Última revisão: 19/04/2013
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Ali J. Olyaei, Farm D, MD
Associate Professor of Medicine, Division of Nefrology and Hypertension, Oregon Health and Science University School of Medicine
William M. Bennett, MD, FACP
Professor of Medicine (Emeritus), Oregon Health and Science University School of Medicine, and Medical Director, Solid Organ and Cellular Transplantation Center, Legacy Good Samaritan Hospital, Portland, Oregon
Artigo original: Olyaei AJ, Bennett WM. Farmacologic approach to renal insufficiency. ACP Medicine. 2007;1-30,
[The original English language work has been published by DECKER INTELLECTUAL PROPERTIES INC. Hamilton, Ontario, Canada. Copyright © 2011 Decker Intellectual Properties Inc. All Rights Reserved.]
Tradução: Soraya Imon de Oliveira
Revisão técnica: Dr. Euclides Furtado de Albuquerque Cavalcanti
O metabolismo e a eliminação de muitos agentes farmacológicos dependem da função renal normal. Esta dependência se deve, em parte, ao fato de estes agentes apresentarem metabólitos farmacologicamente ativos que são excretados pelos rins. Os agentes farmacológicos que deixaram de sofrer excreção renal podem ser alterados por diversos processos [ver Princípios de farmacocinética alterada na insuficiência renal, adiante] e subsequentemente causam efeitos adversos nesta população de pacientes. Como resultado, o ajuste de dosagem de muitos fármacos torna-se necessário em casos de doença renal crônica, para garantir a eficácia e prevenir a toxicidade. O clínico que prescreve a terapia para pacientes com função renal alterada deve estar familiarizado com os princípios farmacológicos básicos, pois estes pacientes frequentemente precisam ser mantidos dentro de uma janela terapêutica estreita. Isto significa que tanto o acúmulo como a dosagem subterapêutica do fármaco utilizado devem ser evitados. Os efeitos adversos também podem surgir em decorrência de uma dosagem excessiva (de um ou mais fármacos) e dos efeitos sinérgicos de múltiplos agentes. Um estudo indicou que 45% dos pacientes com doença renal crônica receberam dosagens excessivas de agentes farmacoterapêuticos ao seguirem as recomendações do fabricante.1 Outro estudo de pacientes com doença renal crônica constatou a existência de uma associação positiva entre o número de medicações tomadas e uma mortalidade aumentada.2 A complexidade da terapia farmacológica administrada aos pacientes com insuficiência renal muitas vezes subestima a importância de 3 princípios: (1) identificar os pacientes com doença renal crônica; (2) estimar com acurácia o nível de função renal destes pacientes; e (3) ajustar as doses de fármaco de acordo com estas informações.
Este capítulo apresenta uma abordagem sistemática e em etapas para o ajuste da dosagem em casos de pacientes com insuficiência renal. A remoção do fármaco por diálise e considerações farmacológicas específicas no contexto da insuficiência renal também são destacadas. As recomendações de dosagem apresentadas neste capítulo e no apêndice são derivadas de um extenso banco de dados da literatura médica, muitas vezes conflitante e baseada em populações de pacientes diversas. As informações disponibilizadas por estudos clínicos prospectivos e controlados são limitadas. Desta forma, as tabelas de dosagem e recomendações encontradas neste capítulo devem ser encaradas somente como ponto de partida para o tratamento de pacientes com função renal alterada.
Diversos fatores farmacocinéticos são alterados quando a função renal é comprometida. Estes fatores incluem a biodisponibilidade, volume de distribuição (VD), ligação a proteínas e biotransformação. Os compostos têm de percorrer vários compartimentos do corpo antes de serem eliminados [Figura 1].
Figura 1. Os compostos podem atravessar diversos compartimentos corporais, antes de serem eliminados. As alterações da função renal afetam os fatores farmacocinéticos e muitas vezes requerem ajuste de dosagem em pacientes com insuficiência renal.
A biodisponibilidade de um fármaco refere-se à fração (expressa em percentual) de uma dada dose que atinge a circulação sistêmica. A biodisponibilidade é determinada pela velocidade e via de administração. Os fármacos administrados por via endovenosa geralmente apresentam biodisponibilidade de 100%, pois toda a dose aplicada atinge a circulação sistêmica. Quando a administração é feita por via oral, subcutânea ou intramuscular, a biodisponibilidade diminui. A furosemida, por exemplo, apresenta biodisponibilidade de 100% ao ser administrada por via endovenosa e de aproximadamente 50% quando fornecida por via oral. Por este motivo, muitos clínicos dobram a dose de furosemida ao submeterem um paciente à mudança da via endovenosa de administração do fármaco a para a via oral.
A absorção do fármaco é um fator decisivo para a biodisponibilidade e pode estar alterada em pacientes com insuficiência renal. Em pacientes de idade mais avançada ou com diabetes melito, a absorção diminuída pode resultar de uma gastroparesia ou vômitos induzidos por uremia. Os pacientes com cirrose, disfunção renal ou insuficiência cardíaca congestiva comumente apresentam um edema de parede intestinal que pode comprometer a absorção do fármaco. Os fármacos que elevam o pH gástrico, como os quelantes de fosfato e bloqueadores de receptor H2, podem comprometer a absorção de fármacos administrados simultaneamente. A administração concomitante de alguns fármacos (p. ex., quelantes de fosfato contendo alumínio ou cálcio) com antibióticos ou suplementos contendo ferro pode resultar na formação de complexos insolúveis que limitam a absorção e lentificam a motilidade intestinal.
O VD de um agente farmacológico é derivado pela divisão da quantidade de fármaco presente no corpo pela concentração de fármaco presente no sangue. O VD, que não se refere a um compartimento anatômico específico, é um valor útil para calcular a dose necessária para que o fármaco atinja determinado nível sistêmico desejado. Existe uma correlação inversa entre a concentração sérica e o VD. Desta forma, as alterações ocorridas no volume de líquido extracelular podem afetar o VD. A contração do volume diminui o VD e aumenta a concentração sérica, particularmente de compostos hidrofílicos como os aminoglicosídeos. Uma elevação do volume de líquido extracelular resultante de edema ou ascite aumenta o VD e diminui a concentração sérica de compostos hidrofílicos.
O plasma contém muitas proteínas que se ligam aos fármacos. Os compostos circulam tanto na forma ligada como na forma não ligada (livre), porém é a forma livre que sofre distribuição e apresenta atividade biológica. A concentração de determinado agente que está ligado a proteínas plasmáticas pode ser considerada um pool de armazenamento deste agente. Os efeitos das doenças sobre a ligação de fármacos são complexos. Entretanto, a insuficiência renal tende a diminuir a ligação proteica da maioria dos agentes. Esta constatação é verdadeira, em parte, porque os resíduos orgânicos circulantes se ligam às proteínas transportadoras e deslocam o agente farmacológico. Como resultado, uma maior concentração de agente passa a circular sob a forma livre (ativa). Como a maioria dos ensaios mede a concentração total de fármaco (isto é, níveis de fármaco na forma ligada e na forma livre), pode ser prudente em alguns casos (p. ex., um paciente sob tratamento com fenitoína) monitorar especificamente os níveis de fármaco livre, quando a janela terapêutica for estreita [Tabela 1].
Tabela 1. Compostos com ligação proteica diminuída em paciente urêmicos
Cefalosporinas |
Fenitoína |
Clofibrato |
Primidona |
Diazepam |
Salicilato |
Diazoxida |
Sulfonamida |
Furosemida |
Teofilina |
Morfina |
Ácido valpróico |
Penicilinas |
Varfarina |
Fenobarbital |
|
O metabolismo, ou biotransformação, refere-se à conversão bioquímica de um fármaco que apresenta uma dada forma química em outro com forma química distinta. A maior parte da biotransformação ocorre no fígado, por meio das vias de metabolização hepática, incluindo a oxidação, redução, acetilação e hidrólise. O resultado é um metabólito hidrofílico mais polar, que é mais prontamente excretado. Muitos metabólitos farmacológicos são dotados de atividade farmacológica e dependem da excreção renal para serem eliminados do corpo. Também pode haver formação de metabólitos tóxicos dependentes de excreção renal [Tabela 2].
