Naropin

NAROPIN com posologia, indicações, efeitos colaterais, interações e outras informações. Todas as informações contidas na bula de NAROPIN têm a intenção de informar e educar, não pretendendo, de forma alguma, substituir as orientações de um profissional médico ou servir como recomendação para qualquer tipo de tratamento. Decisões relacionadas a tratamento de pacientes com NAROPIN devem ser tomadas por profissionais autorizados, considerando as características de cada paciente.



Laboratório

Astrazeneca

Apresentação NAROPIN

NAROPIN® POLYAMP®: solução estéril injetável 2 mg/ml (0,2%) e 7,5 mg/ml (0,75%): embalagens com 5 ampolas plásticas contendo 20 ml, em estojos individuais estéreis.
Solução estéril injetável 10 mg/ml (1%): embalagens com 5 ampolas plásticas contendo 10 ml ou 20 ml, em estojos individuais estéreis.
Apresentações estéreis até a abertura da embalagem. NÃO USAR POR VIA INTRAVENOSA.
As ampolas são desenhadas para ajuste às seringas do tipo Luer Lock e Luer Fit.

USO ADULTO E PEDIÁTRICO

COMPOSIÇÃO
Cada ml contém:
(0,2%) ou (0,75 %) ou (1%)
cloridrato de ropivacaína 2,0 mg 7,5 mg 10,0 mg
Excipientes q.s.p…………………………………………………………………………………………..1 ml
Excipientes: cloreto de sódio, água para injeção e hidróxido de sódio/ácido clorídrico.

USO HOSPITALAR E/OU PROFISSIONAL

NAROPIN – Indicações

NAROPIN está indicado para:
Anestesia em cirurgia
− bloqueio peridural, incluindo cesárea;
− bloqueio nervoso maior;
− bloqueios infiltrativo e do campo operatório.

Estados dolorosos agudos
− infusão peridural contínua ou administração intermitente em bolo, como por exemplo, em dor pós-operatória ou trabalho de parto;
− bloqueios infiltrativo e do campo operatório;
− injeção intra-articular;
− bloqueio nervoso periférico em infusão contínua ou em injeções intermitentes, como por exemplo, em dor pós-operatória.

Estados dolorosos agudos em pediatria
Para o controle da dor peri- e pós-operatória em:
− bloqueio peridural caudal.

Contra indicações de NAROPIN

Hipersensibilidade aos anestésicos locais do tipo amida.

