Autor:
Lucas Santos Zambon
Doutorado pela Disciplina de Emergências Clínicas Faculdade de Medicina da USP; Médico e Especialista em Clínica Médica pelo HC-FMUSP; Diretor Científico do Instituto Brasileiro para Segurança do Paciente (IBSP); Membro da Academia Brasileira de Medicina Hospitalar (ABMH); Assessor da Diretoria Médica do Hospital Samaritano de São Paulo.
Última revisão: 13/04/2016
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Jogar videogame (VG) é cada vez mais prevalente entre as crianças na era moderna. O VG tem sido associado a vários efeitos bons e ruins. A relação causal entre VG e melhorias em certos tipos de cognição visual é relativamente bem estabelecida. Por outro lado, os efeitos negativos do VG incluem efeitos sobre a memória verbal, alguns tipos de atenção, sono, aprendizagem e conhecimento. Além disso, em estudos de imagem, VG foi associado a dependência. Mas não existem dados sobre consequências psicológicas negativas ligadas ao VG.
O objetivo desta pesquisa foi investigar essa questão através de análises prospectivas transversais e longitudinais. No presente estudo foi usada a medida “diffusion tensor imaging mean diffusivity (MD)” para medir as propriedades microestruturais cerebrais e examinar as correlações transversais com a quantidade de VG (de zero a >=4 horas/dia) em 114 meninos e 126 meninas. Também foram avaliadas as correlações entre a quantidade de VG e mudanças longitudinais no MD que se desenvolveu após 3,0 ± 0,3 anos (dp) em 95 meninos e 94 meninas. Após a correção para fatores de confusão, verificou-se que a quantidade de VG foi associada ao aumento da MD em diversas áreas cerebrais como córtex frontal; globo pallidum esquerda; putâmen esquerdo; hipocampo esquerdo; núcleo caudado esquerdo; putâmen direito; insula direita; e tálamo em ambas as análises transversais e longitudinais. Independentemente do tipo de quociente de inteligência, maior MD foi associado com inteligência inferior. Foi também confirmada uma associação entre a quantidade de VG e diminuição da inteligência verbal em ambas as análises transversais e longitudinais.
Em conclusão, maior uso de VG é diretamente ou indiretamente associado com desenvolvimento retardado da microestrutura em várias regiões do cérebro. Do ponto de vista cognitivo foi observado que esse maior número de horas de VG impactou no quociente de inteligência e na inteligência verbal das crianças.
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