Tabela 2. Fármacos com metabólitos ativos ou tóxicos excretados pelos rins
Acebutolol |
Imipramina |
Alopurinol |
Meperidina |
Cefalosporinas |
Metildopa |
Clorpropamida |
Nitrofurantoína |
Clofibrato |
Prednisona |
Daunorrubicina |
Procainamida |
Diazepam |
Propoxifeno |
Digoxina |
Rifampina |
Doxorrubicina |
Nitroprussiato de sódio |
Enalapril |
Succinilcolina |
Flurazepam |
Sulfonamidas |
A literatura médica é rica em diretrizes para dosagem de fármacos em casos de pacientes com doença renal.3-6 A abordagem em 5 etapas, descrita a seguir, pode ser uma ferramenta útil para o clínico durante a iniciação, monitoramento e ajuste de dosagens de fármaco para pacientes com comprometimento renal. Conforme já mencionado, esta abordagem deve ser empregada como ponto de partida para os ajustes de dosagem, assim como deve ser monitorada atentamente e modificada com base no paciente individual [Figura 2].
Figura 2. Abordagem em etapas para ajuste de dosagem em casos de pacientes com insuficiência renal.
CCr = depuração da creatinina; DA = dose de ataque; PCI = peso corporal ideal; TFG = taxa de filtração glomerular.
A obtenção da história do paciente e a realização de um exame físico constituem as primeiras etapas da determinação da necessidade de modificar a dosagem. A etiologia da disfunção renal deve ser determinada e definida, como aguda ou crônica, sempre que possível. É preciso estabelecer quais alergias ou intolerâncias farmacológicas o paciente apresenta. O clínico também deve averiguar as medicações (com e sem prescrição) em uso pelo paciente, a fim de identificar as nefrotoxinas e interações farmacológicas.7 O peso corporal ideal (PCI) deve ser calculado utilizando-se a seguinte fórmula:
PCI (homens): 50 kg + 2,3 kg para cada 2,5 cm acima de 152 cm
PCI (mulheres): 45,5 kg + 2,3 kg para cada 2,5 cm acima de 152 cm
A condição do volume deve ser avaliada com frequência, pois as mudanças do volume de líquido extracelular alteram o VD de muitos fármacos. Por fim, as potenciais interações farmacológicas devem ser avaliadas, porque a disfunção hepática na presença de interações farmacológicas requer modificação da dosagem.
A taxa de filtração glomerular (TFG) apresenta uma correlação estreita com a eliminação renal de fármacos e é útil na determinação dos ajustes de dosagem. Certos fármacos (p. ex., glicocorticoides e androgênios) aumentam a carga metabólica, intensificando a produção de creatinina ou ureia, ou de ambas. Outros fármacos, como a anfotericina B e o foscarnete, podem superar a capacidade renal de eliminação, aumentando a carga metabólica de ácido, magnésio álcali, potássio ou sódio. Os agentes anti-inflamatórios não hormonais (AINH) podem comprometer a capacidade renal de excretar água. Para manter o equilíbrio metabólico em pacientes com função renal diminuída, certos agentes devem ser evitados [Tabela 3].
Tabela 3. Agentes nefrotóxicos selecionados
Aciclovir |
Aminoglicosídeos |
Amfotericina B |
Inibidores da ECA |
Fármacos contra o câncer: cisplatina, ifosfamida |
Cocaína |
Ciclosporina |
Foscarnete |
AINH |
Meio de radiocontraste |
AINH = anti-inflamatórios não hormonais; ECA = enzima conversora de angiotensina.
Tabela 4. Interferência farmacológica em testes de função renal
|
Fármaco |
Teste e mecanismo de interferência |
Creatinina aumentada |
Ácido ascórbico |
Elevação da concentração total de cromogênico |
Levodopa Metildopa |
Interferência no método do autoanalisador | |
Aspirina Cimetidina Trimetoprima |
Bloqueio da secreção tubular de creatinina | |
Cefotetano Cefoxitina |
Interferência na reação de Jaffé | |
Ureia aumentada |
Acetaminofeno Aminofilina Ácido ascórbico Salicilatos |
Interferência no método não enzimático |
Metildopa |
Interferência no método do fosfotungstato | |
Levodopa |
Interferência no método do autoanalisador |
Diversos agentes farmacológicos podem afetar os marcadores laboratoriais da função renal [Tabela 4]. Exemplificando, existem fármacos capazes de elevar a concentração sérica de creatinina, seja interferindo no ensaio de cromogênico ou inibindo a secreção tubular renal de creatinina. Estes valores altos podem confundir um clínico inexperiente. De modo semelhante, alguns agentes podem causar elevação da concentração de ureia no sangue ao interferirem no ensaio utilizado. Os valores de uréia e creatinina, na melhor das hipóteses, atuam como marcadores brutos da função renal. Mesmo assim, pode ser necessário interromper temporariamente a medicação agressora diante de uma elevação inesperada da creatinina ou uréia. A fórmula de Cockcroft e Gault é amplamente utilizada para calcular a depuração da creatinina (CCr), que, por sua vez, é tradicionalmente empregada na estimativa aproximada da TFG.8 A fórmula de Cockcroft e Gault incorpora as variáveis de idade (anos), PCI (kg) e creatinina (mg/dL), podendo ser utilizada para calcular a CCr (mL/min):
CCr* = [(140 – idade) X PCI]/(72 x creatinina)
*Para mulheres, o resultado deve ser multiplicado por 0,85.
É importante lembrar que a CCr superestima a filtração glomerular. Para fins de ajuste de dosagem, é preciso considerar que os pacientes com insuficiência renal aguda têm CCr inferior a 10 mL/min.
O iohexol, um novo marcador da TFG, atualmente é utilizado tanto na pesquisa como na clínica para medir a função renal sem expor o paciente a materiais radiomarcados.9,10 O estudo Modification of Diet in Renal Disease (MDRD) descreveu uma nova fórmula para estimar a função renal.11,12 Esta fórmula aproxima a TFG, em vez da CCr, e consequentemente pode ser uma estimativa mais acurada da função renal. Os fatores que contribuem para a maior acurácia desta fórmula incluem o uso de um ensaio de creatinina (isto é, reação da cinética do picrato alcalino), que está menos sujeito à interferência de artefatos; predição da TFG com base em uma ampla gama de valores, incluindo as variáveis de etnia e concentração sérica de albumina; e independência de coletas de urina em horários determinados. A equação do estudo MDRD é a seguinte:
TFG = 170 x [creatinina] – 0,999 x [idade] – 0,176 x [0,762 (mulheres)] x [1,180 (paciente afrodescendente)] x [uréia/2,14] – 0,170 x [albumina] – 0,318
Em geral, a equação de Cockcroft e Gault fornece estimativas mais altas da TFG para pacientes mais jovens e estimativas mais baixas para pacientes de idade mais avançada (p. ex., com mais de 70 anos), em comparação às estimativas calculadas utilizando-se a fórmula simplificada do MDRD. Ambos os métodos são sensíveis e úteis para fins de ajuste farmacológico em casos de pacientes com doença renal crônica. Entretanto, é preciso notar que a acurácia da fórmula do MDRD para pacientes que vivem fora dos Estados Unidos ainda não foi validada.
A meia-vida de muitos fármacos pode ser significativamente prolongada em pacientes com insuficiência renal. Em pacientes cuja função renal é normal, as concentrações de fármaco em estado estável, que garantem a eficácia terapêutica, são alcançadas após cerca de 3,3 meias-vidas. Nos pacientes com insuficiência renal pode haver um aumento significativo do tempo necessário para que os níveis de fármacos em estado estável sejam atingidos, a menos que uma dose de carga (DA) seja fornecida. Os pacientes com insuficiência renal geralmente recebem a mesma DA que os pacientes com função renal normal. Esta estratégia resulta em uma rápida dose terapêutica. Os pacientes com insuficiência renal que usam digoxina, todavia, devem receber apenas 50 a 75% da DA habitual, porque o VD da digoxina é amplamente reduzido na insuficiência renal.
A DA é calculada utilizando-se a fórmula descrita a seguir, em que o VD é dado em L/kg; o PCI é fornecido em kg; e [Cp] é a concentração plasmática desejada, expressa em mg/L:
DC = VD x PCI x [Cp]
A dosagem de manutenção para pacientes com insuficiência renal pode ser ajustada por 2 métodos. Um deles é o método do prolongamento do intervalo da dosagem; o outro é o da redução da dosagem. O aumento do intervalo de dosagem para corresponder ao grau de comprometimento renal pode ser determinado pela seguinte fórmula:
Intervalo de dosagem = [(CCr normal) x (intervalo normal)]/(CCr do paciente)
Como alternativa, a dose pode ser reduzida de modo proporcional ao grau de comprometimento renal apresentado pelo paciente, ao mesmo tempo que o intervalo de dosagem permanece inalterado, utilizando-se a seguinte fórmula:
Dose de manutenção = (CCr do paciente x dose normal)/(CCr normal)
O 1º método, que implica na extensão do intervalo de dosagem, permite alcançar concentrações de pico adequadas, mas pode apresentar certo grau de risco de níveis de vale subterapêuticos. O 2º método, que envolve redução de dosagem, pode proporcionar níveis de fármaco mais constantes e, todavia, aumenta o risco de toxicidade decorrente de concentrações plasmáticas de vale mais altas.
