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Última revisão: 11/11/2015

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Reproduzido de:

Formulário Terapêutico Nacional 2010: Rename 2010 [Link Livre para o Documento Original]

Série B. Textos Básicos de Saúde

MINISTÉRIO DA SAÚDE

Secretaria de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos

Departamento de Assistência Farmacêutica e Insumos Estratégicos

Brasília / DF – 2010

 

Magnésio (ver Hidróxido de Alumínio + Hidróxido de Magnésio e Sulfato de Magnésio)

 

Maleato de Dexclorfeniramina

 

Helena Lutéscia Luna Coelho

 

Na Rename 2010: item 4

 

Apresentações

t Comprimido 2 mg

t  Solução oral ou xarope 0,4 mg/mL.

 

Indicações

t Alívio dos sintomas de alergia, rinite alérgica, conjuntivite alérgica, urticárias, resfriado comum.

t  Auxiliar no tratamento de reações anafiláticas e reações alérgicas a sangue ou plasma em transfusões.

 

Contraindicações

t  Hipersensibilidade a qualquer anti-histamínico.

t Crianças menores de 2 anos, principalmente neonatos, por sua maior susceptibilidade aos efeitos anticolinérgicos e risco de convulsões.

t Uso concomitante com inibidores da monoamina oxidase (IMAO) e anticoagulantes.

t Na forma de comprimido, para crianças com menos de 6 anos de idade.

 

Precauções

t Usar com cuidado nos casos de:

       hipertrofia prostática, retenção urinária, obstrução piloro-duodenal, susceptibilidade a glaucoma, insuficiência hepática (ver Apêndice C) ou renal (ver Apêndice D), epilepsia, asma brônquica e úlcera péptica.

       crianças e idosos (são mais Susceptíveis aos efeitos adversos; pode ocorrer reação paradoxal de hiperexcitabilidade).

       lactação (ver Apêndice B).

t Fator de risco na gravidez (FDA): B.

 

Esquemas de administração

Crianças

Rinite e conjuntivite alérgicas, anafilaxia, reações a sangue ou plasma em transfusões, hipersensibilidade cutânea, urticária dermatográfica, rinite vasomotora.

t  12 anos ou mais: 2 mg via oral a cada 4 a 6 horas.

t  6 a 11 anos: 1 mg via oral a cada 4 a 6 horas.

t  2 a 6 anos: 0,5 mg a cada 4 a 6 horas.

 

Adultos

Rinite e conjuntivite alérgicas, anafilaxia, reações a sangue ou plasma em transfusões, hipersensibilidade cutânea, urticária dermatográfica, rinite vasomotora.

t  2 mg a cada 4 a 6 horas

 

Aspectos farmacocinéticos clinicamente relevantes

t Biodisponibilidade: entre 25% e 50%.

t  Início da ação: 15 a 60 minutos.

t  Duração da ação: 4 a 8 horas. Dose única como anti-histamínico oral: 3 a 6horas.

t Pico de concentração plasmática: 1 a 6 horas

t Biotransformação: extensivamente por via hepática e pouco por via renal.

t Eliminação: 50% urinária e menos de 1% fecal.

t Meia-vida de eliminação: 14 a 25 horas em adultos. Esse tempo é aumentado na presença de disfunção renal e diminuído em crianças.

t Não dialisável. Não tem sido recomendada suplementação de dose de clorfeniramina (racêmico).

 

Efeitos adversos

t Frequentes: sonolência, cefaleia, retenção urinária, ressecamento da boca, visão borrada, distúrbios gastrintestinais, dermatite de contato.

t Raros: debilidade psicomotora, discinesia facial, hipotensão, vertigem, confusão, transtorno psicótica, sudorese e tremor, ataque epiléptico, reações de hipersensibilidade (incluindo broncoespasmo, angioedema, anafilaxia, exantema, e fotossensibilidade), discrasias sanguíneas (anemia hemolítica, agranulocitose, anemia aplásica, granulocitopenia), disfunção hepática, arritmia cardíaca, alterações cognitivas, meningite asséptica, alterações no EEG, hemorragias nasais, espessamento do muco, alterações nos sentidos do olfato e tato.

 

Interações de medicamentos

t  Álcool ou outros depressores do SNC, antialérgicos e inibidores da MAO: administração concomitante aumenta os efeitos anticolinérgicos e depressores.

 

Orientações aos pacientes

t A administração com alimento, água ou leite pode minimizar a irritação gástrica.

t Pode interferir em testes de pele com alergênios. Para evitar a interferência, a dexclorfeniramina deve ser interrompida pelo menos 2 dias antes da realização dos testes.

t Evitar o uso de álcool ou outros fármacos depressores do sistema nervoso central.

t Em caso de esquecimento da dose, tomar o mais rápido possível. Se for quase hora da próxima dose, esperar até a hora regular de administração. Não usar medicamento extra para compensar uma dose perdida.

t Este medicamento poderá provocar tonturas. Evitar a condução ou utilização de máquinas, e qualquer atividade que possa implicar risco.

 

Aspectos farmacêuticos

t Clorfeniramina é uma mistura racêmica. O isômero dextrorrotatório, dexclorfeniramina, tem aproximadamente o dobro da atividade da clorfeniramina por peso.

t Armazenar à temperatura ambiente, entre 15 e 30 ºC. Manter em recipiente bem fechado, ao abrigo da luz, calor e umidade. Proteger de congelamento (xarope).

 

Atenção: este medicamento pode provocar tontura e sonolência. Evitar dirigir, operar maquinário ou realizar qualquer atividade que seja perigosa em caso de comprometimento da atenção ou da vigília.

 

 

Maleato de Enalapril

 

Rosa Martins

 

Na Rename 2010: itens 14.1, 14.3 e 14.4.5

 

Apresentações

t  Comprimidos de 5 mg, 10 mg e 20 mg.

 

Indicações

t  Hipertensão arterial sistêmica.

t  Insuficiência cardíaca.

t Prevenção de cardiopatia isquêmica

 

Contraindicações

t  Hipersensibilidade ao enalapril ou a outros inibidores da ECA.

t Gravidez (ver Apêndice A).

t Doença renovascular.

t  Angioedema induzido por inibidores da ECA.

t  Angioedema hereditário ou idiopático.

 

Precauções

t Usar com cuidado nos casos de:

       hiponatremia, hipovolemia, diminuição de função renal (ver Apêndice D) ou uso de diuréticos (usar a menor dose efetiva).

       doença vascular periférica, cardiomiopatia hipertrófica, estenose da arteria aórtica ou renal, insuficiência hepática, cirurgia/anestesia e em situações com risco aumentado de hipotensão.

       história de alergias (pode ocorrer angioedema mesmo após a primeira dose).

       crianças (segurança e eficácia não estabelecidas).

       elevação de enzimas hepáticas ou icterícia (ver apêndice C)

       lactação.

t Iniciar tratamento com dose baixa (ajustar a cada 2 ou 4 semanas), e monitorar pressão arterial após a primeira dose.

t Monitorar potássio sérico, especialmente se houver insuficiência renal.

t  Categoria de risco na gravidez (FDA): C (primeiro trimestre) e D (segundo e terceiro trimestres) (ver Apêndice A).

 

Esquemas de administração

Crianças

Hipertensão arterial sistêmica

t Neonatos: iniciar com 0,1 mg/kg por dia a cada 24 h, com aumentos na dose ou intervalos a cada pouco dias. Doses menores que 0,01 a 0,04 mg/kg não resultam em controle adequado da pressão arterial.

t 6 meses a 16 anos: iniciar com 0,08 mg/kg uma vez ao dia. Máximo de 5 mg. Dose usual: 0,08 a 0,58 mg/kg uma vez ao dia. Dose máxima: 0,58 mg/kg por dia (40 mg). Ajustar com base na resposta pressórica e na tolerância do paciente até o máximo de 20 mg diários.

 

Adultos

Hipertensão arterial sistêmica

t 5 a 40 mg/dia, por via oral, a cada 12 ou 24 horas. Iniciar com dose ainda menor (2,5 mg) se for adicionar a um diurético ou em paciente com disfunção renal.

 

Insuficiência cardíaca congestiva

t  Iniciar com 2,5 mg por dia, por via oral, a cada 24 horas.

t Aumentar a dose a cada 2 a 4 semanas até alcançar a dose usual de manutenção de 20 mg/dia, dada em dose única ou dividida em duas doses. Dose máxima: 40 mg/dia.

t Com disfunção ventricular esquerda assintomática: iniciar com 2,5 mg de 12 em 12 horas até o máximo de 20 mg/dia em doses dividida.

 

Prevenção de cardiopatia isquêmica

t iniciar com 2,5 mg, por via oral, a cada 12 horas. Dose máxima: 20 mg/dia.

 

Aspectos farmacocinéticos clinicamente relevantes

t Absorção não é influenciada pela presença de alimentos.

t  Biodisponibilidade: 60%.

t Início da ação: 1 a 4 horas.

t Pico de concentração: 1 hora.

t Duração da ação: 12 a 24 horas (via oral, dose única ou doses múltiplas).

t  Metabolismo hepático 70%, metabólito ativo.

t Excreção: renal 61%.

t Meia-vida de eliminação: 1,3 horas; enalaprilate (metabólito ativo), 11 horas.

t Dialisável.

 

Efeitos adversos

t Hipotensão (maior que 1%), taquicardia, dor no peito, angioedema (0,2%).

t  Náusea (1,4%), vômito, diarreia (1,4%), dor abdominal, distúrbio do sabor (ageusia).

t Tontura (4,3%), astenia (3%), vertigem, cefaleia (5,2%), anorexia.

t  Insuficiência hepática (rara: menor que 1%).

t Alteração de função renal (0,1% a 1%).

t  Prurido, exantema, urticária, fotossensibilidade.

t  Hiperpotassemia (1%), hipoglicemia.

t  Tosse (> 1%).

 

Interações de medicamentos

t  Ácido acetilsalicílico ou anti-inflamatórios não-esteroides e rifampicina: pode resultar em diminuição do efeito do enalapril. Ajustar a dose, ou substituir antipertensivo, monitorar pressão arterial e sinais e sintomas específicos.

t Alfainterferona 2, azatioprina: o uso concomitante com enalapril pode resultar em anormalidades hematológicas. Monitorar pressão arterial, contagem de células sanguíneas e sinais e sintomas específicos.

t Bupivacaína, diuréticos de alça (primeira dose), diuréticos tiazídicos (primeira dose), diuréticos poupadores de potássio, metformina, suplemento de potássio, trimetoprima: podem aumentar o efeito/toxicidade do enalapril. Monitorar pressão arterial, sinais e sintomas específicos.

t  Clomipramina: pode ter o efeito aumentado pelo enalapril. Monitorar sinais e sintomas específicos.

 

Orientações aos pacientes

t Evitar uso excessivo de alimentos que contém potássio, inclusive substitutos do sal contendo potássio e suplementos dietéticos.

t Orientar cautela na realização de atividades que exigem atenção e coordenação motora, como operar máquinas e dirigir veículos.

t Em caso de esquecimento de uma dose, usar assim que lembrar. Se o horário da próxima dose estiver próximo, desconsiderar a dose anterior, esperar e usar no horário. Nunca usar duas doses juntas.

t Informar que pressão alta pode não apresentar sintoma, não deixar de usar o medicamento sem falar com o médico.

 

Aspectos farmacêuticos

t  Armazenar preferentemente entre 15 e 30°C. Proteger de calor, umidade e luz direta.

 

 

Maleato de Ergometrina

 

Karen Luise Lang

 

Na Rename 2010: item 18.5

 

Apresentação

t  Solução injetável 200 microgramas/mL.

Indicações

t Tratamento e profilaxia de hemorragia devida a atonia uterina, pós-parto ou pós-aborto.

 

Contraindicações

t Hipersensibilidade a ergotamina e análogos.

t Indução de parto.

t Ameaça de aborto espontâneo, eclampsia e pré-eclampsia.

t  Septicemia.

t Doença cardíaca grave.

t Doenças vasculares.

t  Insuficiência hepática grave (ver Apêndice C).

t  Insuficiência renal grave (ver Apêndice D).

t  Lactação (ver Apêndice B).

 

Precauções

t Usar com cuidado nos casos de:

       doença cardíaca, estenose de valva mitral, doença vascular obliterante, comunicações (shunts) venoarteriais, hipertensão, porfiria.

       deficiência de cálcio (pode não ocorrer resposta à ergometrina).

t Não recomendada para uso rotineiro prévio à expulsão da placenta. t  Evitar uso prolongado (risco de ergotismo).

t  Categoria de risco na gravidez (FDA): C.

 

Esquemas  de  administração 

Adultas e adolescentes

t 200 microgramas, por via intramuscular, repetir a cada 2 ou 4 horas, se necessário. Repetição não deve ser feita com frequência superior a 2 a 4 horas, ou por mais de 5 doses.

t Em emergência: 250 a 500 microgramas, por via intravenosa lenta.

 

Aspectos farmacocinéticos clinicamente relevantes

t Início das contrações: 7 a 8 minutos (via intramuscular) e 40 segundos (via intravenosa).

t Duração do efeito da dose única: 3 horas ou mais, por vias intramuscular ou intravenosa.

t Metabolismo hepático.

 

Efeitos adversos

t Hipertensão, possivelmente grave. Hipotensão também foi descrita.

t Dor torácica, palpitações, bradicardia e outras arritmias.

t Náusea, vômito, diarreia, cólicas abdominais.

t  Cefaleia, tontura, zumbidos.

t  Reações alérgicas, inclusive choque.

t   Edema pulmonar, dispneia, broncoespasmo, congestão nasal.

t Dor que requer analgesia, especialmente com uso de via intravenosa.

t Ergotismo (náuseas, vômitos, isquemia vasoespástica), com menor frequência que ergotamina.

