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Riscos obstétricos em portadoras de síndrome dos ovários policísticos SOP

Autor:

Tatiana Pfiffer Favero

Médica Assistente e Pós-graduanda do Departamento de Ginecologia e Obstetrícia do Hospital Charité-Universitätsmedizin Berlin, Alemanha.

Última revisão: 24/02/2012

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Especialidades: Ginecologia / Obstetrícia / Endocrinologia

 

Resumo

Estudo retrospectivo, baseado no registro populacional da Suécia que objetivou avaliar o risco de complicações obstétricas em mulheres portadoras da síndrome dos ovários policísticos (SOP), levando em consideração algumas características clínicas das gestantes e a influência da reprodução assistida.

 

Contexto clínico

A síndrome dos ovários policísticos (SOP) é um dos mais prevalentes distúrbios endócrinos, afetando de 5 a 15% das mulheres em idade reprodutiva. Ela é caracterizada pela anovulação crônica, associada ao hiperandrogenismo e presença de ovários com múltiplos cistos. A anovulia relacionada à SOP é frequentemente apontada como causa de infertilidade, condição que muitas vezes requer a utilização de agentes indutores da ovulação ou mesmo de técnicas de reprodução assistida. Vale destacar que esta síndrome leva a consequências metabólicas que podem impactar negativamente uma gestação, tais como diabetes e hipertensão. Além disso, dIversos estudos observaram que a SOP aumenta consideravelmente o risco de complicações obstétricas, entre elas diabetes gestacional, pré-eclâmpsia e prematuridade. Contudo, muitos dos trabalhos disponíveis incluíram pacientes também submetidas a procedimentos de reprodução assistida e, consequentemente, permanece a dúvida se o efeito negativo observado é relacionado ao tratamento da infertilidade ou diretamente à SOP.

 

O estudo

Trata-se de um estudo retrospectivo, que analisou dados de partos únicos registrados no Serviço Médico Nacional da Suécia entre 1995 e 2007. O objetivo do estudo foi avaliar a real influência da SOP sobre os resultados obstétricos. Foram identificados 3.787 nascimentos entre mulheres com SOP e 1.191.336 nascimentos entre mulheres sem a doença (controle). Gestantes com SOP eram mais frequentemente obesas (60,6 versus 34,8%) e submetidas a procedimentos de reprodução assistida (13,7 versus 1,5%) quando comparadas com controle. A presença da síndrome aumentou o risco de pré-eclâmpsia em cerca de 45% e dobrou o risco tanto de diabetes gestacional e quanto de prematuridade extrema. Além disso, filhos de mães com SOP tinham maior tendência a ser grandes para idade gestacional (GIG), ter aspiração meconial e baixo índice de Apgar ao nascer. Em conclusão, os autores demonstraram que mulheres com SOP têm um risco significativamente aumentado de complicações durante a gestação e parto que não podem ser explicadas somente pela sobreposição das técnicas de reprodução assistida.

 

Aplicações para a prática clínica

O estudo fornece suporte científico para justificar a necessidade de um acompanhamento pré-natal diferenciado e de uma cuidadosa assistência ao parto neste grupo de gestantes, para prevenir tais complicações.

 

Bibliografia

1.   Roos N, Kieler H, Sahlin L, Ekman-Ordeberg G, Falconer H, Stephansson O. Risk of adverse pregnancy outcomes in women with polycystic ovary syndrome: population based cohort study. BMJ 2011 Oct 13;343:d6309. [link para o artigo] (Fator de Impacto: 13,471)

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