Variar a dose ou o intervalo de dosagem não necessariamente confere proteção contra a toxicidade farmacológica. Por este motivo, é importante monitorar os níveis de fármaco em pacientes com comprometimento renal. Para interpretar corretamente as concentrações de fármaco, é importante saber exatamente a dose fornecida, a via de administração, o tempo decorrido desde que a administração da última dose e a meia-vida do fármaco em particular. Os níveis de pico, que representam a maior concentração de fármaco alcançada após a distribuição rápida inicial, podem ser utilizados para prever a eficácia do fármaco. Os níveis de vale, que são obtidos imediatamente antes da administração da dose seguinte, representam a menor concentração sérica do fármaco. Os níveis de vale de um fármaco geralmente são utilizados como marcadores de toxicidade farmacológica.
O monitoramento dos níveis de fármaco pode ser caro e nem sempre está disponível. Para algumas classes de fármaco, como os aminoglicosídeos, o monitoramento dos níveis de fármaco nem sempre diminui a incidência de toxicidade. Isto se deve à fraca correlação existente entre os níveis séricos e a captação de fármaco em certos tecidos, como a orelha interna e o córtex renal. A interpretação dos níveis de fármaco deve ser acoplada à avaliação clínica em curso do paciente, mesmo quando os níveis de fármaco são mantidos dentro da faixa terapêutica estabelecida. Por exemplo, o paciente com acidose metabólica ou hipocalemia pode apresentar intoxicação pela digoxina, mesmo em níveis séricos terapêuticos.13 O monitoramento de rotina de numerosos fármacos é recomendado para pacientes com insuficiência renal [Tabela 5].
Tabela 5. Fármacos monitorados de modo rotineiro em pacientes com insuficiência renal
Fármaco |
Dose |
Meia-vida (horas) |
Comentários |
Aminoglicosídeos (dosagem convencional) Gentamicina, Tobramicina Amicacina |
Vale: 0,5 a 2 mg/L Pico: 5 a 8 mg/L Pico: 20 a 30 mg/L Vale: < 10 mg/L |
Vale: imediatamente antes da dose Pico: 30 min após uma infusão de 30 a 45 min |
Verificar o pico e o vale com a administração da 3ª dose; no caso dos fármacos administrados em < 72 horas, a determinação dos níveis é desnecessária; repetir a medida dos níveis semanalmente ou se houver alteração da função renal |
Aminoglicosídeos (dosagem de 24 horas) Gentamicina, Tobramicina Amicacina |
0,5 a 3 mg/L |
Obter os níveis aleatórios de fármaco em 12 horas após a administração da dose |
Determinar os níveis após a administração da 2ª dose; repetir a medida dos níveis após 1 semana ou se houver alteração da função renal |
Carbamazepina |
4 a 12 mcg/mL |
Vale: imediatamente antes da dose |
Checar os níveis em 2 a 4 dias após a administração da 1ª dose e após cada ajuste de dosagem |
Ciclosporina |
150 a 400 ng/mL |
Vale: imediatamente antes da dose |
Checar os níveis todos os dias durante a 1ª semana e, subsequentemente, toda semana |
Digoxina |
0,8 a 2 ng/mL |
12 horas após a administração da dose de manutenção |
Checar os níveis em 5 a 7 dias após a administração da 1ª dose em pacientes com função renal e hepática normais; em pacientes anéfricos, checar após 15 a 20 dias |
Lidocaína |
1 a 5 mcg/mL |
8 horas após a infusão IV ser iniciada ou alterada |
|
Lítio |
Aguda: 0,8 a 1,2 mmol/L Crônica: 0,6 a 0,8 mmol/L |
Vale: antes da administração da dose matinal e em pelo menos 12 horas após a administração da última dose |
|
Fenobarbital |
15 a 40 mcg/mL |
Vale: imediatamente antes da dose |
Checar os níveis em 2 semanas após a 1ª dose e, subsequentemente, após cada ajuste de dosagem; acompanhar os níveis em 1 a 2 meses |
Fenitoína (fenitoína livre) |
10 a 20 mcg/mL 1 a 2 mcg/mL |
Vale: imediatamente antes da dose |
Checar os níveis em 5 a 7 dias após a administração da 1ª dose e, subsequentemente, após cada ajuste de dosagem |
Procainamida NAPA (N-acetilprocainamida), um metabólito da procainamida |
4 a 10 mcg/mL 10 a 30 mcg/mL Vale: 4 mcg/mL Pico: 8 mcg/mL |
|
Vale: imediatamente antes da administração da próxima dose ou em 12 a 18 horas após iniciar ou alterar uma infusão; coletar amostra contendo procainamida |
Quinidina |
1 a 5 mcg/mL |
Vale: imediatamente antes da próxima dose |
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Sirolimo |
10 a 20 ng/dl |
Vale: imediatamente antes da próxima dose |
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Tacrolimo (FK-506) |
10 a 15 ng/mL |
Vale: imediatamente antes da próxima dose |
Todos os dias durante a 1ª semana e, subsequentemente, toda semana |
Teofilina VO ou aminofilina IV |
15 a 20 mcg/mL |
Vale: imediatamente antes da próxima dose |
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Ácido valproico (divalproato de sódio) |
40 a 100 mcg/mL |
Vale: imediatamente antes da próxima dose |
Checar os níveis em 2 a 4 dias após a 1ª dose e após cada ajuste de dosagem |
Vancomicina |
Vale: 10 a 15 mg/L (no caso de infecções graves alguns recomendam 15 a 20 mg/dL) Pico: 25 a 40 mg/L |
Vale: imediatamente antes da administração da dose Pico: 60 min após uma infusão de 60 min |
Checar os níveis de vale antes da administração da 4ª ou 5ª dose e, subsequentemente, a cada ajuste de dosagem; para terapias com duração < 72 horas, não é preciso checar os níveis; repetir a medida dos níveis se houver alteração da função renal |
IV = via endovenosa; VO = via oral.
Os pacientes sob terapia com diálise requerem atenção com relação ao esquema de administração de fármacos. Estes pacientes podem necessitar de uma dosagem suplementar de agentes que sejam substancialmente depurados por diálise. Em geral, sempre que possível, as doses programadas devem ser fornecidas após a conclusão do tratamento de diálise. Se este esquema não for viável e a terapia de diálise sabidamente aumentar a depuração corporal total em cerca de 30% ou mais, a dosagem suplementar pode ser indicada.
O peso molecular, a extensão da ligação proteica e a hidrossolubilidade de um composto representam os determinantes primários da dialisabilidade (p. ex., [< 500 Da] moléculas de fármacos pequenas, livres e hidrofílicas são prontamente depuradas). As outras propriedades farmacológicas que afetam a depuração por diálise são a carga iônica do fármaco, o VD, a excreção não renal e a separação dos eritrócitos. As propriedades do dialisado (p. ex., velocidade de fluxo, temperatura, composição de soluto, pH e volume [em pacientes sob diálise peritoneal]) e da membrana de diálise (p. ex., velocidade de fluxo, tamanho do poro e área de superfície) também afetam a depuração do fármaco.
Taxas de CCr de até 20 a 30 mL/min atualmente são alcançadas com o uso de terapias de reposição renal contínuas (TRRC), como a hemofiltração venovenosa contínua e a hemofiltração arteriovenosa contínua. As TRRC são amplamente utilizadas nas unidades de terapia intensiva médicas e cirúrgicas. Durante a TRRC, os solutos e agentes farmacológicos são removidos por transporte convectivo. A menos que estejam ligados a proteínas, os solutos e fármacos dissolvidos na água plasmática atravessam a membrana de diálise, de modo que a concentração de fármaco no ultrafiltrado se iguala à concentração plasmática multiplicada pelo percentual de fármaco livre. Os agentes farmacológicos também podem ser removidos em excesso do corpo, via ligação membrana-fármaco. Como existem poucos dados sobre a remoção de fármacos e o ajuste de dosagem durante a TRRC, torna-se necessário monitorar atentamente a condição clínica do paciente e os níveis de fármaco.
