Metalyse

METALYSE com posologia, indicações, efeitos colaterais, interações e outras informações. Todas as informações contidas na bula de METALYSE têm a intenção de informar e educar, não pretendendo, de forma alguma, substituir as orientações de um profissional médico ou servir como recomendação para qualquer tipo de tratamento. Decisões relacionadas a tratamento de pacientes com METALYSE devem ser tomadas por profissionais autorizados, considerando as características de cada paciente.



Laboratório

boehringer

Apresentação METALYSE

Pó liofilizado injetável 40 mg ou 50 mg + seringa pré-carregada com diluente

USO INTRAVENOSO
USO ADULTO

COMPOSIÇÃO
METALYSE 40 mg: cada frasco ampola contém 8000U (40 mg) de tenecteplase e cada seringa pré-carregada contém 8 ml de água para injeção
METALYSE 50 mg: cada frasco ampola contém 10000U (50 mg) de tenecteplase e cada seringa pré-carregada contém 10 ml de água para injeção
Cada ml de solução reconstituída contém 5 mg de tenecteplase e os excipientes: arginina, ácido fosfórico, polissorbato 20 e água para injeção
A potência do tenecteplase é expressa em unidades (U), baseando-se num padrão de referência específico para tenecteplase, e não pode ser comparada com as unidades utilizadas para outros agentes trombolíticos.

METALYSE – Indicações

METALYSE é indicado para o tratamento trombolítico do infarto agudo do miocárdio. O tratamento deve ser iniciado o mais rápido possível após o início dos sintomas.

Contra indicações de METALYSE

O tratamento trombolítico está associado ao risco de hemorragia. METALYSE é contraindicado nas seguintes situações:
• distúrbios hemorrágicos significativos no presente ou nos últimos 6 meses, diátese hemorrágica conhecida
• pacientes recebendo tratamento concomitante com anticoagulantes orais (INR>1,3)
• qualquer ocorrência anterior de lesão no sistema nervoso central (como neoplasia, aneurisma, cirurgia intracraniana ou espinhal)
• hipertensão arterial grave não controlada
• cirurgia de grande porte, biópsia de um órgão parenquimatoso ou traumatismo grave nos últimos 2 meses (inclui qualquer trauma associado ao infarto agudo do miocárdio presente), trauma recente da cabeça ou crânio
• ressuscitação cardiopulmonar traumática ou prolongada (>2 minutos) nas últimas 2 semanas
• hepatopatias graves, incluindo insuficiência hepática, cirrose, hipertensão portal (varizes esofagianas) e hepatite ativa
• úlcera péptica ativa
• aneurisma arterial e malformações arteriais/venosas conhecidas
• neoplasia com aumento do risco de sangramento
• pericardite aguda e/ou endocardite infecciosa subaguda
• pancreatite aguda
• hipersensibilidade à substância ativa tenecteplase, à gentamicina (resíduo do processo de fabricação) ou a qualquer componente da fórmula
• acidente vascular cerebral hemorrágico ou acidente vascular cerebral de origem desconhecida a qualquer hora
• acidente vascular cerebral isquêmico ou ataque isquêmico transitório/AIT (isquemia cerebral transitória) nos 6 meses anteriores
Este medicamento é contraindicado para menores de 12 anos.

Advertências

METALYSE deve ser prescrito por médicos com experiência em tratamento trombolítico e com disponibilidade de monitorar o seu uso. Isto não exclui o uso pré-hospitalar de METALYSE. Assim como com outros trombolíticos, recomenda-se que quando METALYSE for administrado, se tenha à disposição medicamentos e equipamentos de ressuscitação em todas as circunstâncias.

Intervenção coronária percutânea primária (ICP): se a ICP primária está programada de acordo com os guias de tratamento atuais, METALYSE como utilizado no estudo ASSENT-4 PCI não deve ser administrado (vide “Resultados de Eficácia”).

Sangramentos: a complicação mais comum durante o tratamento com METALYSE é o sangramento. O uso concomitante do anticoagulante heparina pode contribuir para a ocorrência de sangramentos. Como a fibrina é lisada durante o tratamento com METALYSE, podem ocorrer sangramentos em locais de punção. Portanto, o tratamento trombolítico requer cuidadosa atenção a todos os possíveis locais de sangramento (incluindo aqueles após inserção de cateter, punção arterial e venosa, dissecção e punções com agulhas). Deve-se evitar o uso de cateteres rígidos, injeções intramusculares e manipulações desnecessárias em pacientes durante o tratamento com METALYSE.
Se ocorrerem sangramentos graves, principalmente hemorragia cerebral, a administração concomitante de heparina deve ser interrompida imediatamente. Deve-se considerar a administração de protamina se a heparina tiver sido administrada dentro de 4 horas antes do sangramento. Nos poucos pacientes que não respondem a essas medidas conservadoras, pode-se indicar o uso criterioso de produtos de transfusão. A transfusão de crioprecipitados, plasma fresco congelado e plaquetas deve ser considerada com reavaliação clínica e laboratorial após cada administração. Com a infusão de crioprecipitados, pretende-se atingir um nível de 1 g/l de fibrinogênio. Agentes anti-fibrinolíticos também devem ser considerados.

