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Comparação da Efetividade de Diferentes Doses de Aspirina em Doença Cardiovascular

Autor:

Lucas Santos Zambon

Doutorado pela Disciplina de Emergências Clínicas Faculdade de Medicina da USP; Médico e Especialista em Clínica Médica pelo HC-FMUSP; Diretor Científico do Instituto Brasileiro para Segurança do Paciente (IBSP); Membro da Academia Brasileira de Medicina Hospitalar (ABMH); Assessor da Diretoria Médica do Hospital Samaritano de São Paulo.

Última revisão: 08/09/2021

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Contexto Clínico

 

A dose apropriada de aspirina paradiminuir risco de morte, infarto do miocárdio e acidente vascular cerebral epara minimizar o sangramento maior em pacientes com doença cardiovascularaterosclerótica estabelecida é um assunto controverso.

 

 

O Estudo

 

Apresentamos umensaio clínico de design aberto e pragmático, no qual pacientes comdoença cardiovascular aterosclerótica estabelecida foram randomizados para umaestratégia de 81 mg ou 325 mg de aspirina por dia. O resultado de eficáciaprimária foi um composto de morte por qualquer causa, hospitalização porinfarto do miocárdio ou hospitalização por acidente vascular cerebral, avaliadoem uma análise de tempo até o evento. O desfecho de segurança primário foi ahospitalização por sangramento maior, também avaliada em uma análise de tempoaté o evento.

Um total de 15.076 pacientes foramacompanhados por uma mediana de 26,2 meses (intervalo interquartil [IQR], 19,0a 34,9). Antes da randomização, 13.537 (96,0% daqueles com informaçõesdisponíveis sobre o uso anterior de aspirina) já estavam tomando aspirina, e85,3% desses pacientes estavam tomando 81 mg de aspirina diariamente. Morte,hospitalização por infarto do miocárdio ou hospitalização por acidente vascularcerebral ocorreu em 590 pacientes (porcentagem estimada, 7,28%) no grupo de 81mg e em 569 pacientes (porcentagem estimada, 7,51%) no grupo de 325 mg (razãode risco, 1,02; IC 95%, 0,91-1,14). Hospitalização por sangramento maiorocorreu em 53 pacientes (porcentagem estimada, 0,63%) no grupo de 81 mg e em 44pacientes (porcentagem estimada, 0,60%) no grupo de 325 mg (razão de risco,1,18; IC 95%, 0,79-1,77). Os pacientes atribuídos a 325 mg tiveram maior incidênciade troca de dose do que aqueles atribuídos a 81 mg (41,6% vs. 7,1%) e menosdias medianos de exposição à dose atribuída (434 dias [IQR, 139 a 737] vs. 650dias [IQR, 415 a 922]).

 

Aplicação Prática

 

Este ensaio clínico envolvendopacientes com doença cardiovascular estabelecida mostrou não haver nenhumadiferença significativa em eventos cardiovasculares ou sangramento maior entreos pacientes atribuídos a 81 mg e aqueles atribuídos a 325 mg de aspirinadiariamente. O interessante deste ensaio clínico é seu caráter pragmático, algomenos habitual (ainda que já descrito há algumas décadas), mas que, aomimetizar as condições da prática diária, favorece a caracterização daefetividade de uma intervenção. Portanto, ensaios pragmáticos têm sua maiorutilidade no campo da saúde pública e da clínica para basear a tomada dedecisão em evidências científicas (no caso deste estudo, optar por uma dose ououtra de aspirina na prevenção secundária de eventos cardiovasculares).

 

 

 

 

Bibliografia

 

1.            Jones WS et al.Comparative Effectiveness of Aspirin Dosing in Cardiovascular Disease. N Engl JMed 2021; 384:1981-1990

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