Os pacientes com diabetes melito ou insuficiência cardíaca e doença renal crônica apresentam risco aumentado de disfunção renal após a exposição às nefrotoxinas [Tabela 3] que estes indivíduos podem receber como parte do tratamento-padrão. Um exemplo são os numerosos pacientes submetidos a procedimentos diagnósticos (p. ex., pielografia endovenosa, angiografia ou tomografia computadorizada) que recebem contrastes iodados. Os agentes de contraste, incluindo os novos contrastes não aniônicos, são prontamente excretados pelos rins e podem produzir aumentos agudos da uréia e da creatinina. O uso de fármacos AINH e inibidores da enzima conversora de angiotensina (ECA) pode causar azotemia pré-renal e resultar em lesão renal adicional. Os pacientes com comorbidade requerem atenção especial, a fim de maximizar a terapia farmacológica e evitar a toxicidade.
Os pacientes com insuficiência renal requerem monitoramento estreito, não só dos níveis de fármaco como também de seu curso clínico. As estratégias de ajuste de dosagem devem incluir reduções da TFG, monitoramento dos níveis de fármaco e consideração atenta dos numerosos parâmetros farmacocinéticos e farmacodinâmicos que afetam a terapia farmacológica em casos de pacientes com função renal comprometida. No apêndice deste capítulo foram empreendidos todos os esforços possíveis no sentido de fornecer os dados mais recentes sobre a dosagem de fármacos na doença renal crônica, de acordo com as recomendações de dosagens existentes. Mesmo assim, as circunstâncias clínicas de um paciente, individualmente, as comorbidades e as interações fármaco-fármaco devem ser consideradas para evitar a toxicidade farmacológica e garantir os benefícios terapêuticos de cada agente.
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5. Olyaei A, deMattos AM, Bennett WM: Drug usage in dialysis patients. Clinical Dialysis. Eds. Nissenson, Fine, McGraw-Hill, New York, 2005, p 891
6. Olyaei AJ, Bennett WM: Drug dosing in dialysis and renal failure. Comprehensive Clinical Nephrology, Fehally J, Johnson RJ, Floege J, Eds. Mosby, London, 2007 (in press)
7. Olyaei AJ, deMattos AM, Bennett WM: Drug-drug interactions and most commonly used drugs in renal transplant recipients. Medical Management of Kidney Transplantation. Weir MR, Ed. Lippincott, William & Wilkins, Philadelphia, 2004, p 512
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As diversas categorias de fármacos aparecem na seguinte ordem:
1. Agentes antibacterianos
2. Agentes antifúngicos
3. Agentes antivirais
4. Agentes analgésicos
5. Agentes anti-hipertensivos e cardiovasculares
6. Agentes endócrinos e metabólicos
7. Agentes gastrintestinais
8. Agentes neurológicos e anticonvulsivos
9. Agentes reumatológicos
10. Agentes sedativos
11. Agentes antiparkinsonianos
12. Agentes antipsicóticos
13. Agentes corticosteroides
14. Agentes anticoagulantes
Agentes antibacterianos |
Fármaco |
Dosagem normal |
Percentual de fármaco excretado por via renal |
Ajuste de dose para insuficiência renal | ||
TFG > 50 mL/min |
TFG 10 a 50 mL/min |
TFG < 10 mL/min | ||||
Aminoglicosídeos | ||||||
Estreptomicina |
7,5 mg/kg a cada 12 horas (1 g a cada 24 horas para TB) |
60% |
A cada 24 horas |
A cada 24 a 72 horas |
A cada 72 a 96 horas | |
Canamicina |
7,5 mg/kg a cada 8 horas |
50 a 90% |
60 a 90% a cada 12 horas; 100% a cada 12 a 24 horas |
30 a 70% a cada 12 a 18 horas; 100% a cada 24 a 48 horas |
20 a 30% a cada 24 a 48 horas; 100% a cada 48 a 72 horas | |
Gentamicina |
1,7 mg/kg a cada 8 horas |
95% |
60 a 90% a cada 8 a 12 horas; 100% a cada 12 a 24 horas |
30 a 70% a cada 12 a 18 horas; 100% a cada 24 a 48 horas |
20 a 30% a cada 24 a 48 horas; 100% a cada 48 a 72 horas | |
Tobramicina |
1,7 mg/kg a cada 8 horas |
95% |
60 a 90% a cada 8 a 12 horas; 100% a cada 12 a 24 horas |
30 a 70% a cada 12 a 18 horas; 100% a cada 24 a 48 horas |
20 a 30% a cada 24 a 48 horas; 100% a cada 48 a 72 horas | |
Netilmicina |
2 mg/kg a cada 8 horas |
95% |
50 a 90% a cada 8 a 12 horas; 100% a cada 12 a 24 horas |
20 a 60% a cada 12 horas; 100% a cada 24 a 48 horas |
10 a 20% a cada 24 a 48 horas; 100% a cada 48 a 72 horas | |
Amicacina |
7,5 mg/kg a cada 12 horas |
95% |
60 a 90% a cada 12 horas; 100% a cada 12 a 24 horas |
30 a 70% a cada 12 a 18 horas; 100% a cada 24 a 48 horas |
20 a 30% a cada 24 a 48 horas; 100% a cada 48 a 72 horas | |
Cefalosporinas (oral) | ||||||
Cefaclor |
250 a 500 mg a cada 8 horas |
70% |
100% |
100% |
50% | |
Cefadroxil |
500 mg to 1 g a cada 12 horas |
80% |
100% |
100% |
50% | |
Cefixima |
200 a 400 mg a cada 12 horas |
85% |
100% |
100% |
50% | |
Cefpodoxima |
200 mg a cada 12 horas |
30% |
100% |
100% |
100% | |
Ceftibuteno |
400 mg a cada 24 horas |
70% |
100% |
100% |
50% | |
Cefuroxima axetil |
250 a 500 mg a cada 8 horas |
90% |
100% |
100% |
100% | |
Cefalexina |
250 a 500 mg a cada 8 horas |
95% |
100% |
100% |
100% | |
Cefradina |
250 a 500 mg a cada 8 horas |
100% |
100% |
100% |
50% | |
Cefalosporinas (IV) | ||||||
Cefamandol |
1 a 2 g IV a cada 6 a 8 horas |
100% |
A cada 6 horas |
A cada 8 horas |
A cada 12 horas | |
Cefazolina |
1 a 2 g IV a cada 8 horas |
80% |
A cada 8 horas |
A cada 12 horas |
A cada 12 a 24 horas | |
Cefepima |
1 a 2 g IV a cada 8 horas |
85% |
A cada 8 a 12 horas |
A cada 12 horas |
A cada 24 horas | |
Cefmetazol |
1 a 2 g IV a cada 8 horas |
85% |
A cada 8 horas |
A cada 12 horas |
A cada 24 horas | |
Cefoperazona |
1 a 2 g IV a cada 12 horas |
20% |
Ajuste renal desnecessário |
Ajuste renal desnecessário |
Ajuste renal desnecessário | |
Cefotaxima |
1 a 2 g IV a cada 6 a 8 horas |
60% |
A cada 8 horas |
A cada 12 horas |
A cada 12 a 24 horas | |
Cefotetano |
1 a 2 g IV a cada 12 horas |
75% |
A cada 12 horas |
A cada 12 a 24 horas |
A cada 24 horas | |
Cefoxitina |
1 a 2 g IV a cada 6 horas |
80% |
A cada 6 horas |
A cada 8 a 12 horas |
A cada 12 horas | |
Ceftazidima |
1 a 2 g IV a cada 8 horas |
70% |
A cada 8 horas |
A cada 12 horas |
A cada 24 horas | |
Ceftriaxona |
1 a 2 g IV a cada 24 horas |
50% |
Ajuste renal desnecessário |
Ajuste renal desnecessário |
Dosar após a diálise | |
Cefuroxima sódio |
0,75 a 1,5 g IV a cada 8 horas |
90% |
A cada 8 horas |
A cada 8 a 12 horas |
A cada 12 a 24 horas | |
Clindamicina |
150 a 450 mg a cada 8 horas |
10% |
Ajuste renal desnecessário |
Ajuste renal desnecessário |
Ajuste renal desnecessário | |
Imipenem-cilastatina |
250 a 500 mg IV a cada 6 horas |
50% |
500 mg a cada 8 horas |
250 a 500 mg a cada 8 a 12 horas |
250 mg a cada 12 horas | |
Macrolídeos | ||||||
Azitromicina |
250 a 500 mg a cada 24 horas |
6% |
Ajuste renal desnecessário |
Ajuste renal desnecessário |
Ajuste renal desnecessário | |
Claritromicina |
500 mg a cada 12 horas |
20% |
Ajuste renal desnecessário |
Ajuste renal desnecessário |
Ajuste renal desnecessário |
AV = atrioventricular; CCr = depuração da creatinina; CMV = citomegalovírus; CSA = ciclosporina A; CSA/T = ciclosporina e tacrolimo; DCV = doença cardiovascular; DPAC = diálise peritoneal ambulatorial contínua; DRET = doença renal em estágio terminal; ECA = enzima conversora de angiotensina; ICC = insuficiência cardíaca congestiva; SNC = sistema nervoso central; TRRC = terapia de reposição renal contínua; TVP = trombose venosa profunda.