O uso de METALYSE deve ser avaliado cuidadosamente quanto aos riscos potenciais de hemorragia em relação aos benefícios esperados nas seguintes condições:
• pressão arterial sistólica >160 mmHg
• sangramento gastrintestinal ou geniturinário recente (nos últimos 10 dias)
• qualquer injeção intramuscular recente (nos últimos 2 dias)
• idade avançada (acima de 75 anos)
• baixo peso corpóreo (<60 kg)
• doença vascular cerebral

Arritmias: a trombólise coronariana pode resultar em arritmia de reperfusão, podendo levar à parada cardíaca, ser fatal e pode requerer tratamento antirrítmico convencional.

Antagonistas da glicoproteína IIb/IIIa: o uso concomitante de antagonistas da glicoproteína IIb/IIIa aumenta o risco de sangramento.

Tromboembolismo: o uso de METALYSE pode aumentar o risco de eventos tromboembólicos em pacientes com trombo no lado esquerdo do coração, por exemplo de estenose mitral ou fibrilação atrial.

Hipersensibilidade: não foi observada formação de anticorpos para a molécula de tenecteplase após o tratamento. No entanto, não há experiência com a readministração de METALYSE. Reações anafilactoides associadas à administração de METALYSE são raras e podem ser causadas por hipersensibilidade ao tenecteplase, à gentamicina (resíduos do processo de fabricação) ou a qualquer um dos excipientes. Se ocorrer reação anafilactoide, a injeção deve ser interrompida e deve ser iniciado tratamento apropriado.

Interações medicamentosas de METALYSE

Não se realizaram estudos específicos de interações entre METALYSE e medicamentos normalmente administrados em pacientes com infarto agudo do miocárdio. Entretanto, a análise de dados de mais de 12.000 pacientes tratados durante as fases I, II e III não revelou nenhuma interação relevante no uso concomitante de METALYSEe medicamentos normalmente administrados a pacientes com infarto agudo do miocárdio.
Medicamentos que afetem a coagulação ou alterem a função plaquetária podem aumentar o risco de sangramento antes, durante ou após o tratamento com METALYSE.

Reações adversas / efeitos colaterais de METALYSE

Assim como outros agentes trombolíticos, a hemorragia é o efeito indesejável mais comum associado ao uso de METALYSE. Hemorragia de qualquer local ou cavidade corpórea pode ocorrer e resultar em situações de risco de vida, incapacidade permanente ou morte.
O tipo de hemorragia associada à terapia trombolítica pode ser dividido em duas categorias:
– sangramento superficial, normalmente no local da injeção
– sangramentos internos em qualquer local ou cavidade corpórea
Podem estar associados sintomas neurológicos hemorrágicos intracranianos como sonolência, afasia, hemiparesia, convulsão.
– Reação muito comum: hemorragias.
– Reações comuns: hemorragia gastrintestinal (hemorragia gástrica, hemorragia de úlcera gástrica, hemorragia retal, hematêmese, melena, hemorragia bucal), epistaxis, equimose, hemorragia urogenital (hematúria, hemorragia do trato urinário), hemorragia no local de injeção, hemorragia no local de punção.
– Reações incomuns: hemorragia intracraniana (hemorragia cerebral, hematoma cerebral, AVC hemorrágico, transformação hemorrágica de AVC, hematoma intracranial, hemorragia subcaracnoide), hemorragia ocular, arritmias de reperfusão (assistolia, arritmia idioventricular acelerada, arritmia, extras sístoles, fibrilação atrial, bloqueio atrioventricular de primeiro grau, bloqueio atrioventricular total, bradicardia, taquicardia, arritmia ventricular, taquicardia ventricular, fibrilação ventricular) que ocorrem em relação temporal próxima ao tratamento com METALYSE, hemorragia retroperitonial (hematoma retroperitonial).
– Reações raras: hemorragia pericárdica, hemorragia pulmonar, reação anafilactoide (incluindo rash, urticária, broncoespasmo, edema de laringe), embolismo, hipotensão.
– Reações com frequência desconhecida: transfusão, parada cardíaca, náuseas e vômito, aumento da temperatura corpórea (febre), embolia gordurosa que pode levar às correspondentes consequências nos órgãos envolvidos.

