidência de alta certeza), bem comoofereceram menor risco de acidente vascular cerebral hemorrágico (RR, 0,48 [IC,0,30 a 0,76]; evidência de certeza moderada). Comparados com os VKAs, osefeitos dos NOACs sobre TEV recorrente ou morte relacionada ao TEV foramincertos (RR, 0,72 [IC, 0,44 a 1,17]; evidência de baixa certeza). Em todos osensaios combinados, os NOACs aparentemente reduziram o risco maior desangramento em comparação com os VKAs (RR, 0,75 [IC, 0,56 a 1,01]; evidência debaixa certeza).

 

 

 

Aplicação Prática

 

Esta interessante revisão sistemática nos mostra que,na DRC em estágio inicial, os NOACs têm perfil de risco-benefício superior aodos VKAs. Para DRC avançada ou terminal, não havia evidências suficientes paraestabelecer benefícios ou danos aos VKAs ou aos NOACs.

Por ora, o que nos parece é que, para as diferentessituações apresentadas, com exceção dos pacientes de DRC mais avançada, apreferência de anticoagulantes deveria pesar a favor dos NOACs.

 

Bibliografia

 

1.            Ha JT, Neuen BL, Cheng LP, et al. Benefitsand Harms of Oral Anticoagulant Therapy in Chronic Kidney Disease: A SystematicReview and Meta-analysis. Ann Intern Med. [Epub ahead of print 16 July2019]171:181?189.

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