IV = via endovenosa.
Comentários |
Método de ajuste de dosagem | ||
Hemodiálise |
Diálise peritoneal ambulatorial contínua |
Hemofiltração venovenosa contínua | |
Toxicidade do grupo: todos os agentes deste grupo são nefrotóxicos e ototóxicos. A ototoxicidade é pior em pacientes hiperbilirrubinêmicos. Medir os níveis para determinar a eficácia e a toxicidade. A absorção peritoneal aumenta na presença de inflamação. O VD aumenta com o edema, obesidade e ascite | |||
Pode ser menos nefrotóxico do que os outros membros da classe |
Metade da dose normal após a diálise |
20 a 40 mg/L/dia |
Dosar para TFG 10 a 50 mL/min; medir os níveis |
Evitar a dose diária para pacientes com CCr < 30 a 40 mL/min, insuficiência renal aguda ou níveis incertos de função renal |
Metade da dose normal após a diálise |
15 a 20 mg/L/dia |
Dosar para TFG 10 a 50 mL/min; medir os níveis |
O tratamento concomitante com penicilina pode resultar em níveis subterapêuticos de aminoglicosídeos. Pico: 6 a 8; vale: < 2 |
Metade da dose normal após a diálise |
3 a 4 mg/L/dia |
Dosar para TFG 10 a 50 mL/min; medir os níveis |
O tratamento concomitante com penicilina pode resultar em níveis subterapêuticos de aminoglicosídeos. Pico: 6 a 8; vale: < 2 |
Metade da dose normal após a diálise |
3 a 4 mg/L/dia |
Dosar para TFG 10 a 50 mL/min, medir os níveis |
Pode ser menos ototóxico do que os outros membros da classe. Pico: 6 a 8; vale: < 2 |
Metade da dose normal após a diálise |
3 a 4 mg/L/dia |
Dosar para TFG 10 a 50 mL/min; medir os níveis |
Monitorar os níveis. Pico: 20 a 30; vale: < 5 |
Metade da dose normal após a diálise |
15 a 20 mg/L/dia |
Dosar para TFG 10 a 50 mL/min; medir os níveis |
Efeitos adversos: anormalidades de coagulação, elevação transiente da BUN, erupções e síndrome da doença do soro | |||
Toxicidade do grupo |
250 mg após a diálise |
250 mg a cada 8 a 12 horas |
Sem dados |
Toxicidade do grupo |
0,5 a 1 g após a diálise |
0,5 g/dia |
Sem dados |
Toxicidade do grupo |
300 mg após a diálise |
200 mg/dia |
Não recomendado |
Toxicidade do grupo |
200 mg após a diálise |
Dosar para TFG < 10 mL/min |
Sem dados |
Toxicidade do grupo |
300 mg após a diálise |
Sem dados: dosar para TFG < 10 mL/min |
Dosar para TFG 10 a 50 mL/min |
Mal absorvido em presença de bloqueadores H2; mais bem-absorvido com os alimentos |
Dosar após a diálise |
Dosar para TFG < 10 mL/min |
Sem dados |
Nefrite intersticial alérgica em raros casos; bem absorvido quando administrado por via intraperitoneal; pode causar sangramento decorrente do comprometimento da biossíntese de protrombina |
Dosar após a diálise |
Dosar para TFG < 10 mL/min |
Sem dados |
Nefrite intersticial alérgica em raros casos; bem absorvido quando administrado por via intraperitoneal; pode causar sangramento decorrente do comprometimento da biossíntese de protrombina |
Dosar após a diálise |
Dosar para TFG < 10 mL/min |
Sem dados |
Toxicidade do grupo: anormalidades de coagulação, elevação transiente da BUN, erupções e síndrome da doença do soro | |||
Toxicidade do grupo |
0,5 a 1 g após a diálise |
0,5 a 1 g a cada 12 horas |
Dosar para TFG 10 a 50 mL/min |
Toxicidade do grupo |
0,5 a 1 g após a diálise |
0,5 g a cada 12 horas |
Dosar para TFG 10 a 50 mL/min |
Toxicidade do grupo |
1 g após a diálise |
Dosar para TFG < 10 mL/min |
Não recomendado |
Toxicidade do grupo |
Dose após a diálise |
Dosar para TFG < 10 mL/min |
Dosar para TFG 10 a 50 mL/min |
Deslocado da proteína pela bilirrubina; pode prolongar o tempo de protrombina; diminuir a dose em 50% para pacientes com icterícia |
1 g após a diálise |
Sem dados: sem necessidade de alteração |
Sem dados: sem necessidade de alteração |
Toxicidade do grupo |
1 g após a diálise |
1 g/dia |
1 g a cada 12 horas |
Toxicidade do grupo |
1 g após a diálise |
1 g/dia |
750 mg a cada 12 horas |
Pode produzir falso aumento dos níveis séricos de creatinina ao interferir no ensaio |
1 g após a diálise |
1 g/dia |
Dosar para TFG 10 a 50 mL/min |
Toxicidade do grupo |
1 g após a diálise |
0,5 g/dia |
Dosar para TFG 10 a 50 mL/min |
– |
Dosar após a diálise |
750 mg a cada 12 horas |
Dosar para TFG 10 a 50 mL/min |
Bem absorvido quando administrado por via intraperitoneal; pode causar nefrite intersticial alérgica em raros casos; pode causar sangramento decorrente do comprometimento da biossíntese de protrombina |
Dosar após a diálise |
Dosar para TFG < 10 mL/min |
1 g a cada 12 horas |
Aumento dos níveis de CSA/T |
Sem dados: sem necessidade de alteração |
Sem dados: sem necessidade de alteração |
Sem dados: sem necessidade de alteração |
Produz convulsões em pacientes com DRET; a depuração não renal em pacientes com insuficiência renal aguda é menor do que na insuficiência renal crônica; administrar com cilastatina para prevenir a nefrotoxicidade do metabólito renal |
Dosar após a diálise |
Dosar para TFG < 10 mL/min |
Dosar para TFG 10 a 50 mL/min |
Sem interações fármaco-fármaco com CSA/T |
Sem dados: sem necessidade de alteração |
Sem dados: sem necessidade de alteração |
Sem dados: sem necessidade de alteração |
– |
Sem dados: sem necessidade de alteração |
Sem dados: sem necessidade de alteração |
Sem dados: sem necessidade de alteração |
AINH = anti-inflamatórios não hormonais; GI = gastrintestinal; HBV = vírus da hepatite B; HDL = lipoproteína de alta densidade; HSV = vírus do herpes simples; IM = infarto do miocárdio; INR = relação normalizada internacional; MFT = monitoramento farmacológico terapêutico; MMF = micofenolato de mofetil; TB = tuberculose; TFG = taxa de filtração glomerular; TIH = trombocitopenia induzida por heparina; VD = volume de distribuição; VZV = vírus varicela-zóster.
CCr = depuração da creatinina; CSA/T = ciclosporina e tacrolimo; DRET = doença renal em estágio terminal.