Em casos de eventos adversos, notifique ao Sistema de Notificações em Vigilância Sanitária –
NOTIVISA, disponível em www.anvisa.gov.br/hotsite/notivisa/index.htm, ou para a Vigilância Sanitária Estadual ou Municipal.

METALYSE – Posologia

METALYSE deve ser reconstituído adicionando-se o conteúdo completo da seringa pré-carregada ao frasco contendo o pó para injeção.
1. Assegurar-se de que a dose foi escolhida corretamente, de acordo com o peso corpóreo do paciente.
2. Conferir se a tampa do frasco está intacta.
3. Remover a tampa flip-off do frasco-ampola.
4. Remover a tampa da ponta da seringa. Imediatamente rosquear a seringa pré-carregada no adaptador do frasco e introduzir a agulha do adaptador no meio da tampa do frasco-ampola.
5. Introduzir a água para injeção no frasco, empurrando para baixo o pistão da seringa, lentamente para evitar a formação de espuma.
6. Reconstituir agitando suavemente.
7. O preparado reconstituído é uma solução límpida, incolor a amarela clara. Utilizar somente soluções límpidas, sem partículas.
8. Imediatamente antes de administrar a solução, inverter o frasco com a seringa ainda conectada, de modo que ela fique situada por baixo do frasco.
9. Transferir o volume apropriado de solução reconstituída de METALYSE para a seringa, conforme o peso do paciente.
10. Desconectar a seringa do adaptador do frasco.
11. METALYSE deve ser administrado intravenosamente durante aproximadamente 5 a 10 segundos.
Não deve ser administrado por acesso venoso contendo glicose.
12. Qualquer solução não utilizada deve ser descartada.
13. Alternativamente, a reconstituição pode ser realizada com a agulha incluída na embalagem.

METALYSE é incompatível com solução glicosada. Não deve ser administrado concomitantemente com outras drogas, nem no mesmo frasco de infusão, nem no mesmo acesso venoso (nem mesmo com heparina).

METALYSE deve ser administrado levando-se em conta o peso corpóreo, sendo a dose máxima de 10000 unidades (50 mg de tenecteplase). O volume necessário para a administração da dose correta pode ser calculado conforme o seguinte esquema:

Peso corpóreo do paciente

(kg)

tenecteplase (U)

tenecteplase (mg)

Volume correspondente à solução reconstituída (ml)

<60

6000

30

6

≥60 a <70

7000

35

7

≥70 a <80

8000

40

8

≥80 a <90

9000

45

9

≥90

10000

50

10



A dose necessária deve ser administrada como um único bolo intravenoso, durante aproximadamente 5 a
10 segundos.
Pode-se usar um acesso venoso preexistente para a administração de METALYSE, desde que tenha sido utilizado somente para a administração de solução de cloreto de sódio 0,9%. Se for utilizado um acesso venoso, lavá-lo após a injeção de METALYSE para suprimento adequado da droga.

Tratamento concomitante
A terapia antitrombótica adjunta está recomendada de acordo com os consensos internacionais* de manuseio de pacientes com infarto do miocárdio com elevação do segmento ST.
* European Society of Cardiology (2003); American College of Cardiology / American Heart Association (2004)

Super dosagem

No caso de superdose, pode aumentar o risco de sangramentos. Em casos de sangramentos graves e prolongados, recomenda-se a infusão de plasma fresco congelado ou de sangue fresco. Se necessário, podem ser administrados anti-fibrinolíticos sintéticos.
Em caso de intoxicação ligue para 0800 722 6001, se você precisar de mais orientações.

