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Apendicite

Autor:

Lucas Santos Zambon

Doutorado pela Disciplina de Emergências Clínicas Faculdade de Medicina da USP; Médico e Especialista em Clínica Médica pelo HC-FMUSP; Diretor Científico do Instituto Brasileiro para Segurança do Paciente (IBSP); Membro da Academia Brasileira de Medicina Hospitalar (ABMH); Assessor da Diretoria Médica do Hospital Samaritano de São Paulo.

Última revisão: 10/11/2016

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Quadro Clínico

 

Mulher de 36 anos procurou o departamento de emergência com muita dor em fossa ilíaca direita em progressão há 24h, associada a náuseas e vômitos. Ao exame físico, apresentava sinais de peritonite. Foi submetida à tomografia de abdome (imagem 1).

 

 

            Imagem 1 – Tomografia de abdome

 

Discussão

 

O laudo da tomografia traz a seguinte descrição: imagem alongada na fossa ilíaca direita de paredes espessadas, com densificação difusa dos planos adiposos e lâmina líquida de permeio, sugerindo processo inflamatório local. Ou seja, estamos diante de uma apendicite, aparentemente não complicada. Mas vamos rever alguns pontos da conduta que deve ser tomada no caso.

A preparação pré-operatória para apendicectomia inclui hidratação intravenosa, correção de distúrbios eletrolíticos e antibióticos profiláticos, que devem ser administrados com 60 minutos antes da incisão cirúrgica.

Para realização da apendicectomia, tanto a abordagem aberta quanto a laparoscópica são adequadas. Os pacientes tratados com apendicectomia laparoscópica têm significativamente menos infecções de feridas, menos dor e menor duração da estadia no hospital; porém,  as taxas de readmissão são maiores, há formação de abscessos intra-abdominais, e os custos hospitalares são mais elevados. A apendicectomia continua sendo o tratamento padrão, mesmo que existam algumas evidências para o uso de antibióticos isoladamente (porém com aumento do risco de apendicite recorrente quando esta conduta é tomada).

Outro tipo de abordagem é o emprego de antibióticos, hidratação, repouso intestinal e imagem percutânea guiada para drenagem do abscesso. Isso pode ser realizado para pacientes que apresentem sintomas há mais de cinco dias e exame de imagem que revele a formação de abcesso. Porém, após essa conduta inicial não cirúrgica, é necessário realizar uma apendicectomia eletiva, em geral seis a oito semanas após.

Mesmo que durante a cirurgia um apêndice aparentemente normal seja identificado, deve-se realizar a apendicectomia, mas devem também ser procuradas outras causas para os sintomas do paciente, incluindo ileíte terminal, diverticulite de ceco ou sigmoide ou de um carcinoma do cólon perfurante, diverticulite de Meckel, adenite mesentérica, ou patologia ginecológica em mulheres.

 

 

Bibliografia

 

1. Pittman-Waller VA, Myers JG, Stewart RM, et al. Appendicitis: why so complicated? Analysis of 5755 consecutive appendectomies. Am Surg 2000; 66:548.

2. Styrud J, Eriksson S, Nilsson I, et al. Appendectomy versus antibiotic treatment in acute appendicitis. a prospective multicenter randomized controlled trial. World J Surg 2006; 30:1033.

3. Salminen P, Paajanen H, Rautio T, et al. Antibiotic Therapy vs Appendectomy for Treatment of Uncomplicated Acute Appendicitis: The APPAC Randomized Clinical Trial. JAMA 2015; 313:2340.

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