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Vasculite crioglobulinêmica

Autor:

Rodrigo Antonio Brandão Neto

Médico Assistente da Disciplina de Emergências Clínicas do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP

Última revisão: 05/08/2014

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         Paciente de 51 anos , sexo masculino, antecedente de hepatite por vírus C, chegou a fazer tratamento com interferon, descontinuado devido efeitos colaterais há três meses. Evoluiu com quadro de lesões cutâneas em membros inferiores.

 

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        Estas lesões são típicas de uma das complicações extra-hepáticas da infecção pelo vírus C, que é a crioglobulinemia. As crioglobulinas são imunoglobulinas monoclonais ou policlonais precipitáveis no frio que podem se desenvolver em pacientes em várias condições, incluindo infecção pelo vírus das hepatites B e, particularmente, o vírus C, discrasias sanguíneas plasmáticas como a Macroglobulinemia de Waldenstroem, infecções crônicas e doenças inflamatórias. Uma das manifestações da crioglobulinemia é uma vasculite de pequenos vasos caracterizada por púrpura palpável, artrite, fraqueza, neuropatia e glomerulonefrite membranoproliferativa. Neste paciente vemos as lesões típicas da vasculite crioglobulinêmica.

        As crioglobulinas circulantes são associadas frequentemente com fator reumatoide positivo, hipocomplementemia e velocidade de hemossedimentação elevada.

      O diagnóstico de vasculite crioglobulinêmica usualmente é estabelecido em um paciente com apresentação clínica e achados laboratoriais característicos desta condição após exclusão de outras condições associadas, como endocardite bacteriana. Biópsia cutânea ou renal dos pacientes afetados revela deposição de imunoglobulina e/ou complemento na imunofluorescência.

       Tratamento da vasculite crioglobulinêmica é direcionado para a doença subjacente. Em caso de infecção pelo vírus da hepatite C, terapia antiviral é o tratamento mais apropriado. Entretanto, resolução desta condição em longo prazo ocorre apenas em pacientes com resposta virológica sustentada. Terapia imunossupressora e plasmaférese podem ser efetivas durante curta duração, mas são associadas com complicações. Corticoides podem ser indicados no manejo de casos graves, mas estes agentes devem ser evitados em casos de infecção pelos vírus da hepatite B ou C.

 

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