Caracteristicas farmalogicas

Farmacodinâmica
O tenecteplase é um ativador recombinante do plasminogênio específico para fibrina, derivado da t-PA humana por meio de modificações em três posições da estrutura da proteína. O tenecteplase liga-se à fibrina, componente do trombo (coágulo sanguíneo) e seletivamente converte o plasminogênio ligado ao trombo em plasmina, a qual degrada a matriz de fibrina do trombo. O tenecteplase apresenta maior especificidade à fibrina e maior resistência à inativação por seu inibidor endógeno (PAI-1) comparado ao t-PA humano.
Após a administração de tenecteplase, verifica-se o consumo dose-dependente de alfa-2 antiplasmina (inibidor da fase líquida da plasmina) com consequente aumento nos níveis sistêmicos de geração de plasmina. Essa observação é coerente com o efeito intencional da ativação do plasminogênio. Em estudos comparativos, observou-se uma redução menor de 15% no fibrinogênio e menor de 25% no plasminogênio em pacientes tratados com dose máxima de tenecteplase (10.000 U, correspondentes a 50 mg), enquanto o alteplase causou uma diminuição de aproximadamente 50% nos níveis de fibrinogênio e plasminogênio. Não se detectou formação clinicamente relevante de anticorpos após 30 dias.
Dados de patência provenientes de estudos angiográficos de fase I e II sugerem que o tenecteplase, administrado em um único bolo intravenoso, é eficaz em dissolver coágulos sanguíneos da artéria relacionada ao infarto e possui um efeito dose dependente em pacientes que sofreram infarto agudo do miocárdio.

Farmacocinética
O tenecteplase é uma proteína recombinante que ativa o plasminogênio sendo administrado por via intravenosa. O tenecteplase é retirado da circulação ao ligar-se especificamente a receptores hepáticos, sendo posteriormente catabolizado em pequenos peptídios. A ligação aos receptores hepáticos, entretanto, é menor quando comparado ao t-PA humano, resultando numa meia-vida prolongada. Dados da distribuição tecidual e eliminação foram obtidos em estudos com tenecteplase radioativo administrado em ratos. O fígado é o principal órgão no qual o tenecteplase é distribuído. Não se sabe se o tenecteplase se liga às proteínas plasmáticas em humanos e em qual extensão.
Após uma única injeção intravenosa em bolo de tenecteplase em pacientes com infarto agudo do miocárdio, os antígenos de tenecteplase apresentam eliminação plasmática bifásica. Dentro da faixa terapêutica, a depuração do tenecteplase não é dose-dependente. A meia-vida inicial dominante é de 24 ± 5,5 min (média +/- DP), a qual é 5 vezes maior que a meia-vida do t-PA humano. A meia-vida terminal é de 129 ± 87 min e a depuração plasmática é de 119 ± 49 ml/min.
Maior peso corpóreo resultou em aumento moderado na depuração do tenecteplase e o aumento da idade resultou numa leve diminuição na depuração. Normalmente, as mulheres apresentam depuração menor que os homens, o que pode ser explicado pelas mulheres geralmente apresentarem peso corpóreo menor que os homens.
Como o tenecteplase é eliminado pelo fígado, não se espera que a disfunção renal afete a farmacocinética de tenecteplase. Há inclusive dados de estudos realizados com animais sustentando esta afirmação.
Entretanto, os efeitos da disfunção renal e hepática na farmacocinética de tenecteplase em humanos ainda não foram especificamente investigados.

