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Doenças Sexualmente Transmissíveis e Uso de Medicações para Disfunção Erétil

Autor:

Leonardo da Costa Lopes

Especialista em Geriatria pela SBGG; Médico Colaborador do Serviço de Geriatria do HC-FMUSP; Médico Assistente da Divisão de Clínica Médica do HU-USP

Última revisão: 02/09/2010

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Doenças Sexualmente Transmissíveis e Uso de Medicações para Disfunção Erétil

 

Doenças sexualmente transmissíveis entre usuários de medicações para disfunção erétil: análise de dados de solicitações (prescrições)1 [Link para Abstract].

 

Fator de Impacto da Revista (Annals of Internal Medicine): 17.457

 

Contexto Clínico

À medida que os tratamentos farmacológicos para disfunção erétil (DE) são aplicados a homens de meia idade e idosos, há um aumento da atividade sexual nesse grupo. Isto eleva a chance de ocorrência de doenças sexualmente transmissíveis (DST). Realmente, há um aumento na incidência de DST na população idosa, incluindo a infecção por HIV, associado à redução no uso de preservativos e aumento do número de parceiros sexuais.

 

O Estudo

Foi realizado um estudo retrospectivo com base nos dados de 1.410.806 homens com mais de 40 anos, assistidos de 1997 a 2006 por 44 companhias privadas de seguros nos EUA. O objetivo foi avaliar a taxa de ocorrência de DST em homens que usavam e não usavam inibidores da fosfodiesterase-5 (IF-5), tais como sildenafil, tadalafil ou vardenafil.

 

Resultados

A média de idade dos homens não tratados foi de 59 anos e a dos tratados de 61 anos. Do total da amostra, 33.968 homens receberam IF-5 para DE (2,4%) e apresentaram maiores taxas de DST que os não usuários, tanto no ano anterior ao início do tratamento (OR 2,8) quanto um ano após (OR 2,6). As DST que apresentaram aumento de incidência foram as infecções por HIV (OR 3,3 e 3,1, respectivamente um ano antes e após o uso de IF-5) e clamídia (OR 2,2 um ano antes do tratamento). Não houve diferença entre a incidência de outras DST, como gonorréia, herpes, sífilis, HPV e linfogranuloma venéreo. Não houve diferença entre a incidência de todas as DST entre os dois períodos, revelando-se uma taxa de infecção estável e constante.

 

Aplicações Para a Prática Clínica

Há um nítido viés de seleção no estudo, visto que pacientes medicados por DE normalmente buscam o tratamento de forma ativa. Apresentam, por isso, atividade sexual mais freqüente e comportamentos sexuais de maior risco. O desenho ideal para o trabalho seria o de um estudo randomizado e controlado.

As taxas constantes de DST no grupo com DE tratado sugerem que a DE não impedia o contato sexual. Neste sentido, o aconselhamento quanto a práticas sexuais seguras deve ser sempre oferecido a pacientes que recebam tratamento para DE, bem como a investigação sistematizada de DST tanto antes quanto depois da prescrição terapêutica. Estas orientações costumam ser deficitárias na atenção primária à saúde

 

Bibliografia

1.    Jena AB, Goldman DP, Kamdar A, Lakdawalla DN, Lu Y. Sexually Transmitted Diseases Among Users of Erectile Dysfunction Drugs: Analysis of Claims Data. Ann Intern Med 2010;153:1-7.

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