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Periodicidade da vigilância pós-polipectomia colônica

Autor:

Carlos Eduardo Marcello

Médico Assistente da Divisão de Clínica Médica do Hospital Universitário da Universidade de São Paulo (HU-USP).

Última revisão: 16/02/2012

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Área de atuação: Medicina Ambulatorial

 

Especialidade: Medicina de Família, Clínica Médica

 

Resumo

Este estudo visou esclarecer a importância do conceito de estratificação de risco para a vigilância subsequente à exérese de pólipos depois de colonoscopia de rastreamento. O estudo dá sustentação às diretrizes atuais sobre vigilância pós-polipectomia.

 

Contexto clínico

A primeira colonoscopia de rastreamento e a primeira polipectomia produzem os efeitos mais significativos na redução da incidência e da mortalidade por câncer de cólon. É evidente que a maioria dos pacientes com adenoma não se beneficiará de vigilância subsequente: metade de todos os adultos desenvolvem adenomas em algum ponto da vida e somente 6% desenvolverão câncer de cólon. Estes números devem ser levados em conta quando se sabe que grande parte da prática colonoscópica ocupa-se dessa vigilância, despendendo recursos necessários para o rastreamento e para o diagnóstico das doenças do cólon. A estratificação de risco baseada nas características dos adenomas retirados pode racionalizar o uso mais adequado dessa vigilância. As últimas diretrizes recomendam que pacientes com um ou dois pequenos adenomas tubulares se submetam a nova colonoscopia em 5 a 10 anos2. Pacientes com 3 ou mais adenomas ou com adenomas com tamanho igual ou maior de 10 mm devem ser rastreados a cada 3 anos.

 

O estudo

Este estudo, realizado em Seul, na Coreia do Sul, recrutou 3.803 coreanos assintomáticos com idade entre 50 e 69 anos para um estudo de colonoscopia de rastreamento. De todos os participantes, 2.452 (65%) se submeteram a uma colonoscopia de controle 5 anos depois da primeira colonoscopia. Este grupo foi estratificado pelos achados da colonoscopia de base, sendo encontrados 539 pacientes de alto risco (adenoma = 10 mm; um adenoma com displasia de alto grau ou com elementos vilosos ou 3 ou mais adenomas), 671 pacientes de baixo risco e 1.242 pacientes com colonoscopia normal.

O risco cumulativo em 5 anos para o desenvolvimento de um adenoma avançado (= 10 mm + > 25% de estrutura vilosa ou displasia de alto grau) foi semelhante nos grupos de baixo risco e com colonoscopia normal (2,4% e 2%) e foi maior no grupo de alto risco (12,2%). Análise multivariada mostrou que os únicos preditores independentes de adenomas avançados foram as presenças de 3 versus 1 ou 2 adenomas e adenomas com tamanho igual ou maior que 10 mm.

 

Aplicações para a prática clínica

O grande problema com diretrizes de vigilância pós-polipectomia é que se assume uniformidade na qualidade dos exames. Para que as diretrizes possam ter aceitação e sejam aplicadas com segurança, os colonoscopistas precisariam medir e verificar a conformidade de suas próprias taxas de detecção no decorrer do tempo. A baixa frequência de adenoma avançado nos pacientes classificados como de baixo risco neste estudo suporta a recente extensão, nos Estados Unidos, da vigilância pós-polipectomia de 5 anos para um período entre 5 a 10 anos.

 

Glossário

Displasia: crescimento desordenado. A displasia é encontrada principalmente em tecidos epiteliais e se caracteriza por uma série de alterações que incluem perda da uniformidade das células individuais assim como perda da arquitetura normal. Células displásicas frequentemente mostram pleiomorfismo e contêm núcleos anormalmente grandes. Figuras mitóticas são mais abundantes, apesar de terem padrões normais. Quando as alterações displásicas são importantes e envolvem toda a espessura do epitélio, são consideradas uma neoplasia pré-invasiva referida como carcinoma in situ.

 

Bibliografia

1.   Chung SJ, Kim YS, Yang SY, Song JH, Kim D, Park MJ et al. Five-year risk for advanced colorectal neoplasia after initial colonoscopy according to the baseline risk stratification: a prospective study in 2452 asymptomatic Koreans. Gut 2011; 60:1537. [Link para Resumo].

2.   Winawer, SJ, Zauber AG, Fletcher RH, Stillman JS, O'brien MJ, Levin B et al. Guidelines for colonoscopy surveillance after polypectomy: a consensus update by the US Multi-Society Task Force on Colorectal Cancer and the American Cancer Society. Gastroenterology 2006; 130(6):1872-1885.

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