Resultados de eficacia

Um amplo estudo de mortalidade (ASSENT 2) realizado em aproximadamente 17.000 pacientes demonstrou que o tenecteplase é terapeuticamente equivalente ao alteplase na redução da mortalidade (6,2% para ambos os tratamentos, após 30 dias) e que o uso do tenecteplase está associado com incidência significativamente menor de hemorragias não-intracranianas (26,4% versus 28,9%, p = 0,0003). A redução do risco de hemorragia está provavelmente relacionada à alta especificidade de tenecteplase pela fibrina e ao seu regime adaptado ao peso. Isto proporciona uma necessidade de transfusões significativamente menor (4,3% vs 5,5%, p = 0,0002). Houve ocorrência de hemorragia intracraniana em 0,93% vs 0,94% para tenecteplase e alteplase, respectivamente. Em 475 pacientes tratados mais de 6 horas após a manifestação dos sintomas de infarto agudo do miocárdio observaram-se muitas diferenças estatísticas a favor do tenecteplase em relação à mortalidade após 30 dias (4,3% vs 9,6%), acidente vascular cerebral (0,4% vs 3,3%) e hemorragia intracraniana (0% vs 1,7%).
A facilidade de administração do tenecteplase, no entanto, representa uma vantagem adicional, principalmente ao se considerar o tratamento pré-hospitalar. 1
O estudo ASSENT 3 objetivou otimizar a terapia antitrombótica com tenecteplase concomitante visando aumentar as taxas de patência precoce e manutenção da perfusão, principalmente para superar o efeito pró-coagulante paradoxal decorrente da liberação da trombina pela lise do coágulo. Três diferentes regimes antitrombóticos concomitantes foram comparados em 6.095 pacientes: dose total de tenecteplase + heparina não fracionada (HNF) versus a dose total de tenecteplase + heparina de baixo peso molecular
(HBPM) (enoxaparina) versus metade da dose de tenecteplase + heparina não fracionada + dose total de abciximabe.
A HNF foi usada como recomendado pela orientação da AHA/ACC em um regime de dose baixa adaptado ao peso corpóreo total como se segue: um único bolo i.v. de 60 UI/kg (máximo de 4000 UI) imediatamente seguido por uma infusão intravenosa de 12 UI/kg/hora (máximo de 1000 UI/h) para as primeiras 3 horas, depois disto, de acordo com a monitoração da TTPa por até 48 horas para manter a TTPa em 50-70 segundos.
As taxas de mortalidade em 30 dias são, respectivamente, 6,0%, 5,4% e 6,6%, as hemorragias intrahospitalares maiores (exceto HIC), 2,16%, 3,04% e 4,32%, e hemorragia intracraniana 0,93%, 0,88% e 0,94%.
O regime de dose baixa de heparina não fracionada ajustado ao peso corpóreo, recomendado pelo ACC/AHA, adotado no ASSENT 3, concomitantemente com o tenecteplase, resulta em menos sangramento sistêmico, mas taxas similares de HIC comparado ao regime posológico mais agressivo de heparina não fracionada utilizado no ASSENT 2 sem perda de eficácia. 2
O ASSENT 3 PLUS, um estudo satélite do ASSENT 3, foi desenhado para investigar a fase pré-hospitalar.
A eficácia e segurança da dose total de tenecteplase + heparina não fracionada versus dose total de tenecteplase + heparina de baixo peso molecular (HBPM) enoxaparina, foi avaliada em 1.639 pacientes.
O desenho do estudo e as dosagens dos tratamentos utilizados são idênticos aos do estudo ASSENT 3. A terapia de reperfusão pré-hospitalar com tenecteplase e HNF ou enoxaparina permitiu o tratamento dentro de 2 horas do início dos sintomas em >50% dos pacientes com STEMI.
Nos estudos ASSENT 3 e 3 PLUS, a terapia adjuvante pré-hospitalar ou intra-hospitalar com enoxaparina reduziu a incidência de complicações isquêmicas, quando comparada com a terapia adjuvante com HNF: A incidência de eficácia em 30 dias – endpoint composto (morte, re-infarto, isquemia refratária) foi respectivamente 11,4% vs 15,4% no ASSENT 3 e 14,2% vs 17,4% no ASSENT 3 PLUS. No entanto, na fase pré-hospitalar, o uso de tenecteplase com enoxaparina na dose utilizada foi associado ao aumento no risco de sangramento maior e HIC em pacientes com mais de 75 anos de idade. 2
A patência coronária e os limitados dados dos desfechos clínicos mostraram que pacientes com IAM foram tratados com sucesso até 6 horas após o início dos sintomas.
O estudo ASSENT-4 PCI foi desenhado para mostrar se em 4.000 pacientes com infarto do miocárdio extenso, o pré-tratamento com dose total de tenecteplase e bolus único de até 4000 UI de heparina não fracionada concomitantemente administrada antes da Intervenção Coronária Percutânea (ICP) primária, a ser realizada dentro de 60 a 180 minutos, leva a melhores resultados que a ICP primária sozinha. O estudo foi finalizado prematuramente com 1.667 pacientes randomizados devido a uma mortalidade maior no grupo com ICP facilitada recebendo tenecteplase. A ocorrência do endpoint primário, uma composição de morte ou choque cardiogênico ou insuficiência cardíaca congestiva dentro de 90 dias, foi significativamente maior no grupo que recebeu o regime em avaliação de tenecteplase seguido pela rotina imediata de ICP: 18,6% (151/810) comparados a 13,4 % (110/819) no grupo de ICP isolada, p = 0,0045.
Esta diferença significativa entre os grupos para o endpoint primário em 90 dias já estava presente no intra-hospitalar e em 30 dias. Numericamente, todos os componentes do endpoint clínico composto foram a favor do regime único de ICP: morte: 6,7% vs 4,9%, p = 0,14; choque cardiogênico: 6,3% vs 4,8%, p = 0,19; insuficiência cardíaca congestiva: 12,0% vs 9,2% p = 0,06, respectivamente. Os endpoints secundários re-infarto e revascularização repetida do vaso-alvo foram significativamente maiores no grupo pré-tratado com tenecteplase: re-infarto: 6,1% vs 3,7%, p = 0,0279; revascularização repetida do vaso-alvo: 6,6% vs 3,4%, p = 0,0041. Os seguintes eventos adversos ocorreram mais frequentemente com tenecteplase antes da ICP: hemorragia intracraniana: 1% vs 0%, p = 0,0037; acidente vascular cerebral: 1,8% vs 0%, p <0,0001; grandes hemorragias: 5,6% vs 4,4%, p = 0,3118; pequenas hemorragias: 25,3% vs 19,0% p = 0,0021; transfusões sanguíneas: 6,2% vs 4,2%, p = 0,0873; fechamento abrupto do vaso: 1,9% vs 0,1%, p = 0,0001.3