 

Interações de medicamentos

t Ergometrina associada aos fármacos seguintes pode resultar em aumento no risco de ergotismo agudo: antibióticos macrolídeos, cetoconazol, clotrimazol, delavirdina, efavirenz, fluconazol, fluoxetina, fluvoxamina, indinavir, itraconazol, lopinavir, metronidazol, nefazodona, nelfinavir, ritonavir, saquinavir, sumatriptana, tipranavir.

t Dopamina aumenta o risco de gangrena nas extremidades. A associação deve ser evitada.

t Naratriptana, sumatriptana e zolmitriptana podem originar reações vasoespásticas prolongadas. Caso a associação for necessária, administrar com no mínimo 24 horas de intervalo.

t  Suco de toranja ou pomelo (grapefruit) pode resultar em aumento no risco de ergotismo agudo.

 

Orientação à paciente

t  Alertar para o fato de que podem surgir reações como prurido, angina, dispneia, lipotímia, convulsões, sudorese, cianose na pele ou unhas, edema na face, mãos, boca e orofaringe.

 

Aspectos farmacêuticos

t Armazenar sob refrigeração. Ergometrina injetável pode deteriorar ou degradar se exposta a altas temperaturas. A solução escurece, por isso deve ser protegida da luz.

t Observar orientação específica do produtor quanto a diluição, compatibilidade e estabilidade da solução.

t Diluir a dose para um volume de 5 mL com solução de cloreto de sódio a 0,9% antes da administração.

t Para uso intravenoso, o maleato de ergometrina é compatível em solução com amicacina, cefapirina, dextrano, procaína, bicarbonato de sódio.

 

 

Maleato de Timolol

 

Orozimbo Henriques Campos Neto

 

Na Rename 2010: item 21.5

 

Apresentação

t Colírio 0,25% e 0,5%.

 

Indicações

t Hipertensão ocular.

t Glaucoma crônico de ângulo aberto.

t Alguns tipos de glaucoma secundário.

 

Contraindicações

t Insuficiência cardíaca congestiva não controlada.

t  Choque cardiogênico.

t  Bradicardia sinusal grave.

t  Bloqueio cardíaco.

t Asma ou história de doença obstrutiva das vias aéreas.

 

Precauções

t Usar com cuidado nos casos de:

       idosos (risco de queratite).

       insuficiência hepática (ver Apêndice C).

       insuficiência renal (ver Apêndice D)

t Não usar isoladamente no glaucoma de ângulo aberto (associar a um miótico).

t Embora o uso seja tópico, pode acarretar efeitos sistêmicos.

t A absorção sistêmica pode mascarar sinais de hipoglicemia, como tremor.

t  Categoria de risco na gravidez (FDA): C (ver Apêndice A).

 

Esquema de administração

Crianças

Glaucoma e hipertensão ocular

t Instilar 1 gota (0,25% ou 0,5%) uma vez ao dia.

 

Adultos

Hipertensão ocular, glaucoma crônico de ângulo aberto, glaucomas secundários

t Instilar no olho 1 gota, duas vezes ao dia. Iniciar com solução a 0,25%, aumentando para a de 0,5% se não houver resposta. Após obter controle, diminuir para 1 gota ao dia.

 

Aspectos farmacocinéticos clinicamente relevantes

t Pode ocorrer absorção sistêmica após aplicação tópica.

t  Início da redução da pressão intraocular: 15 a 20 minutos.

t  Pico do efeito: 1 a 2 horas.

t  Duração de efeito: 24 horas.

 

Efeitos adversos

t Ardência, dor ou irritação oculares, visão borrada, prurido, secura transitória e hiperemia ocular.

t Cefaleia.

t  Conjutivite transitória e blefarite alérgica

t Queratite.

 

Interações de medicamentos

t Agonistas beta-2 adrenérgicos: o uso concomitante pode reduzir a efetividade de um ou de ambos os fármacos.

t Amiodarona, cimetidina, diltiazem, dronedarona, mibefradil, fentanila, quinidina, verapamil: em uso concomitante com timolol podem ocasionar hipotensão e/ou bradicardia. Quando houver a associação é necessário monitorar cuidadosamente a função cardíaca, além de serem observados prováveis sinais de bradicardia e choque cardiogênico.

t Antidiabéticos: aumento do risco de hipoglicemia, hiperglicemia ou hipertensão.

t Bloqueadores alfa-1 adrenérgicos: risco de resposta hipotensiva exagerada na primeira dose.

t Bloqueadores dos canais de cálcio do tipo di-hidropiridina: hipotensão e/ ou bradicardia.

t Clonidina: pode ter seu efeito exacerbado.

t Digoxina: pode aumentar o risco de bloqueio atrioventricular e bradicardia. t   Epinefrina: a interação pode resultar em hipertensão, bradicardia e resistência à epinefrina em anafilaxia. No caso dos fármacos serem associados é necessário monitorar a pressão arterial.

 

Orientações ao paciente

t Orientar para lavar as mãos antes da administração.

t Ensinar a inverter o frasco e agitá-lo uma vez antes do uso.

t  Ensinar a proceder à oclusão do canal nasolacrimal para evitar absorção, especialmente para cuidadores de crianças.

t Orientar para respeitar o intervalo mínimo de 10 minutos antes de instilar outro medicamento nos olhos.

t  Orientar para respeitar o intervalo mínimo de 10 minutos após a aplicação, para colocar lentes de contato.

t Ensinar a manter a embalagem bem fechada e a evitar tocar no aplicador para não contaminar o conteúdo do frasco.

 

Aspectos farmacêuticos

t Armazenar à temperatura ambiente e ao abrigo da luz.

t  O maleato de timolol é solúvel em água e álcool. Uma solução a 2% tem pH entre 3,8 e 4,3.

 

 

Manito

 

Rogério Hoefler

 

Na Rename 2010: item 14.5

 

Apresentação

t Solução injetável 20%.

 

Indicações

t  Hipertensão craniana.

t Edema cerebral.

t Redução emergencial da pressão intraocular ou em pré-cirurgia de glaucoma de ângulo fechado.

 

Contraindicações

t Edema pulmonar agudo.

t  Sangramento intracraniano ativo (exceto durante craniotomia).

t Insuficiência cardíaca congestiva grave.

t  Edema metabólico com fragilidade capilar anormal.

t Desidratação grave.

t  Insuficiência renal, a menos que a dose testada produza diurese (ver Apêndice D).

t  Hipersensibilidade ao manitol.

 

Precauções

t Usar com cuidado nos casos de:

       idosos.

       extravasamento do fármaco (pode gerar inflamação e tromboflebite).

t   Monitorar o balanço de fluidos e eletrólitos, além da função renal, antes e durante a farmacoterapia (ver Apêndice D).

t  Categoria de risco na gravidez (FDA): C (ver Apêndice A).

 

Esquemas de administração

Crianças

Hipertensão intracraniana ou aumento da pressão intraocular

t 0,25 a 2,0g/kg, por infusão intravenosa, em 30 a 60 minutos.

 

Edema cerebral

t  1 g/kg, por infusão intravenosa rápida.

 

Adultos

Hipertensão intracraniana ou aumento da pressão intraocular

t 0,25 a 2 g/kg, por infusão intravenosa, em 30 a 60 minutos.

t Em pré-cirurgia de glaucoma, administrar 1 a 1,5 hora antes do procedimento.

 

Edema cerebral

t  1 g/kg, por infusão intravenosa rápida.

 

Aspectos farmacocinéticos clinicamente relevantes

t  Início da ação: 15 a 30 minutos após o início da infusão.

t Pico de concentração: 0,25 a 2 horas.

t Duração de efeito: 2-8 horas.

t Excreção renal: 80% a 83%, em forma inalterada.

t Meia-vida de eliminação: 1,1 a 1,6 hora.

t  Diálise remove aproximadamente 14% do manitol circulante.

 

Efeitos adversos

t Insuficiência cardíaca congestiva, hipervolemia, edema pulmonar (raro), dor torácica, hipertensão, hipotensão, palpitações, taquiarritmia (comuns).

t Hiperpotassemia, hipo e hipernatremia (comuns), acidose.

t Cefaleia, febre ou calafrios, convulsão, visão borrada.

t Reação alérgica, rinite.

t Tromboflebite (rara) e necrólise ao extravasamento.

t Diarreia, náusea, vômito, xerostomia (comuns), sede intensa

t  Insuficiência renal (rara), retenção urinária.

 

Interações de medicamentos

t Alcaçuz: risco aumentado de hipopotassemia e/ou redução da efetividade do diurético.

t Droperidol, sotalol e trióxido de arsênio: aumento do risco de cardiotoxicidade (prolongamento do intervalo QT, torsade de pointes, parada cardíaca) em decorrência da hipopotassemia e hipomagnesemia causada pelo diurético. Monitorar o paciente para surgimento de sintomas como fraqueza, tontura e taquicardia.

 

Orientações aos pacientes

t Alertar para o possível surgimento de náusea, vômitos, diarreia, fraqueza, cefaleia, síncope ou alterações visuais.

 

Aspectos farmacêuticos

t  A solução de manitol é quimicamente estável sob temperatura ambiente. Em baixas temperaturas pode sofrer cristalização. Os cristais podem ser redissolvidos por aquecimento até 70-80 ºC, em banho-maria. A solução não deve ser utilizada se permanecer algum cristal.

t Não congelar.

t  Quando for utilizada por infusão intravenosa deve ser filtrada.

t Observar orientação específica do produtor quanto a diluição, compatibilidade e estabilidade da solução.

t A solução de manitol a 20% tem osmolaridade aproximada de 1.100 mOsm/L.

 

 

Medroxiprogesterona (ver Acetato de Medroxiprogesterona)

Mefloquina (ver Cloridrato de Mefloquina)

 

Megestrol (ver Acetato de Megestrol)

 

Meglumina (ver Antimoniato de Meglumina, Diatrizoato de Sódio + Diatrizoato de Meglumina e Ioxitalamato de Meglumina + Ioxitalamato de Sódio)

 

Melfalana

 

Larissa Niro

 

Na Rename 2010: item 6.1.1

 

Apresentação

t Comprimido 2 mg

 

Indicações

t Carcinoma de ovário epitelial não-ressecável.

t Doença de Hodgkin (estádios III e IV).

t Mieloma múltiplo (tratamento paliativo).

t Policitemia vera.

 

Contraindicações

t  Hipersensibilidade a melfalana.

t Resistência prévia a melfalana.

 

Precauções

t Usar com cuidado nos casos de:

       depressão grave da medula óssea, insuficiência renal, ou radioterapia ou quimioterapia prévias.

       lactação (ver Apêndice B).

       idosos (são mais Susceptíveis à imunossupressão; empregar doses mais baixas em relação a adultos jovens).

       contagem de leucócitos inferior a 3.000/mm3 ou de plaquetas inferior a 100.000/mm3 (reduzir a dose ou suspender o tratamento).

       malignidades secundárias.

t Produz amenorreia e infertilidade.

t É potencialmente mutagênico, carcinogênico e teratogênico.

t Categoria de risco na gravidez (FDA): D (ver Apêndice A).

 

Esquema de administração

Adultos

Carcinoma epitelial de ovário

t 0.2 mg/kg/dia, por via oral, por 5 dias; repetir a cada 4-5 semanas, dependendo da tolerância hematológica.

 

Doença de HodKgin (estádios III e IV)

t Regime BEAM associado a transplante de células tronco hematopoieticas: 140 mg/m2/dia, por via oral, no dia 3 + carmustina (300 mg/m2/dia, por via intravenosa, no dia 7) + etoposídeo (150 mg/m2/dia, por via intravenosa, fracionados a cada 12 horas, nos dias 4 e 7) + citarabina (200 mg/m2/dia, por via intravenosa, fracionados a cada 12 horas, nos duas 4 a 7). O transplante é feito no dia 0 e acompanhado da administração de filgrastim.

 

Mieloma múltiplo (tratamento paliativo)

t Monoterapia: 6 mg/dia, por via oral, por 2 a 3 semanas; parar pó 1 semana; recomeçar com 2 mg/dia, por via oral quando a contagem de leucócitos e plaquetas estiver aumentando.

t Outros regimes: 10 mg/dia, por via oral, por 7 a 10 dias, seguidos de 2 mg/ dia, por via oral, como manutenção; ou 0,15 mg/kg/dia, por via oral, por 7 a 10 dias, seguidos de 0,05 mg/kg/dia, por via oral, como manutenção.

t Em combinação: 0,15 mg/kg/dia, por via oral, por 4 a 7 dias, com prednisona (50-60 mg/dia, por via oral); ou 0,25 mg/kg/dia, por via oral, por 4 a 5 dias, com prednisona (50-60 mg/dia, por via oral).

 

Policitemia Vera

t  De 6 a 10 mg diariamente, após 5 – 7 dias reduzir a dose para 2 – 4 mg diariamente até obter resposta satisfatória.

 

Aspectos farmacocinéticos clinicamente relevantes

t A absorção: variável e incompleta; alimentos reduzem a absorção.

t Pico de concentração sérica: 2 horas.

t  Metabolismo: hepático

t Meia-vida de eliminação: 1,5 horas.

t Excreção: fecal (20% a 50%) e renal (10% a 30% em forma não modificada).

t Não pode ser removido por diálise ou hemoperfusão.

 

Efeitos adversos

t Leucopenia, trombocitopenia (os mais comuns), anemia hemolítica, falência da medula óssea (irreversível) agranulocitose (1% a 10%).

t Vasculite.

t  Alopecia, exantema, prurido

t  Esterilidade, amenorreia.

t Estomatite, náusea, vômito (10%), diarreia, hepatite, icterícia, aumento das transaminases.

t  Fibrose pulmonar, pneumonite intersticial.

t Doença neoplásica maligna secundária.

t Cistite hemorrágica.