Advertências

Os procedimentos anestésicos regionais devem sempre ser realizados em local com pessoal, equipamentos e medicamentos adequados para monitorização e ressuscitação de emergência. Os pacientes que serão submetidos a bloqueios maiores devem estar em ótimas condições e ter um acesso venoso instalado antes do início do bloqueio. O médico responsável deverá tomar as precauções necessárias para evitar a administração intravascular (ver item Posologia e Modo de Usar), ser devidamente treinado e estar familiarizado com o diagnóstico e tratamento de efeitos colaterais, toxicidade sistêmica e outras complicações (ver item Superdosagem).
O bloqueio nervoso periférico maior pode implicar na administração de grande volume de anestésico local em áreas altamente vascularizadas frequentemente perto de grandes vasos aonde existe um risco aumentado de injeção intravascular e/ou absorção sistêmica rápida, a qual pode desencadear altas concentrações plasmáticas.
Certos procedimentos anestésicos locais tais como injeções nas regiões da cabeça e pescoço, podem estar associados com uma maior frequência de reações adversas graves, independentemente do anestésico local utilizado.
Pacientes em condição geral debilitada devido à idade ou outros fatores, tais como bloqueio parcial ou completo da condução cardíaca, hepatopatia avançada ou disfunção renal grave, requerem especial atenção, embora a anestesia regional seja frequentemente a técnica anestésica ótima nesses pacientes. Pacientes tratados com fármacos antiarrítmicos classe III (ex.: amiodarona) devem ser devidamente monitorados através do ECG, uma vez que os efeitos cardíacos podem ser aditivos.
Existem raros relatos de paradas cardíacas durante o uso de NAROPIN para anestesia peridural ou bloqueio do nervo periférico, especialmente após administração intravascular acidental e não intencional, em pacientes idosos e em pacientes com doença cardíaca. Em alguns casos, pode ser difícil a ressuscitação. Caso ocorra parada cardíaca, será necessário um esforço prolongado para que se tenha a possibilidade de um resultado satisfatório.
A ropivacaína é metabolizada pelo fígado, portanto, deve ser usada com cuidado em pacientes com hepatopatia grave. Pode ser necessário reduzir as doses repetidas devido à demora na eliminação. Geralmente, não é necessário modificar a dose em pacientes com insuficiência renal, quando NAROPIN é utilizado em dose única ou em tratamento de curta duração. A acidose e a redução da concentração das proteínas plasmáticas, frequentemente observadas em pacientes com insuficiência renal crônica, podem aumentar o risco de toxicidade sistêmica.
A anestesia peridural pode ocasionar hipotensão e bradicardia. O risco de tais efeitos pode ser reduzido, por exemplo, pela expansão volêmica ou pela injeção de um vasopressor. A hipotensão deve ser tratada imediatamente com, por exemplo, 5-10 mg de efedrina por via intravenosa, sendo repetido se necessário. Crianças devem receber doses de efedrina proporcionais à idade e ao peso.
Cuidado especial deve ser tomado com neonatos, devido à imaturidade de alguns órgãos e suas funções. Este cuidado é especialmente importante durante infusão peridural contínua.
Quando NAROPIN é administrado como injeção intra-articular, recomenda-se cautela quando há suspeita de traumatismo intra-articular recente maior ou quando, pelo procedimento cirúrgico, houver formação de superfícies cruentas extensas no interior da articulação, uma vez que isto pode acelerar a absorção e resultar em concentrações plasmáticas maiores.
A administração prolongada de ropivacaína deve ser evitada em pacientes tratados com inibidores potentes da CYP1A2 como a fluvoxamina e a enoxacina (ver item Interações Medicamentosas).
NAROPIN é possivelmente um porfirinogênico e deve ser somente prescrito a pacientes com porfiria aguda quando nenhuma alternativa segura está disponível. Precauções apropriadas devem ser tomadas para todos pacientes porfíricos.

Efeitos sobre a capacidade de dirigir autos e operar máquinas
Além do efeito anestésico direto, os anestésicos locais podem ter efeitos muito leves na função mental e coordenação até mesmo na ausência evidente de toxicidade do SNC e podem temporariamente prejudicar a locomoção e vigília.

Interações medicamentosas de NAROPIN

NAROPIN deve ser usado com cuidado em pacientes sob tratamento com outros anestésicos locais ou outras substâncias estruturalmente relacionadas com os anestésicos locais do tipo amida, como por exemplo, certos antiarrítmicos como a lidocaína e a mexiletina, uma vez que os efeitos sistêmicos tóxicos são aditivos. Não foram realizados estudos de interação específica com ropivacaína e fármacos antiarrítmicos classe III (ex.: amiodarona), porém recomenda-se precaução (ver item Precauções e Advertências).
Em voluntários sadios, a depuração da ropivacaína foi reduzida em até 77% durante a administração concomitante de fluvoxamina, um inibidor competitivo potente da P4501A2. A CYP1A2 está envolvida na formação da 3-hidroxi-ropivacaína, um metabólito importante. Portanto, inibidores potentes da CYP1A2 como a fluvoxamina e a enoxacina, administrados concomitantemente com NAROPIN, podem causar uma interação medicamentosa que leva ao aumento da concentração plasmática de ropivacaína. Portanto, a administração da ropivacaína a longo prazo deve ser evitada em pacientes tratados com inibidores potentes da CYP1A2 como a fluvoxamina e a enoxacina (ver item Precauções e Advertências).
Incompatibilidades: a alcalinização pode causar preciptação, pois a ropivacaína é pouco solúvel em pH superior a 6.

Reações adversas / efeitos colaterais de NAROPIN

Geral
O perfil de reações adversas de NAROPIN é similar a de outros anestésicos locais de longa duração do tipo amida.

As reações adversas causadas pela ropivacaína são difíceis de distinguir dos efeitos fisiológicos do bloqueio nervoso (ex.: hipotensão, bradicardia), eventos causados diretamente (ex.: trauma nervoso) ou indiretamente (ex.: abscesso peridural) pela introdução da agulha.

