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Embriões Frescos ou Congelados para Infertilidade em Síndrome dos Ovários

Autor:

Lucas Santos Zambon

Doutorado pela Disciplina de Emergências Clínicas Faculdade de Medicina da USP; Médico e Especialista em Clínica Médica pelo HC-FMUSP; Diretor Científico do Instituto Brasileiro para Segurança do Paciente (IBSP); Membro da Academia Brasileira de Medicina Hospitalar (ABMH); Assessor da Diretoria Médica do Hospital Samaritano de São Paulo.

Última revisão: 14/02/2018

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Contexto Clínico

A transferência de embriões frescos é geralmente preferida em relação à transferência de embriões congelados para a fertilização in vitro (FIV). Porém, algumas evidências sugerem que a transferência de embrião congelado pode melhorar a taxa de nascidos vivos, e diminuir as taxas síndrome de hiperestimulação ovariana e complicações na gravidez em mulheres com síndrome do ovário policístico.

 

O Estudo

Este é um estudo multicêntrico, que randomizou 1508 mulheres inférteis com a síndrome do ovário policístico, que estavam passando por seu primeiro ciclo de FIV para submeter-se à transferência de embrião fresco, ou à criopreservação de embriões seguida por transferência de embrião congelado. Após três dias de desenvolvimento embrionário, as mulheres foram submetidas à transferência de até dois embriões frescos ou congelados. O desfecho primário foi um nascimento vivo após a primeira transferência de embriões.

A transferência de embrião congelado resultou em maior frequência de nascimento vivo após a primeira transferência do que a transferência de embrião fresco (49,3% versus 42,0%), com uma razão de 1,17 (IC 95% 1,05-1,31; P = 0,004). As mulheres que se submeteram à transferência de embrião congelado também tiveram menor frequência de perda de gravidez (22,0% versus 32,7%) com uma razão de 0,67 (IC 95%, 0,54-0,83; P<0,001), e da síndrome da hiperestimulação ovariana (1,3% versus 7,1%) com uma razão de 0,19 (IC 95%, 0,10-0,37; P<0,001), mas houve uma maior frequência de pré-eclampsia (4,4% versus 1,4%) com uma razão de 3,12 (IC 95%, 1,26-7,73; P = 0,009). Não houve diferenças significativas entre os grupos nas taxas de complicações na gravidez ou neonatais. Houve cinco mortes neonatais no grupo de embrião congelado, e nenhuma no grupo de embrião fresco (P = 0,06).

 

Aplicação Prática

Com base nesse ótimo estudo randomizado, podemos concluir que, entre as mulheres inférteis com síndrome dos ovários policísticos, a transferência de embrião congelado se associou a maior taxa de nascimentos vivos, menor risco de síndrome de hiperestimulação ovariana, e maior risco de pré-eclâmpsia após a primeira transferência do que a transferência de embriões frescos. Esse tipo de resultado deve ser discutido com a paciente para que se tome a melhor decisão, ficando claros riscos e benefícios da escolha do tipo de embrião a ser transferido.

 

 Bibliografia

Chen ZJ et al. Fresh versus FrozenEmbryos for Infertility in thePolycysticOvarySyndrome. N Engl J Med 2016; 375:523-533.

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