Principais referências bibliográficas:
1. Werf F van de. Single-bolus tenecteplase compared with front-loaded alteplase in acute myocardial infarction: the ASSENT-2 double-blind randomised trial. Lancet 1999;354 (9180):716-722.
2. Werf FJ van de. Efficacy and safety of tenecteplase in combination with enoxaparin, abciximab, or unfractionated heparin: the ASSENT-3 randomised trial in acute myocardial infarction. Lancet 2001; 358 (9282):605-613
3. Sarelin H, Van de Werf F, Bluhmki E. ASSENT 4 PCI A phase IIIb-IV, randomised, open label trial evaluating the efficacy and safety of tenecteplase together with unfractionated heparin prior to early PCI as compared to standard primary PCI in patients with acute myocardial infarction.

Usos em idosos, crianças e em outros grupos de risco

Informação não disponível para esta bula.

Armazenagem

Manter em temperatura ambiente (15 °C a 30 °C). Protegido da luz. O prazo de validade é de 24 meses a partir da data de fabricação.
Número de lote e datas de fabricação e validade: vide embalagem.
Não use medicamento com o prazo de validade vencido. Guarde-o em sua embalagem original.

METALYSE deve ser usado imediatamente após diluição.

A estabilidade química e física da solução reconstituída foi demonstrada por 24 horas, sob temperaturas entre 2ºC e 8ºC, e por 8 horas a 30ºC. Do ponto de vista microbiológico, o produto deve ser usado imediatamente após reconstituição. Caso contrário, o período e as condições de armazenamento da solução reconstituída antes do uso são de responsabilidade do dispensador e normalmente não se deve prolongar por mais de 24 horas, sob temperaturas entre 2ºC e 8º C, ou 8 horas a 30ºC.
O frasco ampola de METALYSE apresenta um pó liofilizado injetável de cor branca a amarelo claro, quase sem cheiro. A seringa pré-carregada com água para injeção se apresenta como um líquido transparente, límpido e praticamente livre de partículas em suspensão. Após a diluição do pó liofilizado com a água para injeção a solução resultante é límpida, de incolor a amarela clara.
Antes de usar, observe o aspecto do medicamento.
Todo medicamento deve ser mantido fora do alcance das crianças.

Dizeres legais

MS-1.0367.0133
Farm. Resp.: Dímitra Apostolopoulou – CRF-SP 08828

Importado por:
Boehringer Ingelheim do Brasil Quím. e Farm. Ltda.
Rod. Régis Bittencourt, km 286
Itapecerica da Serra – SP
CNPJ 60.831.658/0021-10
Indústria Brasileira
SAC 0800 701 6633

Fabricado por:
Boehringer Ingelheim Pharma GmbH & Co. KG
Biberach an der Riss – Alemanha

Uso restrito a hospitais
Venda sob prescrição médica

METALYSE – Bula para o paciente

1. PARA QUE ESTE MEDICAMENTO É INDICADO?
METALYSE é indicado para o tratamento trombolítico (dissolução do coágulo) em casos de infarto agudo do miocárdio (ataque cardíaco).

2. COMO ESTE MEDICAMENTO FUNCIONA?
O tenecteplase, substância ativa de METALYSE, atua estimulando a dissolução de coágulos. O coágulo é então dissolvido, restaurando o fluxo de sangue para o coração.

