Autor:
Rodrigo Antonio Brandão Neto
Médico Assistente da Disciplina de Emergências Clínicas do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP
Última revisão: 07/05/2015
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Um paciente de 13 anos reclama de nodulação no pescoço, sem outras queixas, o exame de imagem é o seguinte:
A imagem corresponde a uma imagem de características císticas na região anterior do pescoço, a lesão é bem circunscrita, homogênea e com uma linha de realce final. Estas alterações são compatíveis com o diagnóstico de cisto de remanescentes do ducto tireoglosso, que são as formações císticas congênitas do pescoço mais comum representando de 2-4% de todas as massas cervicais. Mais da metade destas lesões é diagnosticada ainda na primeira década de vida, embora diagnóstico na vida adulta também seja frequente.
O lobo piramidal da tiroide é o remanescente mais comumente presente.
A lesão representa a persistência do trato epitelial durante o trajeto descendente da tireoide do forâmen cecum para sua posição final no pescoço anterior. Normalmente, o ducto tireoglosso é obliterado no início da vida fetal.
Histologicamente, trata-se de um cisto bem definido epitelizado, composto tanto por epitélio escamoso como respiratório. Algumas vezes podem existir ilhotas de tecido tireoidiano nas paredes do cisto. Este, por sua vez, é preenchido por material mucoso ou mucopurulento, dependendo se o cisto foi infectado ou não.
* Tipos de cistos do ducto tireoglosso:
-Infrahioide (65%, mais frequentemente encontrado na posição paramediana.)
-Suprahioide (aproximadamente 20%, na linha média)
-Justahioide (15%)
-Intralingual ( 2%)
-Variante Supraesternal (10% dos casos)
-Intralaríngeo (muito raro)
A apresentação clínica usual é como massas amolecidas e móveis. Quando infectados, podem se manifestar como massas enduradas associadas à disfagia, à disfonia, à drenagem de seios, à febre e massa cervical que aumenta progressivamente de tamanho. Aparece com frequência após infecção das vias aéreas superiores. Pode haver obstrução de vias aéreas, especialmente no tipo sublingual. O sinal patognomônico é percebido quando o cisto se move com a protrusão da língua.
*Achados de imagem:
-Ultrassom (padrão-ouro) e Tomografia computadorizada são as principais modalidades. A ultrassonografia pode se diferenciar entre componentes císticos ou sólidos. A TC pode revelar lesão cística bem circunscrita, 2-4 cm de diâmetro com realce capsular pelo meio de contraste e é considerado o exame de escolha na avaliação. Cintilografia de tireoide pode ser realizada para investigação de tecido tireoidiano funcionante nas paredes do cisto.
* Diagnóstico diferencial
-Cisto Dermoide.
-Linfadenopatia.
-Cisto Sebáceo.
-Schwannomas
-Malformações linfáticas
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