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Níveis de Controle Pressórico em Pacientes de Alto Risco Cardiovascular

Autor:

Lucas Santos Zambon

Doutorado pela Disciplina de Emergências Clínicas Faculdade de Medicina da USP; Médico e Especialista em Clínica Médica pelo HC-FMUSP; Diretor Científico do Instituto Brasileiro para Segurança do Paciente (IBSP); Membro da Academia Brasileira de Medicina Hospitalar (ABMH); Assessor da Diretoria Médica do Hospital Samaritano de São Paulo.

Última revisão: 03/09/2021

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Contexto Clínico

 

A hipertensão arterial sistêmica é umadas doenças mais prevalentes na sociedade moderna, e sua importância só cresce,principalmente quando consideramos o envelhecimento da população. Discussõessobre melhores níveis alvo de controle pressórico sempre são levantadas, equanto mais dados advindos de ensaios clínicos randomizados houver, melhor seráo nível de recomendação para guiar a prática clínica.

 

O Estudo

 

Apresentamosum ensaio clínico randomizado no qual os pesquisadores atribuíramaleatoriamente 9.361 participantes que apresentavam risco aumentado de doençacardiovascular, mas não tinham diabetes ou acidente vascular cerebral (AVC)prévio, para aderir a uma meta de tratamento intensivo (pressão arterialsistólica, < 120 mmHg) ou a uma meta de tratamento padrão (pressão arterialsistólica, < 140 mmHg). O desfecho primário foi um composto de infarto domiocárdio, outras síndromes coronarianas agudas, AVC, insuficiência cardíacadescompensada aguda ou morte por causas cardiovasculares.

Em uma mediana de 3,33 anos deacompanhamento, a taxa do desfecho primário e a mortalidade por todas as causasdurante o ensaio foram significativamente menores no grupo de tratamentointensivo do que no grupo de tratamento padrão (taxa do desfecho primário,1,77% ao ano vs. 2,40% ao ano; razão de risco, 0,73; IC 95%, 0,63 a 0,86;mortalidade por todas as causas, 1,06% ao ano vs. 1,41% ao ano; razão de risco,0,75; IC 95%, 0,61 a 0,92). Eventos adversos graves, como hipotensão,anormalidades eletrolíticas, lesão ou insuficiência renal aguda e síncope,foram significativamente mais frequentes no grupo de tratamento intensivo.Quando os dados de acompanhamento do ensaio e do pós-ensaio foram combinados(3,88 anos no total), padrões semelhantes foram encontrados para o benefício dotratamento e eventos adversos; no entanto, as taxas de insuficiência cardíacanão diferiam mais entre os grupos.

 

Aplicação Prática

 

Este ensaio clínico é muito interessantenos resultados que traz. Entre pacientes com risco cardiovascular aumentado, atingirpressão arterial sistólica de menos de 120 mmHg resultou em taxas mais baixasde eventos cardiovasculares adversos maiores e reduziu a mortalidade por todasas causas em comparação a manejar pacientes com alvo de pressão arterialsistólica de menos de 140 mmHg. Contudo, isso traz um preço, que é a taxa deeventos adversos, que foi maior no grupo de alvo mais baixo de pressãoarterial. Este é um tema excelente para expor em uma decisão compartilhada como paciente sobre benefícios e riscos de determinada terapia mais intensa parahipertensão.

 

 

 

Bibliografia

 

1.            The SPRINT Research Group. Final Report of aTrial of Intensive versus Standard Blood-Pressure Control. N Engl J Med 2021;384:1921-1930

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