Tabela de reações adversas (dados agrupados de todos os tipos de bloqueio)

FREQUÊNCIA

SISTEMAS

REAÇÕES ADVERSAS

Muito comum (>1/10)

Alterações vasculares

Hipotensão c

Alterações gastrointestinais

Náusea

Comum (> 1/100)

Alterações do sistema nervoso

Parestesia; Vertigem; Cefaleia a

Alterações cardíacas

Bradicardia a; Taquicardia

Alterações vasculares

Hipertensão

Alterações gastrointestinais

Vômito a, d

Alterações renal e urinária

Retenção urinária a

Alterações gerais e do local de aplicação

Hipertermia; Rigor; Lombalgia

Incomum (> 1/1.000)

 

Alterações psiquiátricas

Ansiedade

Alterações do sistema nervoso

Sintomas de toxicidade do SNC (Convulsões; Convulsões do tipo grande mal; Crises epilépticas; Alucinações; Parestesia perioral, Dormência da língua; Hiperacusia; Zumbidos; Alterações visuais; Disartria; Contratura muscular; Tremor) b; Hipoestesia a

 

Alterações vasculares

Síncope a

Alterações respiratória, torácica e do mediastino

Dispneia a

Alterações gerais e do local de aplicação

Hipotermia a

Rara (> 1/10.000)

Alterações cardíacas

Parada cardíaca; Arritmia cardíaca

Alterações gerais e do local de aplicação

Reações alérgicas (Reações anafiláticas; Edema angioneurótico e Urticária)

 


a Estas reações são mais frequentes após anestesia espinhal.
b Estes sintomas ocorrem, em geral, por injeção intravascular acidental, superdosagem ou absorção rápida (ver item Superdosagem).
c A hipotensão é menos frequente em crianças (>1/100).
d O vômito é mais frequente em crianças (>1/10).

Reações adversas relacionadas à classe terapêutica
Esta seção inclui complicações relacionadas com a técnica anestésica independente do anestésico local utilizado.

Complicações neurológicas
Neuropatia e disfunção medular (ex.: síndrome da artéria espinhal anterior, aracnoidites, síndrome da cauda equina) têm sido associadas à anestesia peridural.

Bloqueio espinhal total
O bloqueio espinhal total pode ocorrer se uma dose peridural é inadvertidamente administrada intratecalmente ou se uma grande dose é administrada.

Toxicidade Sistêmica Aguda
As reações sistêmicas tóxicas envolvem, primariamente, o SNC e o Sistema Cardiovascular. Tais reações são causadas pela alta concentração sanguínea do anestésico local, que pode ocorrer devido à injeção intravascular (acidental), superdosagem ou por absorção excepcionalmente rápida de áreas altamente vascularizadas (ver item Precauções e Advertências). As reações do SNC são similares para todos os anestésicos locais do tipo amida, enquanto que as reações cardíacas são mais dependentes do fármaco, tanto quantitativamente quanto qualitativamente.
A toxicidade do SNC é uma resposta gradual com sinais e sintomas de gravidade crescente. Em geral, os primeiros sintomas são: alucinações, parestesia perioral, dormência da língua, hiperacusia, zumbidos e alterações visuais. Disartria, contraturas musculares ou tremores são mais graves e precedem o início de convulsões generalizadas. Estes sinais não devem ser confundidos com comportamento neurótico. Em sequência, podem ocorrer inconsciência e convulsões do tipo grande mal, podendo durar de poucos segundos até muitos minutos. Hipóxia e hipercarbia ocorrem rapidamente durante as convulsões devido ao aumento da atividade muscular, em conjunto com a interferência com a respiração e possível perda da função respiratória. Em casos graves, pode ocorrer apneia. A acidose, hipercalemia, hipocalcemia e hipóxia aumentam e prolongam os efeitos tóxicos dos anestésicos locais.
A recuperação é devido à redistribuição do anestésico local no SNC e subsequente metabolismo e excreção. A recuperação pode ser rápida a menos que tenha sido administrada uma grande quantidade de anestésico.
A toxicidade do sistema cardiovascular pode ser vista em casos graves e, em geral, é precedida por sinais de toxicidade no SNC. Em pacientes sob sedação pesada ou recebendo anestesia geral, podem ser ausentes os sintomas prodrômicos do SNC. Podem ocorrer hipotensão, bradicardia, arritmia e até mesmo parada cardíaca como resultado de altas concentrações sistêmicas de anestésicos locais, mas casos raros de parada cardíaca ocorreram sem efeitos prodrômicos do SNC.
Em crianças, os sinais iniciais de toxicidade do anestésico local podem ser de difícil detecção quando elas não conseguem se expressar verbalmente ou quando elas são submetidas à anestesia geral.

