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ANEXO II Roteiros para Aconselhamento

Última revisão: 25/10/2009

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Reproduzido de:

Manual de Controle de Doenças Sexualmente Transmissíveis – DST 4ª edição [Link Livre para o Documento Original]

Série Manuais n. 68

MINISTÉRIO DA SAÚDE

Secretaria de Vigilância em Saúde

Programa Nacional de DST e Aids

Brasília / DF – 2006

 

ACONSELHAMENTO PARA DST

      apresentar-se e buscar a construção de vínculo com o cliente

      acolher e situar o cliente no serviço

      reafirmar o caráter confidencial e o sigilo das informações

      identificar com clareza as necessidades do usuário ou do grupo;

      facilitar a expressão de sentimentos e prestar apoio emocional;

      explorar as situações de risco do usuário ou grupo (práticas sexuais de risco, uso de drogas, histórico de DST) e medidas de prevenção específicas;

      enfatizar a relação entre DST e HIV;

      reforçar a necessidade do atendimento do(s) parceiro(s) sexual(is) e/ou daquele(s) que compartilha(m) os materiais para uso de drogas;

      ajudar a pessoa a reconhecer suas responsabilidades e identificar dificuldades para a adoção de práticas mais seguras, reforçando sua auto-estima e autoconfiança;

      informar sobre a disponibilização de insumos de prevenção no serviço e em outros locais;

      encaminhar o paciente para outros serviços, quando necessário, incluindo atendimento psicoterápico e/ou grupos comunitários de apoio.

 

No caso de oferta do teste anti-HIV:

 

Aconselhamento Pré-teste

Além das questões acima recomendadas, é necessário, ainda:

 

      trocar informações sobre o significado dos possíveis resultados do teste anti-HIV e o impacto na vida de cada usuário;

      considerar as possíveis reações emocionais que venham a ocorrer durante o período de espera do resultado do teste e reforçar medidas de prevenção neste período;

      identificar a rede de apoio disponível (família, parceiros, amigos, trabalho, outros);

      oferecer o teste anti-HIV e solicitá-lo, com o consentimento do usuário;

      para gestantes, além das informações referidas acima, explicar os benefícios do diagnóstico precoce na gravidez, tanto para o controle da infecção materna, quanto para a prevenção da transmissão vertical;

      no caso de profissional de saúde envolvido em acidente ocupacional com risco de infecção para o HIV e outras DST deve-se considerar a especificidade do acidente, realizar o encaminhamento ao serviço de referência para avaliação de risco e inicio de terapia anti-retroviral (TARV), quando indicada, e reforçar a necessidade de retorno para a busca do resultado do teste.

 

Aconselhamento Pós-teste Anti-HIV

Diante de Resultado Negativo

      informar que um resultado negativo pode significar duas situações: a pessoa não está infectada, ou foi infectada tão recentemente que seu organismo não produziu anticorpos numa quantidade que possa ser detectada pelo teste utilizado (“janela imunológica”) ;

      na hipótese de “janela imunológica”, orientar sobre a necessidade de um novo teste, e reforçar a necessidade de não-exposição ao risco de infecção para o HIV e outras DST ;

      lembrar que um resultado negativo não significa imunidade;

      discutir estratégias de redução de riscos que levem em conta questões de gênero, vulnerabilidade, direitos reprodutivos, diversidade sexual e uso de drogas;

      com os usuários de drogas, reforçar os benefícios do uso exclusivo de materiais para o consumo de drogas injetáveis e disponibilizar o kit de redução de danos;

      lembrar que o uso de algumas drogas, mesmo lícitas, podem alterar a percepção de risco, prejudicando a adoção de práticas seguras.

