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Candidíase

Última revisão: 17/05/2009

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Reproduzido de:

Dermatologia na Atenção Básica de Saúde / Cadernos de Atenção Básica Nº 9 / Série A - Normas de Manuais Técnicos; n° 174 [Link Livre para o Documento Original]

MINISTÉRIO DA SAÚDE

Secretaria de Políticas de Saúde

Departamento de Atenção Básica

Área Técnica de Dermatologia Sanitária

BRASÍLIA / DF – 2002

 

CANDIDÍASE

CID-10: B37

 

DESCRIÇÃO DA CANDIDÍASE

Micose que atinge a superfície cutânea ou membranas mucosas, resultando em CANDIDÍASE oral, CANDIDÍASE vaginal, intertrigo, paroníquia e onicomicose. A forma mais comum de CANDIDÍASE oral é a pseudomembranosa, caracterizada por placas brancas removíveis na mucosa oral. Outra apresentação clínica é a forma atrófica, que se apresenta como placas vermelhas, lisas, sobre o palato duro ou mole. A CANDIDÍASE vulvo-vaginal caracteriza-se pela presença de leucorréia e placas cremosas esbranquiçadas, na vulva e mucosa vaginal. O intertrigo atinge mais freqüentemente as dobras cutâneas, nuca, virilhas, regiões axilares, inframamária e interdigitais. A irritação e maceração da pele, provocada pela urina e pelas fezes na área das fraldas, favorecem o desenvolvimento da levedura que provoca eritema intenso nas áreas de dobras cutâneas, com lesões eritemato-vésicopustulosas na periferia (lesões satélites). A infecção da unha (onicomicoses e paroníquea) caracterizase por eritema e edema das dobras das unhas seguidas de distrofia ungueal e onicólise. Pode ocorrer infecção secundária levando a paroníquea mista caracterizada pela presença de secreção purulenta. As atividades com imersão freqüente em água e diabetes são fatores pré-disponentes nesse tipo de CANDIDÍASE. A infecção mucocutânea crônica pode estar associada com doenças endócrinas, como diabetes melittus, tratamento com antibióticos de amplo espectro ou imunodeficiência, sendo freqüente na infecção por HIV. CANDIDÍASE disseminada ocorre em recém-nascidos de baixo peso e hospedeiros imunocomprometidos, podendo atingir qualquer órgão e evoluir para óbito. A disseminação hematogênica pode ocorrer em pacientes neutropênicos, conseqüente ao uso de sondas gástricas ou catéteres intravasculares, atingindo diversos órgãos ou prótese valvular cardíaca.

 

SINONÍMIA DA CANDIDÍASE

Monilíase, sapinho.

 

ETIOLOGIA DA CANDIDÍASE

Candida albicans, Candida tropicalis e outras espécies de Candida. A Candida albicans causa a maioria das infecções.

 

RESERVATÓRIO DA CANDIDÍASE

O homem.

 

MODO DE TRANSMISSÃO DA CANDIDÍASE

Atrito, calor e umidade facilitam o desenvolvimento do fungo já existente nas mucosas ou pele. O contato com secreções originadas da boca, pele, vagina e dejetos de portadores ou doentes. A transmissão vertical dá-se da mãe para o recém-nascido, durante o parto. Pode ocorrer disseminação endógena.

 

PERÍODO DE INCUBAÇÃO DA CANDIDÍASE

Desconhecido.

 

PERÍODO DE TRANSMISSIBILIDADE DA CANDIDÍASE

Enquanto houver lesões.

 

COMPLICAÇÕES DA CANDIDÍASE

Esofagite, endocardite, ou infecção sistêmica, mais comum em imunodeprimidos, diabéticos ou portadores de doenças que ocasionam anemias graves com queda da resistência.

 

DIAGNÓSTICO DA CANDIDÍASE

Candidíase Oral

Além do aspecto clínico, visualização de leveduras e pseudo-hifas em exame microscópico de esfregaço da lesão, preparado com hidróxido de potássio a 10%. As culturas permitem a identificação da espécie.

 

Esofagite

Endoscopia com biopsia e cultura.