Tratamento da Toxicidade Sistêmica Aguda
Se sinais de toxicidade sistêmica aguda aparecer, a administração do anestésico local deve ser interrompida imediatamente e sintomas do SNC (convulsão, depressão do SNC) deve ser tratado imediatamente com suporte ventilatório adequado e a administração de fármacos anticonvulsivantes.
Em caso de parada circulatória, instituir ressuscitação cardiopulmonar imediatamente. Adequada oxigenação, ventilação e suporte cardiovascular bem como o tratamento da acidose são de importância vital.
Se ocorrer depressão cardiovascular (hipotensão, bradicardia), deve-se considerar um tratamento adequado com fluidos intravenosos, vasopressor e/ou agentes inotrópicos. Crianças devem receber doses proporcionais à idade e ao peso.
Se ocorrer parada cardíaca, podem ser necessários esforços de ressuscitação prolongados para que se obtenha um resultado satisfatório.

NAROPIN – Posologia

NAROPIN deve apenas ser utilizado por ou sob a supervisão de médicos experientes em anestesia regional.

Adultos e maiores de 12 anos de idade
A tabela a seguir é um guia de dose para os bloqueios mais usados. A dose deve ser baseada na experiência do anestesista e no conhecimento da condição física do paciente.
Em geral, a anestesia cirúrgica (ex.: administração peridural) requer o uso de altas concentrações e doses. Para analgesia recomenda-se o uso de NAROPIN 2 mg/ml, exceto para a administração intra-articular onde NAROPIN 7,5 mg/ml é recomendado.
Vias de administração:
NAROPIN® POLYAMP ® 2 mg/ml: peridural lombar, peridural torácica e bloqueio de campo.
NAROPIN® POLYAMP ® 7,5 mg/ml: peridural lombar para cirurgia e cesárea, peridural torácica, bloqueio nervoso maior, bloqueio de campo e injeção intra-articular.
NAROPIN® POLYAMP ® 10 mg/ml: peridural lombar para cirurgia.

Recomendação de dose para NAROPIN em adultos e maiores de 12 anos de idade

 

Concentração

mg/ml (%)

Volume

ml

Dose

mg

Início Ação

minutos

Duração

horas

ANESTESIA CIRÚRGICA

 

Administração peridural lombar

Cirurgia

7,5 (0,75%)

10,0 (1%)

15-25

15-20

113-188

150-200

10-20

10-20

3-5

4-6

Administração peridural lombar

Cesárea

7,5 (0,75%)

 

15-20

 

113-150

 

10-20

 

3-5

 

Administração peridural torácica

Alívio da dor pós-operatória por bloqueio

7,5 (0,75%)

 

5-15

 

38-113

 

10-20

 

n/a

 

Bloqueio nervoso maior

(ex.: plexo braquial)

7,5 (0,75%)

 

10-40

 

75-3001

 

10-25

 

6-10

 

Bloqueio de campo

(ex.: bloqueios nervosos menores

e infiltração)

7,5 (0,75%)

 

1-30

 

7,5-225

 

1-15

 

2-6

 

TRATAMENTO DE DOR AGUDA

 

Administração peridural lombar

Bolo

Injeções intermitentes

(ex.: controle da dor de parto)

2,0 (0,2%)

2,0 (0,2%)

10-20

10-15

(intervalo mínimo de 30 min)

20-40

20-30

10-15

 

0,5-1,5

 

 



Administração peridural lombar

Infusão contínua

(ex.: controle da dor de parto e da dor pós-operatória)

Dor do parto

Dor pós-operatória

2,0 (0,2%)

2,0 (0,2%)

6-10 ml/h

6-14 ml/h

12-20 mg/h

12-28 mg/h

n/a

n/a

n/a

n/a

Administração peridural torácica

Infusão contínua

(ex.: controle da dor pós-operatória)

2,0 (0,2%)

 

6-14 ml/h

 

12-28 mg/h

 

n/a

 

n/a

 

Bloqueio de campo

(ex.: bloqueios nervosos menores e infiltração)

2,0 (0,2%)

