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Progesterona em Mulheres que têm abortos de repetição

Autor:

Lucas Santos Zambon

Doutorado pela Disciplina de Emergências Clínicas Faculdade de Medicina da USP; Médico e Especialista em Clínica Médica pelo HC-FMUSP; Diretor Científico do Instituto Brasileiro para Segurança do Paciente (IBSP); Membro da Academia Brasileira de Medicina Hospitalar (ABMH); Assessor da Diretoria Médica do Hospital Samaritano de São Paulo.

Última revisão: 07/03/2016

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Contexto Clínico

A progesterona é essencial para a manutenção da gravidez. No entanto, se a suplementação de progesterona no primeiro trimestre da gravidez é capaz de aumentar a taxa de nascidos vivos entre as mulheres com uma história de abortos recorrentes ainda é um dado incerto.

 

O Estudo

Foi realizado um estudo multicêntrico, duplo-cego, controlado por placebo, randomizado para investigar se o tratamento com progesterona  aumentaria as taxas de nascidos vivos e a sobrevivência de recém-nascidos entre as mulheres com abortos recorrentes inexplicados. As pacientes foram aleatoriamente designadas  para receber supositórios vaginais duas vezes por dia, contendo 400 mg de progesterona micronizada ou placebo combinado a partir de uma hora logo após um teste positivo urinário de gravidez (e, no mais tardar com seis semanas de gestação) através de 12 semanas de gestação. O desfecho primário foi de nascidos vivos após 24 semanas de gestação.

Um total de 1.568 mulheres foi avaliado  para elegibilidade, e 836 dessas mulheres que conceberam naturalmente dentro de um ano e permaneceram dispostas a participar foram distribuídas aleatoriamente para receber ou progesterona (404 mulheres) ou placebo (432 mulheres). A taxa de acompanhamento para o desfecho primário foi de 98,8% (826 de 836 mulheres). Em uma análise de intenção de tratamento, a taxa de nascidos vivos foi de 65,8% (262 de 398 mulheres) no grupo de progesterona e 63,3% (271 de 428 mulheres) no grupo placebo (taxa relativa, 1,04; IC95% 0,94-1,15; diferença de taxa de 2,5 pontos percentuais; IC 95%, -4,0 a 9,0). Não houve significativas diferenças entre os grupos na taxa de eventos adversos.

 

Aplicações Práticas

Diferente do imaginado, a terapia de progesterona no primeiro trimestre de gravidez não resultou em uma taxa significativamente maior de nascimentos entre as mulheres com uma história de abortos recorrentes inexplicados. Sendo assim, não podemos recomendar essa conduta.

 

Referências

Coomarasamy A et al. A Randomized Trial of Progesterone in Women with Recurrent Miscarriages. N Engl J Med 2015; 373:2141-2148.

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