 

Candidíase Invasiva

Pode ser diagnosticada através de isolamento do microorganismo de fluidos corporais (sangue, líquor, medula óssea) ou através de biopsia de tecidos. O achado de cultura negativa, entretanto, não afasta o diagnóstico de CANDIDÍASE sistêmica. Culturas de material potencialmente contaminado, como urina, fezes ou pele, podem ser de difícil interpretação, mas servem de apoio ao diagnóstico.

 

DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL DA CANDIDÍASE

CANDIDÍASE mucocutânea tem como diagnóstico diferencial dermatite seborréica, tinha cruris e eritrasma, leucoplasia pilosa por outras causas. A esofagite com quadros clínicos semelhantes, causada por outros agentes, como citomegalovírus ou herpes simples. Dermatite das fraldas. Eczema de contato. Gengivo-estomatite herpética. Difteria.

 

TRATAMENTO DA CANDIDÍASE

Candidíase Oral

Nistatina suspensão ou tabletes, 500.000 a 1 milhão UI, 3 a 5 vezes ao dia, durante 14 dias, uso tópico. Em crianças, utiliza-se a suspensão oral na dose de 1 a 2 ml, três vezes ao dia, durante 5 a 7 dias ou até a cura completa. Como tratamento de 2ª escolha ou em pacientes imunocomprometidos, pode ser utilizado: cetoconazol, 200 a 400 mg, via oral, uma vez ao dia, para adultos. Em crianças, recomenda-se 4 a 7 mg/kg/dia, via oral, uma vez ao dia, com duração de tratamento entre 7 a 14 dias. Outra opção é fluconazol, 50 a 100 mg, via oral, uma vez ao dia, devendo ser evitado seu uso em crianças.

 

Esofagite em Pacientes Imunodeprimidos

Cetoconazol, 200 a 400 mg, via oral, uma vez ao dia, durante 10 a 14 dias. Como 2ª escolha, pode ser utilizado fluconazol, 50 a 100 mg/dia, via oral, durante 14 dias, ou anfotericina B, em baixas doses (0,3 mg/kg/dia), IV, durante 5 a 7 dias; para crianças, a dose de anfotericina B recomendada é de 0,5 mg/kg/dia, IV, durante 7 dias.

 

Candidíase Vulvovaginal

Recomenda-se isoconazol (nitrato), uso tópico, sob a forma de creme vaginal, durante 7 dias ou óvulo, em dose única; como 2ª alternativa, tioconozol pomada ou óvulo em dose única. Outras substâncias também são eficazes: clotrimazol, miconazol, terconazol, tioconazol ou nistatina, em aplicação tópica.

 

Candidíase Mucocutânea Crônica

Cetoconazol ou fluconazol, como 1ª escolha, e anfotericina B para casos mais graves.

 

CARACTERÍSTICAS EPIDEMIOLÓGICAS DA CANDIDÍASE

A Candida albicans está presente na pele e mucosas de pessoas saudáveis. Infecção mucocutânea leve é comum em crianças saudáveis e a doença invasiva ocorre em pessoas imunodeprimidas. Vulvovaginite por Candida ocorre com freqüência em gestantes, podendo ser transmitida ao recém-nascido em útero, durante o parto ou na fase pós-natal.

 

OBJETIVO DA VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA DA CANDIDÍASE

Diagnosticar e tratar precocemente os casos para evitar complicações e nas gestantes reduzir o risco de transmissão perinatal.

 

NOTIFICAÇÃO DA CANDIDÍASE

Não é doença de notificação compulsória.

 

MEDIDAS DE CONTROLE DA CANDIDÍASE

Tratamento precoce dos indivíduos atingidos. Orienta-se a desinfecção concorrente das secreções e artigos contaminados. Sempre que possível, deverá ser evitada antibioticoterapia prolongada de amplo espectro. Cuidados específicos devem ser tomados com uso de cateter venoso, como troca de curativos a cada 48 horas e uso de solução à base de iodo e povidine.

 

Figura 1: CANDIDÍASE.

 

 

Figura 2: CANDIDÍASE: placas esbranquiçadas na língua.

 

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