Agentes antibacterianos (continuação) |
Fármaco |
Dosagem normal |
Percentual de fármaco excretado por via renal |
Ajuste de dose para insuficiência renal | ||||
TFG > 50 mL/min |
TFG 10 a 50 mL/min |
TFG < 10 mL/min | ||||||
Diritromicina |
500 mg a cada 24 horas |
|
Sem ajuste renal |
Sem ajuste renal |
Sem ajuste renal | |||
Eritromicina |
250 a 500 mg a cada 8 horas |
15% |
Sem ajuste renal |
Sem ajuste renal |
Sem ajuste renal | |||
Meropenem |
1 g IV a cada 8 horas |
65% |
1 g a cada 8 horas |
0,5 a 1 g a cada 12 horas |
0,5 a 1 g a cada 24 horas | |||
Sem ajuste renal |
Sem ajuste renal |
Sem ajuste renal | ||||||
Metronidazol |
500 mg IV a cada 6 horas |
20% |
|
|
| |||
Penicilinas (oral) | ||||||||
Amoxicilina |
500 mg a cada 8 horas |
60% |
100% |
100% |
50 a 75% | |||
Ampicilina |
500 mg a cada 6 horas |
60% |
100% |
100% |
50 a 75% | |||
Dicloxacilina |
250 a 500 mg a cada 6 horas |
50% |
100% |
100% |
50 a 75% | |||
Penicilina V |
250 a 500 mg a cada 6 horas |
70% |
100% |
100% |
50 a 75% | |||
Penicilinas (IV) | ||||||||
Ampicilina |
1 a 2 g IV a cada 6 horas |
60% |
A cada 6 horas |
A cada 8 horas |
A cada 12 horas | |||
Nafcilina |
1 a 2 g IV a cada 4 horas |
35% |
Sem ajuste renal |
Sem ajuste renal |
Sem ajuste renal | |||
Penicilina G |
2 a 3 milhões de unidades, IV a cada 4 horas |
70% |
A cada 4 a 6 horas |
A cada 6 horas |
A cada 8 horas | |||
Piperacilina |
3 a 4 g IV a cada 4 a 6 horas |
|
Sem ajuste renal |
Sem ajuste renal |
Sem ajuste renal | |||
Ticarcilina/clavulanato |
3,1 g IV a cada 4 a 6 horas |
85% |
1 a 2 g a cada 4 horas |
1 a 2 g a cada 8 horas |
1 a 2 g a cada 12 horas | |||
Piperacilina/tazobactama |
3.375 g, IV a cada 6 a 8 horas |
75 a 90% |
A cada 4 a 6 horas |
A cada 6 a 8 horas |
A cada 8 horas | |||
Pentamidina |
4 mg/kg/dia |
5% |
A cada 24 horas |
A cada 24 horas |
A cada 48 horas | |||
Quinolonas | ||||||||
Cinoxacina |
500 mg a cada 12 horas |
55% |
100% |
50% |
Evitar | |||
Fleroxacina |
400 mg a cada 12 horas |
70% |
100% |
50 a 75% |
50% | |||
Ciprofloxacina |
200 a 400 mg IV a cada 24 horas |
60% |
A cada 12 horas |
A cada 12 a 24 horas |
A cada 24 horas | |||
Lomefloxacina |
400 mg a cada 24 horas |
76% |
100% |
200 a 400 mg a cada 48 horas |
50% | |||
Levofloxacina |
500 mg a cada 24 horas |
70% |
A cada 12 horas |
250 mg a cada 12 horas |
250 mg a cada 12 horas | |||
Moxifloxacina |
400 mg a cada 24 horas |
20% |
Sem ajuste renal |
Sem ajuste renal |
Sem ajuste renal | |||
Ácido nalidíxico |
1 g a cada 6 horas |
Alto |
100% |
Evitar |
Evitar | |||
Norfloxacina |
400 mg a cada 12 horas |
30% |
A cada 12 horas |
A cada 12 a 24 horas |
A cada 24 horas | |||
Ofloxacina |
200 a 400 mg a cada 12 horas |
70% |
A cada 12 horas |
A cada 12 a 24 horas |
A cada 24 horas | |||
Pefloxacina |
400 mg a cada 24 horas |
11% |
100% |
100% |
100% | |||
Sparfloxacina |
400 mg a cada 24 horas |
10% |
100% |
50 a 75% |
50% a cada 48 horas | |||
Trovafloxacina |
200 a 300 mg a cada 12 horas |
10% |
Sem ajuste renal |
Sem ajuste renal |
Sem ajuste renal | |||
Pentamidina |
4 mg/kg/dia |
5% |
A cada 24 horas |
A cada 24 horas |
A cada 48 horas | |||
Rifampina |
300 a 600 mg |
20% |
Sem ajuste renal |
Sem ajuste renal |
Sem ajuste renal | |||
|
Trimetoprima- sulfametoxazol |
800/160 mg a cada 12 horas |
70% |
A cada 12 horas |
A cada 18 horas |
A cada 24 horas | ||
AV = atrioventricular; CCr = depuração da creatinina; CMV = citomegalovírus; CSA = ciclosporina A; CSA/T = ciclosporina e tacrolimo; DCV = doença cardiovascular; DPAC = diálise peritoneal ambulatorial contínua; DRET = doença renal em estágio terminal; ECA = enzima conversora de angiotensina; ICC = insuficiência cardíaca congestiva; SNC = sistema nervoso central; TRRC = terapia de reposição renal contínua; TVP = trombose venosa profunda.
IV = via endovenosa.
Comentários |
Método de ajuste de dosagem | ||
Hemodiálise |
Diálise peritoneal ambulatorial contínua |
Hemofiltração venovenosa contínua | |
Hidrolisado não enzimaticamente no composto ativo eritromicilamina |
Sem dados: sem necessidade de alteração |
Sem dados: sem necessidade de alteração |
Dosar para TFG 10 a 50 mL/min |
Aumentar os níveis de CSA/T; evitar usar em pacientes transplantados |
Sem dados: sem necessidade de alteração |
Sem dados: sem necessidade de alteração |
Sem dados: sem necessidade de alteração |
– |
Dosar após a diálise |
Dosar para TFG < 10 mL/min |
Dosar para TFG 10 a 50 mL/min |
Neuropatia periférica; reação do dissulfiram com bebidas alcoólicas; aumentar a frequência dos testes de função hepática (1%) |
Dosar após a diálise |
Dosar para TFG < 10 mL/min |
Dosar para TFG 10 a 50 mL/min |
Toxicidade do grupo: pode causar anormalidades hemorrágicas, hipersensibilidade, convulsões | |||
Toxicidade do grupo |
Dosar após a diálise |
250 mg a cada 12 horas |
Sem dados |
Toxicidade do grupo |
Dosar após a diálise |
250 mg a cada 12 horas |
Dosar para TFG 10 a 50 mL/min |
Toxicidade do grupo |
Sem dados: sem necessidade de alteração |
Sem dados: sem necessidade de alteração |
Sem dados |
Toxicidade do grupo |
Dosar após a diálise |
Dosar para TFG < 10 mL/min |
Sem dados |
– |
Dosar após a diálise |
250 mg a cada 12 horas |
Dosar para TFG 10 a 50 mL/min |
– |
Nenhum |
Nenhum |
Dosar para TFG 10 a 50 mL/min |
Efeitos adversos: convulsões, reações proteicas urinárias falso-positivas; o limite superior da dose é 6 milhões de unidades/dia em casos de DRET |
Dosar após a diálise |
Dosar para TFG < 10 mL/min |
Dosar para TFG 10 a 50 mL/min |
Sódio elevado, conteúdo de 1,9 mEq/g |
Dosar após a diálise |
Dosar para TFG < 10 mL/min |
Dosar para TFG 10 a 50 mL/min |
Toxicidade específica: sódio, 5,2 mEq/g |
3 g após a diálise |
Dosar para TFG < 10 mL/min |
Dosar para TFG 10 a 50 mL/min |
Toxicidade específica: sódio, 1,9 mEq/g |
Dosar após a diálise |
Dosar para TFG < 10 mL/min |
Dosar para TFG 10 a 50 mL/min |
A inalação pode causar broncoespasmo; a administração por via IV pode causar hipotensão, hipoglicemia e nefrotoxicidade |
Sem dados: sem necessidade de alteração |
Sem dados: sem necessidade de alteração |
Sem dados: sem necessidade de alteração |
Toxicidade do grupo: os agentes pertencentes a este grupo são mal absorvidos em presença de magnésio, cálcio, alumínio e ferro; fotossensibilidade, alimentos, derivados do leite e alimentação por tubo também podem comprometer a absorção; o metabolismo da teofilina é comprometido; o tratamento da peritonite associada à DPAC pode requerer doses orais maiores | |||
Toxicidade do grupo |
Evitar |
Evitar |
Evitar |
Toxicidade do grupo |
Dosar para TFG < 10 mL/min |
400 mg/dia |
NA |
Absorção precária em presença de antiácidos, sucralfato e ligadores de fosfato; diminui os níveis de fenitoína; a dose IV corresponde a 1/3 da dose oral |
250 mg a cada 12 horas (200 mg, se IV) |
250 mg a cada 8 horas (200 mg, se IV) |
200 mg IV a cada 12 horas |
Toxicidade do grupo |
Dosar para TFG < 10 mL/min |
Dosar para TFG < 10 mL/min |
Sem dados |
L-isômero da ofloxacina: parece apresentar farmacocinética e toxicidades semelhantes |
Dosar para TFG < 10 mL/min |
Dosar para TFG < 10 mL/min |
Dosar para TFG 10 a 50 mL/min |
Toxicidade do grupo |
Sem dados |
Sem dados |
Sem dados |
Toxicidade do grupo |
Evitar |
Evitar |
Sem dados |
Toxicidade do grupo |
Dosar para TFG < 10 mL/min |
Dosar para TFG < 10 mL/min |
Sem dados |
Toxicidade do grupo |
100 a 200 mg após a diálise |
Dosar para TFG < 10 mL/min |
300 mg/dia |
Excelente movimentação transperitoneal bidirecional |
Sem dados: sem necessidade de alteração |
Sem dados: sem necessidade de alteração |
Dosar para TFG 10 a 50 mL/min |
Toxicidade do grupo |
Sem dados: dosar para TFG < 10 mL/min |
Sem dados |
Dosar para TFG 10 a 50 mL/min |
Toxicidade do grupo |
Sem dados |
Sem dados |
Sem dados |
A inalação pode causar broncoespasmo; a administração por via IV pode causar hipotensão, hipoglicemia e nefrotoxicidade |
Sem dados: sem necessidade de alteração |
Sem dados: sem necessidade de alteração |
Sem dados: sem necessidade de alteração |
Numerosas interações farmacológicas; diminuir os níveis de CSA/T |
Sem dados: sem necessidade de alteração |
Dosar para TFG < 10 mL/min |
Dosar para TFG < 10 mL/min |
Pode causar hipercalemia; aumentar os níveis séricos de creatinina |
Dosar após a diálise |
A cada 24 horas |
A cada 18 horas |
AINH = anti-inflamatórios não hormonais; GI = gastrintestinal; HBV = vírus da hepatite B; HDL = lipoproteína de alta densidade; HSV = vírus do herpes simples; IM = infarto do miocárdio; INR = relação normalizada internacional; MFT = monitoramento farmacológico terapêutico; MMF = micofenolato de mofetil; TFG = taxa de filtração glomerular; TIH = trombocitopenia induzida por heparina; TB = tuberculose; VD = volume de distribuição; VZV = vírus varicela-zóster.