 

Interações de medicamentos

t Ácido nalidíxico: pode resultar em aumento do risco de enterocolite hemorrágica necrótica. Monitorar para sinais e sintomas de enterocolite hemorrágica necrótica.

t Ciclosporina: o uso concomitante pode resultar em dano renal grave. Monitorar o paciente para sinais e sintomas de falência renal grave.

t  Cisplatina:  pode resultar  em  redução  da eliminação  renal  da melfalana. Monitorar para sinais e sintomas de toxicidade da melfalana.

t Vacinas com vírus vivos: risco de infecção pelos vírus das vacinas é aumentado em pacientes utilizando mercaptopurina. Pacientes recebendo quimioterapia imunossupressiva não devem ser vacinados com vacinas com vírus vivos. Em pacientes com leucemia em remissão, evitar a vacinação por pelo menos três meses após o fim da quimioterapia.

t Vacina contra rotavírus: O uso concomitante de vacina contra rotavírus pode resultar em aumento do risco de infecção pela vacina com vírus vivos. A vacinação é contraindicada em pacientes recebendo quimioterapia imunossupressiva.

 

Orientações aos pacientes

t Orientar para lavar bem as mãos antes e após manejo de comprimidos de melfalana.

t Orientar para ingerir o comprimido em jejum, isto é, uma hora antes ou duas horas após as refeições.

t  Orientar para aumentar a ingestão líquida diária.

t Orientar para evitar o uso de bebidas alcoólicas durante o tratamento.

t Orientar para evitar contato com pessoas que apresentam infecções ou que tenham recebido vacinas com vacina de poliovírus oral.

t Alertar para não tomar mais ou menos da quantidade do medicamento prescrito pelo médico.

t Malfalana pode ser usado em combinação com outros agentes em vários regimes. Como resultado, a incidência e/ou gravidade dos Efeitos adversos pode ser alterado e diferentes doses podem ser usadas.

t  Notificar o médico caso ocorra vômitos ou sangramento incomum.

t Alertar para ter cuidado ao escovar os dentes, passar fio dental ou palito de dentes, usar barbeador ou cortador de unhas.

t Alertar para não tocar o interior dos olhos ou o interior do nariz ao menos que esteja com as mãos limpas.

t Orientar para que o tratamento seja interrompido se ocorrer leucopenia ou trombocitopenia.

t Manter fora do alcance de crianças.

 

Aspectos farmacêuticos

t  Armazenar sob refrigeração (2 a 8 ºC) e ao abrigo da luz.

t Observar protocolos locais para manipulação de substâncias citotóxicas.

 

Atenção: pode ocorrer mielossupressão grave, resultando em infecções ou sangramentos. Melfalana é leucemiogênica em humanos. Produz aberrações cromossômicas in vitro e in vivo, portanto, o potencial mutagênico da melfalana em humanos deve ser considerado.

 

 

Mercaptopurina

 

Larissa Niro

 

Na Rename 2010: item 6.1.2

Apresentação

t Comprimido 50 mg

 

Indicações

t Leucemia linfoblástica aguda (tratamento de indução e manutenção).

t  Doença inflamatória intestinal (Doença de Crohn)

 

Contraindicações

t Hipersensibilidade aos componentes da formulação da mercaptopurina.

t Resistência prévia a mercaptopurina ou tioguanina.

t  Insuficiência hepática grave.

t Mielossupressão grave.

t Lactação.

 

Precauções

t Usar com cuidado nos casos de:

       primeiro trimestre da gravidez (aumenta a incidência de aborto).

       insuficiência hepática (ver Apêndice C).

       insuficiência renal (ver Apêndice D).

       uso concomitante de alopurinol (reduzir as doses de mercaptopurina).

       idosos (são mais Susceptíveis aos efeitos da mielossupressão).

       deficiência hereditária de tiopurina metiltransferase ou uso de fármacos que inibam essa enzima ou xantina oxidase (são mais Susceptíveis à imunossupressão).

       doença hepática (aumenta o risco de toxicidade hepática).

       porfiria.

t É potencialmente mutagênica, carcinogênica e teratogênica.

t Apresenta risco de pancreatite.

t  Não administrar concomitantemente com azatioprina.

t Utilizar apenas após diagnóstico confirmado de leucemia. 

t Categoria de risco na gravidez (FDA): D (ver Apêndice A).

 

Esquemas de administração

Adultos e crianças

Leucemia linfoblástica aguda

t Indução: 2,5 a 5 mg/kg/dia (100 a 200 mg), por via oral; se não houver nenhuma melhora clínica após 4 semanas aumentar a dose para 5 mg/kg, por via oral.

t Manutenção: 1,5 a 2,5 mg/kg/dia, por via oral, em dose única; usualmente combinada com metotrexato.

Observação:

t  Administrar preferentemente à noite para evitar recidiva.

 

Doença Inflamatória Intestinal

t  1,5 mg/kg/dia, via oral; ajustar a dose em caso de contagem de leucócitos abaixo de 4.500 e plaquetas abaixo de 100.000.

 

Aspectos farmacocinéticos clinicamente relevantes

t Absorção: variável e incompleta, mais de 50% de mercaptopurina administrada é absorvida.

t É extensivamente distribuída pelos fluidos e tecidos do corpo.

t Pico sérico: 2 horas

t Distribuição: atravessa a barreira hematoencefálica, mas em quantidades insuficientes para tratar a leucemia das meninges.

t Metabolismo: hepático e mucosa gastrintestinal.

t Excreção: renal (7% a 39% em forma não-modificada).

t  Meia-vida: 21 minutos (crianças) e 47 minutos (adultos).

t  Removida pela diálise.

 

Efeitos adversos

t Mielosupressão, anemia, neutropenia, trombocitopenia.

t Hepatite, atrofia do fígado, cirrose, fibrose, encefalopatia, necrólise e insuficiência hepáticas.

t Hiperpigmentação da pele, erupção cutânea.

t Hiperuricemia.

t Estomatite, diarreia, perda de apetite, náuseas, vômitos, hemorragia gastrintestinal.

t Nefrotoxicidade.

 

Interações de medicamentos

t Acenocumarol e varfarina: redução do efeito anticoagulante. O paciente deve ser monitorado quanto ao tempo de protombina por ocasião da introdução e descontinuação da mercaptopurina, bem como durante o tratamento. Ajustes na dose podem ser necessários para manter o nível desejado da anticoagulação.

t Alopurinol: aumenta os efeitos e a toxicidade da mercaptopurina. A dose da mercaptopurina deve ser reduzida de 33% a 25% da dose usual quando dada concomitantemente com  alopurinol.

t Azatioprina: pode resultar em mielossupressão, distúrbios da função hepática e hepatotoxicidade. Mercaptopurina é um metabólito ativo da azatioprina. O uso concomitante deve ser evitado.

t Metotrexato: pode resultar em toxicidade pela mercaptopurina. Monitorar os pacientes para sinais e sintomas de toxicidade pela mercaptopurina (náuseas, vômitos, leucopenia).

t Olsalazina: pode resultar em aumento do risco de supressão da medula óssea. Usar a menor dose possível de cada medicamento e monitorar o paciente para supressão da medula óssea, especialmente leucopenia.

t Vacinas com vírus vivos: risco de infecção pelos vírus das vacinas é aumentado em pacientes utilizando mercaptopurina. Pacientes recebendo quimioterapia imunossupressiva não devem ser vacinados com vacinas com vírus vivos. Em pacientes com leucemia em remissão, evitar a vacinação por pelo menos três meses após o fim da quimioterapia.

t Vacina contra rotavírus: pode resultar em aumento do risco de infecção pelos vírus da vacina. A vacinação é contraindicada em pacientes recebendo quimioterapia imunossupressiva.

 

Orientações aos pacientes

t  Orientar para ingerir o comprimido em jejum, isto é, uma hora antes ou duas horas após as refeições.

t Orientar para ingerir bastante líquido durante o tratamento.

t Orientar para lavar bem as mãos antes e após o manuseio dos comprimidos de mercaptopurina.

t Orientar para não ingerir bebidas alcoólicas enquanto utilizar este medicamento.

t Orientar para evitar contato com pessoas que apresentem infecções ou tenham recebido vacinas com vacina de poliovírus oral.

t Alertar para ter cuidado ao utilizar terapia com combinação com outros medicamentos, tomar cada um no horário certo.

t   Avisar o médico se ocorrer vômitos logo após a administração da droga.

t Avisar o médico imediatamente se ocorrer sangramento incomum ou lesão.

t Ensinar cuidado ao usar escova de dentes, fio dental, palito de dentes, objetos cortantes como barbeadores e cortador de unhas, visando evitar sangramento.

t Não tocar os olhos ou o interior do nariz ao menos que esteja com as mãos limpas.

t Utilizar métodos contraceptivos efetivos enquanto fazer uso de mercaptopurina. Em casos da ocorrência de gravidez, informar seu médico.

t Manter fora do alcance de crianças.

t A dose deve ser ajustada de acordo com as necessidades de cada paciente, baseadas na resposta clínica e aparecimento e gravidade da toxicidade.

 

Aspectos farmacêuticos

t Armazenar preferentemente entre 15 e 30 ºC, em recipiente bem fechado, protegido de luz e umidade.

t Observar protocolos locais para manipulação de substâncias citotóxicas.

 

 

Mesilato de Desferroxamina

 

Isabella Campagnuci Knust

 

Na Rename 2010: item 8.2

 

Apresentação

t  Pó para solução injetável 500 mg

 

Indicações

t  Intoxicação por ferro (diagnóstico e tratamento).

t Tratamento de intoxicação por alumínio ocasionado por tratamento dialítico crônico.

 

Contraindicações

t Anemia.

t  Insuficiência renal grave e anúria.

t Gravidez (ver Apêndice A).

 

Precauções

t Usar com cuidado nos casos de:

       crianças com idade inferior a 3 anos (pode ocorrer retardo do crescimento).

       lactação.

       encefalopatia por alumínio (pode ser exarcebada).

t Usar desferroxamina apenas quando houver sinais clínicos de intoxicação por ferro ou a concentração sérica de ferro for acima de 450 microgramas/ dL.

t Quantidades de ferro acima de 20 mg/kg (em ferro elementar) são consideradas tóxicas; a partir de 200 mg/kg são provavelmente letais, exigindo tratamento  imediato.

t Realizar exames de acuidade visual e auditiva periódicos durante o tratamento.

t  Categoria de risco na gravidez (FDA): D (ver Apêndice A).

 

Esquemas de administração

Adultos e crianças

Diagnóstico da intoxicação por ferro

t  Dose de 500 mg, por via intramuscular. Se houver ferro livre circulante, a urina ficará com cor de vinho rosado.

 

Tratamento da intoxicação aguda por ferro

t Dose de 15 mg/kg/hora, em infusão venosa lenta, inicialmente, reduzindo após 4 a 6 horas, não excedendo 80 mg/kg em 24 horas, por 24 a 48 horas.

t Ou então, pode ser feito por via intramuscular, como dose única, de 2 g para adultos e 1 g para crianças.

 

Tratamento da intoxicação crônica por ferro

t Dose de 20 a 60 mg/kg/dia, por via subcutânea ou em infusão intravenosa contínua, por 3 a 7 dias por semana.

 

Tratamento de intoxicação por alumínio

t  Dose de 5 mg/kg, em infusão venosa contínua, durante a última hora da sessão de diálise, 1 vez por semana.

 

Notas:

t Níveis séricos de ferro, dosados 2 a 4 horas após a ingestão, correlacionam-se bem com intensidade da intoxicação. Dosagem feita 6 ou mais horas após ingestão não é confiável.

t Para ser efetivo, o tratamento da intoxicação aguda por ferro deve iniciar em 12 a 16 horas e prosseguir até que a cor da urina normalize ou os níveis séricos de ferro voltem ao normal. No tratamento, esvaziamento gástrico é fundamental, devendo ser realizado mesmo após várias horas da ingestão.

t  Administração intramuscular de desferroxamina permite fazer diagnóstico; na presença de níveis de ferro circulante acima da capacidade ferropéxica, a urina do paciente adquirirá tonalidade rosada.

 

Aspectos farmacocinéticos clinicamente relevantes

t  Metabolismo: hepático.

t Excreção: renal.

t  Meia-vida de eliminação: 6 horas

 

Efeitos adversos

t Ruborização, eritema generalizado, urticária, hipotensão (injeção em bolo) e choque anafilático.

t Disúria, insuficiência renal.

t Cãibras, artralgia e mialgia

t Perda da acuidade visual e auditiva; cegueira (quando usado em altas doses por tempo prolongado).

t Asma, febre, cefaleia.

t Arritmia e convulsão, taquicardia.

t  Infecção por Yersinia ou mucomicose.

t  Hepatite, quando associado a tratamento dialítico.

 

Interações de medicamentos

t Levomepromazina: o uso concomitante é contraindicado.

t  Proclorperazina: o uso concomitante pode causar inconsciência e não é recomendado.

 

Aspectos farmacêuticos

t É estável à temperatura ambiente (15 a 30 ºC) e protegido de luz por 1 semana.

t Observar orientação específica do produtor quanto a reconstituição, diluição, compatibilidade e estabilidade da solução.

t Após reconstituição em condições assépticas validadas a solução é estável por 24 horas à temperatura ambiente. Não colocar sob refrigeração. Descartar porção não utilizada.

t  Para uso intravenoso, a solução reconstituída deve ser diluída com cloreto de sódio a 0,9%, glicose a 5% ou solução de Ringer + lactato.

 

Atenção: infusão venosa lenta previne hipotensão, taquicardia, bradicardia, distúrbio grastrintestinal, náusea, perda aguda e temporária da visão, afasia, agitação, cefaleia, palidez, depressão do SNC incluindo coma e insuficiência renal aguda. Remoção cirúrgica é recomendada em ingestão maciça de ferro com formação de bezoar. A urina pode ficar vermelha.