3. QUANDO NÃO DEVO USAR ESTE MEDICAMENTO?
Você não deverá usar METALYSE se: tem hemorragia importante atualmente ou nos últimos 6 meses; estiver recebendo tratamento concomitante com anticoagulantes orais (medicamentos para “afinar” o sangue); teve alguma lesão anterior no sistema nervoso central (como uma neoplasia (tumor), aneurisma, tiver passado por uma cirurgia do crânio, ou na coluna); tem hipertensão arterial (pressão alta) grave e não controlada; fez cirurgia de grande porte, ou biópsia de um órgão sólido (como fígado, pulmão) nos últimos 2 meses, tiver um trauma recente na cabeça ou crânio; passou por um procedimento de ressuscitação cardiopulmonar que tenha sido traumático ou prolongado (mais de 2 minutos) nas últimas 2 semanas; tem problemas graves do fígado, inclusive insuficiência hepática, cirrose, hipertensão portal (varizes esofágicas) e hepatite em atividade; tem úlcera gástrica
(de estômago) ou duodenal (no intestino) em atividade; tem neoplasia (tumor) que aumente o seu risco de sangramento; está com inflamação no pâncreas (pancreatite aguda); tem alergia ao tenecteplase, à gentamicina (resíduo do processo de fabricação) ou a qualquer componente da fórmula; teve acidente vascular cerebral (derrame) hemorrágico ou de origem desconhecida; teve infarto cerebral (derrame cerebral isquêmico) ou uma isquemia cerebral transitória (ataque isquêmico transitório – ausência temporária de sangue no cérebro) nos últimos 6 meses.
Este medicamento é contraindicado para menores de 12 anos.

4. O QUE DEVO SABER ANTES DE USAR ESTE MEDICAMENTO?
METALYSE deve ser prescrito por médicos com experiência com esse tratamento, e em condições de monitorar o seu uso, além de ter disponíveis medicamentos e equipamentos para ressuscitação. Isto não impede o uso de
METALYSE antes da chegada ao hospital.
METALYSE não deve ser usado se estiver programada desobstrução da artéria por meio de cateterismo.
A complicação mais frequente durante o tratamento com METALYSE é o sangramento. O uso concomitante de heparina pode contribuir para ocorrência de sangramento.

Sob as condições a seguir, deve-se avaliar cuidadosamente o uso de METALYSE por causa dos riscos potenciais de hemorragia:
• pressão arterial sistólica (o número mais alto na medida da pressão arterial) maior que 160 mmHg
• sangramento gastrintestinal ou geniturinário nos últimos 10 dias
• qualquer injeção intramuscular recente
• idade acima de 75 anos
• peso corpóreo abaixo de 60 Kg
• doença vascular cerebral.
Podem ocorrer arritmias (alteração do ritmo cardíaco) após o sangue voltar a circular para o coração, podendo levar à parada cardíaca, ser fatal e pode requerer tratamento antirrítmico convencional. O uso de METALYSE pode aumentar o risco de tromboembolismo (a migração de coágulos) em pacientes com trombo no lado esquerdo do coração.
Não há experiência com o uso de METALYSE em mulheres grávidas. Os benefícios do tratamento precisam ser avaliados em relação aos riscos em caso de infarto do miocárdio durante a gravidez. Não se sabe se o tenecteplase é excretado no leite materno.

Este medicamento não deve ser utilizado por mulheres grávidas sem orientação médica ou do cirurgião-dentista.

Não foram realizados estudos específicos sobre as interações entre METALYSE e outros medicamentos. Até agora, nos estudos clínicos realizados não foi identificada nenhuma interação relevante.

Informe ao seu médico ou cirurgião-dentista se você está fazendo uso de algum outro medicamento.
Não use medicamento sem conhecimento do seu médico. Pode ser perigoso para sua saúde.

5. ONDE, COMO E POR QUANTO TEMPO POSSO GUARDAR ESTE MEDICAMENTO?
Mantenha em temperatura ambiente (15 ºC a 30 ºC), protegido da luz.
Número de lote e datas de fabricação e validade: vide embalagem.
Não use medicamento com o prazo de validade vencido. Guarde-o em sua embalagem original.
METALYSE deve ser usado imediatamente após diluição.
A estabilidade química e física da solução reconstituída foi demonstrada por 24 horas, sob temperaturas entre 2ºC e 8ºC, e por 8 horas a 30ºC. Do ponto de vista microbiológico, o produto deve ser usado imediatamente após reconstituição. Caso contrário, o período e as condições de armazenamento da solução reconstituída antes do uso são de responsabilidade do dispensador e normalmente não se deve prolongar por mais de 24 horas, sob temperaturas entre 2ºC e 8º C, ou 8 horas a 30ºC.
O frasco ampola de METALYSE apresenta um pó liofilizado injetável de cor branca a amarelo claro, quase sem cheiro. A seringa pré-carregada com água para injeção se apresenta como um líquido transparente, límpido e praticamente livre de partículas em suspensão. Após a diluição do pó liofilizado com a água para injeção a solução resultante é límpida, de incolor a amarela clara.
Antes de usar, observe o aspecto do medicamento. Caso ele esteja no prazo de validade e você observe alguma mudança no aspecto, consulte o farmacêutico para saber se poderá utilizá-lo. Todo medicamento deve ser mantido fora do alcance das crianças.