CSA/T = ciclosporina e tacrolimo; DPAC = diálise peritoneal ambulatorial contínua; DRET = doença renal em estágio terminal; IV = via endovenosa.
Agentes antibacterianos (continuação) |
Fármaco |
Dosagem normal |
Percentual de fármaco excretado por via renal |
Ajuste de dose para insuficiência renal | ||
TFG > 50 mL/min |
TFG 10 a 50 mL/min |
TFG < 10 mL/min | ||||
Vancomicina (oral) |
125 a 250 mg a cada 8 horas |
0% |
100% |
100% |
100% | |
Vancomicina (IV) |
1 g IV a cada 12 horas |
90% |
A cada 12 horas |
A cada 24 a 36 horas |
A cada 48 a 72 horas | |
Agentes antifúngicos |
Amfotericina B |
0,5 a 1,5 mg/kg/dia |
< 1% |
Sem necessidade de ajuste renal |
Sem necessidade de ajuste renal |
Sem necessidade de ajuste renal |
Amfotec |
4 a 6 mg/kg/dia |
< 1% |
Sem necessidade de ajuste renal |
Sem necessidade de ajuste renal |
Sem necessidade de ajuste renal | |
Abelcet |
5 mg/kg/dia |
< 1% |
Sem necessidade de ajuste renal |
Sem necessidade de ajuste renal |
Sem necessidade de ajuste renal | |
anfotericina lipossomal |
3 a 5 mg/kg/dia |
< 1% |
Sem necessidade de ajuste renal |
Sem necessidade de ajuste renal |
Sem necessidade de ajuste renal | |
Fluconazol |
200 a 800 mg IV a cada 24 horas |
70% |
100% |
100% |
50% | |
Flucitosina |
37,5 mg/kg |
90% |
A cada 12 horas |
A cada 16 horas |
A cada 24 horas | |
Griseofulvina |
125 a 250 mg a cada 6 horas |
1% |
100% |
100% |
100% | |
Itraconazol |
200 mg a cada 12 horas |
35% |
100% |
100% |
50% | |
Cetoconazol |
200 a 400 mg a cada 24 horas |
15% |
100% |
100% |
100% | |
Miconazol |
1.200 a 3.600 mg/dia |
1% |
100% |
100% |
100% | |
Terbinafina |
250 mg a cada 24 horas |
> 1% |
100% |
100% |
100% | |
Agentes antivirais |
Aciclovir |
200 a 800 mg, 5 x/dia |
50% |
100% |
100% |
50% |
Amantadina |
100 a 200 mg a cada 12 horas |
90% |
100% |
50% |
25% | |
Cidofovir |
5 mg/kg/semana x 2 (indução); 5 mg/kg a cada 2 semanas |
90% |
100% |
Sem dados: evitar |
Sem dados: evitar | |
Delavirdina |
400 mg a cada 8 horas |
5% |
Sem dados: 100% |
Sem dados: 100% |
Sem dados: 100% | |
Didanosina |
200 mg a cada 12 horas |
40 a 69% |
A cada 12 horas |
A cada 24 horas |
50% a cada 24 horas | |
|
(125 mg se < 60 kg) |
|
|
|
| |
Famciclovir |
250 a 500 mg VO, a cada 8 a 12 horas |
60% |
A cada 8 horas |
A cada 12 horas |
A cada 24 horas | |
Foscarnete |
40 a 80 mg IV a cada 8 horas |
85% |
40 a 120 mg a cada 8 a 24 horas, conforme a CCr |
40 a 120 mg a cada 8 a 24 horas, conforme a CCr |
40 a 120 mg a cada 8 a 24 horas, conforme a CCr | |
Ganciclovir (oral) |
1.000 mg a cada 8 horas |
95% |
1.000 mg a cada 8 horas |
1.000 mg a cada 8 horas |
1.000 mg a cada 24 horas | |
Ganciclovir (IV) |
5 mg/kg a cada 12 horas |
95% |
A cada 12 horas |
A cada 24 horas |
2,5 mg/kg/dia | |
Indinavir |
800 mg a cada 8 horas |
10% |
Sem dados: 100% |
Sem dados: 100% |
Sem dados: 100% | |
Lamivudina |
150 mg, 2 x/dia |
80% |
A cada 12 horas |
A cada 24 horas |
50 mg a cada 24 horas | |
Nelfinavir |
750 mg a cada 8 horas |
Sem dados |
Sem dados |
Sem dados |
Sem dados | |
Nevirapina |
200 mg a cada 24 horas durante 14 dias |
< 3% |
Sem dados: 100% |
Sem dados: 100% |
Sem dados: 100% | |
Ribavirina |
500 a 600 mg a cada 12 horas |
30% |
100% |
100% |
50% | |
Rifabutina |
300 mg a cada 24 horas |
5 a 10% |
100% |
100% |
100% | |
Rimantadina |
100 mg a cada 12 horas |
25% |
100% |
100% |
50% | |
Ritonavir |
600 mg a cada 12 horas |
3.50% |
Sem dados: 100% |
Sem dados: 100% |
Sem dados: 100% | |
Zalcitabina |
0,75 mg a cada 8 horas |
75% |
100% |
A cada 12 horas |
A cada 24 horas | |
Zidovudina |
200 mg a cada 8 horas ou 300 mg |
8 a 25% |
100% |
100% |
100 mg a cada 8 horas |
AV = atrioventricular; CCr = depuração da creatinina; CMV = citomegalovírus; CSA/T = ciclosporina e tacrolimo; DCV = doença cardiovascular; DPAC = diálise peritoneal ambulatorial contínua; ECA = enzima conversora de angiotensina; ICC = insuficiência cardíaca congestiva; SNC = sistema nervoso central; TRRC = terapia de reposição renal contínua; CSA = ciclosporina A; TVP = trombose venosa profunda; DRET = doença renal em estágio terminal.
IV = via endovenosa; TFG = taxa de filtração glomerular; VO = via oral.