 

 

Mesilato de Pralidoxima

Elaine Silva Miranda

 

Na Rename 2010: item 8.2

 

Apresentação

t  Pó para solução injetável 200 mg.

 

Indicação

t  Intoxicação por organofosforados.

 

Contraindicações

t  Hipersensibilidade à pralidoxima.

t Intoxicações por carbamatos ou organofosforados que não tenham atividade anticolinesterásica.

 

Precauções

t Usar com cuidado nos casos de:

t insuficiência renal (ver Apêndice D).

t miastenia grave (pode precipitar crise miastênica).

t  Categoria de risco na gravidez (FDA): C.

t Pralidoxima não é eficaz em intoxicações por fósforo ou fosfatos inorgânicos.

 

Esquemas de administração

Crianças

t intoxicação moderada a grave: 25 mg/kg iniciais, por via intravenosa, seguidos de infusão de 10 a 20 mg/kg/hora. Ou administração intermitente: 25 a 50 mg/kg, repetidos em 1 a 2 horas e então a intervalos de 10 a 12 horas, se necessário, ou em 1 hora se persistirem fraqueza e fasciculações. A infusão continua lenta pode prevenir taquicardia, laringoespasmo e rigidez muscular. Também é cabível a via intramuscular.

 

Adultos

t 1 a 2 g, por via intravenosa ou intramuscular, ou diluídos em 100 mL de soro fisiológico, por infusão durante 15 a 30 minutos ou por injeção intravenosa não excedendo 200 mg/minuto, após efeito da atropina e restabelecimento de via aérea funcional.

t Repetir após 1 hora e a cada 8 a 12 horas, se necessário. Em intoxicações graves, usam-se 200 a 500 mg/hora, em infusão intravenosa contínua, contra resposta.

 

Notas:

t A atropina deve ser administrada antes da pralidoxima.

t Dose de atropina para adultos: 2 mg, por vias intravenosa ou intramuscular, repetida por 2 vezes a cada 10 minutos, se necessário. Não administrar mais de 3 doses.

t Dose de atropina para crianças: 0,02 a 0,05 mg/kg, a cada 5 a 10 minutos

Aspectos farmacocinéticos clinicamente relevantes

t Início de efeito, na administração intravenosa: 1 hora.

t Duração de efeito: curta, pode ser necessário readministração.

t  Meia-vida de eliminação: 1 a 3 horas

t Metabolismo: fígado.

t Excreção: renal. Tanto a alcalinização como a acidificação da urina reduzem a excreção.

 

Efeitos adversos

t Taquicardia, rigidez muscular, laringoespasmo e hiperventilação (com infusão intravenosa rápida)

t  Hiperemia conjuntival, hemorragia subconjuntival (uso intramuscular)

t  Bloqueio neuromuscular transitório (altas doses).

t Tontura, distúrbios visuais, náusea, cefaleia, hiperventilação e fraqueza muscular.

 

Interações de medicamentos

t Atropina: em uso concomitante a pralidoxima deve-se reduzir a dose de atropina (por isto é usado como adjuvante).

t  Barbitúricos, tiamina: aumento de efeito de pralidoxima.

t Mevacúrio e suxametônio: uso concomitante com pralidoxima acelera a reversão do bloqueio neuromuscular.

 

Aspectos farmacêuticos

t Manter à temperatura ambiente, de 15 a 30 ºC.

 

Atenção: no tratamento da intoxicação por organofosforado, a pralidoxima deve ser administrada o mais rápido possível. Após 24 horas é menos efetiva, uma vez que a inativação da colinesterase normalmente se torna irreversível. Entretanto, pacientes com intoxicação grave podem ainda responder após 36 horas da exposição, dependendo do organofosforado envolvido. Infusão intravenosa lenta previne taquicardia, laringoespasmo e rigidez muscular

 

 

Mesna

 

Larissa Niro

Rogério Aparecido Minini dos Santos

 

Na Rename 2010: item 6.3

 

Apresentações

t  Solução injetável 100 mg/mL.

t  Comprimidos 400 mg e 600 mg

 

Indicação

t  Profilaxia de cistite hemorrágica induzida por ifosfamida ou ciclofosfamida.

 

Contraindicação

t Hipersensibilidade à mesna ou a outros compostos tióis.

 

Precauções

t Usar com cuidado no caso de lactação.

t Categoria de risco na gravidez (FDA): B.

 

Esquemas de administração

Adultos

Regime intravenoso com infusão intermitente de isofosfamida ou ciclofosfamida:

t Profilaxia da cistite hemorrágica, induzida pela ifosfamida ou ciclofosfamida: a mesna deve ser administrada em uma dose equivalente a 20% da dose de ifosfamida (p/p), no momento em que a ifosfamida for administrada, em bolo intravenoso, de 4 a 8 horas depois de cada dose de ifosfamida. A dose diária total de mesna deve ser igual a 60% da dose de ifosfamida.

 

Regime de dose intravenosa/oral:

t Profilaxia da cistite hemorrágica, induzida pela ifosfamida ou ciclofosfamida: mesna é administrado como uma única dose intravenosa de um bolo igual a 20% da dose ifosfamida (p/p) seguida por duas doses de mesna comprimidos, cada dose equivalente a 40% da dose de ifosfamida (p/p) administrada em 2 e 6 horas após cada dose de ifosfamida. A dose diária total de mesna é igual a 100% da dose ifosfamida.

 

Aspectos farmacocinéticos clinicamente relevantes

t Excreção: renal como metabólito (33%) e fármaco não modificado (32%).

t É eliminada rapidamente do plasma e a maior parte da dose é excretada pelos rins dentro de 4 horas.

 

Efeitos adversos

t Náuseas, vômitos, cólicas, diarreia.

t Fadiga, cefaleia, depressão, irritabilidade.

t Dores nos membros e articulações.

t  Hipersensibillidade (rara), exantema.

t  Hipotensão, taquicardia.

t  Hipopotassemia, nefrotoxicidade.

 

Interações de medicamentos

t Varfarina: pode resultar no aumento do risco de sangramento. Monitorar estreitamente o tempo de protrombina. Se necessário, ajustar a dose de varfarina.

 

Orientações aos pacientes

t Pacientes recebendo mesna devem ser supervisionados por um médico experiente em câncer.

t A injeção de mesna foi desenvolvida como um agente inibidor da cistite hemorrágica causada pela ifosfamida. Ela não impedirá nem aliviará algumas das outras reações de toxicidade associadas à terapia da ifosfamida.

t Não impede a cistite hemorrágica em todos os pacientes. Até 6% dos pacientes tratados com mesna desenvolveram hematúria. Se a hematúria ocorrer enquanto estiver administrando mesna com ifosfamida de acordo com a programação de doses recomendadas, dependendo da gravidade da hematúria, a redução da dose ou descontinuação da terapia com ifosfamida pode ser necessitada.

t A dose do medicamento será diferente para pacientes diferentes. Siga as especificações do seu médico.

t Aumentar a ingesta de líquidos por dia para aumentar o volume de urina para manter os rins e bexiga funcionando bem e ajudar a evitar problemas renais.

 

Aspectos farmacêuticos

t Armazenar o comprimido e a solução injetável à temperatura ambiente, entre 15 e 30º C, ao menos que haja outra especificação do produtor.

t Administração oral: pacientes os quais tenham vômito no prazo de 2 horas após ter tomado mesna por via oral devem repetir a dose ou receber mesna por via intravenosa.

t Observar orientação específica do produtor quanto a diluição, compatibilidade e estabilidade da solução.

t Administração intravenosa: pode ser diluída com solução de glicose 5%, cloreto de sódio 0,9% ou Ringer + lactato para uma concentração final de 20 mg/mL, administrar como injeção em bolo.

t Incompatibilidade: não há nenhuma evidência de degradação da mesna quando armazenada em solução com ifosfamida em sacos de infusão de polietileno sob temperatura ambiente por 7 horas ou em seringas de polipropileno sob temperatura ambiente ou a 4 ºC por quatro semanas. Entretanto, nos últimos estudos, as concentrações de ifosfamida caíram mais ou menos 3% após 7 dias e 12% após 4 semanas em ambas as temperaturas. Outro estudo encontrou que as misturas de mesna com ciclosporina em sacos de infusão de polietileno eram estáveis por 48 horas em 4 ºC e por 6 horas sob temperatura ambiente. Foi relatado que mesna é incompatível com os compostos de platina tais como carboplatina e cisplatina.

t Estabilidade: as soluções diluídas de mesna estão quimicamente e fisicamente estáveis por 24 horas a 25 ºC. Entretanto, recomenda-se que as soluções diluídas sejam refrigeradas e usadas dentro de 6 horas. Porque a exposição do oxigênio faz com que a mesna seja oxidada a dimesna, qualquer parcela não utilizada de uma ampola deve ser descartada.

t Os agentes alquilantes tais como a ciclofosfamida e a ifosfamida podem causar cistite hemorrágica. A mesna pode reduzir esta toxicidade enquanto reage com os metabólitos que causam os Efeitos adversos no urotélio. O medicamento é administrado por via intravenosa ao mesmo tempo em que o agente alquilante e repetida após 4 e 8 horas.

 

 

Metformina (ver Cloridrato de Metformina)

 

Metildopa

 

Rosa Martins

 

Na Rename 2010: item 14.4.2

 

Apresentação

t Comprimido 250 mg.

 

Indicação

t Hipertensão crônica leve a moderada na gravidez.

 

Contraindicações

t  Hipersensibilidade à metildopa.

t  Doença hepática ativa.

t  Pacientes em uso de inibidor da monoamina oxidase (IMAO).

t  Feocromocitoma.

t Porfiria.

 

Precauções

t Usar com cuidado nos casos de:

       hipotensão, insuficiência cardíaca congestiva, edema, anemia hemolítica, doença cerebrovascular, insuficiência hepática, insuficiência renal (ver Apêndice D).

       pacientes em diálise.

       lactação.

t Evitar interrupção abrupta.

t Categoria de risco na gravidez (FDA): B.

 

Esquemas de administração

Gestantes

t Iniciar com 250 mg 2 a 3 vezes ao dia. Aumentar, se necessário, a cada 2 dias até o máximo de 3 g/dia. Manutenção: 0,5 a 2 g em 2 a 4 doses.

 

Aspectos farmacocinéticos clinicamente relevantes

t  Biodisponibilidade: 25% a 50%

t Início da ação: 3 a 6 horas.

t Pico de efeito: 6 a 9 horas.

t Duração do efeito: 12 a 24 horas.

t  Metabolismo Hepático (50%), metabólitos com atividade indefinida.

t Excreção: renal (70%) e fecal (30% a 50%).

t  Meia-vida de eliminação: 75 a 80 minutos.

 

Efeitos adversos

t Hipotensão postural, hipertensão de rebote na retirada.

t Sedação, distúrbio do sono, cefaleia (9%), vertigens e tonturas (15%).

t Depressão, sinais e sintomas psicóticos

t Diminuição libido (7% a 14%)

t Xerostomia.

t  Hepatotoxicidade.

t  Anemia hemolítica (10% a 20%).

t Febre (1% a 3%).

 

Interações de medicamentos

t Betabloqueadores podem aumentar o efeito da metildopa. Monitorar pressão arterial na situação de risco, sinais e sintomas específicos.

t Ferro, fenilpropanolamina, pseudoefedrina podem diminuir o efeito da metildopa. Monitorar frequência cardíaca, arritmia, sinais e sintomas específicos.

t Haloperidol pode ter o efeito/toxicidade aumentado pela metildopa. Monitorar neurotoxicidade, sinais e sintomas específicos. Se necessário, substituir o anti-hipertensivo.

t Inibidores da monoamina oxidase (MAO): contraindicado o uso concomitante.

 

Orientações aos pacientes

t Orientar para evitar uso de bebida alcoólica.

t Orientar para suplementar a dieta com vitamina B12 e folato quando em uso de altas doses de metildopa.

t Em caso de esquecimento de uma dose, usar assim que lembrar. Se estiver perto do horário da próxima dose, desconsiderar a dose anterior, esperar e usar no horário. Nunca usar duas doses juntas.

t  Pressão alta pode não ter sintoma, não deixar de usar o medicamento sem falar com o médico.

t Evitar realizar atividades que exigem atenção e coordenação motora, como operar máquinas e dirigir.

 

Aspectos farmacêuticos

t Armazenar à temperatura entre 15 e 30 ºC, proteger da umidade.

 

 

Metilprednisolona (ver Succinato Sódico de Metilprednisolona)

 

Metilsulfato de Neostigmina

 

Sheila Silva Monteiro Lodder Lisboa

 

Na Rename 2010: item 1.3

 

Apresentação

t Solução injetável 0,5 mg/mL

Indicações

t Reversão do bloqueio neuromuscular de relaxantes musculares não despola-

rizantes administrados durante cirurgia.

t Miastenia grave.

t  Retenção urinária não obstrutiva pós-operatória.

 

Contraindicações

t  Cirurgia intestinal ou vesical recentes.

t Obstrução intestinal, urinária ou peritonite.

t  Uso após suxametônio.

t Pneumonia.

t  Hipersensibilidade à neostigmina.

 

Precauções

t Usar com cuidado nos casos de:

       asma brônquica, infecções do trato urinário, arritmias cardíacas, hipotensão, úlcera péptica, epilepsia, parkinsonismo e hipertireoidismo.

       insuficiência renal.

       miastenia grave (doses altas de neostigmina podem prejudicar a transmissão neuromuscular e precipitar crise colinérgica).

       lactação (ver Apêndice B).

t Para reduzir efeitos muscarínicos, empregar sulfato de atropina por via intravenosa, na dose de 0,6 mg a 1,2 mg (adultos) ou 25 microgramas/kg (crianças), antes ou juntamente com a neostigmina.

t  Categoria de risco na gravidez (FDA): C.

