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Metanálise de Tratamentos à Base de Incretina em Diabetes tipo 2 e Mortalidade

Autor:

Lucas Santos Zambon

Doutorado pela Disciplina de Emergências Clínicas Faculdade de Medicina da USP; Médico e Especialista em Clínica Médica pelo HC-FMUSP; Diretor Científico do Instituto Brasileiro para Segurança do Paciente (IBSP); Membro da Academia Brasileira de Medicina Hospitalar (ABMH); Assessor da Diretoria Médica do Hospital Samaritano de São Paulo.

Última revisão: 26/10/2017

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Contexto Clínico

 

Os tratamentos à base de incretinas, incluindo inibidores de dipeptidil peptidase-4 (DPP-4) e agonistas de receptores de peptídeo-1 (GLP-1) semelhantes a glucagon, são opções importantes para o tratamento de pessoas com diabetes melito tipo 2. A American Diabetes Association (ADA) e a Associação Europeia para o Estudo do Diabetes (EASD) recomendaram essas classes de medicamentos como agentes de segunda linha para o tratamento da melito tipo 2. Seus efeitos sobre o controle da glicose estão bem estabelecidos, com benefícios adicionais de perda de peso, efeitos anti-hipertensivos e risco mínimo de hipoglicemia.

Um recente estudo randomizado grande (SAVOR-TIMI 53), incluindo pacientes com diabetes melito tipo 2 com doença cardiovascular estabelecida ou em risco, sugeriu um possível aumento da mortalidade com saxagliptina versus placebo (5,1% versus 4,6%). Essa observação levantou preocupação quanto ao fato de os tratamentos à base de incretina estarem associados ao aumento da mortalidade.

 

O Estudo

 

Foi realizada uma revisão sistemática de ensaios clínicos randomizados com metanálise para avaliar o impacto do tratamento à base de incretina em todas as causas de mortalidade em pacientes com diabetes melito tipo 2. Foram incluídos ensaios controlados randomizados que compararam os agonistas dos receptores do peptídeo-1 (GLP-1) semelhantes ao glucagon ou inibidores da dipeptidil peptidase-4 (DPP-4) com placebo ou fármacos antidiabéticos ativos em pacientes com diabetes melito tipo 2. A abordagem Grade foi utilizada para avaliar a qualidade da evidência.

Foram incluídos 189 ensaios controlados randomizados (n = 155.145), todos com risco baixo ou moderado de viés; 77 não relataram eventos de morte e 112 relataram 3.888 mortes entre 151.614 pacientes. A metanálise de 189 ensaios não mostrou diferença em todas as causas de mortalidade entre drogas incretinas versus controle (1.925/84.136 versus 1.963/67.478; odds ratio 0,96; IC 95%, 0,90 a 1,02, I2 = 0%). Os resultados sugeriram a possibilidade de um benefício de mortalidade com agonistas de GLP-1, mas não inibidores de DPP-4; entretanto, a hipótese do subgrupo teve pouca credibilidade. As análises de sensibilidade não mostraram diferenças importantes nas estimativas de efeitos.

 

Aplicação Prática

 

Com diversos ensaios clínicos randomizados sendo incluídos na análise, as evidências atuais não sugerem que os tratamentos à base de incretinas aumentam a mortalidade de pacientes diabéticos tipo 2. São necessários mais estudos para avaliar as diferenças entre os GLPs-1 e DDPs-4, mas, por ora, é seguro recomendar essas medicações para este extenso grupo de pacientes.

 

 

Bibliografia

 

Liu J et al. Incretin based treatments and mortality in patients with type 2 diabetes: systematic review and meta-analysis. BMJ 2017;357:j2499.

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