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Candidíase

Última revisão: 18/01/2011

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Reproduzido de:

DOENÇAS INFECCIOSAS E PARASITÁRIAS – GUIA DE BOLSO – 8ª edição revista [Link Livre para o Documento Original]

MINISTÉRIO DA SAÚDE

Secretaria de Vigilância em Saúde

Departamento de Vigilância Epidemiológica

8ª edição revista

BRASÍLIA / DF – 2010

 

Candidíase

 

CID 10: B37

 

ASPECTOS CLÍNICOS E EPIDEMIOLÓGICOS

Descrição

Micose que atinge a superfície cutânea e/ou membranas mucosas, resultando em Candidíase oral, Candidíase vaginal, intertrigo, paroníquia e onicomicose. A forma mais comum de Candidíase oral e a pseudomembranosa, caracterizada por placas brancas removíveis na mucosa oral (aftas). Outra apresentação clínica e a forma atrófica, que se apresenta como placas vermelhas, lisas, sobre o palato duro ou mole. O intertrigo atinge mais frequentemente as dobras cutâneas, nuca, virilha e regiões axilares. A infecção mucocutânea crônica pode estar associada a doenças endócrinas, como diabetes melittus, ao tratamento com antibióticos de amplo espectro ou a imunodeficiência, sendo frequente na infecção por HIV, quando assume caráter sistêmico grave. A Candidíase invasiva, geralmente por disseminação teratogênica, candidemia, constitui-se em evento importante entre as infecções hospitalares. É relativamente comum em indivíduos com diabetes mellitus, aqueles que fazem uso prolongado de nutrição parenteral total, de antibiótico de amplo espectro e de cateter venoso central, bem como aqueles submetidos a cirurgia recente, particularmente do intestino grosso. Também pode ocorrer em recém-nascidos de baixo peso e hospedeiros imunocomprometidos, podendo atingir qualquer órgão e evoluir para êxito letal.

 

Sinonímia

Monilíase, sapinho, candidemia.

 

Agente Etiológico

Candida albicans, Candida tropicalis e outras espécies de Candida. A Candida albicans causa a maioria das infecções.

 

Reservatório

O homem.

 

Modo de Transmissão

Por meio de contato com mucosas e secreções em pele de portadores ou doentes. A transmissão vertical pode ocorrer durante o parto normal. Pode ocorrer disseminação endógena.

 

Período de Incubação

Desconhecido.

 

Período de Transmissibilidade

Enquanto houver lesões.

 

Complicações

Esofagite, endocardite ou infecção sistêmica, mais comum em imunodeprimidos.

 

Diagnóstico

Candidíase Oral

Além do aspecto clinico, visualização de leveduras e pseudo-hifas em exame microscópico de esfregaço da lesão, preparado com hidróxido de potássio a 10%. As culturas permitem a identificação da espécie.

 

Esofagite

Endoscopia com biopsia e cultura.

 

Candidíase Invasiva

Isolamento do microrganismo de fluidos corporais (sangue, líquor, medula óssea) ou de biopsia de tecidos. O achado de cultura negativa, entretanto, não afasta o diagnostico de Candidíase sistêmica. Culturas de material potencialmente contaminado, como urina, fezes ou pele, podem ser de difícil interpretação, mas servem de apoio ao diagnostico.

 

Diagnóstico Diferencial

Candidíase mucocutânea tem como diagnostico diferencial dermatite seborreica, tinha cruris e eritrasma, leucoplaquia pilosa por outras causas. A esofagite apresenta quadro clinico semelhante, causado por outros agentes, como citomegalovírus ou Herpes Simples.

 

Tratamento

Candidíase Oral

Nistatina, suspensão ou tabletes, 500.000 a 1 milhão UI, 3 a 5 vezes ao dia, durante 14 dias, uso tópico. Em crianças, recomenda-se o uso durante 5 a 7 dias. Como tratamento de segunda escolha ou em pacientes imunocomprometidos, pode ser utilizado: Fluconazol, 200 mg, via oral, 1 vez ao dia, para adultos, com duração de tratamento de 7 a 14 dias, devendo ser evitado seu uso em crianças.

 

Esofagite em Pacientes Imunodeprimidos

Como primeira escolha, pode ser utilizado Fluconazol, 200 a 400 mg/dia, via oral ou endovenosa, durante 14 dias, ou Anfotericina B, em baixas doses (0,5 mg/kg/dia), IV, durante 5 a 7 dias. A dose diária não deve ultrapassar 50 mg/dia.

 

Candidíase Vulvovaginal

Recomenda-se isoconazol (nitrato), uso tópico, sob a forma de creme vaginal, durante 7 dias ou ovulo, em dose única; como segunda alternativa, tioconozol, pomada ou óvulo em dose única. Outras substâncias também são eficazes: clotrimazol, miconazol, terconazol ou nistatina, em aplicação tópica. Candidíase mucocutânea crônica - fluconazol, como primeira escolha, e anfotericina B, para casos mais severos. Ceratomicose - Lavagem da córnea com anfotericina B, 1 mg/ml. Infecções sistêmicas - anfotericina B é a droga de escolha. Se necessário, associada ao fluconazol, 400 mg/dia/EV. A dose deve ser diminuída em casos de insuficiência renal. A caspofungina, na dose de 70 mg/dia, seguida de 50 mg/dia, nos dias subsequentes ate completar 14 dias, tem demonstrado superioridade de resposta comparativamente com a anfotericina B. O voriconazol tem apresentado grande sucesso clínico no tratamento da candidemia. A escolha do antifúngico deve estar baseada nos aspectos epidemiológicos da instituição, uma vez que as espécies já apresentam certo grau de resistência.

 

Características Epidemiológicas

A C. albicans está presente na pele e mucosas de pessoas saudáveis. Infecção mucocutânea leve é comum em crianças saudáveis e a doença invasiva ocorre em pessoas imunodeprimidas. Vulvovaginite por Candida ocorre com frequência em gestantes, podendo ser transmitida ao recém-nascido no útero, durante o parto ou na fase pós-natal. Ha espécies de Candida (C. krusei, C. parapsilopis) altamente invasivas e resistentes às drogas usualmente utilizadas.

 

VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA

Objetivos

Diagnosticar e tratar precocemente os casos para evitar complicações e, nas gestantes, reduzir o risco de transmissão perinatal.

 

Notificação

Não é doença de notificação compulsória.

 

MEDIDAS DE CONTROLE

Tratamento precoce dos indivíduos acometidos. Orienta-se a desinfecção concorrente das secreções e artigos contaminados. Sempre que possível, deverá ser evitada antibioticoterapia de amplo espectro prolongada. Cuidados específicos devem ser tomados com o uso de cateter venoso, como troca de curativos a cada 48 horas e uso de solução a base de iodo e povidine.

 

Observação: As associações entre diferentes DST são frequentes, destacando-se, atualmente, a relação entre a presença de DST e o aumento do risco de infecção pelo HIV, principalmente na vigência de ulceras genitais. Desse modo, se o profissional estiver capacitado a realizar aconselhamento, pré e pós-teste para detecção de anticorpos anti-HIV, quando do diagnostico de uma ou mais DST, essa opção deve ser oferecida ao paciente. Portanto, toda doença sexualmente transmissível constitui evento sentinela para busca de outra DST e possibilidade de associação com o HIV. É necessário, ainda, registrar que o Ministério da Saúde vem implementando a “abordagem sindrômica” aos pacientes de DST, visando aumentar a sensibilidade no diagnóstico e tratamento dessas doenças, para maior impacto em seu controle.

 

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