 

1-100

 

2-200

 

1-5

 

2-6

 

Injeção intra-articular

(ex.: após artroscopia do joelho)

7,5 (0,75%)

 

20

 

1502

 

n/a

 

2-6

 

Bloqueio nervoso periférico

(bloqueio femoral ou interescalênico)

Infusão contínua ou injeções intermitentes

(ex.: controle da dor pós-operatória)

2,0 (0,2%)

 

5-10 ml/h

 

10-20 mg/h

 

n/a

 

n/a

 

 


n/a: não se aplica.
1 a dose para bloqueio nervoso maior deve ser ajustada de acordo com o local de administração e a condição do paciente. Os bloqueios interescalênico e do plexo braquial supraclavicular podem estar associados a frequência maior de reações adversas graves, independentemente do anestésico local utilizado (ver item Precauções e Advertências).

2 se for utilizada quantidade adicional de ropivacaína por outras técnicas no mesmo paciente, não exceder a dose limite de 225 mg.

As doses apresentadas na tabela acima são aquelas consideradas como necessárias à produção de bloqueio com sucesso, devendo ser utilizadas como guia para uso em adultos. Podem ocorrer variações individuais no início e duração do efeito. Os dados mostram a faixa de dose média necessária. Literatura padrão deve ser consultada para fatores que afetam as técnicas específicas de bloqueio e para necessidades individuais do paciente.
A fim de evitar a injeção intravascular recomenda-se aspiração cuidadosa antes e durante a administração da dose principal, a qual deve ser injetada lentamente ou em doses crescentes, na velocidade de 25-50 mg/min, sempre observando atentamente as funções vitais do paciente e mantendo contato verbal. Quando se pretende administrar uma dose peridural, recomenda-se uma dose teste prévia de 3-5 ml de lidocaína com epinefrina (lidocaína 1-2%). A injeção intravascular acidental pode ser reconhecida pelo aumento temporário da frequência cardíaca e em caso de injeção intratecal acidental, por sinais de bloqueio espinhal. A injeção deve ser interrompida imediatamente se ocorrerem sintomas tóxicos.
Em bloqueio peridural para cirurgia, doses únicas de até 250 mg de ropivacaína foram usadas e são bem toleradas.
Quando bloqueios peridurais prolongados são utilizados, tanto por infusão contínua como por administração repetida em bolo, devem ser considerados os riscos de indução de lesão neural local ou de atingir concentração plasmática tóxica. Doses acumulativas de até 800 mg de ropivacaína administradas em cirurgia e analgesia pós-operatória por mais de 24 horas foram bem toleradas em adultos, assim como infusão peridural contínua pós-operatória de até 28 mg/h por 72 horas.
Para o tratamento da dor pós-operatória recomenda-se a seguinte técnica: a menos que seja instalado antes da operação, induzir o bloqueio peridural com NAROPIN 7,5 mg/ml (0,75%) pelo catéter peridural. A analgesia é mantida com infusão de NAROPIN 2 mg/ml (0,2%). Os estudos clínicos demonstraram que velocidades infusão de 6-14 ml/h (12-28 mg/h) proporcionam analgesia adequada com somente leve bloqueio motor não progressivo na maioria dos casos de dor pós-operatória de grau moderado a grave. Com essa técnica, foi observada redução significativa da necessidade de opioides.
Em estudos clínicos uma infusão peridural de NAROPIN 2 mg/ml isolado ou associado a 1-4 mcg/ml de fentanila foi administrada por até 72 horas para o controle da dor pós-operatória. NAROPIN 2 mg/ml (6-14 ml/h) proporcionou alívio da dor adequado para a maioria dos pacientes. A combinação de NAROPIN e fentanila proporcionou melhor alívio da dor, mas causou efeitos colaterais de opioides.
A administração peridural de ropivacaína em concentrações de 10 mg/ml não foi documentada para uso em cesárea.
Quando bloqueios nervosos periféricos prolongados são aplicados, seja por infusão contínua ou através de injeções repetidas, os riscos de atingir a concentração plasmática tóxica ou induzir a lesão neural local, devem ser considerados. Em estudos clínicos, o bloqueio do nervo femoral foi estabelecido com 300 mg de NAROPIN 7,5 mg/ml e o bloqueio interescalênico com 225 mg de NAROPIN 7,5 mg/ml, respectivamente, antes da cirurgia. Então, a analgesia foi mantida com NAROPIN 2 mg/ml. Taxas de infusão ou injeções intermitentes de 10-20 mg/h durante 48 horas proporcionaram analgesia adequada e foram bem toleradas.

