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Nebulização com Magnésio para Asma na Emergência Pediátrica

Autor:

Lucas Santos Zambon

Doutorado pela Disciplina de Emergências Clínicas Faculdade de Medicina da USP; Médico e Especialista em Clínica Médica pelo HC-FMUSP; Diretor Científico do Instituto Brasileiro para Segurança do Paciente (IBSP); Membro da Academia Brasileira de Medicina Hospitalar (ABMH); Assessor da Diretoria Médica do Hospital Samaritano de São Paulo.

Última revisão: 12/02/2021

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Contexto Clínico

 

Embora o magnésio intravenoso diminuaas hospitalizações na asma aguda refratária na pediatria, ele é usado de formavariável devido à capacidade de invasão e às questões de segurança. O benefícioda nebulização de magnésio para prevenir a hospitalização é desconhecido.Avaliar a eficácia da nebulização de magnésio em crianças com asma aguda quepermanecem com dificuldade respiratória moderada ou grave após a terapiainicial é uma questão pertinente e deve ser avaliada.

 

O Estudo

 

Apresentamosum ensaio clínico randomizado duplo-cego de grupo paralelo feito de 26 desetembro de 2011 a 19 de novembro de 2019, em 7 departamentos de emergênciapediátrica de atendimento terciário no Canadá. Os participantes eram criançassaudáveis ??de 2 a 17 anos com asma moderada a grave definida por pontuação naPediatric Respiratory Assessment Measure (PRAM) de 5 ou mais (em uma escala de12 pontos) após um tratamento de 1 hora com um corticosteroide oral e 3tratamentos com salbuterol e ipratrópio inalados. Dos 5.846 pacientesselecionados, 4.332 foram excluídos para os critérios, 273 recusaram aparticipação, 423 foram excluídos de outra forma, 818 foram randomizados, e 816foram analisados. Os participantes foram randomizados para três tratamentos comalbuterol nebulizado com sulfato de magnésio (n = 410) ou placebo com soluçãosalina 5,5% (n = 408). O resultado primário foi hospitalização por asma em 24horas. Os resultados secundários incluíram pontuação na PRAM; frequênciarespiratória; saturação de oxigênio em 60, 120, 180 e 240 minutos; pressãoarterial em 20, 40, 60, 120, 180 e 240 minutos; e tratamentos com albuterol em240 minutos.

Entre 818pacientes randomizados (idade mediana, 5 anos; 63% do sexo masculino), 816completaram o estudo (409 receberam magnésio; 407, placebo). Um total de 178das 409 crianças que receberam magnésio (43,5%) foram hospitalizadas, contra194 das 407 que receberam placebo (47,7%) (diferença de 4,2%; P = 0,26). Nãohouve diferenças significativas entre os grupos nas mudanças desde o início até240 minutos no escore PRAM (diferença de mudanças, 0,14 pontos [IC de 95%,-0,23 a 0,50]; P = 0,46); frequência respiratória (0,17 respiração/min [IC de 95%,-1,32 a 1,67]; P = 0,82); saturação de oxigênio (-0,04% [IC de 95%, -0,53% a0,46%]; P = 0,88); pressão arterial sistólica (0,78 mmHg [IC de 95%, -1,48 a3,03]; P = 0,50); ou número médio de tratamentos adicionais com albuterol(magnésio: 1,49, placebo: 1,59; razão de risco, 0,94 [IC de 95%, 0,79 a 1,11];P = 0,47). Náusea/vômito ou dor de garganta/nariz ocorreram em 17 das 409crianças que receberam magnésio (4%) e em 5 das 407 que receberam placebo (1%).

 

Aplicação Prática

 

Neste ensaioclínico randomizado e multicêntrico, o resultado da inalação com beta-2 agonistaacrescido de sulfato de magnésio não foi superior ao placebo para o resultadoprimário de hospitalização em 24h. Quanto aos resultados secundários, em nenhumo sulfato de magnésio se sobressaiu. Apesar do racional para a execução doensaio clínico, não é possível recomendar esta prática com base nos resultadosapresentados.

 

 

Bibliografia

 

1.            Schuh S, Sweeney J, Rumantir M, et al. Effectof Nebulized Magnesium vs Placebo Added to Albuterol on Hospitalization AmongChildren With Refractory Acute Asthma Treated in the Emergency Department: ARandomized Clinical Trial. JAMA. 2020;324(20):2038?2047.

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