 

Esquema de administração

Crianças

Reversão do bloqueio neuromuscular não-despolarizante

t  0,04 mg/kg, por injeção intravenosa, durante 1 minuto.

 

Miastenia grave

t  Diagnóstico: 0,05 mg/kg por via intravenosa ou intramuscular.

t Tratamento: 0,01 a 0,05 mg/kg, por vias intravenosa, subcutânea ou intramuscular, a cada 2 a 4 horas. Equipamento para ressuscitação deve estar disponível. Dose de manutenção: 1 mg/kg a cada 8 horas. Dose máxima: 10 mg/dia.

 

Adultos

Reversão do bloqueio neuromuscular não-despolarizante

t 2,5 mg, por injeção intravenosa, durante 1 minuto. Seguidos, se necessário, por suplementações de 0,5 mg. Dose total máxima de 5 mg.

 

Miastenia grave

t Diagnóstico: 0,02 mg/kg, em dose única, por via intramuscular.

t Tratamento: 0,5 a 2,5 mg/dose, por vias intravenosa, subcutânea ou intramuscular, a cada 1 a 3 horas. Dose máxima: 10 mg/dia.

 

Retenção urinária pós-operatória

t 500 microgramas, por via subcutânea ou intramuscular. Depois do esvaziamento vesical, continuar com 0,5 mg a cada 3 horas, empregando pelo menos 5 doses. Dose máxima: 180 mg/dia.

 

Nota:

t Em casos graves neostigmina pode ser dada a cada 2 horas. A dose máxima tolerada é de 180 mg por dia.

 

Aspectos farmacocinéticos clinicamente relevantes

t   Resposta inicial: 1 minuto(intravenosa) e 20 a 30 minutos (intramuscular).

t  Pico de resposta: 20 minutos.

t Duração de dose única: 20 a 30 minutos por via intravenosa. 1 a 2 horas (intravenosa) e 2,5 a 4 horas (intramuscular).

t Metabolismo: hidrólise por colinesterases e também no fígado.

t Distribuição: atravessa a placenta e quantidades muito pequenas chegam ao leite materno.

t Excreção: renal (50% na forma inalterada).

 

Efeitos adversos

t Hipersalivação, flatulência, aumento das secreções gástricas, náusea e vômito, cólicas abdominais, diarreia, aumento da motilidade intestinal.

t Anafilaxia e outras reações alérgicas

t Bradicardia, bloqueio atrioventricular, hipotensão, síncope, taquicardia.

t Diaforese, exantema, urticária.

t Aumento da motilidade uterina.

t Urgência urinária.

t Lacrimejamento, miose, distúrbios visuais.

t   Artralgia, cãibras, fasciculação, espasmos musculares.

t Fraqueza, tontura, disartria, cefaleia, perda da consciência, convulsões, sonolência.

t  Broncoespasmo, dispneia, depressão e síncope respiratórias.

 

Interações de medicamentos

t Suxametônio (succinilcolina): aumento do bloqueio neuromuscular. Evitar suxametônio durante anestesia em pacientes recebendo neostigmina.

 

Aspectos farmacêuticos

t Manter à temperatura controlada, até 25 ºC. Proteger da luz.

 

Atenção: neostigmina produz efeito terapêutico por até 4 horas. Sua acentuada ação muscarínica é uma desvantagem e pode ser necessária a administração de fármacos antimuscarínicos como atropina ou propantelina para prevenir cólica, diarreia ou salivação excessiva.

 

 

Metiltionínio (ver Cloreto de Metiltionínio)

 

Metoclopramida (ver Cloridrato de Metoclopramida)

 

Metoprolol (ver Succinato de Metoprolol ou Tartarato de Metoprolol)

 

Metotrexato e Metotrexato de Sódio

 

Larissa Niro

Rogério Aparecido Minini dos Santos

 

Na Rename 2010: itens 3.3, 6.1.2 e 7.1

 

Apresentação

t Comprimido 2,5 mg.

t  Solução injetável 25 mg/mL e 100 mg/mL.

 

Indicações

t  Artrite reumatoide grave e artrite reumatoide juvenil poliarticular (restrito a casos não responsivos a corticosteroides).

t Câncer de cabeça e pescoço, tipo epidermoide (isoladamente ou associado a outros quimioterápicos).

t Câncer de mama metastático.

t Câncer de pulmão (isoladamente ou associado a outros quimioterápicos).

t Leucemia linfoblástica aguda.

t Leucemia meníngea, linfoma não-Hodgkin linfoblástico, linfoma de Burkitt e linfossarcoma.

t Micose fungoide avançada.

t Neoplasia trofoblástica gestacional (coriocarcinoma e mola hidatiforme).

t  Osteossarcoma não-metastático e sarcoma osteogênico.

t Psoríase grave não responsiva às terapias convencionais.

 

Contraindicações

t Hipersensibilidade ao metotrexato.

t Psoríase/artrite reumatoide concomitante com alcoolismo e doença hepática crônica (inclusive por alcoolismo).

t Psoríase/artrite reumatoide concomitante com discrasias sanguíneas preexistentes ou evidências laboratoriais de síndrome de imunodeficiência.

t Derrame pleural significante ou ascite.

t  Gravidez. Categoria de risco na gravidez (FDA): X (ver Apêndice A).

 

Precauções

t Usar com cuidado nos casos de:

       insuficiência renal (ver Apêndice D).

       insuficiência hepática (ver Apêndice C).

       crescimento tumoral rápido (pode ocorrer síndrome da lise tumoral).

       mulheres e homens em idade fértil.

       lactação (ver Apêndice B).

t Manter paciente em bom estado de hidratação.

t Doses elevadas de metotrexato requerem profilaxia com folinato de cálcio, para reverter os efeitos tóxicos do antineoplásico.

t Doses elevadas ou terapia intratecal com metotrexato obrigatoriamente não devem ser formuladas com diluentes contendo conservantes.

t Anti-inflamatórios não-esteroides não devem ser administrados antes ou simultaneamente a altas doses de metotrexato.

t O uso do metotrexato está associado a toxicidade neurológica (leucoencefalopatia, convulsões), pulmonar (tosse seca, pneumonite) e gastrintestinal (vômito, diarreia e estomatites).

t Podem ocorrer reações de pele graves (algumas vezes fatais) e o desenvolvimento de linfomas malignos.

t Interromper o tratamento se surgir mielossupressão ou em pacientes que necessitem do uso de antimicrobianos.

 

Esquema de administração

Crianças

Artrite reumatoide juvenil pluriarticular

t Dose única de 10 mg/m2/semana, por via oral, ajustando gradualmente até alcançar resposta ótima.

 

Leucemia linfoblástica aguda: indução e remissão

t 3,3 mg/m2/dia via intravenosa e prednisona 60 mg/m2/dia, por via oral, dados por 4 a 6 semanas. Manutenção: 30 mg/m2 por semana, por via oral, ou, intramuscular, divididas em 2 doses.

 

Leucemia  meníngea

t 1 mg/mL de metotrexato, diluídos em solução injetável de cloreto de sódio 0.9% livres de conservantes, administrado por via intratecal. Soluções aquosas de metotrexato até 2,5 mg/mL têm sido utilizadas.

 

Linfomas não-Hodgkin linfoblástico

t 10 mg/m2, por via oral, ou 1 mg/mL de metotrexato diluídos em solução injetável de cloreto de sódio 0,9%, livres de conservantes, administrados por via intratecal. Neste caso, soluções aquosas de metotrexato até 2,5 mg/mL têm sido utilizadas. Regimes de baixas doses de metotrexato (60 a 500 mg/m2 por via intravenosa), ou regimes de altas doses (2,7 a 5 g/m2) em combinação com outros antineoplásicos, podem ser utilizados. Os intervalos de dose irão depender do regime utilizado.

Doença de Crohn

t 17 mg/m2, por via intramuscular ou subcutânea (faixa de 11,9 a 22,5 mg/m2) em combinação com prednisolona 1,12 mg/kg/dia, por via oral, (até 1,6 mg/ kg/dia) têm sido usadas em crianças com doença de Crohn recorrente ou não responsiva a azatioprina.

 

Adultos

Artrite reumatoide grave

t 7,5 a 15 mg/semana, por via intramuscular. Em dose única ou dividida em 3 doses de 2,5 mg cada 12 horas por semana.

 

Artrite reumatoide juvenil pluriarticular

t Dose inicial de 10 a 15 mg/dia, por via oral, uma vez por semana, aumento de 5 mg/semana a cada 2 a 3 semanas. Máximo de 20 a 30 mg/semana (consenso de base).

 

Câncer de mama metastático clássico

t Ciclofosfamida 100 mg/m2, por via oral, nos dia de 1 a 14, metotrexato 40 mg/m2, por via intravenosa, nos dias 1 e 8, fluoruracila 600 mg/m2, por via intravenosa, nos dias 1 e 8. A cada 4 semanas em até 6 ciclos de tratamento.

 

Câncer de cabeça e pescoço – tipo epidermoide (isoladamente ou em combinação com outros agentes quimioterápicos)

t 1 mg de vincristina, por via intravenosa, nos dias 1 e 2; 10 mg de metotrexato, por via oral, nos dias 3 e 4.

 

Câncer de pulmão (isoladamente ou em combinação com outros agentes quimioterápicos)

t Doses variam amplamente de 15 a 30 mg/dia, por via oral ou intravenosa, até 12 a 15 g/m2/dose, por infusão intravenosa, durante 4 horas.

 

Micose fungoide avançada (isoladamente ou em combinação com outros agentes quimioterápicos)

t Em monoterapia, a dose recomendada no início é de 5 a 50 mg, uma vez por semana. Para os pacientes que responderem mal ao tratamento semanal, alterar para 15 a 37,5 mg, por via intramuscular, 2 vezes por semana.

 

Neoplasma trofoblástico gestacional (coriocarcinoma e mola hidatiforme)

t 15 a 30 mg/dia, por via oral ou intramuscular, por 5 dias. Os ciclos podem ser repetidos de 3 a 5 vezes em intervalos de no mínimo 1 semana. Ou iniciar com 100 mg/m2, em bolo intravenoso, seguido de 200 mg/m2, por infusão intravenosa contínua, por 12 horas, seguidos de 4 doses de ácido folínico 15 mg cada 12 horas.

 

Leucemia linfoblástica aguda (indução e remissão)

t 3,3 mg/m2/dia, por via oral ou intravenosa ou intramuscular, e prednisona 60 mg/m2/dia, por via oral. Manutenção: 30 mg/m2, por via oral ou intramuscular, por semana, divididas em 2 doses.

 

Leucemia  meníngea

t  12 mg/dia, via intratecal, administrados em intervalos de 2 a 5 dias até que a contagem de células no líquido cérebro-espinhal retorne ao normal, então aplicar uma dose adicional.

 

Linfomas não-Hodgkin linfoblástico

t mitoguazona 500 mg/m2/dia por via intravenosa nos dias 1 e 14, ifosfamida 1 g/m2/dia por via intravenosa nos dias de 1 a 5, metotrexato 30 mg/m2/dia por via intravenosano dia 3, etoposídeo 100 mg/m2/dia por via intravenosa nos dias 1 a 3 (MIME). Repetir os ciclos a cada 3 semanas por até 1 ano.

 

Linfoma de Burkitt (estádios I e II)

t 10 a 25 mg/dia, por via oral, por 4 a 8 dias. Em combinação com outros agentes antineoplásicos em vários ciclos com intervalos de 7 a 10 dias cada um. Regime CODOX-m  (ciclofosfamida,  doxorrubicina, vincristina,  metotrexato, por via oral, e metotrexato intratecal) alternado com regime IVAC (ifosfamida, mesna, citarabina e metotrexato intratecal).

 

Linfosarcoma (estádio III)

t 0,625 a 2,5 mg/kg/dia em combinação com outros agentes antineoplásicos.

 

Linfoma primário do SNC

t  100 mg/kg em infusão intravenosa (cerca de 3 horas) cada 2 semanas por 2 a 3 ciclos, ou até observar progressão da doença.

 

Antecedência de casos de micose fungoide (estádios tardios)

t 2,5 a 10 mg/dia, por via oral, ou 5 a 50 mg/semana, por via intramuscular, ou 15 a 37,5 mg, por via intramuscular, duas vezes por semana.

 

Osteossarcoma não metastático, sarcoma osteogênico

t Ciclos semanais com metotrexato 12 g/m2, por infusão intravenosa contínua, por 4 horas, combinado com doxorrubicina 50 mg/m2/dia, por via intravenosa, cisplatina 100 mg/m2/dia, por via intravenosa, bleomicina 15 U/ m2, por via intravenosa, 2 vezes no dia, ciclofosfamida 600 mg/m2, por via intravenosa, 2 vezes no dia, dactinomicina 0.6 mg/m2 por via intravenosa duas vezes ao dia. A dose de metotrexato pode ser aumentada para 15 g/ m2 nos ciclos subsequentes até que sejam alcançados picos de concentração plasmática de 1000 micromolar. Ácido folínico 15 mg, por via oral, cada 6 horas até que se completem 10 doses, começando 24 horas após o início da infusão com metotrexato.

 

Aborto terapêutico (gravidez até a 7ª. semana)

t Metotrexato em dose única de 50 mg/m2, por via intramuscular. Sete dias após, 800 microgramas de misoprostol intravaginal. A dose de misoprostol pode ser repetida se o aborto não ocorrer.

 

Gravidez cervical (ectópica)

t Metotrexato 1 mg/kg/dia, por via intramuscular, alternado com ácido folínico 0,1 mg/kg/dia durante quarto dias.

 

Psoríase grave não responsiva às terapias convencionais

t  Dose única de 7,5 a 30 mg/semana, por via oral, ou 2,5 a 5 mg, por via oral, a cada 12 horas, em 3 doses por semana, ou 7,5 a 50 mg/semana, por via intramuscular, ou intravenosa. Uma dose teste de 5 a 10 mg, por via oral, para detecção de sensibilidade, deve ser procedida 1 semana antes do início do tratamento. Se necessário aumentar gradualmente em 2,5 a 5 mg/semana, até o máximo de 37,5 mg para a via oral, e 75 mg para as vias parenterais.