6. COMO DEVO USAR ESTE MEDICAMENTO?
Este medicamento se destina à injeção intravenosa (na veia) sob a supervisão de médico devidamente treinadopara esse tratamento.

METALYSE deve ser administrado levando-se em conta o peso corpóreo, sendo a dose máxima de 10000 unidades (50 mg de tenecteplase). O volume necessário para a administração da dose correta pode ser calculado conforme o seguinte esquema:

Peso corpóreo do paciente

(kg)

tenecteplase (U)

tenecteplase (mg)

Volume correspondente à solução reconstituída (ml)

<60

6000

30

6

≥60 a <70

7000

35

7

≥70 a <80

8000

40

8

≥80 a <90

9000

45

9

≥90

10000

50

10



A dose necessária deve ser administrada como um único bolo intravenoso, durante aproximadamente 5 a 10 segundos.
Pode-se usar um acesso venoso preexistente para a administração de METALYSE, desde que tenha sido utilizado somente para a administração de solução de cloreto de sódio 0,9%. Se for utilizado um acesso venoso, lavá-lo após a injeção de METALYSE para suprimento adequado da droga.
Siga a orientação de seu médico, respeitando sempre os horários, as doses e duração do tratamento.
Não interrompa o tratamento sem conhecimento do seu médico.

7. O QUE DEVO FAZER QUANDO EU ME ESQUECER DE USAR ESTE MEDICAMENTO?
Este medicamento se destina à injeção intravenosa (na veia) sob a supervisão de médico devidamente treinado
para esse tratamento.
Em caso de dúvidas, procure orientação do farmacêutico ou de seu médico, ou de cirurgião-dentista.

8. QUAIS OS MALES QUE ESTE MEDICAMENTO PODE ME CAUSAR?
Os principais efeitos indesejáveis do tratamento com METALYSE (tenecteplase) estão ligados a sangramentos.
• Reação muito comum (ocorre em mais de 10% dos pacientes que utilizam este medicamento): hemorragias (soma de todos os sangramentos relatados).
• Reações comuns (ocorrem entre 1% e 10% dos pacientes que utilizam este medicamento): hemorragias do sistema digestivo (do estômago, de úlceras gástricas (de estômago e duodeno), do reto, hematêmese (vômito de sangue), melena (diarreia de sangue), sangramento da boca), epistaxis (sangramento nasal), equimose (mancha roxa na pele), hemorragia urogenital (na urina ou de órgãos genitais) hemorragia no local de injeção, hemorragia no local de punção.
• Reações incomuns (ocorrem entre 0,1% e 1% dos pacientes que utilizam este medicamento): hemorragias dentro do crânio (hemorragia intracerebral (dentro) e subaracnoidea (em torno do cérebro), acidente vascular cerebral (derrame) hemorrágico ou transformação de não hemorrágico em hemorrágico), hemorragia ocular, arritmias do coração após retorno da circulação (diversos tipos de arritmia) próximas ao tratamento com METALYSE, hemorragia retroperitonial (região da parede posterior do abdome).
• Reações raras (ocorrem entre 0,01% e 0,1% dos pacientes que utilizam este medicamento): hemorragia pericárdica (ao redor do coração), hemorragia pulmonar, reação anafilactoide (alérgica), embolismo (migração de coágulos de sangue dentro dos vasos), hipotensão (queda da pressão arterial).
• Reações com frequência desconhecida (não se pode estimar a frequência com base nos dados disponíveis): transfusão, parada cardíaca, náuseas, vômitos, aumento da temperatura corpórea (febre), embolia gordurosa (migração de porções de gordura dentro dos vasos sanguíneos) que pode levar às correspondentes consequências nos órgãos envolvidos.

Informe ao seu médico, cirurgião-dentista ou farmacêutico o aparecimento de reações indesejáveis pelo uso do medicamento. Informe também à empresa através do seu serviço de atendimento.

9. O QUE FAZER SE ALGUÉM USAR UMA QUANTIDADE MAIOR DO QUE A INDICADA DESTE MEDICAMENTO?
Caso seja administrada uma maior quantidade de METALYSE do que a indicada, poderá aumentar o risco de sangramento. Fique atento para o surgimento de sangramentos. Em casos de sangramentos graves e prolongados, deve-se considerar um tratamento de reposição.
Em caso de uso de grande quantidade deste medicamento, procure rapidamente socorro médico e leve a embalagem ou bula do medicamento, se possível. Ligue para 0800 722 6001, se você precisar de mais orientações.

Data da bula

15/08/2013