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Novidades no tratamento de câncer colorretal

Autor:

Lucas Santos Zambon

Doutorado pela Disciplina de Emergências Clínicas Faculdade de Medicina da USP; Médico e Especialista em Clínica Médica pelo HC-FMUSP; Diretor Científico do Instituto Brasileiro para Segurança do Paciente (IBSP); Membro da Academia Brasileira de Medicina Hospitalar (ABMH); Assessor da Diretoria Médica do Hospital Samaritano de São Paulo.

Última revisão: 17/06/2013

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Especialidades / Áreas de Atuação: Oncologia / Gastrenterologia / Coloproctologia

 

Resumo

         Este texto traz resumos de trabalhos relevantes apresentados no Congresso de 2012 da American Society of Clinical Oncology (ASCO) relacionados ao tratamento de câncer colorretal. Os resultados definitivos ainda serão publicados oficialmente.

 

Efetividade do regorafenibe em quimioterapia para câncer colorretal refratário

         São apresentados os resultados de um estudo randomizado multicêntrico sobre o regorafenibe, um agente oral que age em diversas tirosino-quinases em pacientes com câncer colorretal metastático refratários a quimioterapia.

         Um total de 760 pacientes com ECOG 0 ou 1 com progressão da doença ou com intolerância a regimes prévios de quimioterapia foram randomizados para regorafenibe (160 mg/dia por 3 semanas e com 1 semana de descanso) ou placebo.

         A sobrevida geral foi superior com regorafenibe (mediana 6,4 vs. 5,0 meses; hazard ratio 0,77; P=0,0052), bem como a sobrevida sem progressão da doença (mediana 1,9 vs. 1,7 meses; hazard ratio 0,49; P<0,000001). O controle da doença foi melhor com o regorafenibe do que com placebo (41% vs. 14,9%; P<0,000001).

         Toxicidade grau 3 ou 4 para reação-mão-pé, fadiga, hipertensão, diarreia e rash ocorreram em frequências de 5,8% e 16,6% dos pacientes, respectivamente.

         Os pesquisadores acreditam que o regorafenibe se tornará uma nova opção terapêutica para pacientes com tumores colorretais refratários a quimioterapia.

 

Efetividade do aflibercepte para câncer colorretal apesar de uso prévio de bevacizumabe

         Resultados de estudo anterior (VELOUR trial com 1.226 pacientes) indicavam que adicionar aflibercepte a uma quimioterapia de segunda linha com FOLFIRI (fluoruracil, leucovorina e irinotecano) melhorava a sobrevida global em 2 meses para pacientes refratários a oxaliplatina ou a pirimidinas fluorinadas.

         Os mesmos investigadores agora divulgam os dados da análise de um subgrupo com 373 pacientes que receberam a primeira linha de tratamento com bevacizumabe.

         A sobrevida global e a sobrevida sem progressão de doença foram prolongadas com aflibercepte associado a FOLFIRI comparado com FOLFIRI isoladamente a despeito de uso de bevacizumabe previamente. A mediana de sobrevida global foi de 12,5 meses no grupo que usou aflibercepte contra 11,7 meses do grupo que não usou (hazard ratio = 0,817). A mediana de sobrevida sem progressão de doença foi de 6,7 meses no grupo de aflibercepte contra 3,9 meses no outro grupo (hazard ratio = 0,661). Taxas similares de reações adversas foram vistas com a adição de aflibercepte ao FOLFIRI a despeito do uso prévio de bevacizumabe. O aflibercepte parece ser uma opção viável em segunda linha de quimioterapia em câncer colorretal mesmo para pacientes que receberam bevacizumabe.

 

Quimioterapia de segunda linha com bevacizumabe prolonga a sobrevida em câncer colorretal metastático

         Um total de 820 pacientes com câncer colorretal metastático confirmado e irressecável, além de progressão da doença após 3 meses do uso de bevacizumabe com oxaliplatina ou quimioterapia baseada em irinotecano, foram randomizados para uma quimioterapia de segunda linha com ou sem bevacizumabe (2,5 mg/kg/semana, 1 vez a cada 2 ou 3 semanas). A maioria dos pacientes nos 2 grupos de estudo haviam recebido quimioterapia com irinotecano previamente.

         A sobrevida global foi superior em pacientes que continuaram usando bevacizumabe associado à quimioterapia comparados com aqueles que não receberam (mediana de 11,2 meses vs. 9,8 meses; hazard ratio 0,81; P=0,0062). Progressão livre de doença também foi um desfecho superior no grupo que recebeu bevacizumabe (mediana 5,7 meses vs. 4,1 meses; hazard ratio 0,68; P<0,0001), bem como o controle da doença (68% no grupo intervenção vs. 54% no grupo controle; P<0,0001). Reações adversas foram semelhantes nos 2 grupos. O estudo dá respaldo para continuar utilizando bevacizumabe durante a segunda linha de quimioterapia.

 

Erlotinibe associado com bevacizumabe é melhor que bevacizumabe sozinho para terapia de manutenção em câncer colorretal metastático

         Este estudo comparou uma terapia de manutenção para câncer colorretal com bevacizumabe com erlotinibe contra bevacizumabe sozinho. Após receber uma terapia de indução com FOLFOX 7 (leucovorina, fluouracil e oxaliplatina, versão 7), XELOX (capecitabina e oxaliplatina) ou FOLFIRI (fluoruracil, leucovorina e irinotecano) combinados com bevacizumabe por 6 meses, 446 pacientes foram randomizados a fazer terapia de manutenção com bevacizumbe (7,5 mg/kg a cada 3 semanas) com ou sem erlotinibe (150 mg/dia). A maior parte dos pacientes era ECOG 0 (60%) e havia sido tratado com FOLFOX (59%).

         Progressão livre de doença foi um desfecho superior no grupo da associação entre bevacizumabe e erlotinibe comparado ao grupo do bevacizumabe sozinho (mediana de 5,8 meses vs. 4,6 meses; P=0,005). As taxas de toxicidade grau 3 ou 4 foram mais altas no grupo da associação, por exemplo diarreia (9% vs. 1%) e rash cutâneo (19% vs. 0%). Os dados de sobrevida global ainda não foram analisados, mas a associação parece ser promissora.

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