 

Doença de Crohn

t Dose única de 25 mg/semana, por via intramuscular, por no mínimo 16 semanas; seguir com 15 mg/semana, por via intramuscular, por mais 40 semanas.

 

Aspectos farmacocinéticos clinicamente relevantes

t Absorção oral: dose-dependente, bem absorvida em doses menores que 30 mg/m2, a absorção é significativamente menor em doses maiores que 80 mg/ m2.

t Biodisponibilidade: oral, (em doses menores que 30 mg/m2) mais ou menos 60%. Alimentos retardam a absorção e reduzem o pico de concentração.

t Distribuição: penetra no líquido ascítico e efusões, agindo como depósito e assim aumenta a toxicidade. Atravessa a placenta. Detectado em pequenas quantidades no leite materno e na saliva. Quantidades insignificantes atravessam a barreira hematoencefálica; são opções para penetração no SNC, a administração oral de altas doses ou a utilização da via intratecal.

t Excreção: renal (80% a 90%), biliar (10%) ou fecal.

t Meia-vida de eliminação: dose dependente, doses menores que 30 mg/m2 entre 3 e 10 horas, doses maiores 8 a 15 horas.

 

Reações adversas

t   Mielossupressão, equimose, anemia, neutropenia.

t  Pneumonia intersticial; edema pulmonar; fibrose pulmonar, dor pleurítica.

t Distúrbios gastrintestinais (se ocorrer estomatite e diarreia parar o tratamento), perda de apetite, náuseas, vômitos, hemorragia gastrintestinal.

t Hepatotoxicidade, hepatite, atrofia do fígado, cirrose hepática, fibrose hepática, necrólise hepática, falência do fígado.

t Osteoporose, artralgias, mialgia.

t  Irritação ocular, visão obscurecida.

t Precipitação de diabetes melito, hiperuricemia.

t Doença inflamatória da membrana mucosa, reações anafiláticas, urticária, vasculite, prurido, síndrome de Stevens-Johnson, alterações na pigmentação da pele, telangiectasia, necrólise epidérmica tóxica, alopecia, úlcera de pele, reações de pele, erupção cutânea, fotossensibilidade.

t Aracnoidite – com a administração intratecal, vertigem, sonolência, mal-estar, cefaleia, alterações no humor, sensações cranianas anormais.

t Falência renal, hematúria, disúria, supressão das gônadas e infertilidade, distúrbios menstruais, vaginites, impotência, perda da libido.

 

Interações de medicamentos

t Anti-inflamatórios não-esteroides: podem resultar em toxicidade pelo metotrexato, incluindo leucopenia, trobocitopenia, anemia,  nefrotoxicidade e ulceração de mucosas. O uso concomitante com altas doses de metotrexato (terapia antineoplásica) deve ser evitado, no entanto, se necessário, monitorar para mielossupressão e toxicidade gastrintestinal. Em outras indicações clínicas (doses de metotrexato entre 7,5 a 15 mg/semana) o uso concomitante aos AINE tem sido bem tolerado.

t Dantroleno: pode aumentar o risco de toxicidade ao metotrexato. Usar com cautela; monitorar concentrações plasmáticas de metotrexato e sinais e sintomas de toxicidade de metotrexato, incluindo hepatotoxicidade, insuficiência renal, trombopenia grave e mucosite.

t Doxiciclina: pode resultar em toxicidade pelo metotrexato. Se o uso concomitante for necessário, monitorar para toxicidade do metotrexato, especialmente quando este for dado em altas doses. Uma alternativa à doxiciclina deve ser considerada.

t Fenitoína: pode ter sua efetividade reduzida e aumento da toxicidade pelo metotrexato. As concentrações plasmáticas de fenitoína devem ser monitoradas para manter o efeito anticonvulsivante. Monitorar contagem sanguínea, função renal e surgimento de ulcerações mucosas.

t Leflunomida: pode resultar no aumento do risco de toxicidade hepática e de medula óssea. Monitorar mensalmente a contagem sanguínea; se sinais de mielotoxicidade surgirem, a leflunomida deve ser interrompida e o paciente tratado com colestiramina ou carvão ativado; para hepatotoxicidade monitorar mensalmente a função hepática.

t Omeprazol: pode resultar no aumento do risco de toxicidade pelo metotrexato. Omeprazol deve ser descontinuado temporariamente durante o uso de metotrexato.

t Penicilinas (incluindo as semissintéticas): podem resultar no aumento do risco de toxicidade pelo metotrexato. Evitar o uso concomitante. Se a associação for necessária, considerar a redução na dose do metotrexato e o monitoria das concentrações plasmáticas; observar sinais de toxicidade pelo metotrexato.

t Pristinamicina: pode aumentar o risco de toxicidade ao metotrexato. Evitar a administração concomitante. Se a associação for necessária, monitorar concentrações plasmáticas e sinais e sintomas de toxicidade de metotrexato.

t Salicilato de bismuto: pode resultar em toxicidade pelo metotrexato. O uso intermitente em baixas doses de salicilato de bismuto parece não ter importância clínica nessa situação. O paciente deve ser monitorado para toxicidade se esses fármacos forem usados concomitantemente.

t Sulfonamidas: podem resultar no aumento do risco de toxicidade pelo metotrexato. Se possível evitar o uso concomitante. Se a associação for necessária, monitorar intensamente o paciente para anormalidades hematológicas. Ácido folínico deve ser usado para tratar anemia megaloblástica.

t Tamoxifeno: pode resultar no aumento do risco de tromboembolias. Se o uso concomitante for necessário avaliar a relação risco-benefício.

t Triantereno: pode resultar em mielossupressão. O uso concomitante deve ser evitado. Se a associação for necessária, deve ser feito o monitoria periódico da contagem sanguínea, função renal e hepática.

t Vacina rotavírus humano G1P1[8] (atenuada): aumento do risco de infecção pela vacina. O uso concomitante é contraindicado.

t Vacinas com vírus vivos: aumento do risco de infecção pela vacina. Se a vacina for necessária, administrar a vacina depois de três meses da descontinuação da quimioterapia.

t Varfarina: pode aumentar o risco de hemorragia. Se o uso concomitante for necessário, monitorar o tempo de protrombina e acompanhar de perto para sinais de hemorragia.

 

Orientações ao paciente

t Antes de iniciar o tratamento é importante identificar: história prévia de hipersensibilidade ao metotrexato, gravidez e lactação.

t Considerar doenças como varicela, herpes zoster, insuficiência renal e hepática, infecções, mucosite oral, úlcera péptica, colite ulcerativa.

t Crianças e idosos são mais sensíveis e predispostos aos Efeitos adversos ao metotrexato.

t Nenhum outro medicamento deve ser tomado concomitantemente ao metotrexato sem conhecimento do médico.

t Aumentar a ingesta de líquidos.

t Evitar o uso de bebidas alcoólicas.

t Não interromper o uso na presença de náuseas e vômitos.

t Notificar o médico se surgirem tosse seca improdutiva e persistente, sinais de hemorragias (nasal, gengival, pele, urina, fezes escurecidas).

t Evitar vacinas, especialmente contra poliovírus, ou contato com pessoas próximas que receberam a vacina (usar máscara de proteção).

t Cuidar para não se envolver em situações que determinem cortes e lesões, ou que exponham olhos e mucosas à infecção.

t Evitar o contato com pessoas com infecção, especialmente durante os períodos de baixas contagens sanguíneas. Notificar imediatamente se ocorrer febre, tosse ou rouquidão, dores lombares, disúria.

t Sempre utilizar filtros de proteção solar, pois a exposição direta ao sol pode determinar o aparecimento de manchas na pele.

 

Aspectos farmacêuticos

Solução injetável

t Armazenar preferentemente entre 15 º e 30 ºC, protegido da luz.

t Observar protocolos locais para manipulação de substâncias citotóxicas.

t Observar orientação específica do produtor quanto a diluição, compatibilidade e estabilidade da solução.

t O metotrexato pode ser administrado pelas vias intravenosa, intramuscular, intratecal, intrarterial, intraventricular. Utilizar diluente adequado para cada via e recomendado pelo produtor.

t Para uso por via intravenosa ou intramuscular, o metotrexato pode ser diluído com soluções injetáveis de cloreto de sódio 0,9% ou glicose 5%, livres de conservantes, até uma concentração de 25 mg/mL de metotrexato base. As soluções para uso em altas doses devem ser preparadas somente com solução injetável de glicose 5%.

t Após diluição, a solução de metotrexato, para uso por via intravenosa ou intramuscular, mantém-se estável por 24 horas a temperaturas entre 21 e 25 °C. A solução sem conservantes deve ser utilizada imediatamente após o preparo e as sobras descartadas.

t Para uso intratecal, recomenda-se que as soluções de metotrexato estejam livres de conservantes. O preparo deve ocorrer imediatamente antes da administração. O diluente recomendado é a solução injetável de cloreto de sódio 0,9%. A solução diluída não deve ultrapassar a concentração de 1 mg/mL de metotrexato base.

t Ou então, o metotrexato para uso intratecal pode ser diluído com solução de Elliott até uma concentração de 2 mg/mL, permanecendo estável em seringas plásticas ou frascos de vidro por 48 horas sob temperaturas entre 4 e 23 ºC, protegido da luz.

t As soluções injetáveis de metotrexato podem ser misturadas às soluções dos seguintes fármacos: ciclofosfamida, citarabina, fluoruracila, cloridrato de hidroxizina, mercaptopurina sódica, cloridrato de ondansetrona, bicarbonato de sódio, cloridrato de vancomicina, sulfato de vincristina. Para compatibilidade em equipo Y ou seringas, e soluções de nutrição parenteral, consultar a literatura.

 

Comprimido

t Armazenar preferentemente entre 15 º e 30 ºC, em recipiente bem fechado, protegido da luz. Não congelar.

t Uma solução oral extemporânea de metotrexato pode ser preparada da seguinte maneira:

       Preparar uma solução diluente (estoque) contendo 250 mL de sacarina 0,05% em essência glicólica de cereja em base aquosa; 20 g de bicarbonato de sódio; água destilada até o volume de 1 L;

       Obter 1,6 mL da solução injetável de metotrexato de sódio a 25 mg/mL, livre de conservantes; adicionar 20 mL da solução estoque; a concentração final deve estar em 10 mg/5 mL;

       A estabilidade da solução estoque deve ser determinada levando em conta a estabilidade individual dos componentes;

       A estabilidade da solução extemporânea de metotrexato é de até 30 dias, se conservada a 4 ºC em frasco de vidro escuro;

t A bentiromida utilizada no teste de função pancreática pode interagir com o metotrexato elevando as concentrações plasmáticas deste fármaco.

 

Atenção: este medicamento apresenta um número elevado de interações. Deve ser realizada uma pesquisa específica sobre este aspecto quando se considerar a terapia com metotrexato, bem como ao introduzir ou descontinuar outros medicamentos no esquema terapêutico do paciente.

 

 

Metronidazol e Benzoilmetronidazol

 

Maria Inês de Toledo e Simone Sena Farina

 

 

Na Rename 2010: itens 5.1.12, 5.6.2.1, 16.3 e 20.2

 

Apresentações

t  Comprimido 250 mg e 400 mg.

t Solução injetável 5 mg/mL.

t  Suspensão oral 40 mg/mL (na forma de benzoilmetronidazol).

t  Gel vaginal 100 mg/g.

t Gel vaginal 10%.

 

Indicações

t  Infecções   por   bactérias   anaeróbias   (Peptococcus,   Peptostreptococcus, Veillonella, Clostridium – incluindo Clostridium difficile, Fusobacterium e Bacteroides, incluindo Bacteroides fragilis, Gardnerella vaginalis, Helicobacter pylori e Campylobacter fetus).

t Infecções por protozoários anaeróbios (Entamoeba histolytica, Giardia lamblia, Trichomonas vaginalis e Balantidium coli).

t Erradicação de Helicobacter pylori no tratamento de úlcera péptica (com antimicrobianos e antissecretores).

 

Contraindicações

t Dependência crônica de álcool.

t  Hipersensibilidade ao metronidazol.

t Primeiro trimestre da gravidez.

 

Precauções

t Usar com cuidado nos casos de:

       ingestão de álcool (produz reações do tipo dissulfiram – náusea, vômito, cólica abdominal, alteração do paladar e cefaleia).

       lactação (ver Apêndice B).

       insuficiência hepática (ver Apêndice C).

       insuficiência renal (ver Apêndice D).

t Associa-se a risco de neuropatia periférica.

t  Categoria de risco na gravidez (FDA): B (ver Apêndice A).

 

Esquemas de administração

Neonatos

Infecções por bactérias anaeróbias

t Dose inicial 15 mg/kg, por via intravenosa. Após 24 horas (de termo) ou 48 horas (prematuros), seguir com 7,5 mg/kg, a cada 12 horas, durante 7 dias (10 a 14 dias em infecções por Clostridium difficile).

 

Crianças

Infecções por bactérias anaeróbias

t Dose inicial 15  mg/kg, por via intravenosa.  Após 24 horas, seguir  com 7,5 mg/kg, a cada 8 horas, durante 7 dias (10 a 14 dias em infecções por Clostridium  difficile).

 

Amebíase

t 35 a 50 mg/kg, por via oral, divididos a cada 8 horas, durante 7 a 10 dias. Dose máxima diária: 2,4 g.

 

Giardíase

t 15 mg/kg, por via oral, divididos a cada 8 horas, durante 7 a 10 dias. Dose máxima diária: 750 mg.