Comentários |
Método de ajuste de dosagem | ||
Hemodiálise |
Diálise peritoneal ambulatorial contínua |
Hemofiltração venovenosa contínua | |
A vancomicina oral é indicada apenas para o tratamento das infecções causadas por Clostridium difficile |
100% |
100% |
100% |
Nefrotóxico, ototóxico; pode prolongar o efeito de bloqueio neuromuscular dos relaxantes musculares. Pico: 10; vale: 5 a 10 |
500 mg a cada 12 a 24 horas |
1 g a cada 24 a 96 horas |
500 mg a cada 12 horas |
Nefrotóxico; pode causar reações relacionadas à infusão; fornecer 250 mL de salina normal antes de cada dose |
A cada 24 horas |
A cada 24 horas |
A cada 24 a 36 horas |
Aumentar os níveis de CSA/T |
200 mg após a diálise |
Dosar para TFG < 10 mL/min |
Dosar para TFG 10 a 50 mL/min |
Disfunção hepática; a supressão da medula óssea é mais comum em pacientes azotêmicos; aumentar os níveis de CSA/T |
Dosar após a diálise |
0,5 a 1 g/dia |
Dosar para TFG 10 a 50 mL/min |
Aumentar os níveis de CSA/T |
Sem dados: sem necessidade de alteração |
Sem dados: sem necessidade de alteração |
Sem dados: sem necessidade de alteração |
Absorção oral precária; aumentar os níveis de CSA/T |
100 mg a cada 12 a 24 horas |
100 mg a cada 12 a 24 horas |
100 mg a cada 12 a 24 horas |
Hepatotóxico; aumentar os níveis de CSA/T |
Sem dados: sem necessidade de alteração |
Sem dados: sem necessidade de alteração |
Sem dados: sem necessidade de alteração |
Aumentar os níveis de CSA/T. |
Sem dados: sem necessidade de alteração |
Sem dados: sem necessidade de alteração |
Sem dados: sem necessidade de alteração |
Pode causar ICC |
Sem dados: sem necessidade de alteração |
Sem dados: sem necessidade de alteração |
Sem dados: sem necessidade de alteração |
Absorção precária; nefrotoxicidade na DRET; a preparação IV pode causar insuficiência renal se for injetada rapidamente |
Dosar após a diálise |
Dosar para TFG < 10 mL/min |
3,5 mg/kg/dia |
|
Sem dados: sem necessidade de alteração |
Sem dados: sem necessidade de alteração |
Dosar para TFG 10 a 50 mL/min |
Nefrotoxicidade dose-limitante e acompanhada de proteinúria, glicosúria, insuficiência renal; nefrotoxicidade e depuração renal diminuída pela coadministração de probenecida |
Sem dados: evitar |
Sem dados: evitar |
Sem dados: evitar |
|
Sem dados: sem necessidade de alteração |
Sem dados |
Sem dados: dosar para TFG 10 a 50 mL/min |
Efeitos adversos: pancreatite |
Dosar após a diálise |
Dosar para TFG < 10 mL/min |
Dosar para TFG < 10 mL/min |
Para VZV: 500 mg VO, a cada 8 horas; para HSV: 250 VO, a cada 12 horas, metabolizado no composto ativo penciclovir |
Dosar após a diálise |
Sem dados |
Sem dados: dosar para TFG 10 a 50 mL/min |
Nefrotóxico, neurotóxico; seus efeitos adversos são a hipocalcemia, hipofosfatemia, hipomagnesemia e hipocalemia |
Dosar após a diálise |
Dosar para TFG < 10 mL/min |
Dosar para TFG 10 a 50 mL/min |
O ganciclovir oral deve ser usado apenas na prevenção da infecção pelo CMV; usar sempre o ganciclovir IV no tratamento da infecção pelo CMV |
Sem dados: dosar após a diálise |
Sem dados: dosar para TFG < 10 mL/min |
Sem dados |
Efeitos adversos: granulocitopenia e trombocitopenia |
Dosar após a diálise |
Dosar para TFG < 10 mL/min |
2,5 mg/kg/dia |
Efeitos adversos: nefrolitíase e insuficiência renal aguda decorrente de cristalúria ou nefrite tubulointersticial |
Sem dados: sem necessidade de alteração |
Sem dados: dosar para TFG < 10 mL/min |
Sem dados |
Para a infecção por HBV |
Dosar após a diálise |
Sem dados: dosar para TFG < 10 mL/min |
Dosar para TFG 10 a 50 mL/min |
|
Sem dados |
Sem dados |
Sem dados |
Pode ser parcialmente depurado por hemodiálise e diálise peritoneal |
Dosar após a diálise |
Sem dados: dosar para TFG < 10 mL/min |
Sem dados: dosar para TFG 10 a 50 mL/min |
Efeitos adversos: síndrome urêmica hemolítica |
Dose após a diálise |
Dosar para TFG < 10 mL/min |
Dosar para TFG 10 a 50 mL/min |
|
Sem dados: sem necessidade de alteração |
Sem dados: sem necessidade de alteração |
Sem dados: dosar para TFG 10 a 50 mL/min |
Associado a numerosas interações farmacológicas adversas |
Sem dados: sem necessidade de alteração |
Sem dados: dosar para TFG < 10 mL/min |
Sem dados: dosar para TFG 10 a 50 mL/min |
|
Sem dados: dosar após a diálise |
Sem dados |
Sem dados: dosar para TFG 10 a 50 mL/min |
Enorme variação interpacientes; metabólito eliminado por excreção renal |
Dosar para TFG < 10 mL/min |
Dosar para TFG < 10 mL/min |
100 mg a cada 8 horas |
AINH = anti-inflamatórios não hormonais; GI = gastrintestinal; HBV = vírus da hepatite B; HDL = lipoproteína de alta densidade; HSV = vírus do herpes simples; IM = infarto do miocárdio; INR = relação normalizada internacional; MFT = monitoramento farmacológico terapêutico; MMF = micofenolato de mofetil; TB = tuberculose; TFG = taxa de filtração glomerular; TIH = trombocitopenia induzida por heparina; VD = volume de distribuição; VZV = vírus varicela-zóster.
CMV = citomegalovírus; CSA/T = ciclosporina e tacrolimo; DRET = doença renal em estágio terminal; ICC = insuficiência cardíaca congestiva; IV = via endovenosa; VO = via oral.
|
Fármaco |
Dosagem normal |
Percentual de fármaco excretado por via renal |
Ajuste de dose para insuficiência renal | ||
TFG > 50 mL/min |
TFG 10 a 50 mL/min |
TFG < 10 mL/min | ||||
Agentes analgésicos |
Narcóticos e antagonistas de narcóticos | |||||
Alfentanil |
Indução anestésica 8 a 40 g/kg |
Hepática |
100% |
100% |
100% | |
Butorfanol |
2 mg a cada 3 a 4 horas |
Hepática |
100% |
75% |
50% | |
Codeína |
30 a 60 mg a cada 4 a 6 horas |
Hepática |
100% |
75% |
50% | |
Fentanil |
Indução anestésica (individualizada) |
Hepática |
100% |
75% |
50% | |
Meperidina |
50 a 100 mg a cada 3 a 4 horas |
Hepática |
100% |
Evitar |
Evitar | |
Metadona |
2,5 a 5 mg a cada 6 a 8 horas |
Hepática |
100% |
100% |
50 a 75% | |
Morfina |
20 a 25 mg a cada 4 horas |
Hepática |
100% |
75% |
Evitar | |
Naloxona |
2 mg IV |
Hepática |
100% |
100% |
100% | |
Pentazocina |
50 mg a cada 4 horas |
Hepática |
100% |
75% |
75% | |
Propoxifeno |
65 mg a cada 6 a 8 horas |
Hepática |
100% |
100% |
Evitar | |
Sufentanil |
Indução anestésica |
Hepática |
100% |
100% |
100% | |
Não narcóticos | ||||||
Acetaminofeno |
650 mg a cada 4 horas |
Hepática |
A cada 4 horas |
A cada 6 horas |
A cada 8 horas | |
Ácido acetilsalicílico |
650 mg a cada 4 horas |
Hepática (renal) |
A cada 4 horas |
A cada 4 a 6 horas |
Evitar | |
Agentes anti-hipertensivos e cardiovasculares |
Agentes agonistas adrenérgicos | |||||
Clonidina |
0,1 mg 2 x/dia ou 3 x/dia (dose inicial) |
45% |
100% |
100% |
100% | |
1,2 mg/dia (dose máxima) | ||||||
Dobutamina |
2,5 mcg/kg/min (dose inicial); |
10% |
100% |
100% |
100% | |
15 mcg/kg/min (dose máxima) | ||||||
Inibidores da ECA | ||||||
Benazepril |
10 mg/dia (dose inicial); 80 mg/dia (dose máxima) |