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Medicações com Maior Potencial de Dano ao Paciente

Autor:

Lucas Santos Zambon

Doutorado pela Disciplina de Emergências Clínicas Faculdade de Medicina da USP; Médico e Especialista em Clínica Médica pelo HC-FMUSP; Diretor Científico do Instituto Brasileiro para Segurança do Paciente (IBSP); Membro da Academia Brasileira de Medicina Hospitalar (ABMH); Assessor da Diretoria Médica do Hospital Samaritano de São Paulo.

Última revisão: 22/08/2009

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Introdução

            Eventos adversos relacionados a medicações estão entre as principais causas de danos aos pacientes (Tabela 1). Entretanto é interessante notar que há alguns grupos de medicamentos onde o potencial risco é maior quando seu uso é feito de forma incorreta. Não necessariamente são medicações onde os erros e eventos adversos são freqüentes, mas são medicações cujo potencial de dano é extremamente importante.

 

Tabela 1: Freqüência de Eventos Adversos por Tipo de Evento em Diversos Estudos Epidemiológicos

Harvard

Austrália

N. Zelândia

Canadá

Evento em Cirurgia (%)

47,7

44,9

24,3

34,1

Evento com Medicamentos (%)

19,4

19,3

12,3

23,6

SUB-TOTAL  (%)

67,1

64,2

36,6

57,7

Procedimento Médico (%)

7,0

13,5

7,7

12,0

Demora / Incorreção no Diagnóstico (%)

8,1

6,9

8,0

10,5

Demora / Incorreção no Tratamento (%)

7,5

4,3

8,4

7,3

Queda / Fraturas / Obstétricos / Neonatais / Anestésicos (%)

10,7

11,1

15,3

3,1

Equipamento ou Material com Defeito ou Não-Disponível / Comunicação Inadequada / Demora na Prestação do Serviço / Treinamento ou Supervisão Médica Inadequado / RH´s inadequados / Falha de Setor (%)

3,3

-

24,0

9,4

 

Medicações com Maior Potencial de Dano ao Paciente

            O Institute for Safety Medication Pratice (ISMP – Instituto para Prática Segura no uso de Medicamentos) é uma organização sem fins lucrativos dedicada exclusivamente à prevenção de erros de medicação e uso seguro de medicações. O ISMP tem mais de 30 anos de experiência em liderar os esforços para melhorar o processo de uso da medicação. A organização é conhecida e respeitada no mundo inteiro como o principal recurso para a informação imparcial, oportuna e precisa de segurança em medicações.

            Esse instituto criou uma lista de medicações que devem ser criticamente analisadas dentro das instituições quanto a políticas e práticas que possam evitar danos aos pacientes, tendo em vista seu potencial de causar eventos adversos. Para cada uma delas deve-se pensar em uma forma de minimizar os erros através de ferramentas como (1) Eliminação, (2) Substituição, (3) Facilitação, (4) Detecção, (5) Mitigação e (6) Envolvimento do Paciente.

 

Tabela 2: Classes / Categorias de Medicamentos

         Agonistas Adrenérgicos IV (por exemplo, epinefrina, fenilefrina, norepinefrina)

         Antagonistas Adrenérgicos IV (por exemplo, propranolol, metoprolol, labetalol)

         Agentes anestésicos gerais, inalatórios e IV (por exemplo, propofol, ketamina)

         Antiarrítmicos IV (por exemplo, lidocaína, amiodarona)

         Antitrombóticos (anticoagulantes), incluindo o warfarin, heparina de baixo peso molecular , heparina não fracionada, inibidores do factor Xa (fondaparinux),
inibidores diretos da trombina (por exemplo, argatroban, lepirudina, bivalirrudina), trombolíticos (por exemplo, alteplase, reteplase, tenecteplase) e inibidores da glicoproteína IIb / IIIa (por exemplo, eptifibatide, tirofiban)

         Solução cardioplégica

         Agentes quimioterápicos, parenteral e oral

         Glicose hipertônica (a 20% ou mais)

         Soluções de diálise peritoneal e hemodiálise

         Medicamentos par via epidural ou intratecal

         Hipoglicemiantes orais

         Medicações inotrópicas IV (por exemplo, digoxina, milrinona)

         Formas lipossomais de medicamentos (por exemplo, Anfotericina B)

         Sedação moderada (por exemplo, midazolam)

         Sedação moderada, por via oral, para crianças (por exemplo, hidrato de cloral)

         Narcóticos / opiáceos IV, transdérmicos e orais (incluindo os líquidos concentrados, e formulações de liberação imediata ou sustentada)

         Agentes bloqueadores neuromusculares (por exemplo: succinilcolina, rocurônio, vecurônio)

         Radiocontrastes IV

         Soluções de nutrição parenteral total

 

Tabela 3: Medicações Específicas

         Injeção de colchicina (atualmente fora de uso)

         Epoprostenol IV

         Insulina subcutânea e IV

         Injecção de sulfato de magnésio

         Metotrexato, por via oral, de uso não-oncológico

         Tintura de ópio

         Ocitocina IV

         Nitroprussiato de sódio IV

         Cloreto de potássio ou fosfato de potássio IV

         Prometazina IV

         Cloreto de sódio hipertônico (concentração maior que 0,9%)

         Água estéril para injeção, inalação e irrigação em recipientes de 100 ml ou mais

 

Referências

1.             Mendes, W. et al. Revisão dos estudos de avaliação da ocorrência de eventos adversos em hospitais. Rev Bras Epidemiol 2005; 8(4): 393-406.

2.             ISMP’s List of High-Alert Medications http://www.ismp.org/Tools/highalertmedications.pdf

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