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Isoniazida na Prevenção Pós-Parto de Mulheres HIV Positivo

Autor:

Lucas Santos Zambon

Doutorado pela Disciplina de Emergências Clínicas Faculdade de Medicina da USP; Médico e Especialista em Clínica Médica pelo HC-FMUSP; Diretor Científico do Instituto Brasileiro para Segurança do Paciente (IBSP); Membro da Academia Brasileira de Medicina Hospitalar (ABMH); Assessor da Diretoria Médica do Hospital Samaritano de São Paulo.

Última revisão: 11/02/2020

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Contexto Clínico

 

A segurança, a eficácia e o momento apropriado daterapia com isoniazida para prevenir a tuberculose em gestantes com infecçãopelo vírus da imunodeficiência humana (HIV) que estão recebendo terapia antirretroviralsão desconhecidos.

 

O Estudo

 

Apresentamos um estudo randomizado, multicêntrico,duplo-cego, controlado por placebo, sem inferioridade, no qual foram designadasaleatoriamente gestantes com infecção pelo HIV para receber terapia preventivacom isoniazida por 28 semanas, iniciada durante a gravidez (grupo imediato) ouna semana 12 após o parto (grupo adiado). Mães e bebês foram acompanhados até asemana 48 após o parto. O desfecho primário foi um composto de eventos adversosmaternos relacionados ao tratamento de grau 3 ou superior ou descontinuaçãopermanente do regime experimental por causa de efeitos tóxicos.

Foram inscritas 956 mulheres. Um evento de desfechoprimário ocorreu em 72 de 477 mulheres (15,1%) no grupo imediato e em 73 de 479(15,2%) no grupo adiado (taxa de incidência, 15,03 e 14,93 eventos por 100pessoas-ano, respectivamente; diferença de taxa, 0,10; intervalo de confiança[IC] de 95%, -4,77 a 4,98, que atendeu ao critério de não inferioridade). Duasmulheres no grupo imediato e quatro mulheres no grupo adiado morreram (taxa deincidência, 0,40 e 0,78 por 100 pessoas-ano, respectivamente; diferença detaxa, -0,39; IC 95%, -3,33 a 0,56); todas as mortes ocorreram durante o períodopós-parto, e 4 foram por insuficiência hepática (2 das mulheres que morrerampor insuficiência hepática receberam isoniazida [1 em cada grupo]). Tuberculosese desenvolveu em 6 mulheres (3 em cada grupo); a taxa de incidência foi de0,60 por 100 pessoas-ano no grupo imediato e de 0,59 por 100 pessoas-ano nogrupo adiado (diferença de taxa de 0,01; IC 95%, -0,94 a 0,96). Houveincidência mais alta no grupo imediato do que no grupo adiado de eventosincluídos no resultado da gravidez (natimorto ou aborto espontâneo, baixo pesoao nascer em um bebê, parto prematuro ou anomalias congênitas em um bebê)(23,6% 17,0%; diferença, 6,7 pontos percentuais; IC 95%, 0,8 a 11,9).

 

Aplicação Prática

 

Este interessante estudo, realizado em área poucoexplorada em ensaios clínicos, traz informação valiosa na condução de gestantesHIV-positivo. A profilaxia com isoniazida se mostrou mais favorável quandoiniciada no pós-parto neste estudo. Os riscos associados ao início da terapiapreventiva com isoniazida durante a gravidez foram maiores do que aquelesassociados ao início da terapia durante o período pós-parto. Na ausência de melhorevidência, este ensaio clínico confere mais propriedade quanto à decisão domomento de prescrever a isoniazida para esse perfil de mulheres.

 

Bibliografia

 

1.            Gupta A et al. Isoniazid PreventiveTherapy in HIV-Infected Pregnant and Postpartum Women. N Engl J Med 2019;381:1333-1346

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