Pacientes pediátricos
Recomendações de dose de NAROPIN em pacientes pediátricos com 0 a 12 anos de idade

 

Concentração

mg/ml

Volume

ml/kg

Dose

mg/kg

TRATAMENTO DA DOR AGUDA

(peri- e pós-operatória)

Administração peridural caudal

Bloqueio abaixo de T12, em crianças com peso corpóreo até 25 kg

2,0 (0,2%)

 

1

2

 


A dose na tabela serve como guia para uso em pediatria, pois ocorrem variações individuais. Em crianças com peso corpóreo alto, em geral, é necessária redução gradual da dose com base no peso corpóreo ideal. O volume para um único bloqueio peridural caudal e o volume para administração peridural em bolo não deve exceder 25 ml em nenhum paciente. Literatura padrão deve ser consultada para fatores que afetam técnicas específicas de bloqueio e para as necessidades individuais do paciente.
Recomenda-se aspiração cuidadosa antes e durante a injeção para prevenir a administração intravascular. As funções vitais do paciente devem ser observadas de perto durante a administração. Se ocorrerem sintomas de toxicidade, a injeção deve ser imediatamente interrompida.
Uma injeção peridural caudal única de ropivacaína 2 mg/ml produz analgesia pós-operatória adequada abaixo de T12 na maioria dos pacientes quando é usada uma dose de 2 mg/kg em volume de 1 ml/kg. Em crianças acima de 4 anos de idade, doses de até 3 mg/kg têm sido usadas com segurança. O volume da injeção peridural caudal pode ser ajustado para obter uma distribuição diferente do bloqueio sensório, conforme recomendado na literatura padrão.
O fracionamento da dose calculada do anestésico local é recomendado, qualquer que seja a via de administração.

Super dosagem

As injeções intravasculares acidentais de anestésicos locais podem causar efeitos tóxicos sistêmicos imediatos (dentro de segundos a poucos minutos). Na ocorrência de superdosagem, a toxicidade sistêmica aparece mais tarde (15-60 minutos após a injeção) por causa do aumento mais lento da concentração sanguínea do anestésico local (ver itens Toxicidade Sistêmica Aguda e Tratamento da Toxicidade Sistêmica Aguda em Reações Adversas).

Caracteristicas farmalogicas

NAROPIN é uma solução para injeção/infusão, estéril, isotônica, isobárica e aquosa. O pH da solução é ajustado para 4,0-6,0 com hidróxido de sódio ou ácido clorídrico. A solução não contém conservantes, portanto destina-se a administração única.

Propriedades Farmacodinâmicas
A ropivacaína é um anestésico local do tipo amida de longa duração com efeitos anestésico e analgésico. A administração de altas doses produz anestesia cirúrgica, enquanto que em baixas doses, produz bloqueio sensitivo (analgesia) com bloqueio motor limitado e não progressivo.
O início e a duração do efeito anestésico local de NAROPIN dependem da dose e do local de administração enquanto que a presença de um vasoconstritor (ex.: epinefrina) tem pouca ou nenhuma influência.
A ropivacaína, como outros anestésicos locais, causa bloqueio reversível da propagação do impulso pelas fibras nervosas, impedindo a entrada dos íons sódio através da membrana celular das fibras nervosas.
Os anestésicos locais podem apresentar efeitos similares em outras membranas excitáveis, como por exemplo, no cérebro e miocárdio. Se quantidades excessivas do fármaco alcançarem a circulação sistêmica, sintomas e sinais de toxicidade podem aparecer, provenientes dos Sistemas Nervoso Central e Cardiovascular.
Os efeitos sobre o coração, medidos in vivo em estudos em animais, mostraram que a toxicidade cardíaca da ropivacaína é menor que a da bupivacaína.
Ovelhas prenhes não apresentaram sensibilidade maior aos efeitos sistêmicos tóxicos da ropivacaína do que as ovelhas não prenhes.
Voluntários sadios expostos a infusões intravenosas de doses tóxicas para o Sistema Nervoso Central (SNC) mostraram significativamente menos efeitos cardíacos após a ropivacaína do que após a bupivacaína.
Efeitos cardiovasculares indiretos (hipotensão, bradicardia) podem ocorrer após a administração peridural, dependendo da extensão do bloqueio simpático concomitante, mas são menos comuns em crianças.

