Autor:
Lucas Santos Zambon
Doutorado pela Disciplina de Emergências Clínicas Faculdade de Medicina da USP; Médico e Especialista em Clínica Médica pelo HC-FMUSP; Diretor Científico do Instituto Brasileiro para Segurança do Paciente (IBSP); Membro da Academia Brasileira de Medicina Hospitalar (ABMH); Assessor da Diretoria Médica do Hospital Samaritano de São Paulo.
Última revisão: 28/10/2013
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Especialidades: Medicina de Emergência / Infectologia / Pneumologia
Este é um estudo que avaliou o papel da pró-calcitonina na avaliação prognóstica de pneumonia de comunidade no departamento de emergência.
A utilização de marcadores inflamatórios tem sido cada vez mais frequente na prática médica, sobretudo em infecções. Recentemente, tem aumentado o interesse pela pró-calcitonina, um marcador inflamatório muito correlacionado com infecção bacteriana.
Este foi um estudo prospectivo e observacional conduzido com pacientes com pneumonia em um departamento de emergência. Foram dosados marcadores inflamatórios (PCR, VHS, leucograma e pró-calcitonina) e a gravidade da pneumonia foi avaliada com 3 métodos (PSI, CURB-65, ATS). Foram incluídos 126 pacientes e, neles, foi avaliada a mortalidade em 28 dias, e os marcadores laboratoriais; estes foram avaliados quanto a sua relação com a mortalidade e gravidade das pneumonias.
Os pacientes que morreram tiveram níveis de pró-calcitonina maiores (1,96 ng/mL vs. 0,18 ng/mL; P < 0,01) e de PCR maiores (158,57 mg/dL vs. 91,28 mg/dL; P < 0,01). Os níveis de VHS e de leucócitos não se correlacionaram com mortalidade. Os níveis de pró-calcitonina médios foram significativamente maiores quando a pneumonia era mais grave, com base nos 3 métodos utilizados para mensurar gravidade. A PCR teve uma correlação fraca quando comparada aos escores prognósticos, e VHS e nível de leucócitos não tiveram correlação alguma com as escalas.
Na análise por regressão logística, a área sob a curva ROC (receiver operating characteristic curve) da pró-calcitonina foi de 0,828 (IC95% 0,750-0,889). Quando se realiza a pró-calcitonina de forma associada às escalas prognósticas para pneumonia, todas elas melhoram sua área sob a curva ROC.
O grande achado deste estudo observacional é sua sugestão de que a dosagem da pró-calcitonina seja uma ferramenta melhor para prever mortalidade e gravidade de doenças que outras dosagens laboratoriais, e que, além disso, melhora a avaliação das tradicionais escalas prognósticas aplicadas para pneumonia de comunidade. Um dado interessante apresentado pelo estudo é que o VHS e o nível de leucócitos são ruins como avaliadores de prognóstico, apesar de serem amplamente usados. A pró-calcitonina vem despontando como um exame de grande utilidade para o departamento de emergência.
1. Park JH, Wee JH, Choi SP, Oh SH. The value of procalcitonin level in community-acquired pneumonia in the ED. Am J Emerg Med. 2012 Sep; 30(7):1248-54. doi: 10.1016/j.ajem.2011.08.009. (link para o artigo)
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