 

Adultos

Infecções por bactérias anaeróbias

t  Dose inicial 15 mg/kg, por via intravenosa, seguido de 7,5 mg/kg, a cada 6 horas, durante 7 dias (10 a 14 dias em infecções por Clostridium difficile).

t Dose inicial 800 mg, por via oral, seguido de 400 mg, a cada 8 horas, durante 7 dias (10 a 14 dias em infecções por Clostridium difficile).

 

Amebíase

t  500 a 750 mg, por via oral, a cada 8 horas, durante 5 a 10 dias. Dose máxima diária: 4 g.

 

Giardíase

t  250 mg, por via oral, a cada 8 horas, durante 5 a 7 dias. Pode-se repetir o ciclo com intervalo de 1 semana.

 

Vaginose bacteriana

t  2 g, por via oral, em dose única, ou 400 a 500 mg, a cada 12 horas, durante 5 a 7 dias.

t 1 aplicação de 37,5 mg (gel), por via intravaginal, 1 a 2 vezes ao dia, durante 5 dias.

 

Tricomoníase

t  2 g, por via oral, em dose única; ou 250 mg, por via oral, a cada 8 horas, durante 7 dias. Administrar também ao parceiro sexual.

t 1 aplicação de 37,5 mg (gel), por via intravaginal, 1 a 2 vezes ao dia, durante 5 a 10 dias.

 

Erradicação de H. pylori

t  500 mg, por via oral, a cada 12 horas, combinada a claritromicina 500 mg e omeprazol 20 mg, ambos por via oral, a cada 12 horas, durante 7 a 14 dias.

 

Aspectos farmacocinéticos clinicamente relevantes

t Pico de concentração sérica: 1 a 2 horas (oral).

t Meia-vida de eliminação: 8 a 10 horas (adultos).

t  Metabolismo: hepático.

t Excreção: renal (60% a 80%, com 6% a 18% em forma inalterada).

 

Efeitos adversos

t Náusea, epigastralgia, anorexia (12%), vômitos, diarreia, pancreatite, gosto metálico na boca, xerostomia, estomatite e glossite.

t Neuropatia periférica, cefaleia, tontura, vertigem, ataxia, confusão mental, depressão e convulsões (raros).

t Neutropenia reversiva, leucopenia, trombocitopenia (raras).

t  Exantema, prurido, edema puntiforme.

 

Interações de medicamentos

t  Álcool etílico: pode resultar em efeito do tipo dissulfiram ou morte súbita.

Evitar o consumo de bebidas alcoólicas ou produtos contendo etanol durante o tratamento com todas as apresentações e até pelo menos três dias após a descontinuação do metronidazol.

t Amiodarona: aumento do risco de cardiotoxicidade (prolongamento do intervalo QT, torsades de pointes, parada cardíaca). O uso concomitante não é recomendado.

t Amprenavir (solução oral): o uso concomitante é contraindicado, pelo aumento do risco de toxicidade pelo propilenoglicol, componente da formulação oral (acidose lática, nefrotoxicidade, taquicardia, etc.).

t Dissulfiram: o uso concomitante é contraindicado, pelo aumento do risco de efeitos tóxicos no sistema nervoso central.

t Bussulfano: aumento das concentrações e do risco de toxicidade deste fármaco. Evitar o uso concomitante, mas se isto não for possível, monitorar o paciente em relação aos efeitos tóxicos da bussulfano.

t Carbamazepina, ciclosporina, lítio, tacrolimo: aumento do risco de toxicidade destes fármacos. Monitorar sinais e sintomas específicos de toxicidade e a concentração plasmática.

t Colestiramina: a efetividade do metronidazol pode ser reduzida.

t Ergotamina e análogos: aumento do risco de ergotismo. O uso concomitante é contraindicado.

t Fluoruracila: aumento das concentrações e do risco de toxicidade deste fármaco. Evitar o uso concomitante, mas se isto não for possível, monitorar o paciente em relação aos efeitos tóxicos da fluoruracila, cujos efeitos gastrintestinais e hematológicos podem limitar a duração do uso combinado.

t Micofenolato de mofetila: redução da exposição ao micofenolato, se usado em combinação com metronidazol e norfloxacino. O uso concomitante dos três fármacos não é recomendado. O uso de metronidazol associado apenas ao micofenolato não representa risco.

t Varfarina: redução do metabolismo da varfarina, com aumento do risco de sangramento. Monitorar cuidadosamente o tempo de protrombina ao introduzir e descontinuar o metronidazol. Monitorar o paciente para sinais e sintomas de sangramento.

 

Orientações aos pacientes

t Reforçar a importância de evitar bebidas alcoólicas durante o uso do medicamento e até três dias após suspensão do tratamento.

t Em infecções vaginais, orientar para uso de preservativo e tratamento do(s) parceiro(s) sexual(is) para prevenção de reinfecção. Lavar as mãos antes e após a aplicação. Lavar o aplicador com sabão e água após o uso. Não ter relação sexual durante o período de utilização.

t Orientar para ingerir os comprimidos com 250 mL de água durante ou após as refeições.

t Alertar para a possibilidade de ocorrência de tontura e alteração da coloração da urina.

t Orientar para o uso durante todo o tempo prescrito, mesmo que haja melhora dos sintomas com as primeiras doses.

 

Aspectos farmacêuticos

t Armazenar os comprimidos, a suspensão oral e o creme vaginal à temperatura ambiente, entre 15 a 30 °C. Proteger da luz e umidade.

t  A suspensão oral é estável por 30 dias sob refrigeração. Não congelar.

t Armazenar a solução intravenosa à temperatura ambiente e proteger da luz. Não refrigerar. Cada frasco de metronidazol contém uma solução estéril, não pirogênica e isotônica. Nenhuma diluição é necessária.

t Caso necessário, observar orientação específica do produtor quanto a diluição, compatibilidade e estabilidade da solução intravenosa.

t A administração intravenosa com outros fármacos deve ser evitada.

t  Aditivos não devem ser acrescentados à solução para infusão.

t Não se deve utilizar agulhas ou cânulas contendo alumínio.

 

Atenção: a solução injetável pode conter sais de sódio como adjuvantes da formulação.

 

 

Miconazol (ver Nitrato de Miconazol)

 

Midazolam ou Cloridrato de Midazolam

 

Maurício Fábio Gomes

 

Na Rename 2010: item 1.1.3

 

Apresentações

t Solução injetável 1 mg/mL.

t Solução oral 2 mg/mL

 

Indicações

t Pré-anestesia.

t Indução de anestesia geral.

t Coadjuvante em manutenção de anestesia geral.

t Sedação para ventilação mecânica do paciente e manutenção em unidade de terapia intensiva.

 

Contraindicações

t  Marcante fraqueza neuromuscular respiratória.

t Miastenia grave.

t Depressão respiratória grave.

t  Insuficiência pulmonar aguda.

t Hipersensibilidade ao midazolam ou benzodiazepínicos.

t Glaucoma agudo de ângulo fechado.

t Glaucoma de ângulo aberto não tratado.

t Administração intratecal ou epidural.

 

Precauções

t Usar com cuidado nos casos de:

       doenças cardíacas, respiratórias, histórico de abuso de fármacos ou álcool, choque, coma e desequilíbrio hidreletrolítico.

       pacientes enfraquecidos (reduzir a dose).

       uso prolongado (evitar retirada abrupta).

       administração intra-arterial e extravasamento (evitar a ocorrência).

       crianças com cardiopatias (risco de hipoventilação e de apneia).

       neonatos (mais susceptíveis a efeitos tóxicos e risco de morte associada ao  álcool  benzílico).

       idosos (pode ser necessário ajuste de doses).

       insuficiência hepática (ver Apêndice C).

       insuficiência renal grave (ver Apêndice D).

       lactação (ver Apêndice B).

t  Categoria de risco na gravidez (FDA): D (ver Apêndice A).

 

Esquemas de administração

Prematuros e Neonatos

Sedação para ventilação mecânica do paciente e manutenção em unidade de terapia intensiva

t Com menos de 32 semanas de idade, administrar 0,03 mg/kg/hora (ou 0,5 microgramas/kg/minuto), por infusão intravenosa contínua; ajustar a dose para estabelecer concentrações plasmáticas adequadas. A velocidade de infusão deve ser avaliada de maneira cuidadosa e frequente, especialmente nas primeiras 24 horas.

t Com mais de 32 semanas de idade, administrar 0,06 mg/kg/hora (ou 1 microgramas/kg/minuto), por infusão intravenosa contínua; ajustar a dose para estabelecer concentrações plasmáticas adequadas. A velocidade de infusão deve ser avaliada de maneira cuidadosa e frequente, especialmente nas primeiras 24 horas.

 

Crianças

Pré-anestesia

t 6 meses a 5 anos de idade: iniciar com 0,05 a 0,1 mg/kg (até o máximo de 0,6 mg/kg, se necessário), por via intravenosa durante 2 a 3 minutos, aguardar por mais 2 a 3 minutos para avaliar o efeito sedativo, então iniciar o procedimento ou repetir a dose.

t 6 a 12 anos de idade: iniciar com 0,025 a 0,05 mg/kg (até o máximo de 0,4 mg/kg ou dose total de 10 mg, se necessário), por via intravenosa durante 2 a 3 minutos, aguardar por mais 2 a 3 minutos para avaliar o efeito sedativo, então iniciar o procedimento ou repetir a dose.

t 12 a 16 anos de idade: iniciar com 1 a 2,5 mg, por infusão lenta, aumentando a taxa de infusão gradativamente até o máximo de 1,25 mg/min; aguardar por 2 minutos ou mais e avaliar o efeito sedativo, se necessário repetir a dose, usando o mesmo procedimento, até que o efeito sedativo seja alcançado. Nesta faixa etária a dose requerida pode ultrapassar a dos adultos, mas não deve exceder o total de 10 mg.

t Ou então, administrar, para todas as faixas etárias acima, de 0,1 a 0,15 mg/kg, por via intramuscular. Pacientes mais ansiosos podem requerer doses acima de 0,5 mg/kg, não ultrapassando a dose total de 10 mg. Ou, 0,25 a 1 mg/kg, por via oral, até no máximo o total de 20 mg.

 

Sedação para ventilação mecânica do paciente e manutenção em unidade de terapia intensiva

t Dose inicial: 0,05 a 0,2 mg/kg, por infusão intravenosa durante 2 a 3 minutos, até alcançar o efeito sedativo. Manter, inicialmente, com 0,06 a 0,12 mg/kg, por infusão intravenosa com taxa de 1 a 2 microgramas/kg/min, que pode ser diminuída ou aumentada, na proporção de 25% de acordo com a resposta.

 

Adultos

Pré-anestesia

t De 0,07 a 0,08 mg/kg (aproximadamente 5 mg), por via intramuscular, 1 hora antes da cirurgia.

 

Indução de anestesia geral

t De 0,3 a 0,35 mg/kg, por via intravenosa, durante 20 a 30 segundos, aguardando 2 minutos para indução. Se necessário, para completar a indução, incrementar com 25% da dose inicial (até o máximo de 0,6 mg/kg) ou utilizar anestésicos inalatórios.

 

Manutenção de anestesia

t Incrementar com aproximadamente 25% da dose inicial ao primeiro sinal de regressão anestésica. A dose pode ser repetida quantas vezes forem necessárias.

 

Sedação para ventilação mecânica do paciente e manutenção em unidade de terapia intensiva

t Dose inicial: Administrar 0,01 a 0,05 mg/kg, lentamente por via intravenosa, podendo ser repetida em intervalos de 10 a 15 minutos, até que se alcance o nível de sedação adequado.

t Dose de manutenção: 0,02 a 0,1 mg/kg/hora (aproximadamente de 1 a 7 mg/ hora), em infusão intravenosa contínua. Reduzir a taxa de infusão em 10 a 25% a cada hora até encontrar a taxa mínima efetiva.

Nota: a dose de midazolam deve ser reduzida se o paciente recebeu previamente analgésicos opioides ou outros sedativos.

 

Aspectos farmacocinéticos clinicamente relevantes

t Início de efeito: 15 minutos (intramuscular), 1 a 5 minutos (intravenosa), 10 a 20 minutos (oral)

t  Pico de efeito: 30 a 60 minutos (intramuscular)

t Duração de efeito: 30 a 80 minutos (intavenosa).

t  Meia-vida de eliminação: aproximadamento de 2 a 3 horas.

t Metabolismo: principalmente hepático, de primeira passagem.

t Excreção: renal (45% a 57%).

 

Efeitos adversos

t Hipotensão, parada cardíaca, mudança na frequência cardíaca, trombose.

t Distúrbios gastrintestinais, aumento de apetite, icterícia, mudanças na salivação, náuseas (2,8%), vômitos (2,6%).

t Anafilaxia, reações na pele, reações no lugar da injeção, laringoespasmo (<1%), broncoespasmo (<1%).

t Depressão respiratória (11-23%) e parada respiratória (com altas doses ou sobre rápida injeção), apneia (15%), tosse (1,3%).

t Sonolência (1,2%), confusão, ataxia, amnésia, enxaqueca (1,5%), euforia, alucinações, convulsões (mais comum em neonatos), vertigem, tontura, movimentos involuntários (2%), agitação (2%), agressão paradoxal (especialmente em crianças e idosos), distúrbios visuais (<1%), disartria, fraqueza muscular (<1%), soluço (3,9%).

t  Retenção urinária, incontinência.

t Mudanças na libido.

t  Desordens sanguíneas.

