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Rins crônicos

Autor:

Lucas Santos Zambon

Doutorado pela Disciplina de Emergências Clínicas Faculdade de Medicina da USP; Médico e Especialista em Clínica Médica pelo HC-FMUSP; Diretor Científico do Instituto Brasileiro para Segurança do Paciente (IBSP); Membro da Academia Brasileira de Medicina Hospitalar (ABMH); Assessor da Diretoria Médica do Hospital Samaritano de São Paulo.

Última revisão: 04/09/2015

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Quadro Clínico

Uma mulher de 79 anos, portadora de hipertensão arterial sistêmica é seguida ambulatorialmente com regularidade, mas infelizmente faz uso irregular de suas medicações. Com o passar do tempo ela começa a ter elevações de valores de creatinina. Em um determinado momento seu médico solicita um ultrassom de vias urinárias, sendo que podemos visualizar os rins esquerdo e direito nas imagens 1 e 2 a seguir.

 

Imagem 1 – Ultrassom do rim esquerdo

  

 

Imagem 2 – Ultrassom do rim direito

 

Diagnóstico e Discussão

O laudo do exame trouxe a descrição de:

Sinais de nefropatia crônica bilateral

Rins tópicos, com dimensões reduzidas e contornos regulares.

Parênquima de espessura normal e ecogenicidade aumentada, com diminuição da diferenciação corticomedular.

Rim direito mede 8,5 cm. Espessura do parênquima à direita: 1,2 cm.

Rim esquerdo mede 8,5 cm. Espessura do parênquima à esquerda: 1,3 cm.

 

Os rins são retroperitoneais, ficando sobre o músculo psoas. Eles têm diâmetro longitudinal de 9 a 13 cm, e espessura do parênquima > 1cm. Ao ultrassom, o parênquima renal é periférico e hipoecogênico, contendo o córtex e as pirâmides. O seio renal é central e hiperecogênico, composto de tecido adiposo, linfático e inervação, além dos ramos principais da artéria e da veia renal, bem como o sistema coletor (pelve renal).

A insuficiência renal crônica tem ao ultrassom os achados de rins de dimensões reduzidas, hiperecogenicidade e afilamento do parênquima, além de perda de diferenciação córticomedular. Não necessariamente todos estes sinais aparecem, mas quanto mais deles, maior a chance de estarmos diante de rins crônicos.

A doença renal crônica é definida pela presença de lesão renal ou diminuição da função renal por pelo menos 3 a 4 meses, independente da causa etiológica. Este prazo de 3 a 4 meses é o que ajuda a distinguir da lesão renal aguda. A lesão renal da definição se refere a anormalidades definidas por biópsia ou exame de imagem, ou ainda inferida por marcadores como sedimento urinário ou aumento da excreção de albumina na urina. Já quanto à função, ela é considerada diminuída com base na estimativa do ritmo de filtração glomerular (RFG) com base na creatinina e seu clearance.

 

Os estágios da doença renal crônica são os que se seguem:

G1 - RFG >90 mL/min/1.73 m2

G2 - RFG 60 a 89 mL/min/1.73 m2

G3a - RFG 45 a 59 mL/min/1.73 m2

G3b - RFG 30 a 44 mL/min/1.73 m2

G4 - RFG 15 a 29 mL/min/1.73 m2

G5 - RFG <15 mL/min/1.73 m2 ou tratamento com diálise.

 

Bibliografia

National Kidney Foundation. K/DOQI clinical practice guidelines for chronic kidney disease: evaluation, classification, and stratification. Am J Kidney Dis 2002; 39:S1.

 

Levey AS, Stevens LA, Coresh J. Conceptual model of CKD: applications and implications. Am J Kidney Dis 2009; 53:S4.

 

Levey AS, Coresh J. Chronic kidney disease. Lancet 2012; 379:165.

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