Propriedades Farmacocinéticas
A ropivacaína tem um centro quiral e é o S-(-)-enantiômero puro. A ropivacaína possui pKa de 8,1 e razão de distribuição de 141 (25oC n-octanol/tampão fosfato pH 7,4). Os metabólitos têm atividade farmacológica menor que a ropivacaína.
A concentração plasmática da ropivacaína depende da dose, via de administração e vascularização do local da injeção. A ropivacaína apresenta farmacocinética linear e a concentração plasmática máxima é proporcional à dose.
A ropivacaína apresenta, após administração peridural, absorção completa e bifásica, sendo as meias-vidas de 14 min e 4 horas, respectivamente. A absorção lenta é um fator limitante na eliminação da ropivacaína, o que explica a maior meia-vida de eliminação aparente após a administração peridural, que por via intravenosa. A ropivacaína também mostra uma absorção bifásica no espaço peridural caudal em crianças.
A ropivacaína apresenta depuração plasmática total média de 440 ml/min, depuração de fração livre de 8 l/min, depuração renal de 1 ml/min, volume de distribuição no estado de equilíbrio de 47 l e meia-vida de eliminação terminal de 1,8 h após a administração i.v.. A ropivacaína tem uma razão de extração hepática intermediária de aproximadamente 0,4. Está principalmente ligada a α1-glicoproteína ácida no plasma, sendo de aproximadamente 6% a fração livre.
O aumento das concentrações plasmáticas totais foi observado durante infusão peridural contínua e interescalênica, relacionado ao aumento pós-operatório da α1-glicoproteína ácida. Variações na concentração da fração livre, isto é, farmacologicamente ativa, foram muito menores do que na concentração plasmática total.
A ropivacaína atravessa imediatamente a placenta e o equilíbrio em relação à concentração livre é rapidamente alcançado. A taxa de ligação às proteínas plasmáticas no feto é menor do que na mãe, o que resulta em menores concentrações plasmáticas no feto.
A ropivacaína é extensivamente metabolizada no fígado em 3-hidroxi-ropivacaína, principalmente por hidroxilação aromática mediada pelo citocromo P4501A2 e em PPX por N-desalquilação mediada pela CYP3A4. Após administração intravenosa única, 37% da dose total é excretada na urina como 3-hidroxi-ropivacaína livre e conjugada, o metabólito principal. Concentrações baixas de 3-hidroxi-ropivacaína foram encontradas no plasma. A excreção urinária de PPX e outros metabólitos representa menos de 3% da dose.
Durante a infusão peridural, tanto o PPX como a 3-hidroxi-ropivacaína são os principais metabólitos excretados na urina. A concentração total de PPX no plasma foi cerca de metade da concentração de ropivacaína total, entretanto, as concentrações médias de PPX livre foram cerca de 7 a 9 vezes maiores que a da ropivacaína livre após infusão peridural contínua por até 72 horas. O limiar para concentrações plasmáticas de PPX livre tóxicas para o SNC em ratos é cerca de 12 vezes maior que aquele para a ropivacaína livre.
Não há evidências de racemização in vivo da ropivacaína.