 

Interações de medicamentos

t Analgésicos opioides e barbitúricos: podem resultar em depressão respiratória aditiva. Se o uso concomitante for necessário, a dose de ambos os fármacos em uso deve ser reduzida.

t Antifúngicos azólicos (cetoconazol, fluconazol, posaconazol e voriconazol): podem aumentar as concentrações plasmáticas ou a exposição sistêmica ao midazolam. Se o uso concomitante for necessário, considerar a redução da dose de midazolam e monitorar para toxicidade deste fármaco.

t Antimicrobianos macrolídeos (azitromicina, claritromicina, eritromicina, roxitromicina e telitromicina): inibem o metabolismo do midazolam, podendo aumentar a sua toxicidade. Se o uso concomitante for necessário, considerar a redução da dose de midazolam e monitorar para toxicidade deste fármaco.

t Antirretrovirais (amprenavir, atazanavir, darunavir, delavirdina, efavirenz, fosamprenavir, indinavir, lopinavir/ritonavir, nelfinavir, ritonavir, saquinavir, tipranavir) e itraconazol: aumentam o risco de toxicidade pelo midazolam, podendo ocorrer sedação excessiva, prolongamento dos efeitos hipnóticos, confusão mental e depressão respiratória. O uso concomitante é contraindicado.

t Aprepitanto: pode aumentar a exposição sistêmica ao midazolam. Considerar a redução da dose de midazolam se mais de uma dose de aprepitanto for utilizada.

t Carbamazepina, deferasirox, erva-de-são-joão (Hypericum perforatum), fenitoína, fosfenitoína, Ginkgo biloba e teofilina: podem diminuir a efetividade de midazolam. Devido à variabilidade das interações, podem ser requeridas doses elevadas de midazolam ou até a substituição por outro agente hipnótico.

t Cimetidina e fluvoxamina: podem aumentar as concentrações plasmáticas de midazolam. Se o uso concomitante for necessário, considerar a redução da dose de midazolam ou a substituição por outro benzodiazepínico que seja eliminado por glucuronidação (lorazepam, oxazepam, temazepam).

t Diltiazem e verapamil: podem aumentar e/ou prolongar a sedação. Se o uso concomitante for necessário, monitorar para exacerbação dos efeitos do midazolam.

t Echinacea sp.: pode alterar de maneira imprevisível a efetividade do midazolam. Usar com cautela

t Halotano: pode ter seus efeitos anestésicos aumentados. Iniciar o uso de halotano com doses progressivas até alcançar o efeito desejado e monitorar sinais de depressão respiratória.

t Hidraste (Hydrastis canadensis): pode aumentar as concentrações plasmáticas de midazolam. Se o uso concomitante for necessário, considerar a redução da dose de midazolam se houver aumento dos Efeitos adversos a este fármaco.

t Nilotinibe: pode aumentar a exposição sistêmica ao midazolam. Se o uso concomitante for necessário, monitorar para ocorrência de Efeitos adversos aomidazolam.

t Quinupristina/dalfopristina: podem aumentar o risco de toxicidade do midazolam. Usar com cautela e monitorar para efeitos tóxicos do midazolam.

 

Orientações ao paciente

t  Orientar para a possibilidade de ocorrerem distúrbios motores, afetando a capacidade de realizar atividades que exigem atenção e coordenação motora como operar máquinas e dirigir. Esses efeitos podem persistir por 1 ou 2 dias

t Reforçar para evitar o consumo de bebidas alcoólicas por até 24 horas após o uso do midazolam.

 

Aspectos farmacêuticos

t Cloridrato de midazolam (8,3 mg) corresponde a 7,5 mg de midazolam (base).

t Armazenar a temperatura ambiente entre 15 e 30 oC.

t Observar orientação específica do produtor quanto a diluição, compatibilidade e estabilidade da solução.

t É compatível com solução injetável de glicose 5%, cloreto de sódio 0,9%.

t Permanece estável por 24 horas em solução de glicose 5%, ou cloreto de sódio 0,9%, e por 4 horas com Ringer + lactato.

t Não pode ser misturado na mesma seringa com ranitidina, perfenazina, proclorperazina, pentobarbital sódico, pantoprazol sódico, heparina sódica, dimenidrinato

t Midazolam possui incompatibilidade com outros agentes terapêuticos, consulte bibliografia específica.

t Manter disponível flumazenil e agentes simpaticomiméticos de uso cardiovascular para o caso de dose(s) excessiva(s) ou exacerbação do efeito de midazolam.

 

Atenção: midazolam deve ser utilizado com finalidade sedativa somente em ambiente hospitalar ou ambulatorial. O risco de depressão respiratória e parada respiratória é elevado. O uso concomitante de opioides e outros depressores do SNC, exige reavaliação das doses de midazolam e desses fármacos. Não proceder a administração intravenosa rápida sob risco de hipotensão grave e convulsões, particularmente com uso concomitante de fentanila.

 

 

Misoprostol 

 

Karen Luise Lang

 

Na Rename 2010: item 18.5

 

Apresentação

t Comprimidos vaginais 25, 50 e 200 microgramas.

 

Indicações

t  Indução de parto no terceiro trimestre de gravidez.

t Indução de aborto.

 

Contraindicações

t  Hipersensibilidade a misoprostol ou prostaglandinas.

t  Placenta prévia.

t  Hemorragia vaginal durante a gravidez.

t Desproporção cefalo-pélvica ou mal posicionamento fetal .

t Histórico de cesarianas ou cirurgias uterinas de grandes proporções.

t  Infecção pélvica ativa.

t Sofrimento fetal.

t Gravidez múltipla.

t Histórico de parto difícil ou traumático.

t  Categoria de risco na gravidez (FDA): X (ver apêndice A).

 

Precauções

t Doença cerebrovascular ou coronariana.

t Epilepsia.

t  Pode causar diarreia.

 

Esquemas de administração

Indução do parto

t 25 microgramas, via vaginal, com repetição da dose após 6 horas, se necessário. Caso o efeito desejado não ocorra, a dose pode ser aumentada para 50 microgramas a cada 6 horas até o máximo de 4 doses.

 

Indução de aborto

Primeiro trimestre

t 800 microgramas por dia, durante dois dias, via vaginal, seguindo um dos seguintes esquemas:

       800 microgramas, repetindo em 24 horas.

       400 microgramas de 12 em 12 horas.

       200 microgramas de 6 em 6 horas.

t Após 72 horas, o esquema pode ser repetido ou um método alternativo para interrupção da gravidez deve ser avaliado.

 

Segundo trimestre

t 200 microgramas de 12 em 12 horas, durante dois dias, via vaginal.

t O esquema deve ser repetido em intervalos de 3 a 5 dias, até que o aborto seja provocado ou método alternativo para interrupção da gravidez seja empregado.

 

Aspectos farmacocinéticos clinicamente relevantes

t Início da ação: 20 minutos

t Duração de efeito: 4 horas

t Excreção: preponderantemente renal

 

Efeitos adversos

t  Hiperestimulação uterina, ruptura uterina, sofrimento fetal.

t Dor abdominal (7% a 20%), diarreia (13% a 40%), náusea (3%), flatulência (3%), dispepsia (2%), vertigens.

t Cefaleia (2%)

 

Interações de medicamentos

t Antiácidos: pode haver aumento da incidência de diarreia e dor abdominal; a biodisponibilidade total de misoprostol pode ser reduzida.

t Fenilbutazona: o uso simultâneo com misoprostol pode provocar efeitos neurossensoriais como cefaleia, vertigens e ataxia. Caso tais efeitos sejam observados, avaliar a substituição da fenilbutazona por outro anti-inflamatório.

 

Orientações às pacientes

t  Não utilizar antiácidos enquanto estiver fazendo uso de misoprostol.

t  Avisar o médico caso ocorram sinais e sintomas de reação alérgica ou em caso de diarreia grave.

 

Aspectos farmacêuticos

t  Armazenar ao abrigo de ar e luz e à temperatura ambiente, de 15 a 30 ºC.

 

 

Mononitrato de Isossorbida

 

Rosa Martins

 

Na Rename 2010: item 14. 3

 

Apresentações

t Comprimido 40 mg (liberação imediata)

t  Solução injetável 10 mg/mL.

 

Indicação

t Tratamento de manutenção em angina estável.

 

Contraindicações

t Hipersensibilidade a isossorbida ou a nitratos orgânicos.

t Uso concomitante de sildenafila e análogos.

t Glaucoma de ângulo fechado.

t Anemia grave.

t Trauma craniano e hemorragia cerebral.

 

Precauções

t Usar com cuidado nos casos de:

       hipotensão, hipovolemia, aumento da pressão intraocular e intracraniana, hipermotilidade gástrica, enfarte agudo do miocárdio, cardiomiopatia hipertrófica, insuficiência cardíaca congestiva, hipertireoidismo.

       uso de álcool ou bloqueador de canal de cálcio.

       uso de elevadas doses (pode surgir dor anginosa).

       lactação.

t Desenvolve-se tolerância ao fármaco e tolerância cruzada com outros nitratos. Manter intervalo de pelo menos 12 horas sem uso do fármaco para evitar tolerância.

t Os principais Efeitos adversos são dependentes de dose.

t Categoria de risco na gravidez (FDA): C.

 

Esquemas de administração

Adultos

t  Dose 20 mg, por via oral, a cada 8 ou 12 horas

t Dose 40 mg, por via oral, a cada 12 horas

t Dose máxima: 120 mg/dia (aumento de dose não aumenta efeito proporcionalmente e pode levar a tolerância).

 

Aspectos farmacocinéticos clinicamente relevantes

t  Biodisponibilidade: 93% a 100%

t  Início da ação: 45 a 60 minutos.

t Pico de concentração plasmática: 30 a 60 minutos.

t Duração de efeito: 6 horas.

t  Metabolismo hepático (98%), metabólitos inativos.

t Excreção: renal (78%) e fecal.

t Meia-vida: 6 horas.

 

Efeitos adversos

t Cefaleia (19% a 38%), tontura (3% a 5%).

t  Náusea e vômito (2% a 4%).

 

Interações de medicamentos

t Sildenafila, tadalafila e vardenafila: contraindicado o uso concomitante com nitratos, pela potencialização do efeito hipotensor.

 

Orientação ao paciente

t  Orientar para ingerir o comprimido com 250 mL de água.

t Em caso de esquecimento de uma dose, usar assim que lembrar. Se o horário da próxima dose for a menos de 2 horas, omitir a dose anterior, esperar e usar no horário. Nunca usar duas doses juntas.

t Este medicamento pode causar cefaleia; neste caso recomendar o uso de um analgésico e não interromper o tratamento. Com a continuidade do tratamento a dor tende a desaparecer.

t Evitar ingestão de bebida alcoólica.

 

Aspectos farmacêuticos

t  Manter à temperatura de 15 a 30 ºC, proteger da luz e umidade.

t Verificar orientação do produtor quanto a soluções compatíveis para diluição.

 

 

Morfina (ver Sulfato de Morfina)

 

Muciloide de Psyllium

 

Fabiana Wahl Hennigen

 

Na Rename 2010: item 16.5

 

Apresentação

t Pó para dispersão oral

 

Indicações

t Obstipação funcional crônica e associada a distúrbios anorretais (hemorroidas, pós-cirurgia proctológica).

t Síndrome do intestino irritável.

 

Contraindicações

t  Hipersensibilidade ao Psyllium.

t  Impactação fecal.

t  Obstrução gastrintestinal.

 

Precauções

t Usar com cuidado nos casos de:

       constrição e estenose esofágica, úlcera ou aderências intestinais.

       fenilcetonúria ou outros distúrbios em que a ingestão de fenilalanina deva ser restrita (produtos sem açúcar).

t Podem ocorrer reações de hipersensibilidade associadas à ingestão ou inalação.

t O Psyllium deve ser tomado com bastante líquido, principalmente em idosos.

t Uso não recomendado para crianças com menos de 6 anos de idade.

t  Categoria de risco na gravidez (FDA): B (ver Apêndice A).

 

Esquemas de administração 

Crianças com mais de 6 anos

t Metade da dose do adulto.

 

Adultos

t Dose de 3,5 g, por via oral, 1 a 3 vezes ao dia com pelo menos um copo (250 mL) de líquido. Dose máxima de 30 g/dia.

 

Aspectos farmacocinéticos clinicamente relevantes

t  Não é absorvido no trato gastrintestinal.

t Início de ação: 12 a 24 horas.

t Pico de efeito: 2 a 3 dias.

 

Efeitos adversos

t Distensão abdominal, cólica, flatulência, obstrução intestinal ou esofágica, impactação fecal (por ingestão insuficiente de líquidos).

t Reações alérgicas como broncoespasmo, rinoconjuntivite e anafilaxia (raras).

 

Interações de medicamentos

t Carbamazepina: possível diminuição da absorção e eficácia da carbamazepina. Separar os horários de administração em, pelo menos, 3 horas. Monitorar os níveis séricos da carbamazepina.

t Antidiabéticos: pode haver aumento do risco de hipoglicemia. Monitorar a glicemia e sinais e sintomas de hipoglicemia. Se necessário, reduzir a dose do antidiabético.

 

Orientações aos pacientes

t  Orientar para misturar o pó com, pelo menos, 250 mL de água ou suco de fruta e ingerir imediatamente.

t  Orientar para a ingestão de, pelo menos, 6 a 8 copos de líquido a cada dia, para auxiliar a evacuação.

t Orientar para respeitar intervalos de, pelo menos, 2 horas antes ou após a administração de outros medicamentos.

t  Orientar para não ingerir imediatamente antes de dormir.

t Orientar para contatar o médico para excluir outros distúrbios se a obstipação persistir por mais de uma semana após o uso do medicamento.

 

Aspectos farmacêuticos

t Armazenar à temperatura ambiente, entre 15 e 30 ºC.

t O nome psílio ou Psyllium é comumente utilizado na literatura para designar as espécies Plantago afra L. (Plantago psyllium L.) e P. indica L. (P. arenaria Waldstein & Kitaibel), incluídas na Farmacopeia Portuguesa (farmacógeno: sementes) e que são as mais estudadas do gênero Plantago. Outras espécies deste gênero podem também conter mucilagens, mas em teor e composição distintos ou não investigados e não tiveram seu uso terapêutico validado.

 

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