Autor:
Lucas Santos Zambon
Doutorado pela Disciplina de Emergências Clínicas Faculdade de Medicina da USP; Médico e Especialista em Clínica Médica pelo HC-FMUSP; Diretor Científico do Instituto Brasileiro para Segurança do Paciente (IBSP); Membro da Academia Brasileira de Medicina Hospitalar (ABMH); Assessor da Diretoria Médica do Hospital Samaritano de São Paulo.
Última revisão: 11/11/2020
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A pandemia de síndrome respiratóriaaguda grave ? coronavírus-2 (SARS-CoV-2) ? aumentou a demanda por máscarascirúrgicas e respiratórias para profissionais de saúde e outros funcionários dalinha de frente. O debate sobre a importância da transmissão aérea doSARS-CoV-2 continua, mas estudos mostraram que o SARS-CoV-2 é viável por >12hem aerossóis. Embora vários materiais sejam eficazes para filtrar gotículasgrandes, os aerossóis gerados por espirros, tosse e procedimentos de geração deaerossóis podem passar mais rapidamente pelos materiais ou pontos de vazamento.
É apresentadoaqui um modelo probabilístico desenvolvido para estimar o risco de infecçãopara cenários de exposição por inalação curtos (30 segundos, breve exame dopaciente) e longos (20 minutos, duração necessária para a intubação dopaciente). Isso incluiu situações em uma sala com um paciente com Covid-19quando nenhuma máscara foi usada; quando respirador FFP2 (N95), respirador FFP3(N99) ou máscara cirúrgica foram usados; ou quando uma máscara de material não tradicional(seda, toalha de mão, saco de aspirador, fronha, fronha antimicrobiana, misturade algodão, camiseta 100% algodão, linho ou lenço) foi usada.
Comparandonenhuma proteção (linha de base) para exposições de 20 minutos e de 30 segundos,foi previsto que o risco médio de infecção foi reduzido em 24 a 94% e em 44 a 99%,dependendo da máscara. A maior redução no risco médio estimado de infecção foipara as máscaras de FFP3, que reduziram os riscos médios da linha de base em 94e 99% para exposições de 20 minutos e de 30 segundos, respectivamente. Emmateriais não tradicionais, a bolsa do aspirador resultou na maior redução norisco médio de infecção (20 minutos de exposição, 58%; 30 segundos, 83%),enquanto os lenços ofereceram a menor redução (20 minutos de exposição, 24%; 30segundos, 44%).
Em ordem, domelhor para o pior material, tem-se o seguinte (considerar que as tramas ecaracterísticas de cada item são diferentes):
· Máscaras PFF3(N99)
· Máscaras PFF2(N95)
· Máscaracirúrgica (tripla camada de TNT)
· Saco de aspirador
· Toalha de mão
· Trama dealgodão
· Fronhaantimicrobiana
· Linho
· Fronha
· Seda
· Camiseta 100%algodão
· Lenço depescoço
Com basenesse modelo, para além do fato de que, para profissionais de saúde, éindubitável que a disponibilidade de N95 e máscaras cirúrgicas é absolutamentenecessária, tem-se que os insights são para orientar a população emgeral sobre quais são os tecidos mais recomendados para comprar ou fazermáscaras caseiras. Tramas mais espessas e com mais camadas são definitivamentemelhores.
1. Wilson AM et al. COVID-19 and use ofnon-traditional masks: how do various materials compare in reducing the risk ofinfection for mask wearers? Journal of Hospital Infection 105 (2020) 640e642
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