Pediatria
A farmacocinética da ropivacaína foi caracterizada em uma população agrupada pela análise de dados de PK a partir de seis estudos com 192 crianças em idades entre 0 e 12 anos.
A depuração da ropivacaína livre e do PPX e o volume de distribuição da ropivacaína livre dependem tanto do peso corpóreo quanto da idade até a maturidade da função hepática, após os quais dependem em grande parte do peso corpóreo.
A maturação da depuração da ropivacaína livre parece estar completa aos 3 anos de idade, para o PPX a 1 ano de idade e o volume de distribuição da ropivacaína livre aos 2 anos de idade. O volume de distribuição de PPX livre depende apenas do peso corpóreo.
A depuração da ropivacaína livre aumenta de 2,4 e 3,6 l/h/kg em recém-nascidos e em neonatos de um mês para 8-16 l/h/kg em crianças acima de 6 meses de idade, valores que estão dentro daqueles no adulto. Os valores da depuração da ropivacaína total por kg de peso corpóreo aumentam a partir de aproximadamente 0,10 e 0,15 l/h/kg em recém-nascidos e neonatos de um mês para aproximadamente 0,3-0,6 l/h/kg em crianças acima de 6 meses de idade. O volume de distribuição da ropivacaína livre por kg de peso corpóreo aumenta de 22 e 26 l/kg em recém-nascidos e neonatos de um mês para 42-66 l/kg em crianças acima de 6 meses de idade.
O volume de distribuição da ropivacaína total por kg de peso corpóreo aumenta de 0,9 e 1,0 l/kg em recém-nascidos e em neonatos de um mês para 1,7 – 2,6 l/kg em crianças acima de 6 meses de idade. A meia-vida terminal da ropivacaína é longa, em recém-nascidos e em neonatos de um mês é de 6 a 5 h comparada com cerca de 3 horas em crianças maiores. A meia-vida terminal do PPX também é longa, em recém-nascidos e em neonatos de um mês é de 43 e 26 h e em crianças maiores cerca de 15h.
Aos 6 meses, o ponto de mudança para alterações na faixa de dose recomendada para infusão peridural contínua, a depuração da ropivacaína livre alcança 34% e o PPX livre alcança 71% dos seus valores maduros. A exposição sistêmica é maior em neonatos e é também um pouco maior em crianças entre 1 a 6 meses comparada com crianças maiores, as quais estão relacionadas à imaturidade de suas funções hepáticas. Entretanto, isto é parcialmente compensado pela diminuição de 50% da faixa de dose recomendada para infusão contínua em crianças abaixo de 6 meses de idade.
Simulações na soma das concentrações plasmáticas livres de ropivacaína e PPX, baseadas nos parâmetros de PK e suas variações na análise da população, indicam que para um bloqueio caudal único a dose recomendada deve ser aumentada por um fator de 2,7 no grupo mais jovem e por um fator de 7,4 no grupo de 1 a 10 anos de idade com o objetivo de que no máximo 90% do limite do intervalo de confiança previsível atinja o limiar da toxicidade sistêmica. Fatores correspondentes para a infusão peridural contínua são 1,8 e 3,8, respectivamente.

Dados de segurança pré-clínicos
Baseado em estudos convencionais de farmacologia de segurança, toxicidade de doses únicas e repetidas, toxicidade reprodutiva, potencial mutagênico e toxicidade local, nenhum risco para humanos foi identificado além daqueles que podem ser esperados com relação à ação farmacodinâmica de altas doses de ropivacaína (ex.: sinais do SNC, incluindo convulsões e cardiotoxicidade).

Resultados de eficacia

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Usos em idosos, crianças e em outros grupos de risco

PACIENTES IDOSOS
Vide Precauções e Advertências.

TODO MEDICAMENTO DEVE SER MANTIDO FORA DO ALCANCE DAS CRIANÇAS.

Armazenagem

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Dizeres legais

MS – 1.1618.0094
Farm. Resp.: Dra. Daniela M. Castanho – CRF – SP nº 19.097

Fabricado por: AstraZeneca AB – Kvarnbergagatan – Södertälje – Suécia

Importado e embalado por: Astrazeneca do Brasil Ltda.
Rod. Raposo Tavares, km 26,9
Cotia – SP – CEP 06707-000
CNPJ 60.318.797/0001-00
Indústria Brasileira

OU

Fabricado por: AstraZeneca AB – Kvarnbergagatan – Södertälje – Suécia
Importado por: Astrazeneca do Brasil Ltda.
Rod. Raposo Tavares, km 26,9
Cotia – SP – CEP 06707-000
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VENDA SOB PRESCRIÇÃO MÉDICA
USO HOSPITALAR E/OU PROFISSIONAL

NAROPIN – Bula para o paciente

As ampolas de NAROPIN não devem ser reautoclavadas. Embalagens em estojos individuais estéreis devem ser empregadas quando a manipulação em condições estéreis for desejada.
Não contém conservantes. Não reutilizar as embalagens ou sobras da solução.

CUIDADOS DE ARMAZENAMENTO
Conservar em temperatura ambiente (15°C a 30ºC).

PRAZO DE VALIDADE
Vide cartucho. Não use medicamento com o prazo de validade vencido.

Data da bula

06/09/2013