 

Diante de Resultado Positivo

      reafirmar o caráter confidencial e voluntário da testagem anti-HIV;

      garantir à pessoa o tempo necessário para que ela assimile o impacto do diagnóstico e expresse dúvidas, sentimentos (raiva, ansiedade, depressão, medo, negação, etc);

      lembrar que o resultado positivo não significa morte, ressaltando que a infecção é tratável;

      ressaltando a importância de acompanhamento médico e psicossocial para o controle da infecção;

      encaminhar o paciente para o serviço especializado, com atendimento multidisciplinar e grupos comunitários de apoio;

      discutir estratégias de redução de riscos que levem em conta questões de gênero, vulnerabilidade, direitos reprodutivos, diversidade sexual e uso de drogas.

      reforçar a necessidade do uso de preservativo e do não compartilhamento de seringas e agulhas para usuários de drogas injetáveis, lembrando a necessidade de redução de riscos de reinfecção e transmissão para outros.

 

Para gestante, além das informações acima, informar que:

 

      a transmissão vertical do HIV (transmissão do HIV de mãe para filho) pode ocorrer durante a gestação, o trabalho de parto, o parto e pela amamentação;

      pode-se reduzir a transmissão vertical do HIV com o uso de terapia antiretroviral (TARV), instituída após avaliação clínica e laboratorial (avaliação de sua situação imunológica, pela contagem de células T-CD4+ e de sua carga viral circulante) em serviço especializado;

      em caso de carga viral alta no momento do parto, recomenda-se a cesariana eletiva* para prevenir a transmissão da infecção para o bebê, o que reforça a importância da adesão a TARV;

      para o recém-nascido estará indicado o uso do AZT solução oral logo após seu nascimento, e mantido durante as primeiras seis semanas de vida (42 dias);

      existe o risco de transmissão pela amamentação, tanto pela mãe quanto por outra mulher (amamentação pela ama de leite), sendo indicado apenas o uso de leite artificial (fórmula infantil) ou humano de bancos de leite;

      toda criança exposta ao HIV terá, ao nascer, o resultado do teste anti-HIV positivo, pela presença de anticorpos maternos. Portanto, será necessário o acompanhamento em serviço especializado de pediatria;

      é necessário que o(s) parceiro(s) realize(m) o teste anti-HIV;

      é importante o uso correto do preservativo (masculino ou feminino) durante todas as relações sexuais, com vistas à prevenção de transmissão e/ou reinfecção pelo HIV e de outras DST;

      é indicado realizar o teste de todos os filhos.

 

* Operação cesariana eletiva é aquela realizada antes do início do trabalho de parto, encontrando-se as membranas amnióticas íntegras.

 

O profissional de saúde deverá apoiar a portadora de HIV quanto à recomendação de não amamentar, colaborando para o fortalecimento do vínculo afetivo com seu filho. Deverá orientar quanto ao preparo e administração da fórmula infantil e sobre a introdução gradativa de outros alimentos (consultar o “Guia de preparo de alimentos para crianças menores de 12 meses que não podem ser amamentadas”. O profissional de saúde deverá, ainda, subsidiar a mulher com argumentos lógicos que lhe possibilitem explicar para familiares e outras pessoas, o fato de não estar amamentando, possibilitando-lhe assim, atender a sua vontade de manter em sigilo seu estado sorológico de portadora do HIV.

 

Diante de Resultado Indeterminado

      explicar que um resultado indeterminado pode significar: um falso positivo ou um verdadeiro positivo de uma infecção recente, cujos anticorpos não estão em quantidade suficiente para serem detectados pelos testes diagnósticos (janela imunológica). (ver capítulo 6 - Diagnóstico Laboratorial)

      orientar a realização de nova coleta para refazer o teste no período de 30 dias da emissão do resultado da primeira amostra, para verificar se houve soroconversão;

      discutir as possíveis reações emocionais no período de espera do resultado do teste, referindo-se a sua disponibilidade para o atendimento sem agendamento prévio; se necessário, encaminhar o usuário para atendimento psicoterápico;

      reforçar a adoção de práticas seguras para a redução de riscos de infecção pelo HIV, hepatites e outras DST.

 

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